sábado, 31 de dezembro de 2022

Receita de bem-estar para 2023

“Vou começar a atividade física, me alimentar melhor, ficar mais tempo com a família, fazer aquela viagem, mudar de emprego…” Para a maioria das pessoas, a virada de ano costuma vir acompanhada de uma lista que começa com “vou”. Tudo bem fazer planos em busca de mais bem-estar e qualidade de vida. Mas achar que tudo vai virar realidade junto com a mudança de calendário é uma ilusão que pode gerar frustração de expectativas e aumentar a ansiedade.

Por isso, em vez de planos mirabolantes para o “momento Ano Novo”, o melhor é manter, ao longo dos 365 dias do ano, a consciência sobre as possibilidades de uma vida mais equilibrada e saudável, com mudanças mais alinhadas com a realidade.

Fatos cotidianos que afetam nossas emoções negativamente fazem parte do mundo real – como um congestionamento no trânsito, um ambiente de trabalho com demandas excessivas ou o relacionamento com pessoas que nos desagradam por incompatibilidade de valores, preferências e modo de pensar e agir.

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Ter a percepção dessas emoções e situações que impactam nossa saúde mental (e física também) é o primeiro passo para lidar com elas antes que se tornem destrutivas.

Foi isso que eu fiz no final do primeiro ano da pandemia. Foram meses de imensos desafios no dia a dia do Einstein, jornadas de trabalho intensas, decisões urgentes sendo tomadas a todo o momento, a preocupação com minha família.

Eu estava esgotado e parti para uma mudança radical na minha rotina: parei de agendar grandes cirurgias nas sextas-feiras e passei o consultório nesse dia para a parte da manhã. Além disso, voltei a estudar violão, transferi meu treino esportivo dos sábados para as terças à noite e deixei de aceitar a maioria dos convites para participação em eventos nos fins de semana. Nesses dias, vou para o interior com minha família para aproveitar a natureza e o dolce far niente.

A sociedade moderna nos cobra uma enorme carga de entregas. A essas, nós adicionamos nossas próprias cobranças. Assim, tornamo-nos algozes de nós mesmos.

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Qual a saída?

Segundo a neurocientista Elisa Kozasa, pesquisadora do Instituto do Cérebro do Einstein, que acaba de lançar junto a Isabel Weiss de Souza o livro Saúde Mental – Desafios Contemporâneos (clique aqui para comprar), um dos segredos é parar para refletir sobre o que impacta em nosso equilíbrio e o que podemos fazer a respeito.

Não são poucas as pessoas que se queixam de chegar ao final do dia sentindo-se extremamente cansadas por razões aparentemente inexplicáveis. Só que, como diz o ditado, as aparências enganam. Basta se questionar um pouco e os motivos vão aparecendo, assim como as possibilidades de mudanças.

Será que a reunião de uma hora não pode ser feita em 45 minutos, sobrando 15 minutos para relaxar? Será que não dá para negociar um prazo mais razoável para o projeto que acabam de pedir “para ontem”? Será que muitas daquelas mensagens que respondemos imediatamente (inclusive de madrugada) não poderiam ficar para o dia seguinte?

+ Leia também: Mindfulness pode ser tão eficiente quanto remédio no combate à ansiedade

De acordo com a Elisa, precisamos aprender a fazer pequenas pausas ao longo do dia para descansar, refletir sobre os nossos “será que” e recuperar nosso equilíbrio. Isso, além de incluir os horários de descanso na nossa organização semanal.

Aliás, ela diz que deveríamos começar o Ano Novo já colocando na agenda os horários de descanso inegociáveis, como folga semanal, pausas durante a rotina do dia a dia, tempo para dormir, um intervalo para praticar meditação e um momento para a atividade física – ou qualquer outra atividade que tenha um peso importante na balança do nosso equilíbrio.

Um estudo conduzido pela Elisa com dois grupos de pessoas mostrou que o estado emocional melhorava imediatamente entre as que recebiam notícias positivas e piorava no mesmo ritmo para aquelas expostas a notícias negativas. Pouco mais de três minutos de atividade de relaxamento revertia a piora no estado emocional dessas últimas – e melhorava ainda mais o humor do grupo das boas notícias.

A “receita” das pequenas pausas para relaxar e manejar as atribulações do dia a dia pode produzir o mesmo efeito.

Não existe magia para uma vida mais equilibrada, mas um cultivo e consciência constantes sobre nossos hábitos, rotinas, atitudes e escolhas. O que pode me conduzir para uma vida com mais sabedoria e que atitudes minhas podem gerar mais felicidade na vida das pessoas? Um 2023 com mais sabedoria, compaixão, felicidade e vida saudável!

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Plataformas de gelo podem derreter umas às outras, indica estudo

Pesquisadores investigaram a Plataforma de Gelo Thwaites, uma das maiores na Antártida Ocidental, e descobriram um agente que pode contribuir para o seu derretimento: sua vizinha.

A plataforma está no lado leste da Geleira Thwaites, que vem derretendo rapidamente nos últimos 20 anos e é a maior contribuinte para o aumento global do nível do mar entre as geleiras da Antártida.

Pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, usaram um conjunto de dados coletados por sensores instalados sob a plataforma de gelo. Eles observaram que a temperatura do oceano, logo abaixo dela, aumentou consideravelmente durante o período de janeiro de 2020 a março de 2021.

A maior parte desse aquecimento foi impulsionada por águas que vieram da plataforma de gelo de Pine Island, mais ao leste. Elas fluiram para a plataforma Thwaites, trazendo calor que derretia a sua base.

Os pesquisadores também identificaram a influência de um pequeno giro oceânico – sistema de correntes marítimas que age em círculo – próximo à plataforma. A força dessas correntes afetava a quantidade de água “derretida” glacial que chegava abaixo dela – quando esse giro estava mais fraco, mais água quente fluia.

