terça-feira, 31 de outubro de 2023

Câncer de mama: conheça os direitos de pacientes com a doença

O diagnóstico do câncer de mama costuma ser acompanhado de medo e receio sobre o futuro. Conhecer os direitos de pacientes é fundamental para reduzir parte das preocupações.

No Brasil, existem legislações que abordam direitos de pacientes com câncer em geral e também dispositivos específicos para pessoas com tumor na mama. Eles garantem acesso a medicamentos, cirurgia de reconstrução mamária, além do congelamento de óvulos para preservar a fertilidade.

No entanto, um levantamento realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) aponta que ainda há uma falta de conhecimento sobre o tema.

+ Leia também: Câncer de mama: por que pacientes jovens têm tumores mais avançados?

A pesquisa feita pelo Ipec, a pedido da Pfizer, consultou 1.400 mulheres, com 20 anos ou mais, de 5 capitais brasileiras, mais o Distrito Federal. O levantamento abordou a percepção das mulheres sobre seus direitos em saúde, principalmente em relação a exames e tratamentos.

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Direito a receber o diagnóstico e iniciar o tratamento

Por exemplo, quatro a cada 10 entrevistadas desconhecem que um indivíduo com câncer tem direito a iniciar seu tratamento na rede pública em até 60 dias depois do diagnóstico. 

“Caso o tratamento não seja fornecido no prazo estabelecido em lei, deve-se acionar judicialmente o estado ou município responsável pelo seu atendimento para que seja obrigado a ampará-lo com os cuidados necessários. A paciente também poderá formalizar uma reclamação junto à ouvidoria do órgão”, explica o advogado Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem).

Praticamente o mesmo porcentual (44%) também ignora que, caso exista uma suspeita da doença, os exames feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para confirmá-la devem ser realizados em até 30 dias.

Além disso, menos da metade das respondentes (44%) sabe da existência da ferramenta de participação social consulta pública, que o governo pode usar para conhecer a opinião da sociedade sobre decisões ligadas às redes pública ou suplementar de saúde.

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“Precisamos resgatar nas pessoas o senso de cidadania, o que se conecta com conhecer e exercitar direitos e deveres, em especial com relação à própria saúde. Conhecer não é privilégio, é oportunidade. E, se eu não me envolvo, alguém vai se envolver por mim”, comenta a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.

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Realização da mamografia é prevista em leiFoto: Claudio Vieira/PMSJC/Divulgação

Do diagnóstico ao tratamento

Veja os principais direitos para além dos prazos de início do tratamento e detecção:

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  • Realização da mamografia: prevista pela lei nº 11.664/2008. O exame permite a identificação de possíveis alterações associadas ao desenvolvimento da doença. Ela é recomendada pelo Ministério da Saúde como método de rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos de idade, uma vez a cada dois anos.
  • Gratuidade de medicamentos incorporados ao SUS: como consta na lei nº 8.080/90, que instituiu o SUS.
  • Retirada total ou parcial da mama afetada: para essas pacientes, a reconstrução mamária é uma medida importante e um direito assegurado nas leis nº 12.802/2013 e nº 13.770/2018. Além disso, a lei nº 14.538/2023 assegura a substituição da prótese mamária, quando necessária, após a reconstituição. É necessário obter o encaminhamento médico para garantir a cirurgia.
  • Licença remunerada: a pessoa deve informar ao setor de recursos humanos do local em que trabalha sobre seu afastamento provisório, entregando a documentação comprobatória necessária.

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Congelamento de óvulos

As operadoras de planos de saúde devem custear o procedimento de criopreservação dos óvulos de pacientes com câncer. A medida preventiva considera o risco de infertilidade associado ao tratamento contra a doença.

A decisão é da terceira turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O colegiado considerou que, se a operadora cobre a quimioterapia, deve fazer o mesmo para mitigar possíveis efeitos adversos decorrentes.

+ Leia também: Câncer de mama e fertilidade: 8 perguntas e respostas

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O caso que motivou o processo foi o de uma paciente que entrou com uma ação obrigando seu plano de saúde a custear o procedimento. O tribunal concordou com o pedido e estabeleceu um reembolso de cerca de R$ 18 mil.

Com a decisão, a obrigação, para a operadora, deve ser limitada à data da alta do tratamento de quimioterapia. A partir desse momento, a beneficiária deve arcar com os custos do serviço.

“A promoção da saúde é o bem-estar completo, então ter o direito a ser mãe após a cura do câncer é fundamental para que a mulher tenha a sua qualidade de vida assegurada”, afirma o ginecologista Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.

Ele explica que a perda de função dos ovários é uma das possíveis complicações do tratamento. Segundo o médico, o impacto varia de uma paciente para outra e de acordo com os medicamentos utilizados.

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“A possibilidade de aria de 20 a 90% dos casos tratados com quimioterapia. É fundamental preservar a possibilidade de gerar filhos, a forma mais efetiva de fazer isso é justamente pelo congelamento de óvulos antes do tratamento”, destaca Rosa.

A forma mais adequada de avaliar esse efeito é por meio da análise da reserva ovariana, que pode ser feita com a dosagem do hormônio antimulleriano ou a contagem de folículos através do ultrassom transvaginal.

A criopreservação é uma técnica que retira os óvulos da mulher e os congela, permitindo que sejam utilizados posteriormente para a fertilização. Antes, é necessário um período de estimulação farmacológica dos ovários.

Em geral, o tempo necessário para finalizar o processo é curto, dura cerca de 15 dias. Ou seja, quando a mulher é rapidamente encaminhada a um centro de reprodução humana, o processo não atrasa significativamente o início do tratamento do câncer.

“Não existe tempo limite para utilização dos óvulos, não há perda de qualidade. Temos bebês nascidos com óvulos congelados há 27 anos. Desde então, mudaram bastante as técnicas de preservação e as taxas de sucesso na gravidez”, diz Rosa.

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Inovação na medicina deve estar ao alcance de todos

Viva o SUS! A saudação, amplamente empregada nas redes sociais durante a pandemia de Covid-19, reforça a importância do Sistema Único de Saúde. Mais de 70% da população brasileira se vale desta política pública, de acordo com dados de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Garantir atendimento universal, gratuito e de qualidade em um país com disparidades sociais, culturais e econômicas, porém, é um desafio e tanto.  É um problema complexo, que gera atrasos em diagnósticos e tratamentos.

Um levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) revela, por exemplo, que mais de 70 milhões de pessoas não estão cobertas pelo programa de atenção básica do SUS.

O anseio de vencer barreiras e levar assistência aonde quer que ela seja necessária inspira ações como as da Associação Expedicionários da Saúde.

A organização reúne médicos voluntários para oferecer a populações isoladas na Amazônia procedimentos especialmente em clínica geral e oftalmologia.

