segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Avanços em exames que devem mudar a vida dos pacientes nos próximos anos

“A história nunca se repete, mas frequentemente ela rima”. Com essa frase do escritor Mark Twain, o professor Howard B. Chrisman, presidente da Northwestern Memorial Healthcare, abriu o Congresso Americano de Radiologia (RSNA) na última semana de novembro, na cidade de Chicago. Esse é o evento mais importante do mundo no setor de diagnóstico por imagem, onde são apresentadas as principais descobertas científicas e tendências tecnológicas da área

E o tema central não poderia ser mais oportuno: lidar com as mudanças. Um conceito tão comum em setores como telecomunicações, finanças, indústria da tecnologia, mas que agora também chega mo setor da saúde, que se transforma a passos largos à medida que inovações são incorporadas. 

Assim como vimos nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) foi a grande protagonista dos debates. Dessa vez, ressaltando as soluções práticas que tendem a aperfeiçoar e otimizar as rotinas médicas. 

Por exemplo: os fabricantes de aparelhos de ressonância magnética já tornaram realidade equipamentos que, turbinados com uso de IA, geram imagens com redução de cerca de 40% no tempo do exame. É um avanço positivo para quem precisa ficar dentro de um tubo apertado por vários minutos ouvindo um barulho alto e desconfortável. 

+Leia também: Quem deve fazer o exame de colonoscopia?

Também vimos sistemas que geram laudos radiológicos com funcionalidades inteligentes capazes de fazer uma espécie de triagem de achados importantes nas imagens, como fraturas, sangramentos e tumores. A partir daí, eles organizam as filas de trabalho dos profissionais por urgência para avaliar esses exames potencialmente mais críticos com prioridade.

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E para dizer que não tivemos expectativas sendo criadas no congresso, discutiu-se muito o potencial do uso em saúde da nova queridinha dos noticiários tecnológicos: a Inteligência Artificial Generativa. Para quem não sabe, é aquela mesma que escreve textos, entende conversas,  faz resumos etc – como o ChatGPT. 

Ela seria útil, por exemplo, para resgatar rapidamente informações clínicas em prontuários eletrônicos, na maioria das vezes preenchidos de forma dispersa e desestruturada, o que toma muito tempo dos profissionais de saúde. Em breve, esse preenchimento terá um fluxo mais fluido, talvez sendo preenchido automaticamente à medida que as máquinas acompanham e documentam as interações entre humanos. 

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Nesta edição, também enxergamos a tecnologia sob uma perspectiva mais humana, onde a automação serve para empoderar nossas capacidades. Isso deixa um sentimento interessante. 

É claro que as inovações e transformações não vão parar de acontecer, o que de uma certa maneira traz consigo a sensação de ineditismo. Mas, se olharmos com um grau de abstração, sempre haverá um paralelo histórico, uma inovação correlata em setores vizinhos ou no mesmo setor que altera a lógica dos fatores de maneira semelhante. 

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Talvez estejamos numa escala de evolução mais rápida, mas como vimos na frase de abertura, essa música rima com coisas que já vimos antes. Abracemos a mudança e vamos evoluir com ela.

*Bruno Rocha Aragão é radiologista e coordenador médico de Inovação do Grupo Fleury

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