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Em janeiro de 2020, pesquisadores dos EUA instalaram sensores de monitoramento de temperatura, salinidade e corrente oceânica sob a plataforma de gelo Thwaites. Eles captaram, por exemplo, informações sobre a variação da temperatura e da quantidade de água derretida.

A partir desses dados, os pesquisadores do estudo observaram que não havia um derretimento forte onde os sensores foram instalados – a plataforma não estava se aquecendo uniformemente. Isso levantou suspeitas de que não era a plataforma que estava ficando mais quente. O calor excessivo deveria estar, na verdade, vindo de outro lugar.

Combinando as informações com simulações de computador, eles descobriram que a água que saía da plataforma de gelo de Pine Island era capaz de acessar as áreas abaixo da plataforma de Thwaites.

Eles também levantaram a hipótese de que o giro era ainda mais fraco, de modo que o excesso de água derretida não poderia ser movido para longe pelas correntes e, em vez disso, alcançava a plataforma Thwaites.

Esse processo é importante para regiões com alto índice de derretimento de plataformas de gelo, uma vez que o giro oceânico aumenta a troca de calor entre elas. O que acontece com uma plataforma pode afetar a adjacente e assim por diante. 

“Os giros potencialmente existentes em outras regiões ao redor da Antártida também podem fazer com que um maior número de plataformas de gelo sejam propensas a intenso derretimento da base,” afirmou Tiago Dotto, principal autor do estudo. “Quando associado a condições quentes prolongadas, pode contribuir ainda mais para o aumento global do nível do mar”.

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Herpes-zóster aumenta risco de doenças cardiovasculares, diz estudo

Pessoas que tiveram algum episódio de herpes-zóster – o popular cobreiro – têm um risco cerca de 30% maior de desenvolver doenças cardiovasculares a longo prazo, como acidente vascular cerebral ou infarto. O resultado é de um estudo americano inédito, publicado no Journal of the American Heart Association, que avaliou dados de mais de 200 mil pacientes durante 16 anos.

O herpe-zóster é causado pelo vírus varicela-zoster, o mesmo da catapora. Numa primeira infecção, ele leva à doença típica da infância. Depois, pode ficar adormecido no organismo e ser reativado anos mais tarde, provocando o “cobreiro”. Essa doença pode ter várias complicações, inclusive danos vasculares, segundo os autores da pesquisa.

“Trata-se de um estudo observacional, ou seja, não estabelece uma relação de causa e efeito entre o vírus e o evento cardiovascular”, ressalva o cardiologista Humberto Graner, do Hospital Israelita Albert Einstein, em Goiânia. Por isso, os dados não permitem dizer que o herpes zoster é um fator de risco cardíaco.

“No entanto, o artigo sugere que a infecção poderia sinalizar pacientes com maior chance de problemas cardiovasculares”, continua o especialista. “É uma informação que pode ser importante para auxiliar na prática clínica, indicando que esses pacientes, eventualmente, podem precisar de um acompanhamento mais próximo ou uma avaliação mais pormenorizada”.

+ Leia também: Herpes-zóster: prevenir (com vacina) é melhor do que remediar

Catapora x herpes-zóster

Após causar catapora, o vírus varicela-zoster se aloja em gânglios do sistema nervoso onde pode ficar latente por anos. Quando é reativado, deixa erupções na pele como pequenas bolhas muito dolorosas, normalmente no tronco e no abdômen, muitas vezes de um lado só do corpo, acompanhando o trajeto do nervo.

Estima-se que cerca de 30% das pessoas terão algum episódio da doença durante a vida. Na população que vive até os 85 anos, essa taxa sobe para 50%. A reativação do vírus está relacionada à queda de imunidade, o que também explica a maior incidência entre os mais velhos.

Tanto a varicela quanto o herpes-zóster podem ser prevenidos com a vacinação. A vacina contra a varicela está disponível na rede pública para crianças com 15 meses. Já o imunizante específico contra herpes zoster é indicado para adultos acima dos 50 anos, mas só está disponível na rede privada.

Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein

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Meta para 2023: dormir bem pelo seu coração

Engana-se quem pensa que o sono consiste apenas em um estado passivo na vida de um ser humano. Ele influencia e é influenciado por uma série de fatores fisiológicos e comportamentais. Nem o cérebro nem o coração param durante o sono, mas o repouso noturno é essencial para preservar esses órgãos vitais.

Quero chamar a atenção de vocês especialmente para a relação entre o sono e a saúde cardiovascular. Distúrbios do sono, sobretudo a apneia obstrutiva, comprometem o organismo e elevam com o tempo o risco de problemas no coração e nas artérias. A apneia está ligada a características anatômicas e ao estilo de vida, sendo mais frequente em alguns biotipos e com o ganho de peso.

Quem sofre desse problema, mais famoso pelos roncos, fica com um sono extremamente fragmentado e desperta muitas vezes com uma sensação de sufocamento. Ao longo dessa jornada, com pequenas pausas na respiração, ocorre uma redução na oxigenação do cérebro e de outros órgãos nobres.

Esses sobressaltos, juntamente com o estado de hipóxia, deixam o organismo sob estresse. Há uma liberação significativa de hormônios como a adrenalina na circulação, impactando a pressão arterial e o ritmo dos batimentos cardíacos. Também existem reflexos na capacidade de queima da gordura corporal e na ação da insulina pelo corpo.

A sobrecarga do coração não se restringe somente ao fato de o músculo cardíaco ter de trabalhar com maior intensidade. Estudos demonstram que ele também é alvo de substâncias inflamatórias liberadas em razão do estresse na parede do coração e dos vasos sanguíneos.

Não é à toa que existem evidências ligando a apneia do sono ao aumento nas taxas de infarto, arritmia e derrame cerebral. Isso faz com que os distúrbios do sono sejam considerados fatores críticos na equação do risco cardiovascular.