O projeto conta com o Centro Cirúrgico Móvel, transportado e montado nas aldeias, com tecnologia de ponta desenvolvida exclusivamente para as atividades da equipe. Durante a pandemia, eles instalaram enfermarias de campanha para atendimento aos povos de floresta.

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+ Leia também: Cresce a importância da voz do paciente nas decisões sobre sua saúde

Inovação amplia o acesso à saúde pública

A falta de profissionais em diferentes especialidades Brasil afora é mais um obstáculo quando se trata de reduzir vulnerabilidades e promover saúde de qualidade para todos.

Nesse sentido, o investimento em capacitação e em cuidados à distância é estratégico. A chegada da rede de internet 5G traz a perspectiva de melhorias em diferentes frentes.

Em 2022, uma força-tarefa capitaneada pelo Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Inrad-USP) criou e testou com sucesso uma rede de internet privada de quinta geração, o OpenCare 5G.

O projeto demonstrou sua aplicabilidade em exames de ultrassom realizados e analisados remotamente por um especialista. A partir do teste piloto, o programa se desenvolve em diferentes etapas, com ambição de chegar a soluções que vão de telemonitoramento de pacientes internados em UTIs a cirurgias feitas à distância via robôs.

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Tal exemplo traz a promessa de facilitar diagnósticos e tratamentos via telemedicina no sistema público.

O objetivo de garantir bem-estar físico e qualidade de vida aos brasileiros de todas as regiões está por trás de ações e projetos assistenciais que motivaram a criação da categoria Medicina Social do Prêmio VEJA SAÚDE & Oncoclínicas de Inovação Médica.

Conheça os jurados que estão avaliando as iniciativas e acompanhe as novidades sobre a premiação no site. Os resultados serão divulgados em dezembro.

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“Aquela coisa terrível”: Matthew Perry e a dependência química

O ator Matthew Perry, que morreu no último dia 28, não gostava de ver Friends, a série que ele mesmo protagonizava. Mas não era por mania de perfeição ou algo do gênero. As reprises, admitiu várias vezes, traziam péssimas recordações.

Durante a gravação da sitcom, que começou no dia 22 de setembro de 1994 e deixou saudades em 6 de maio de 2004, seu peso variou de 58 a 102 quilos.

“Dá para acompanhar a trajetória da minha dependência química pelo meu peso entre as temporadas”, abriu o jogo em Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível (Best-Seller, 2023). “Quando estou mais pesado, era álcool; quando estou magro, eram remédios”.

Não é só isso. Embora garanta que nunca gravou nenhum dos 236 episódios “doidão”, houve dias em que apareceu nos estúdios da Warner, na Califórnia, com ressacas horrorosas.

Tem mais. Lembra do casamento de Chandler Bing, seu personagem, com Monica Geller, a personagem de Courteney Cox, na sétima temporada? Então, naquele 17 de maio de 2001, Perry estava internado num centro de desintoxicação em Los Angeles.

Os médicos liberaram sua saída para gravar a cena. Terminada a filmagem, ele voltou para o rehab, acompanhado de um funcionário da clínica.

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Aquela não foi a primeira internação de Matthew Perry. Nem a última.

No livro, ele estima que passou por 65 desintoxicações ao longo da vida – tomou o primeiro porre aos 14 anos e foi internado pela primeira vez aos 26. E calcula que gastou algo em torno de US$ 7 milhões “tentando ficar sóbrio”, cerca de R$ 35 milhões pela cotação de hoje.

Para superar o vício, fez terapia duas vezes por semana e contratou um ‘coach’ de sobriedade.

+ Leia também: A anatomia dos vícios: por que eles surgem e como domá-los

São muitos os números que Perry cita no livro. Um deles é particularmente impressionante. No auge de seu vício no remédio Vicodin – quem assistiu à série House (2004-2012) sabe do que se trata – , Perry chegou a ingerir 55 comprimidos por dia. E consegui-los não era nada fácil ou barato.

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Por incontáveis vezes, precisou recorrer a “enfermeiros trambiqueiros” para conseguir o analgésico. O vício em opioides começou em 1997 depois de sofrer um acidente de jet ski durante as filmagens de E Agora, Meu Amor? 

Há outros números igualmente chocantes: em seus piores momentos, o ator chegou a fumar 60 cigarros e a tomar 14 doses de vodca por dia.

“Tenho um amigo sem grana nenhuma, que mora em um apartamento alugado. Nunca fez sucesso como ator, tem diabetes, vive preocupado com dinheiro, não trabalha. E eu trocaria de lugar com ele num piscar de olhos. Na verdade, eu daria toda a fortuna, toda a fama, tudo, para viver em um apartamento alugado em um programa assistencial do governo. Eu aceitaria viver preocupado com dinheiro se isso me livrasse dessa doença, desse vício”, desabafa num dos trechos mais emocionantes do livro.

Em 2018, aos 49 anos, Perry viu a cara da morte de perto. Depois de alguns dias sem evacuar, seu intestino estourou. Literalmente. O motivo? Uso abusivo de opióides.

Foram duas semanas em coma, cinco meses no hospital e mais nove meses usando bolsa de colostomia. Os médicos chegaram a dar 2% de chance de sobrevivência. Ele escapou, mas teve que fazer 14 cirurgias para consertar o estrago.

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“O melhor emprego do mundo”

foto do elenco de friends
<span class="hidden">–</span>Warner/Divulgação

Matthew Langford Perry foi o último ator escalado para fazer Friends, que ele chama de “o melhor emprego do mundo”. A princípio, estava reservado para outra série: uma comédia de sci-fi chamada L.A.X. 2194.

Curiosamente, não era nem para Chandler, o mais sarcástico dos seis amigos, existir. Tanto ele quanto Phoebe, de Lisa Kudrow, foram criados depois.

A ideia original dos produtores David Crane e Marta Kauffman era retratar o cotidiano de quatro amigos de Nova Iorque: Monica, Rachel, Ross e Joey.

Mais duas curiosidades: os criadores da série quebraram a cabeça até chegar ao título definitivo. Cogitaram, entre outros, Six of One, Insomnia Café e Friends Like Us. E mais: o tema de abertura seria Shiny Happy People, da banda REM, e não I’ll Be There For You, dos The Rembrandts.

O sucesso de Friends, considerada uma das mais lucrativas da TV norte-americana, pode ser mensurado pelo cachê dos atores. Na primeira temporada, Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer ganhavam, cada um, US$ 22 mil (R$ 110 mil) por episódio. Na décima e última temporada, essa cifra subiu para US$ 1 milhão (R$ 5 milhões).

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“O elenco de Friends era talentoso e a química entre os atores, fantástica”, avalia a jornalista Kelsey Miller, autora da biografia I’ll Be There For You: The One About Friends (inédita no Brasil). “A maior razão do seu sucesso, porém, é o fato de ser uma série sobre amizade, algo totalmente atemporal e universal. Todo mundo, em qualquer tempo e lugar, vai se identificar”.

Luta contra a dependência

Em setembro de 2022, durante entrevista ao podcast de Tom Power para divulgar seu livro, Perry disse que, quando morresse, gostaria de ser lembrado por sua luta contra as drogas e, também, por ter ajudado pessoas que viviam situações parecidas com a dependência química.

“Tive muitos altos e baixos na minha vida. Ainda estou trabalhando nisso, mas a melhor coisa é que, se um alcoólatra ou viciado vier até mim e disser: ‘Você pode me ajudar?’, eu direi: ‘Sim, posso. Farei isso por você, mesmo que nem sempre consiga fazer por mim’”.

Entre outras iniciativas, Perry fundou uma instituição, a Perry House, em Malibu, para ajudar dependentes químicos, e até escreveu uma peça, The End of Longing (“O fim do desejo”, em livre tradução), que trata do tema.

“Sei que, quando eu morrer, as pessoas vão falar só de Friends. Fico feliz por isso. Mas, seria bom se Friends estivesse listado depois das coisas que fiz para tentar ajudar os outros”.

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+ Leia também: Em nova autobiografia, Rita Lee avalia: “Cada dia a mais é um dia a menos”

Ontem, o elenco de Friends divulgou nota lamentando a perda do amigo: “Éramos mais do que colegas de elenco. Somos uma família”, diz o comunicado assinado por Aniston, Cox, Kudrow, LeBlanc e Schwimmer.

Os criadores da série, Marta Kauffman e David Crane, também prestaram homenagem: “Estamos chocados e profundamente tristes. Ainda parece impossível. Tudo o que podemos dizer é que nos sentimos abençoados por tê-lo como parte de nossas vidas. Era um talento brilhante”, escreveram.

Fãs depositaram flores em frente ao prédio que serviu de fachada para a residência dos seis amigos, na esquina das ruas Bedford e Groove, no bairro do Greenwich Village, em Nova Iorque.

Matthew Perry foi encontrado morto, aos 54 anos, na banheira de hidromassagem em sua casa, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O caso está sendo investigado pela polícia, que aguarda o resultado dos exames toxicológicos para definir a causa da morte.

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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Pesquisa elege “A Entidade” como o terror mais assustador da história

Qual foi o filme mais assustador que você já viu na vida? Segundo um levantamento da empresa britânica Moneysupermarket, há boas chances da resposta ser A Entidade (2012).

Este é o vencedor da edição de 2023 da Science of Scare (“Ciência do Susto”), que elege os filmes mais aterrorizantes de todos os tempos. Não é uma pesquisa científica de fato: a Moneysupermarket é uma comparadora de preços (como os de planos de TV por assinatura, internet e telefonia). O ranking, então, serve mais como uma ferramenta de marketing.

Contudo, ele emula de forma criativa estudos acadêmicos mais rigorosos – e é por isso que estamos falando dele aqui na Super. Vamos explicar como tudo funciona.

A pesquisa

250 voluntários assistiram a 50 filmes de terror ao longo de várias semanas. O Science of Scare elabora a lista de produções com base em rankings de sites especializados, fóruns do Reddit e nos resultados de edições anteriores da pesquisa.

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Até o ano passado, a Science of Scare monitorava apenas os batimentos cardíacos por minuto (BPM) dos voluntários durante as sessões (e comparar com a média do ser humano em descanso, 64 BPM). A partir de agora, eles passaram também a medir a variação da frequência cardíaca.

A variação da frequência cardíaca (VFC), medida em milissegundos, mostra o quanto o intervalo de tempo entre as batidas varia. Exemplo: digamos que o seu coração bata a 60 BPM. Isso é uma média: ele não está batendo uma vez a cada segundo. O intervalo entre uma batida e outra pode ser de 0,9 s; na seguinte, de 1,1 s. E por aí vai.

Quem comanda os batimentos do coração é o sistema nervoso autônomo – que por sua vez está dividido entre simpático (que aumenta a frequência cardíaca) e parassimpático (que a diminui, como em momentos de repouso e digestão). Ter uma alta VFC mostra que o seu corpo responde bem a esses dois cenários. Uma VFC baixa, porém, indica que há algo em desequilíbrio – e é uma forma de medir estresse.

Com base nesses parâmetros, a Science of Scare criou o Índice de Ciência do Susto (IDS), que vai de 0 a 100 (o inofensivo Shrek, por exemplo, tem um IDS de 3).

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Os campeões

Dirigido por Scott Derrickson (de O Exorcismo de Emily Rose e Doutor Estranho), A Entidade acompanha a história de Elliot Oswalt (Ethan Hawke), um escritor de true crime que se muda com a família para uma nova casa. Lá, ele encontra antigos rolos de filme: gravações de assassinatos. Elliot fica obcecado com o conteúdo das fitas – e isso coloca ele e sua família na mira de uma entidade do mal.

A Entidade marcou 96 pontos no IDS. Teve uma média de 86 BPM (com picos de 131) e uma VFC 21% mais baixa que o normal. Ela desbancou Host (filme gravado durante a pandemia e que se desenrola numa tela de Zoom), o vencedor do ano passado e voltou ao topo do pódio, já que foi o campeão da primeira edição do levantamento, em 2020.

Confira o top 10 deste ano:

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1 – A Entidade (2012) / IDS = 96

2 – Cuidado com Quem Chama (2020) / IDS = 95

3 – Skinamarink – Canção de Ninar (2022) / IDS = 91

4 – Sobrenatural (2011) / IDS = 90

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5 – Invocação do Mal (2013) / IDS = 88

6 – Hereditário (2018) / IDS = 81

7 – Sorria (2022) / IDS = 78

8 – O Exorcismo de Emily Rose (2005)/ IDS = 76

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9 – Hell House LLC (2018) / IDS = 75

10 – Talk to Me (2022) / IDS = 75

Vale ressaltar: apesar de toda essa metodologia, esse não é um levantamento exatamente científico. A seleção dos voluntários, por exemplo, não é clara – e o processo não passa pela revisão de pares (feita por cientistas não envolvidos no estudo).

Além disso, eles não consideram a opinião subjetiva dos telespectadores sobre as obras nem analisam filmes de língua não-inglesa. Também não analisam as regiões do cérebro que processam o medo (como a amígdala, o córtex pré-frontal e o hipotálamo). 

Seja como for, vale como um bom ponto de partida para conhecer novos e clássicos filmes de terror – pode ser um ótimo lugar para procurar o que assistir no Halloween. Você pode conferir o ranking completo no site da Science of Scare

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É possível engravidar tendo endometriose?