No entanto, não é tão simples diagnosticar esse tipo de problema. Primeiro porque normalmente a pessoa passa anos sem sintomas, sem se dar conta dos roncos e das pausas na respiração, e julgando que aquilo é normal e faz parte de sua constituição física. Tem mais: muita gente não relaciona sintomas como cansaço diurno com um sono não reparador.

É por isso que esses aspectos precisam ser avaliados nas consultas médicas.

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Redução de risco

Pesquisas acusam um elo entre níveis moderados de apneia do sono e insônia, por exemplo, e o maior risco de entupimento nas artérias e insuficiência cardíaca. Dormir mal, portanto, pesa em termos de morbidade e mortalidade cardiovascular. Ainda não está claro, porém, se nesse grupo de pessoas o tratamento dos distúrbios de sono é capaz de prevenir eventos cardiovasculares.

Um ponto a destacar é a correlação estreita entre a apneia do sono e a obesidade. A redução do peso por meio de mudanças no estilo de vida pode ajudar a controlar a condição e suas repercussões, como o aumento da pressão arterial.

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De acordo com o estudo HeartBEAT, o uso de CPAP, um aparelho que melhora a oxigenação durante o sono através de uma pressão positiva nas vias aéreas, pode reduzir a pressão e diminuir a ocorrência de AVCs. O desafio, apontam os autores da pesquisa, é a adesão ao dispositivo, que teria de ser utilizado regularmente ao menos 4 horas por noite. De qualquer forma, esse e outros trabalhos apontam melhora na qualidade de vida das pessoas em tratamento da apneia.

O impacto do sono na saúde cardiovascular foi ainda mais valorizado recentemente, quando, em cima dos resultados de pesquisas, cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos, passaram a incluir um bom sono noturno na lista de itens decisivos para o bem-estar das artérias. Eis a lista completa:

1. Parar de fumar
2. Comer melhor
3. Manter-se ativo
4. Perder ou manter o peso
5. Controlar a pressão arterial
6. Baixar o colesterol
7. Reduzir os níveis de açúcar no sangue
8. Ter um sono saudável

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Todos os fatores elencados acima contribuem de alguma forma na prevenção de um processo patológico potencialmente grave e letal, a aterosclerose. Trata-se do depósito de gordura dentro das artérias, algo que começa na infância e avança ao longo da vida com a adoção de maus hábitos.

O trabalho de Colúmbia nos faz justamente rever o estilo de vida e repensar cuidados com a saúde. E isso inclui buscar um sono reparador. O interessante é que o descanso noturno não está isolado num mar de outros fatores preventivos. Exemplifico: pessoas que praticam exercícios físicos regularmente tendem a dormir melhor; e quem dorme melhor tende a ter mais disposição para se exercitar.

Um sono saudável está, portanto, bastante conectado com os outros sete itens para a qualidade de vida listados pelos pesquisadores americanos. E ganha relevância se pensarmos na associação direta entre um sono insuficiente e o surgimento e agravamento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, insuficiência cardíaca, depressão e Alzheimer.

Quanto dormir? Um ciclo saudável costuma ter entre 7 a 9 horas de descanso no período da noite. E descanso ininterrupto, sem as pausas provocadas por apneia ou insônia.

Quando esse padrão se ajusta e se alia a outros hábitos equilibrados, ganhamos energia e uma proteção extra contra doenças. Uma ótima meta para 2023!

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* Edmo Atique Gabriel é cardiologista e cirurgião cardiovascular e professor e coordenador do curso de medicina da Unilago (União das Faculdades dos Grandes Lagos), em São José do Rio Preto (SP)

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Arqueólogos encontram as pontas de projéteis mais antigas das Américas

Um estudo publicado na revista Science Advances apresentou a descoberta de 14 pontas de projéteis no estado americano de Idaho. Segundo os arqueólogos da Oregon State University, esses exemplares são milhares de anos mais antigos do que qualquer outro encontrado anteriormente nas Américas.

Completas ou fragmentadas, elas são afiadas como lâminas e variam de 12 a 50 milímetros de comprimento. A datação de carbono apontou a origem em aproximadamente 16 mil anos atrás.

Lascas simples e pedaços de ossos já haviam sido encontrados na região; embora já confirmassem a presença humana há cerca de 16.000 anos, o novo achado revela informações adicionais sobre a maneira como os primeiros habitantes do continente desenvolveram sua tecnologia.

“Do ponto de vista científico, essas descobertas acrescentam detalhes muito importantes sobre como é o registro arqueológico dos primeiros povos das Américas”, conta Loren Davis, professor de antropologia da Universidade e chefe da equipe que encontrou as pontas. “Uma coisa é dizer: ‘Achamos que as pessoas estiveram aqui nas Américas há 16.000 anos’; outra coisa é medir isso encontrando artefatos bem feitos que eles deixaram para trás.”

As pontas provavelmente estavam presas a dardos, em vez de flechas ou lanças e, apesar do tamanho pequeno, eram armas mortais.

“Existe uma suposição de que tinham que ser grandes para matar animais grandes,” afirma Davis. “No entanto, pontas de projéteis menores montadas em dardos penetram profundamente e causam danos internos tremendos. Você pode caçar qualquer animal que conhecemos com armas como essas.”

As pontas são impressionantes não apenas pela sua idade, mas também pela sua semelhança com itens do mesmo tipo encontrados em Hokkaido, no Japão, datados de 16.000 a 20.000 anos atrás. Segundo os pesquisadores, a descoberta americana acrescenta mais força à hipótese de que os povos do nordeste da Ásia e da América do Norte tiveram alguma forma de contato.

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Vai uma pimenta?