A endometriose é uma condição ginecológica caracterizada pelo crescimento do tecido semelhante ao do endométrio (camada interna do útero) fora dessa região.

A doença pode comprometer diferentes órgãos da região pélvica e abdominal, como ovários, tubas uterinas, bexiga, intestino e diafragma, e seu principal sintoma é a dor. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a endometriose afeta cerca de 10% a 15% da população feminina em idade reprodutiva no Brasil. Além disso, essa é a principal causa de infertilidade feminina, sendo considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma “questão de saúde pública”.

Apesar de ser muito comum, a endometriose demora em média 8 anos para ser detectada após o início dos sintomas.

Os exames de rotina ginecológica direcionados, contudo, bem como uma conversa bem feita em consulta médica, podem apontar sinais sugestivos e direcionar para realização do diagnóstico adequado.

Uma das dúvidas mais frequentes em relação à endometriose diz respeito ao seu impacto na fertilidade. Afinal, quem tem endometriose pode engravidar? 

Felizmente, o diagnóstico nem sempre é sinônimo de incapacidade de gestar, mas a relação existe: em torno de 40% das pacientes com endometriose podem ter infertilidade associada.

Por isso, é fundamental que seja feito o diagnóstico precoce, a identificação de potenciais causas de infertilidade e o acolhimento da paciente, que deve ser direcionada para especialistas em endometriose e em fertilidade, se necessário.

+ Leia também: Tudo que você precisa saber sobre a endometriose

Mesmo nos casos de pacientes com grau inicial de endometriose, é possível observar problemas como disfunção ovulatória, defeito na implantação do embrião no útero, baixa qualidade embrionária, ambiente peritoneal hostil e questões ligadas à fase lútea do ciclo menstrual.

Outras complicações, como a presença de endometrioma, obstrução das tubas uterinas, inflamações e aderências pélvicas e fibrose podem indicar a necessidade de cirurgia. Desse modo, os focos de endometriose são removidos e cria-se a chamada janela de oportunidade para engravidar.

A técnica preferencial de remoção dos focos da doença é a excisão, em que todos os focos são removidos, por via minimamente invasiva (laparoscopia ou cirurgia robótica).

Nos casos em que a cirurgia não é recomendada ou não tem os resultados esperados, tratamentos de reprodução assistida podem ajudar a possibilitar uma gravidez.

Sintomas da endometriose exigem atenção

Além da dificuldade para engravidar, as queixas estão ligadas a dores na relação sexual, cólicas no período menstrual, dor ao urinar evacuar, sintomas intestinais e urinários, dor lombar, fadiga e enxaqueca especialmente no período menstrual, que pode ter seu ciclo alterado. 

Em casos de suspeita de endometriose, é fundamental marcar uma consulta com o ginecologista, para que sejam feitos os exames de rotina e de imagem necessários. Quanto antes o diagnóstico ocorre, melhor. 

* Juliana Sperandio é ginecologista e especialista em cirurgias minimamente invasivas

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Modo online dá fôlego extra ao novo “Super Mario Bros. Wonder”

Esperto e não intrusivo, sistema ajuda a atravessar as fases mais avançadas do novo game – que viraram assunto devido ao grau de dificuldade

Super Mario Bros. Wonder, para Nintendo Switch, chegou fazendo sucesso. Vendeu 668 mil cópias no Japão, e teve o melhor lançamento da franquia na Europa. É um bom jogo, com gráficos bonitos (especialmente nos cenários que usam o efeito de paralaxe) e mecânicas criativas: você interage com o ambiente e os inimigos de formas interessantes e também conquista “insígnias”, itens modificadores que dão habilidades diferentes a Mario. 

Não é revolucionário, como um Mario Galaxy, mas está à altura da franquia: traz o level design inventivo e polido que se espera da Nintendo. Uma boa pedida para os proprietários de Switch. Com um porém: sua dificuldade, que tem gerado discussões.

Muitos dos 152 níveis são fáceis demais – e alguns também viraram assunto, nas redes sociais, pelo grau de dificuldade elevado. Veja o vídeo abaixo, que mostra a fase “Sunbaked Desert Special”:

Está longe de ser o platformer mais brutal de todos os tempos, mas é difícil, sim. Outras fases, como “Climb to the Beat”, também – há relatos de jogadores que chegaram a tentar 200 vezes até conseguir atravessá-la. 

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Quanto aos níveis fáceis demais, não há muito o que fazer (dá para jogar novamente alguns deles e tentar pegar um ou outro item que tenha escapado). Já para os muito difíceis, o game tem uma resposta: seu modo online, que é um pouco diferente.

Nele, você atravessa as fases junto com outros jogadores (os servidores da Nintendo arranjam gente, de forma quase imediata), sem interferir com eles – os outros personagens aparecem como “fantasmas” transparentes, não atrapalham em nada.  

O ponto é que, se você morrer, tem cinco segundos para correr atrás das outras pessoas: se conseguir encostar numa delas (ou ela vier ajudá-lo), o seu personagem é ressuscitado. Isso ajuda bastante a atravessar fases mais difíceis sem ter de recomeçar. E não tira o desafio do jogo; é só um fôlego extra para os momentos de frustração.

Nintendo
<span class="hidden">–</span>Nintendo/Reprodução

Para ativar o modo online, basta procurar no mapa o item correspondente: ele parece uma antena parabólica (veja acima), e aparece várias vezes ao longo da história. 

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Dá para jogar sozinho, e só acionar o modo online antes de encarar os níveis mais difíceis, ou deixá-lo ligado direto. É necessário ter uma assinatura do serviço Nintendo Online (R$ 20 mensais). 

Super Mario Wonder custa R$ 299 na versão digital. Também está disponível em mídia física, por R$ 349 (veja exemplo abaixo). 

Super Mario Bros. Wonder

Imagem da capa do jogo Super Mario Bros Wonder.

 

 

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Obesidade na gestação aumenta riscos para mãe e bebê

Considerado um dos maiores encontros internacionais da área obstétrica, o Congresso Mundial de 2023 da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), realizado em Paris (França) reuniu mais de 10 mil congressistas de 80 países para ouvir 500 palestrantes e contou com mais de 200 sessões de debates.

Além de atualizar os profissionais com novos estudos e discutir temas relevantes para a assistência materno-fetal, o encontro também traz propostas de ações globais em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e agências governamentais.

Como um dos destaques, pode-se mencionar os debates sobre os riscos associados à obesidade na gravidez tanto para a mãe quanto para o bebê.

Gestantes com obesidade têm mais risco de apresentarem diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia, além do aumento da necessidade de cesárea e infecções.

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Já para o bebê, o quadro materno pode elevar o risco de prematuridade, macrossomia fetal — nascimento com peso elevado —, defeitos congênitos e obesidade ou diabetes na vida adulta.

+ Leia também: Grávidas devem se exercitar três dias por semana

De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre as principais causas de morte materna está a pré-eclâmpsia. A doença pode levar a complicações para a mãe e o bebê, incluindo hemorragia cerebral, insuficiência hepática, renal, problemas cardiovasculares e parto prematuro.

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Por isso, é importante que as mulheres recebam orientações sobre os sintomas e tratamento dessa condição, bem como sejam monitoradas adequadamente na gravidez. Mais ainda, usando conceitos da obstetrícia de alta precisão, certas gestantes podem ser identificadas durante o pré-natal como suscetíveis ao alto risco de ocorrência de pré-eclâmpsia, mesmo antes de ter algum sinal da doença.

Medidas preventivas

Algumas intervenções e mudanças de estilo de vida podem ser propostas para diminuir a chance de da pré-eclâmpsia acontecer e, se ocorrer, que se apresente de uma forma mais amena e em uma idade gestacional mais avançada, impactando menos a saúde do feto.

É fundamental que as gestantes tenham acompanhamento nutricional adequado, visando garantir a ingestão balanceada de micro e macronutrientes.

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A atenção à nutrição materna não se refere apenas à saúde da mãe, mas também à influência dessa alimentação no desenvolvimento fetal e no futuro bem-estar da criança.

+ Leia também: O que é pré-eclâmpsia? Saiba identificar sintomas e riscos

Também segundo a OMS, um terço das pacientes grávidas apresenta algum tipo de distúrbio nutricional, seja por excesso ou falta de nutrientes. Os dois cenários podem afetar a maneira como os genes do feto são expressos, com consequências que podem se manifestar ao longo de toda a vida do indivíduo.

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Entramos, aqui, na seara da epigenética – área da biologia que estuda a forma como as nossas experiências de vida, desde a gestação, pode alterar o comportamento dos nossos genes.

Por exemplo, o consumo excessivo de carboidratos durante a gravidez é considerado por muitos especialistas como um dos teratógenos mais potentes, ou seja, agentes que podem causar malformações no feto.

+ Leia também: Guia do pré-natal: entenda sua importância e como ele deve ser feito

Este fator, aliado a outros hábitos alimentares inadequados, pode predispor a criança a obesidade, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.

Diante disso, podemos enfatizar que cada paciente é única e pode necessitar de recomendações específicas, levando em consideração seu estado de saúde, hábitos e necessidades nutricionais.

Para todas, contudo, a alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos e a realização de exames periódicos são essenciais para garantir uma gravidez saudável e um futuro promissor para o bebê.

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*Eduardo Cordioli, diretor-técnico de obstetrícia do Grupo Santa Joana

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domingo, 29 de outubro de 2023

Psoríase e sexo: o estigma expresso na pele

Todas as sociedades do mundo ainda lidam com diversos estigmas associados ao sexo, mesmo 22 anos depois do início do século XXI. Para quem tem psoríase, o tema pode ser ainda mais desafiador, uma vez que, inevitavelmente, a atividade sexual envolve o contato direto com a pele.

Doença inflamatória, sistêmica, crônica, incapacitante e ainda sem cura, é comum que as primeiras manifestações da psoríase ocorram em homens e mulheres com idade entre os 20 e 40 anos, mas 15% dos casos surgem ainda durante a infância.

Ela é caracterizada pelo surgimento de lesões de pele avermelhadas, descamativas e desfigurantes, muitas vezes associadas a dor em áreas sensíveis, como sola dos pés e palma das mãos, e se desenvolve a partir da liberação de substâncias inflamatórias pelas células de defesa do organismo.

Embora não seja contagiosa, os desafios e preconceitos enfrentados pelos quase 5 milhões de brasileiros diagnosticados com psoríase ocupam lugar de destaque na vida dessas pessoas, afetando as relações sociais.

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+ Leia também: Doença milenar, psoríase não é só questão de pele

Quando direcionamos a lupa para as relações íntimas, a premissa segue verdadeira. Afinal, se o paciente precisa lidar diariamente com estigmas que limitam atitudes simples, como a escolha das roupas e dos ambientes a frequentar, isso também se reflete na intimidade.

Um exemplo bastante básico ilustra esse ponto: faz parte da rotina dos pacientes que não têm a doença controlada usar roupas longas mesmo em dias de calor, na intenção de cobrir os sinais da psoríase.

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É difícil o convívio com olhares e comentários em ambientes de trabalho, educação ou lazer, como cinemas, parques, restaurantes, praias ou piscinas, quando uma área maior de pele fica exposta.

Em função de tantos desafios enfrentados, é comum que o indivíduo com psoríase apresente sentimentos de raiva, depressão, vergonha e ansiedade, que intensificam o isolamento social e prejudicam os relacionamentos sexuais.

+ Leia também: Psoríase, uma nova era no tratamento

Nesse departamento, pesa também o desconhecimento da doença, que se evidencia, por exemplo, no receio que o parceiro tem de se contaminar. Sim, muita gente que psoríase “pega”.

Estudos mostram que a disfunção sexual ocorre em 40,8% dos pacientes, prioritariamente mulheres. As lesões psoriásicas na área genital, presentes em 35% a 42% dos pacientes, causam grande constrangimento.

Coxas, abdômen e costas também podem ser atingidos, dificultando uma atividade sexual sadia e confortável.

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Círculo vicioso

O estresse, a perda de autoestima e o comprometimento da autoimagem podem tornar-se frequentes na vida de quem tem psoríase, levando a baixa libido e disfunção erétil, o que, por sua vez, mantém essa autodepreciação, gerando um círculo vicioso nos momentos de intimidade.

Vale lembrar que qualquer relação social, íntima ou não, causa impacto psicológico, positivo ou negativo. Todas essas questões podem ser enfrentadas a partir do diagnóstico mais precoce possível.

+ Leia também: O que é conviver com a psoríase desde os 12 anos

O acesso ao tratamento adequado inclui de medicamentos de uso tópico aos imunobiológicos, passando por fototerapia, medicações sistêmicas e acompanhamento de um especialista em saúde mental.

É importante também atentar-se a comorbidades como depressão, ansiedade, obesidade, doenças cardiovasculares, entre outras. O ideal é que a abordagem seja multidisciplinar para o cuidado integral do paciente.

Além disso, uma rede de apoio consistente e a disseminação de informações sobre a doença favorecem a recuperação dos pacientes e o combate ao preconceito. Mesmo que a jornada inclua muitos desafios, é fundamental não desanimar ou se isolar. Viver bem com psoríase é possível!

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Para saber mais sobre o assunto, acesse o site da campanha “Juntos transformamos a doença psoriásica”.