No tabuleiro da baiana tem, na tigela mexicana também e, do outro lado do oceano, sua presença é marcante nas cozinhas asiáticas.

O segredo da popularidade tem a ver com o que foi dito pelo antropólogo e historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) “…a pimentinha, companheira sem rival, transformando o peixe cozido em obra-prima, ressaltando os valores sápidos de todas as iguarias…”

Essa mágica acontece porque malagueta & cia. oferecem uma mistura ímpar de compostos. Vale destaque, entretanto, para a capsaicina, a responsável pela pungência.

Na natureza, a substância ajuda a afastar predadores, caso de alguns mamíferos. As aves, por sua vez, são imunes. Elas são atraídas pelo colorido das espécies silvestres e engolem os frutos inteiros, contribuindo para a dispersão das sementes e a preservação do vegetal.

Assim como a passarinhada, o bicho homem se apaixonou por tamanha beleza e carregou a especiaria americana para todos os cantos do planeta.

+ Leia também: Bem-vindo, ovo

Além das cores, do perfume e do sabor, obviamente a capsaicina é uma das responsáveis pelo encantamento. Provoca efeitos irritantes e prazerosos quase ao mesmo tempo. Quando entra em contato com as membranas da boca, do nariz e da garganta, desencadeia um sinal de dor. Então, de célula em célula, a mensagem chega ao cérebro que reage, produzindo endorfinas relacionadas ao alívio e bem-estar.

Portanto, se a capsaicina é o maior tesouro da pimenta, vale parafrasear o filme estrelado por Marilyn Monroe e Tony Curtis: quanto mais quente melhor.

Nutritivas e protetoras

Não bastasse a opulência, as variedades oferecem outras riquezas e são vitaminadas. Aliás, as vermelhinhas são a base dos trabalhos sobre vitamina C desenvolvidos pelo bioquímico húngaro Albert Szent-György (1893-1986), que isolou o nutriente e, por tal feito, ganhou o prêmio Nobel.

Compostos bioativos, como carotenoides e polifenois, atuam em sinergia e, entre outras funções, blindam o endotélio, isto é, o tapete celular que recobre as artérias, resguardando-as de machucados e do acúmulo de gorduras.

+ Leia também: Noz, um punhado de saúde

Há indícios de que contribuam para o equilíbrio dos níveis de colesterol no sangue, na vasodilatação e no controle da pressão arterial.

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O mix de fitoquímicos também é conhecido por conservar os alimentos, atributo que, séculos atrás, era de extrema necessidade, afinal os antigos não contavam com a geladeira.

Família picante

De tão valiosas, essas especiarias impulsionaram europeus a desbravar continentes. Relatos apontam como centro de origem das pimentas a região que inclui a bacia do lago Titicaca, entre Peru e Bolívia.

Só do gênero chamado Capsicum são cerca de 30 espécies com diferentes formatos, tamanhos, cores e graus de picância. Dedo-de-moça, malagueta, tabasco e caiena fazem parte desse grupo.

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Já a pimenta-do-reino faz parte de outra família e vem de um frutinho nativo do litoral sul da Índia. A versão preta, mais ardida, é o vegetal inteiro seco e maduro, já a branca resulta de um processo em que a casca escura é removida.

Há ainda a verde, oriunda da mesma espécie. Como guarda os óleos essenciais responsáveis pelo aroma no interior do grão, a sugestão é moer quando for adicionar à receita.

A nossa pimenta-rosa ou aroeira, apesar de se parecer com a do reino não tem parentesco. É nativa de uma árvore da América do Sul, a aroeira-vermelha, que, inclusive, cresce naturalmente em diversos locais do Brasil. É rica em antioxidantes.

Leia também: Maracujá: de calmante natural a astro na cozinha e no jardim

Cozinha apimentada

Para ter essas delícias sempre por perto, os vidros coloridos de conservas são sempre boa pedida. Já frescas, realçam entradas, pratos salgados e incrementam uma porção de sobremesas.

Inclusive a trilha para essa coluna, leva o nome de Doce de pimenta e é uma composição de Rita Lee para homenagear a saudosa cantora Elis Regina, a pimentinha.

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Radar da saúde: as falhas na hora de receitar remédios e exames

Negligenciar as metas de redução do colesterol preconizadas para pessoas com alto risco cardíaco; parar o tratamento da obesidade antes da hora; deixar de pedir exames que apuram a presença de gordura no fígado; e não receitar medicamentos que comprovadamente reduzem o risco de infartos e AVCs.

Eis alguns lapsos identificados no dia a dia de consultório entre mais de 650 profissionais brasileiros ouvidos pela pesquisa Receita de Médico, conduzida pela Clannad Editora Científica e coordenada pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri.

O estudo escancara um buraco entre recomendações estabelecidas em cima de estudos e a prática clínica, o que pode prejudicar a prevenção e o controle de doenças crônicas.

“Há uma oportunidade enorme de aprimorar a educação médica e aumentar o engajamento dos profissionais e dos seus pacientes nos cuidados com a saúde”, avalia Couri.

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<span class="hidden">–</span>Ilustração: Dyana Lima/SAÚDE é Vital

Passado: 100 anos do comprimido mais usado contra o diabetes

É a metformina, uma medicação que foi sintetizada pela primeira vez em laboratório em 1922 pelas mãos de dois cientistas irlandeses. O princípio ativo original foi descoberto numa planta, o lilás-francês, e inspirou a criação do fármaco prescrito para controlar os níveis de glicose no sangue. Ainda hoje a metformina é o remédio mais usado no tratamento do diabetes tipo 2.

<span class="hidden">–</span>Ilustração: Dyana Lima/SAÚDE é Vital

Futuro: terapia induz crescimento do tumor para desestabilizá-lo

A proposta de um novo método investigado no Instituto Butantan (SP) é aliar uma substância que estimula as células cancerosas a se proliferar com um quimioterápico para, então, destruí-las. Em experimentos com células e animais, a estratégia fez regredir em mais de dez vezes tumores de mama agressivos, potencializando a ação da químio.