*Carmita Abdo é sexóloga, médica psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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Psoríase e sexo: o estigma expresso na pele Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

sábado, 28 de outubro de 2023

Memórias reais numa era digital: a essência da infância

Estes dias, enquanto estava em um parque com minhas filhas Esther e Sarinha, uma cena comum e encantadora se desenhou diante de mim.

A Estherzinha estava imersa no tanque de areia, interagindo com brinquedos que eram, de certo modo, comunitários. Uma mãe, ao reconhecer-me como pediatra, indagou: “Dra. Kelly, não teme por sua filha brincando assim, em um parque aberto?”

Nesse instante, embora ciente dos cuidados necessários, como um banho ao retornar para casa, percebi que a genuína alegria da minha filha e a interação com outras crianças eram o retrato perfeito da infância que eu desejava para ela.

Histórias são criadas, memórias são construídas e conexões são estabelecidas quando permitimos que nossos filhos explorem o mundo real. Em meio à era digital, frequentemente me pego refletindo sobre como podemos conectar pessoas mesmo com a presença inegável da tecnologia.

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+ Leia também: “Nascemos brincando e não podemos perder essa habilidade”

Há espaço para o equilíbrio. Podemos, por exemplo, assistir a um filme juntos e discutir suas lições, ou explicar por que certos conteúdos podem não ser adequados para determinadas idades. O diálogo aberto, desde cedo, é uma ponte para uma adolescência mais compreensiva.

Ao mesmo tempo, é fundamental perceber que, se não houver um equilíbrio, corremos o risco de criar barreiras tecnológicas entre nós e nossos filhos.

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A tecnologia não deve ser um obstáculo, mas um canal de aprendizado e conexão. Por isso, é crucial encontrar um ponto de equilíbrio e reconhecer quando precisamos nos desconectar para estar verdadeiramente presentes.

+ Leia também: A força do exemplo: a maternidade como impulso de transformação

Relembrando minha própria infância, as memórias mais vibrantes são daquelas em que eu explorava a natureza, subindo em árvores ou brincando na lama. Os tempos eram mais simples. E é justamente essa simplicidade que desejo para as novas gerações.

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Daniel Siegel, da Universidade da Califórnia, pontua que “sentar as crianças à frente de telas não é brincar”. Precisamos promover experiências reais, que formem laços verdadeiros e construam memórias inestimáveis.

A infância, tantas vezes idealizada como o período mais mágico da vida, é uma fase de sonhos e descobertas. Por que, então, não alçar voos mais altos e investir de forma genuína na construção desses momentos?

Sim, retirar nossos filhos das telas pode demandar um esforço colossal, tanto emocional quanto financeiro. Mas, certamente será um esforço que valerá a pena.

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+ Leia também: O que é o sarampo?

Porque num piscar de olhos, a infância se desvanece. Não podemos retroceder o tempo, então temos que valorizar e viver o presente intensamente.

Talvez nosso melhor esforço não alcance o ideal que temos em mente, mas é genuinamente nosso melhor. É um convite à reflexão, a encontrar equilíbrio na maternidade e na paternidade, sem trazer mais peso ou culpas.

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Já dizia Santa Teresa D’Avila, sabiamente, “é justo que muito custe o que muito vale.” O que nos demanda mais é, sem dúvida, o que há de mais precioso e vale, definitivamente, cada esforço.

Esses são os verdadeiros tesouros da vida.

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Memórias reais numa era digital: a essência da infância Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

“5 das 10 causas que mais afastam do trabalho são doenças mentais”

Com mais de 150 atividades científicas, o Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP) completou 40 anos em 2023.

O evento, promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), entre 18 e 21 de outubro, na cidade de Salvador, contou com a participação de centenas de médicos, estudantes e jornalistas.

Entre os temas discutidos, o acesso aos cuidados em saúde mental, novidades em diagnóstico e tratamento de transtornos como ansiedade, depressão e bipolaridade, além de avanços da neurociência.

VEJA SAÚDE conversou com o presidente da ABP, Antônio Geraldo, sobre os destaques do evento e outros assuntos quentes da psiquiatria.

+ Leia também: Quando devo procurar um psiquiatra? Entenda

VEJA SAÚDE: A ABP divulgou recentemente nota conjunta com o Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterando posição contrária à descriminalização da maconha. Por quê? 

Antônio Geraldo: O que está se discutindo no Supremo Tribunal Federal é a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343, a Lei de Drogas. Se ele for considerado inconstitucional, então as pessoas poderão carregar consigo 60 gramas de maconha, que é o que está ganhando até agora.

Na minha avaliação, enquanto presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, não há sentido. Sessenta gramas equivalem a 200 cigarros de maconha.

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Alguém carrega 200 cigarros para fumar? Nem de cigarro comum. Nossa preocupação é que isso gere um aumento das doenças mentais no Brasil.

Temos que investir em promoção de saúde, prevenção primária, secundária e terciária.

Veja o caso do tabagismo, por exemplo: 50% da população brasileira fumava. O que fizemos foi buscar maneiras de dificultar que as pessoas fumassem. Então, reduzimos a taxa de fumantes para 10%. E queremos baixar ainda mais esse número.

Em 2023, tivemos mudanças de governo e na liderança do Ministério da Saúde. Como tem sido a relação com a pasta?

A ABP se posiciona para fazer política de Estado, que seja municipal, estadual e federal.

Acreditamos que no âmbito federal eles ainda não tomaram conhecimento do que está acontecendo em relação às políticas públicas em saúde mental, visto que ainda não nos chamaram para falar sobre isso.

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O Brasil não está um bom exemplo de assistência em saúde mental.

Não temos um sistema ambulatorial pronto, o que é péssimo. O sistema ‘CAPScêntrico’ está aí há 30 anos, só existe no Brasil, e não disse a que veio. O CAPS [Centro de Atenção Psicossocial] atende apenas 1% da população com surto de psicose.

+ Leia também: A saúde mental dos professores está em perigo. O que podemos fazer?

Mas e TDAH, depressão, ansiedade, pânico e transtornos alimentares?

Nós não temos nenhum antidepressivo, estabilizador de humor ou medicamento para tratar TDAH na Farmácia Popular. Porque o estigma estrutural é tão grande, e já vem de anos, que não se preocupam com esses quadros.

Mesmo sabendo que 5 das 10 causas que mais afastam do trabalho são doenças mentais.

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Então, buscamos diálogo e queremos ajudar a implementar políticas públicas baseadas em evidências científicas.

A ABP sempre ofertou e vai continuar disponibilizando diretrizes para o tratamento de doenças mentais no Brasil.

Fazemos isso há 13 anos, mas não somos ouvidos. Queremos a possibilidade de fazer a mesma assistência de primeiro mundo no SUS que já fazemos no contexto privado.

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Centenas de pessoas participaram do Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP) em SalvadorFoto: ABP/Divulgação

Na abertura do congresso, você reforçou que é importante se referir às condições mentais como ‘doenças’ e não ‘transtornos’. Por quê?

Qual a área da medicina que se fala em ‘transtorno’? Nenhuma. Só na psiquiatria.

Por quê? É doença e tem que ser entendido como doença. É tratado por quem? Por nós médicos. E médico trata o quê? Doença.

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Não seria uma forma de evitar o estigma?

Não faz nenhum sentido. Quando se quer mudar o nome, é porque não se aceita.

E tem um detalhe: o Estado é obrigado a cuidar do que é doença, está na Constituição. Transtornos, não.

Eu sou médico, fui treinado para atender indivíduos que padecem de doenças mentais.

Toda essa questão me parece preconceituosa. Quando se joga para debaixo do tapete ou se quer descaracterizar que é doença, é porque não há vontade de ofertar tratamento.

O que falta para que o atendimento em saúde mental do SUS seja semelhante ao do contexto privado em termos de qualidade?

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Políticas públicas baseadas em evidências, para deixar que o profissional faça no sistema público o mesmo que ele oferta no sistema privado, só isso.

Quem tem condições de pagar está sendo atendido e está tendo psiquiatria de primeiro mundo.

Temos 3 mil CAPS no Brasil, mas temos quase 6 mil municípios. E, na maioria das cidades, há médicos, mas não psiquiatras. E assim vai se negando a dar assistência.

Não temos a política pública adequada, há um desrespeito com a pessoa que precisa de atendimento.

+ Leia também: É urgente trabalhar a saúde mental nas escolas

A comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor cresce a cada ano no Brasil, de acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia. Há um aumento da prescrição de medicamentos por psiquiatras?

Há um desconhecimento associado a um preconceito muito grande.

Nós temos no Brasil cerca de 70 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental. Você acha que elas têm acesso ao tratamento? Não tem.

A última pesquisa Vigitel diz que 11,3% de pessoas têm depressão, não vendemos antidepressivos para todo esse grupo de pessoas, elas estão sem tratamento. Há 9,3% de pessoas com transtorno de ansiedade, não temos esse consumo de medicamentos, até mesmo por que o próprio SUS não oferta, as Farmácias Populares não tem.

Nós fazemos uso racional de medicamentos. E treinamos os profissionais para façam o mesmo, porque isso é importantíssimo para o nosso futuro.

Ensinamos o paciente a não deixar de tomar o remédio porque ele precisa e a não tomar em excesso porque pode ser prejudicial.

Hoje, trabalhamos muito mais com mudanças na forma de viver aliadas a psicoterapias e psicoeducação, com orientações para que as pessoas possam entender o que está prejudicando o funcionamento mental e o que fazer para melhorar.

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“5 das 10 causas que mais afastam do trabalho são doenças mentais” Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

Top adequado melhora o desempenho físico feminino

Para se exercitar em paz e alcançar os resultados desejados, um bom par de tênis e roupas leves costumam ser essenciais. Mas isso nem sempre basta para as mulheres.

O top pode fazer diferença, sobretudo para aquelas que convivem com incômodos nos seios ao se movimentar.

+ Leia também: Seu top esportivo é adequado para você?

Não por acaso, cientistas da Universidade de Memphis, nos Estados Unidos, resolveram investigar o efeito de um bom sutiã esportivo na corrida feminina.

E comprovaram que o uso da peça certa fornece não só conforto e suporte na medida como aprimora em 7% a performance das atletas.

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“Um bom top é um equipamento capaz de melhorar o desempenho e diminuir o risco de lesões”, afirmou o autor do experimento, Douglas Powell.

  • 72% das mulheres sentem dor nos seios durante as corridas

A biomecânica da corrida

O corpo feminino requer cuidados extras 

Seios

Quanto menos suporte, mais eles balançam, e isso atrapalha a corrida pois causa insegurança na hora de se mover de forma correta e inclusive eleva o risco de lesões e dores nas costas.

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+ Leia também: Exercícios e ioga melhoraram função respiratória em pessoas com asma

Joelhos

Quanto maior o esteio para as mamas, menor a repercussão sobre o corpo, minimizando o impacto negativo nos joelhos decorrente de posturas e gestos incorretos.

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Top adequado melhora o desempenho físico feminino Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

Complexo e original, “Alan Wake II” é um exemplo para o futuro dos games

Roteiro sofisticado, sequências em live action e gráficos de próxima geração impulsionam terror psicológico finlandês – que aponta um novo caminho para a indústria 

O primeiro Alan Wake, de 2010, chamou a atenção pelo enredo maduro: Alan, o protagonista, era assombrado por fenômenos paranormais que na verdade resultavam, em boa parte, do seu alcoolismo. Bebia para escrever, a história acontecia conforme ele a redigia – e, ao mesmo tempo, ia se lembrando de coisas que havia tentado esquecer. 

O game foi exclusivo do Xbox 360, e por isso não explodiu como poderia: virou cult, não blockbuster. Um êxito técnico e artístico – mas, em vendas, uma decepção para o estúdio finlandês Remedy (que vinha de Max Payne I e II, dois grandes hits). E a Microsoft, a quem os finlandeses estavam contratualmente amarrados, não quis mais saber de Alan Wake. 

O tempo passou, o estúdio fez mais um jogo (o ótimo Quantum Break, que também foi prejudicado por ser exclusivo do Xbox, numa geração em que ele tinha um público bem menor que o PlayStation), e o contrato acabou. 

Livres, em 2019 os finlandeses lançaram Control: graficamente avançado, visualmente  original, e com uma narrativa densa, que combina deep state, ciência e paranormalidade. Ganhou vários prêmios internacionais de “jogo do ano”, e colocou a Remedy entre os grandes estúdios. Deu a ela o dinheiro e a confiança necessárias para voltar ao começo – e produzir Alan Wake II, que está sendo lançado hoje para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC. 

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Cena do jogo Alan Wake 2.
<span class="hidden">–</span>Remedy Entertainment/Reprodução

É um jogo de ação em terceira pessoa, no qual você comanda dois personagens: Saga, uma agente do FBI, e Alan, que reaparece em circunstâncias estranhas. O objetivo é descobrir o que aconteceu com ele nos últimos 13 anos, investigar uma série de crimes estranhos e (sem spoilers) entender a relação entre as duas coisas. 

O enredo, como antes, se desenrola pelas páginas de Alan. Mas a metanarrativa é só o ponto de partida para o enredo, que explora universos paralelos, viagens no tempo e relações de causalidade de forma brilhante. Alan Wake II está para os games como Inception (A Origem), de Christopher Nolan, está para o cinema. É rico, complexo, um pouco difícil até. 