<span class="hidden">–</span>Ilustração: Dyana Lima/SAÚDE é Vital
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Um lugar: cólera ressurge com força no Haiti

Não bastasse ter de enfrentar a Covid-19 e a varíola dos macacos, o país caribenho encara também um surto de cólera. São dezenas de casos confirmados e centenas de outros suspeitos da doença causada por bactérias e disseminada por água ou alimentos contaminados. O cólera pode provocar diarreias e desidratação severa, um quadro potencialmente fatal.

<span class="hidden">–</span>Ilustração: Dyana Lima/SAÚDE é Vital

Um dado: dengue supera 1 milhão de casos no Brasil

O vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti não cede terreno. Pelo contrário, continua sendo motivo de preocupação em boa parte do país. Um boletim da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alerta que houve mais de 1,3 milhão de casos de dengue registrados este ano (e quase mil mortes). E a temporada de calor e pancadas de chuva pode catapultar esses números se medidas não forem tomadas.

<span class="hidden">–</span>Ilustração: Dyana Lima/SAÚDE é Vital

Uma frase: Annie Ernaux

“A maior proibição daquela época [década de 1960], a pílula anticoncepcional, que nunca tínhamos imaginado ser viável, foi autorizada por uma lei. Ninguém ousava pedir ao médico, nem ele sugeria, principalmente se você não fosse casada. Seria indecente. Sabíamos que a vida, com a pílula, seria desconcertante, o corpo viveria com tanta liberdade que dava medo de imaginar. Tanta liberdade quanto a de um homem.”

Annie Ernaux, escritora francesa e Prêmio Nobel de Literatura de 2022, no livro Os Anos (Fósforo)

<span class="hidden">–</span>Capa: Fósforo Editora/Divulgação

Os Anos
Autora: Annie Ernaux
Tradução: Marília Garcia
Editora: Fósforo
Páginas: 249

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2022: as contribuições da Dasa para entregar mais saúde aos brasileiros

Como entregar uma saúde mais preditiva, preventiva e personalizada para os brasileiros diante de um cenário tão desafiador para o setor? Em 2022, a Dasa, maior rede de saúde integrada do país, reforçou o seu compromisso de colocar as pessoas – profissionais de saúde e pacientes – no centro do cuidado, promovendo transformações na jornada do paciente guiadas pela inovação, ciência, tecnologia e humanização.

Além de reunir a maior rede de medicina diagnóstica da América Latina, a Dasa conta também com a segunda maior rede de hospitais privados independentes do Brasil e trabalha com o que há de mais inovador no mercado, sempre visando contribuir para a sustentabilidade do setor e oferecer um atendimento integrado e de excelência para os mais de 23 milhões de pacientes que usam os seus serviços, além de um corpo clínico composto por cerca de 250 000 médicos.

Lançamentos inovadores

Rafael Lucchesi, diretor-geral de diagnósticos e ambulatorial da Dasa, ressalta algumas novidades que a companhia trouxe ao país na área de inovações clínicas, como um exame de sangue para avaliar o risco de desenvolvimento de doença de Alzheimer, inédito no Brasil. “O produto foi lançado nos Estados Unidos e o trouxemos pensando em proporcionar mais conforto para os pacientes e ainda auxiliar os médicos no processo diagnóstico”, diz.

Trata-se de uma opção menos invasiva – evita a realização da punção lombar para coleta do liquor, procedimento usado para estimar os níveis das placas amiloides, que se acumulam no cérebro de quem tem a doença – e ainda é mais acessível.

Seguindo a mesma linha, a Dasa passou a oferecer um novo método de classificação de tumores cerebrais aplicável a cerca de 70 tipos de tumores do sistema nervoso central. Esse teste avalia o perfil de metilação do DNA tumoral, permitindo uma melhor classificação dos tumores cerebrais primários. O resultado é interpretado por um patologista com o auxílio de algoritmos e propicia mais assertividade para identificar o tipo e o grau da neoplasia, contribuindo para uma melhor conduta clínica. Também é uma novidade no país e está disponível em 15 hospitais da Dasa e na Dasa Genômica, braço de genômica da companhia.

Uso de tecnologia e dados

Falando em algoritmo, a implementação de novas tecnologias e o uso de dados já é uma operação padrão da Dasa, que, hoje, conta com um dos maiores data lakes proprietários do setor: 1,56 bilhão de reais investidos e cerca de 6,8 bilhões de dados, sendo mais de 60% interoperáveis.

De acordo com Romeu Domingues, co-chairman da Dasa, mais inteligência de dados é sinônimo de foco na saúde. “Desenvolvemos nossa abordagem a partir do binômio high tech, high touch – que significa a adoção de tecnologias de ponta para a promoção de uma medicina mais humanizada. A proposta é liberar médicos e pacientes de burocracias do sistema para que possam cuidar do que realmente importa”, afirma.

Segundo ele, os principais benefícios da digitalização envolvem a melhora da qualidade do cuidado, a redução do custo da operação e o aumento do acesso ao cuidado em saúde. “Cada vez mais pessoas estão percebendo que é possível cuidar da saúde de forma híbrida. Na Dasa, a ponte entre o mundo físico e o digital é humanizada para fornecer uma experiência interativa única, phygital, com foco na jornada integrada de cuidados.”

A rede conta com o Núcleo de Operação e Controle (NOC), composto por 14 painéis que acompanham, em tempo real, indicadores que auxiliam as tomadas de decisões para melhorar a experiência do paciente e os processos de gestão de recursos da operação. E com uma plataforma digital, o Nav, que unifica os agendamentos de exames e procedimentos, além de oferecer uma área específica para o acesso de médicos.