Cena live action do jogo Alan Wake 2.
<span class="hidden">–</span>Remedy Entertainment/Reprodução

Parte da história é contada em live action, com atores e sequências filmadas (como a Remedy havia feito em Quantum Break). Isso aumenta muito a sensação de imersão, poderia ser adotado em mais games. As cenas têm bom nível de produção, não destoariam em Hollywood. E ótimas atuações: o finlandês Ilkka Villi retrata perfeitamente a neurose de Alan. 

Os gráficos do jogo estão um passo à frente da indústria: são inquestionavelmente next-gen. Sabe aquelas demonstrações incríveis da Unreal Engine 5, que sempre encantam mas nunca chegam aos jogos? Em alguns momentos, Alan Wake II (que foi desenvolvido com a engine finlandesa Northlight) se aproxima disso. Veja um exemplo:

Essa riqueza visual tem um preço: o jogo é muito pesado, mesmo. Nós testamos no PC, com uma placa de vídeo RTX 3080Ti. Ela é bem forte, executa 34 teraflops (34 trilhões de operações por segundo, o triplo do PlayStation 5). 

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Mas, ao contrário do que aconteceu em Starfield e em Cyberpunk 2077: Phantom Liberty, não tirou de letra: pela primeira vez, não deu para jogar em 4K, a 60 fps, com todos os recursos gráficos no máximo. 

Foi preciso ceder: jogamos a 4K (via DLSS Desempenho, com renderização interna 1920×1080) e com o nível de detalhes no Alto – mas o Ray Tracing no Baixo. E a 30 fps. Para conseguir 60, seria preciso sacrificar efeitos gráficos, o que não vale a pena (Alan Wake II tem ritmo cadenciado, bem de 30 fps). 

Cena do jogo Alan Wake 2.
<span class="hidden">–</span>Remedy Entertainment/Reprodução

A placa de vídeo mínima para jogar é uma RTX 2060 ou Radeon RX 6600 – mas a recomendada já é uma RTX 3070 ou Radeon 6700XT (e isso para 1080p, com renderização interna abaixo disso e upscaling via DLSS ou FSR). Em suma: Alan Wake II faz os PCs sofrerem. É o Crysis do nosso tempo.

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Mas se ele é pesado até para o PC, como ficam os consoles? Surpreendentemente bem. Não tivemos acesso pré-lançamento às versões para console, mas o primeiro teste do canal Digital Foundry mostra que, no PS5, a Remedy soube equilibrar bem as coisas, com ótimo resultado. O jogo fica menos bonito do que no PC, sim – mas continua muito bonito.  

Entre uma e outra sequência de ação, você vai coletando provas, que aí precisa montar num quadro de investigação – aqueles com barbante, como dos filmes. Nem sempre está claro qual peça se encaixa em qual lugar, o que resulta em puzzles interessantes.  

Cena do quadro de investigação do jogo Alan Wake 2.
<span class="hidden">–</span>Remedy Entertainment/Reprodução

Alan Wake II é difícil. Em certos momentos, passa da conta nisso (mesmo no nível de dificuldade “História”, o mais baixo, que deveria ser bobinho). Também é um pouco hermético em certas fases – às vezes você fica perdido, sem saber o que deve fazer. 

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E poderia, sim, ter mais combate e ser mais ágil, especialmente no começo. A parte de exploração é legal, mas requer um grau de atenção sustentada que, hoje em dia, nem todo mundo consegue ter

Em suma: Alan Wake II demanda um certo esforço. Mas o recompensa com uma experiência original e marcante, que fica na cabeça por bastante tempo e aponta um novo caminho, mais sofisticado e complexo, para os games. Vale a pena – inclusive porque está sendo lançado a um preço bem abaixo da média dos títulos “AAA”.  

Alan Wake II está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S. Custa R$ 225 no PC e R$ 270 nos consoles.

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Desafiando estereótipos: pela inclusão de pessoas com nanismo

A acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo. Trata-se de uma doença genética rara, que se caracteriza baixa estatura e desproporção entre os membros inferiores e superiores em relação ao tronco e a cabeça.

Ela acarreta uma série de manifestações clínicas que precisam de atenção, tais como a hiperlordose (curvatura excessiva da região lombar), otites frequentes, compressão da medula espinhal, atraso dos marcos de desenvolvimento infantil e apneia do sono, exigindo acompanhamento médico multidisciplinar até a vida adulta.

Estudos realizados no Brasil indicam que, para além das comorbidades físicas, pessoas com acondroplasia ainda vivenciam o estigma em relação à sua condição.

Elas relatam dificuldades na busca por espaço na sociedade e enfrentam olhares preconceituosos e de pena. Esse cenário incentiva o isolamento e impacta diretamente na qualidade de vida desses indivíduos.

Não por coincidência, 26,6% das pessoas com acondroplasia reportaram ansiedade e depressão (em nível moderado ou grave) em outra pesquisa realizada em alguns países da América Latina, incluindo o Brasil.

Alguns fatores contribuem diretamente para a manutenção e até mesmo para o crescimento de estigmas, como pouca difusão de informação sobre a doença, falta de acessibilidade e de políticas públicas que garantam, protejam e ampliem os direitos das pessoas com nanismo.

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Que, aliás, já estabelecidos pela Lei, principalmente no que tange à inclusão social. Mesmo assim, a realidade é de exclusão e ainda é observada a falta de engajamento de todas as partes envolvidas no processo.

Tomemos como exemplo a prática de atividade física. Para além dos óbvios ganhos à saúde do hábito, ele é também uma ferramenta que comprovadamente melhora a integração social, até mesmo a autoestima e confiança dos acondroplásicos.

No entanto, quando saem para realizar uma caminhada, eles ainda esbarram em uma sociedade despreparada para acolhê-los e no olhar do outro carregado de curiosidade, preconceito e desconhecimento.

+ Leia tambémOs avanços e desafios para quem tem nanismo

Os espaços não são suficientemente preparados para receber pessoas com qualquer tipo de deficiência. Urge a necessidade de criar e adaptar ambientes para que sejam mais inclusivos e, principalmente, acessíveis.

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Isso posibilita a participação ativa de pessoas com acondroplasia em diversas esferas da vida social, como educação, trabalho, lazer e relacionamentos afetivos.

A sociedade inteira tem a ganhar. A promoção da inclusão fortalece a diversidade e o respeito pelos direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua estatura ou condição física.

Eis um ciclo a ser quebrado, um olhar que precisa mudar. Dar visibilidade às pessoas com nanismo e impulsionar movimento inclusivos é responsabilidade individual e coletiva. E chave fundamental para que elas vivam com mais qualidade.

* Juan Llerena Júnior, médico geneticista clínico e coordenador do Centro de Genética Médica do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz)

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