“Continuamos progredindo na digitalização dos nossos usuários. Ao longo do ano, mais de 95% dos casos tiveram resolução via telemedicina. Formamos parcerias com startups, que hoje estão presentes em toda a cadeia de cuidados. Só em 2022, por meio do Pulsa, primeiro programa de aceleração de healthtechs, analisamos mais de 300 empresas”, conclui Romeu Domingues.

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Também foi por meio da tecnologia que a companhia atuou ativamente no combate à pandemia. José Eduardo Levi, virologista e coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Dasa, conta que, em 2021, foi lançado o Genov, maior banco privado de sequenciamento do Sars-CoV-2 do Brasil, com a meta de decodificar 30 000 genomas virais.

“Os pesquisadores do Genov puderam destrinchar a dinâmica das variantes do Sars-CoV-2 pelo país, análise que colabora para o entendimento de como o vírus realmente se comporta. A Covid-19 não deixará de circular, portanto seu monitoramento será tão imprescindível quanto o do vírus da gripe e de outros patógenos de risco para a população”, explica.

Propósito ESG

Em 2022, um dos objetivos da Dasa era reforçar as ações sociais, ambientais e de governança, aliadas ao propósito da empresa de ser a saúde que as pessoas desejam e de que o mundo precisa. “Não temos como cuidar da saúde sem olhar o planeta onde as pessoas vivem. Por isso, queremos proporcionar o bem-estar dos indivíduos e contribuir para o bem do meio ambiente e da comunidade”, ressalta Lílian Mendes, gerente e head de ESG da companhia.

Uma das ações de impacto no ano foi o apoio ao movimento, junto à Rede Mondó, que formou parteiras no Norte do Brasil, oferecendo capacitação em obstetrícia, emergências e parada cardiorrespiratória, além de informações sobre diabetes gestacional e gravidez de risco.

A Dasa é também participante da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), que reúne o setor empresarial e organizações dispostas a contribuir com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e trabalhar para alcançar a meta de zerar as emissões de gases causadores de mudanças climáticas até 2030.

A companhia recebeu o Selo Ouro do programa GHG Protocol, concedido às empresas que alcançam excelência em seu inventário de emissões. Na frente da geração distribuída, a Dasa está na fase de construção de 17 usinas solares para atender 385 unidades próprias da operação de diagnósticos.

Além disso, o Hospital Nove de Julho, em São Paulo, conseguiu, em 2020, reduzir em 5% o consumo de água, gerou 11 808 toneladas de resíduos, número 22% inferior a 2019, e passou a adotar os aventais reutilizáveis, garantindo a economia de 1,7 milhão de peças. Desde 2017, ele tem certificação Leed, que comprova que o prédio foi elaborado de forma sustentável – apenas 3% dos hospitais no Brasil possuem esse reconhecimento.

O acesso à saúde para mais brasileiros também tem sido um dos importantes focos da Dasa, que quase duplicou o seu número de leitos e ampliou sua presença em especialidades médicas de alta complexidade, como neurologia e oncologia.

“Montamos um time de executivos e especialistas referência em suas áreas de atuação e o resultado foi um crescimento que privilegia excelência em gestão, eficiência e desfecho clínico. Investimentos realizados nesse braço fazem com que a área impacte positivamente médicos, pacientes, empresas e operadoras de saúde. E nossa meta é não parar de crescer”, conclui Emerson Gasparetto, diretor-geral de negócios hospitalares e oncologia da Dasa.

 

 

 

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

5 grandes momentos da ciência em 2022

As primeiras imagens do James Webb (Julho)

A NASA deu um passo importante em 1990, quando lançou ao espaço o Telescópio Espacial Hubble. Desde então, ele capturou algumas das imagens mais icônicas do espaço. Mas na manhã de natal do ano passado a agência espacial americana dava um salto ao colocar em órbita o sucessor do Hubble: o Telescópio Espacial James Webb.

A primeira imagem do James Webb, divulgada pela NASA.NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação

As primeiras imagens do novo telescópio foram divulgadas pela NASA em 11 de julho desse ano, durante uma live de anúncio com Joe Biden. A ideia do Webb foi concebida em 1996, e seu projeto precisou de mais de duas décadas – e quase US$ 10 bilhões – para sair do papel e chegar ao espaço.

O que faz do telescópio um grande marco desse ano é a diferença técnica entre ele e seu antecessor. O Webb é 100 vezes mais potente que o Hubble, e pode produzir imagens que seu antecessor jamais sonharia.

Uma comparação entre o registro dos Pilares da Criação com o Hubble (esquerda) e com o James Webb (direita).NASA, ESA, CSA, STScI; Joseph DePasquale (STScI), Anton M. Koekemoer (STScI), Alyssa Pagan (STScI)./Divulgação

Para entender melhor como o James Webb registra suas imagens deslumbrantes, leia aqui.

A missão DART (Outubro)

No filme Armageddon (1998), um asteroide ameaça colidir com a Terra e dizimar a humanidade. A solução: mandar astronautas para lá, colocar uma bomba nuclear no meio do asteroide e explodi-lo. Em outubro, a NASA tirou a ideia da ficção e a trouxe para a realidade – ou quase isso.

Dessa vez não houve explosões e o alvo não era uma ameaça para nós. O Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART na sigla bem-humorada em inglês, que significa “dardo”) foi uma missão espacial não-tripulada para o asteroide Dimorphos, com singelos 160 metros de diâmetro, que está a 11 milhões de quilômetros de nós e orbita um asteroide maior, Didymos, que tem 780 metros. O objetivo da Nasa era mudar a velocidade de Dimorphos e fazê-lo viajar ao redor de Didymos 73 segundos mais rápido.

O que câmera da espaçonave registrou antes do impacto com Dimorphos.NASA/Divulgação

Essa era a mudança mínima para a missão ser bem-sucedida, mas a DART ultrapassou a meta – em 25 vezes. O impacto da espaçonave diminui o tempo de translação em 32 minutos. Antes, Dimorphos levava 11 horas e 55 minutos para orbitar Didymos, esse tempo agora é de 11 horas e 23 minutos.

O teste era mais uma demonstração de uma estratégia de defesa, provando que a NASA poderia mudar a trajetória de uma rocha espacial. Atualmente, nenhum asteroide representa um risco imediato, mas é melhor prevenir do que remediar.

Família Neandertal (Outubro)

Também em outubro, cientistas identificaram uma família de neandertais composta por um pai, sua filha adolescente e dois parentes de segundo grau (um jovem e uma adulta, talvez sua tia ou avó). Eles descobriram as relações de parentesco analisando o material genético de restos mortais encontrados nas cavernas Chagyrskaya e Okladnikov, na Sibéria.

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Eram 13 indivíduos, sete homens e seis mulheres, dos quais seis eram adultos e cinco, crianças e adolescentes. Além de ser a primeira família de neandertais descoberta, foi o maior número de restos de neandertais já sequenciados (decifrados) em um único estudo.

A equipe do estudo analisou o DNA mitocondrial dos restos mortais – ou seja, aquele presente nas mitocôndrias, estruturas celulares com material genético próprio, que sempre passa da mãe para os filhos e tem uma taxa alta de mutações. Assim, eles encontraram variantes genéticas que persistem apenas por um pequeno número de gerações. A combinação dessas variações e dos indivíduos sugere que todos, de ambas as cavernas, devem ter vivido e morrido na mesma época.

“Isso significa que eles provavelmente vêm da mesma comunidade. Então, pela primeira vez, nós pudemos usar a genética para estudar a organização social de uma comunidade neandertal”, explicou o antropólogo Laurits Skov, autor principal do estudo.

O sucesso da Artemis I (Novembro)

Cinquenta anos após a última missão Apollo, a Nasa deu início a uma nova visita à Lua. A Apollo 17, em 1972, foi a última missão em que humanos pisaram no satélite. A Artemis I é o início dessa viagem de volta, ainda em fase não-tripulada.

Rolaram duas tentativas de lançamento – em 29 de agosto e 3 de setembro –, mas finalmente, em 16 de novembro, a cápsula Orion foi posta em direção à Lua. O sucesso da missão de teste pode abrir caminho para um pouso no satélite daqui três anos. A ideia da Nasa é levar a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca à superfície do satélite.

A Orion pousou em segurança no oceano Pacífico no dia 11 de dezembro depois de viajar ao redor da Lua. Com a missão inicial bem sucedida, o Programa Artemis terá continuidade. O plano é mandar astronautas à Lua na Artemis II e Artemis III, programadas para 2024 e 2025, respectivamente. 

Esperança renovada para a fusão nuclear (Dezembro)

No dia 13 de dezembro, o governo americano anunciou algo que era cobiçado por cientistas há muito tempo: um reator de fusão nuclear conseguiu gerar mais energia do que consumia para funcionar. Essa proeza representa o primeiro passo para transformar a fusão em uma fonte de energia viável – o que seria uma notícia histórica, já que se trata de uma fonte limpa e virtualmente infinita.

Um reator experimental do Lawrence Livermore National Lab (LLNL), um centro de pesquisas que desenvolveu as bombas atômicas dos EUA durante a Guerra Fria, produziu 3,15 megajoules de energia: 53% a mais do que os 2,05 megajoules que ele gastou para realizar a fusão. O 1,1 megajoule de energia gerada equivale a 306 watts/hora – o suficiente para alimentar uma televisão de 55 polegadas e um PlayStation 5. Pode até não parecer muita coisa (pois foi um teste em escala reduzida), mas foi o suficiente para mostrar que a tecnologia tão perseguida pode realmente funcionar.

O grande problema com a fusão nuclear até então era que se gastava mais energia no processo do que a energia que era gerada. A fusão nuclear tinha rendimento negativo e, portanto, não servia para gerar energia.

Com este problema superado, as portas para uma nova forma de gerar energia se abrem: a fusão é uma alternativa para a fissão (atualmente usada nas usinas nucleares). Ao invés de lixo nuclear, ela deixa hélio (um gás inofensivo) e nêutrons (que são absorvidos pelas paredes do reator); se houver algum problema, a fusão para sozinha (fissão pode continuar descontroladamente e gerar energia para derreter o reator e contaminar grandes áreas); e no lugar de urânio enriquecido, ela usa algo muito mais abundante, seguro e barato como matéria prima principal: água.

Esse tipo de reator produz energia fundindo átomos de deutério e trítio, dois isótopos do hidrogênio. O deutério está presente na água do mar. E o trítio é produzido pelo próprio reator, a partir de lítio – veja mais nesta reportagem da Super.

A fusão nuclear, sempre vale lembrar, é a fonte da energia do Sol, que também funde hidrogênio em hélio. A diferença é que lá o motor da fusão é a gravidade da estrela e aqui são raios laser, que precisam de eletricidade – por isso a fusão consome energia. Mas é aquilo: se der para produzir mais do que se gasta, em larga escala, teremos uma fonte de energia limpa, que não emite CO2, e perene, capaz de substituir todas as outras.

Que o progresso nessa direção siga pelos próximos anos. Porque dele pode vir uma nova era para a humanidade.     

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Conheça as diferenças entre o pernilongo e o mosquito da dengue

A dengue é uma realidade no Brasil há décadas. Os sintomas da doença e as formas de combater a reprodução do mosquito transmissor já são bastante conhecidos. Mas muitas pessoas ainda confundem os pernilongos normais com os transmissores da dengue. Há várias diferenças, sendo que algumas são fáceis de perceber.

Para começar, o mosquito da dengue e o pernilongo são de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo é o Culex quinquefasciatus.

É possível identificá-los tanto durante o voo, “em ação”, quanto em repouso.

O pernilongo tem uma coloração uniforme marrom, e o Aedes aegypti tem o corpo preto com listras brancas. O primeiro mede de 3 a 4 milímetros, enquanto o segundo tem de 5 a 7 milímetros.

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As características e o hábito do voo de ambos também são diferentes. O pernilongo tem um voo mais lento e ruidoso (gerando um zumbido) e age à noite, a partir das 18 horas. Já o Aedes aegypti é mais veloz e silencioso e costuma atacar entre as 9 e às 13 horas.

Outra particularidade está na picada. O pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado e essa marca provoca coceira. Já o mosquito da dengue não deixa marcas e não provoca coceira na picada.

Vale lembrar ainda que o Aedes aegypti também é o transmissor da febre chikungunya, da febre amarela e do zika vírus.

Ambos colocam ovos em água parada, mas o mosquito da dengue prefere água limpa e deposita os ovos em vários locais, individualmente. Já o pernilongo coloca seus ovos juntos, em forma de jangada, em água suja, poluída.

*Esse texto foi originalmente publicado na Agência Brasil

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A experiência de quase morte entre pacientes cardiopatas

Por pouco, muito pouco mesmo, seu coração não parou de vez. E a sensação de ter esbarrado na morte chega a provocar sequelas de cunho psicológico graves, que não devem ser negligenciadas. Se antes de um ataque cardíaco havia um órgão com o qual se preocupar, agora são dois.

De acordo com artigo publicado na Revista da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, A Clínica da Insuficiência Coronariana Aguda e a Interface Psíquica, escrito pelas psicólogas do Incor Sirlei Pereira Nunes e Mayara Medeiros Nóbrega, a consequência emocional dos males cardíacos pode ser atribuída ao simbolismo do coração, que é visto como centro do corpo.

Seguindo essa linha de raciocínio, sofrer um infarto ganha conotação de vida limitada e, a partir da proximidade do fim, não é difícil imaginar que apareçam sentimentos como impotência, fracasso, menos valia, culpabilidade, angústias e medo, mesmo depois que a situação cardíaca já está sob controle.

Adoecer é sempre uma experiência de ruptura, de suspensão, de descontinuidade do cotidiano, principalmente em condições agudas que envolvam o coração: não há um “dia melhor” para infartar ou um “momento certo” para ir ao pronto-socorro.

Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

A doença sempre será um advento mal recebido, que acarreta sensações ruins, além de preocupações práticas com a família, o trabalho e tudo que fica pausado durante o processo de recuperação.

Por essas razões, muitos desfechos clínicos incluem depressão e estresse pós-traumático no primeiro ano após a manifestação da cardiopatia.

A condição, portanto, exige intervenção psicológica, o que se mostra eficaz não só para a superação psíquica como também para o enfrentamento dos problemas cardiológicos e seus fatores de risco, contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.

+ Leia também: A raiva nos afasta das pessoas e nos aproxima das doenças

Uma via de mão dupla

Da mesma maneira que o evento cardiovascular pode causar depressão, a recíproca é verdadeira: pessoas depressivas ou com outros transtornos de personalidade têm maior risco de serem vítimas de doenças orgânicas, como as cardiovasculares.

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De acordo com o estudo do Incor, fatores psicossociais relacionados ao aumento de risco para patologias do coração estavam por trás de 40,2% dos casos de infarto.

Na psicologia, os indivíduos com mais propensão a desenvolver patologias cardiovasculares são os classificados como tipo A e tipo D:

  • Tipo A: corresponde aos impacientes, agressivos, excessivamente ambiciosos, que se caracterizam por competitividade elevada, imediatismo, estrutura egóica rígida, ansiedade e nível de estresse elevado.
  • Tipo D: estão listados os que primam por sentimentos de hostilidade, preocupações extremas, pessimismo, inibição social, afetividade negativa, introspecção e angústias.
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Outro cenário que não deve ser ignorado é o da pandemia, que nos obrigou a mudar radicalmente nossa rotina, enquanto nos apresentava a fragilidade da vida.

Sedentarismo, piora na alimentação e uso/abuso de bebidas alcoólicas foram outros fatores de ordem prática que impactaram nosso emocional e se juntaram aos riscos somáticos para doenças cardíacas.

Diante dessas evidências, a lição para nós, profissionais da saúde, é de que não existe enfermidade que possa ser tratada isoladamente. Somos um sistema único que interage com o meio.

Dessa forma, não há como fechar um diagnóstico com base em um único sintoma. É preciso entender melhor as queixas, com visão dialética, porque as possibilidades de cura – seja do corpo ou da alma – aumentam quando os cuidados respeitam nossa integralidade.

*Rafael Trevizoli Neves é psicólogo e diretor do Departamento de Psicologia da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Conheça o misterioso hexágono que existe no polo norte de Saturno

Pegue qualquer imagem da Terra vista do espaço e você verá um mundo azul coberto por nuvens brancas que, aqui e acolá, formam redemoinhos. Por aqui, esse é o status quo: as correntes de ar imprimem círculos e espirais no planeta. Daí você imagina a surpresa dos astrônomos ao descobrirem que o padrão que aparece no polo norte de Saturno é um hexágono.

O hexágono de Saturno foi descoberto em 1981 pela missão Voyager, da Nasa, que enviou uma sonda ao gigante gasoso. O polo norte do planeta foi revisitado em 2004 pela agência americana com outra missão não tripulada, chamada Cassini-Huygens – que ficou em operação até 2017. Mas as informações sobre o hexágono ainda são escassas: ele é um dos mistérios do Sistema Solar.

Sabe-se que o hexágono é formado por uma corrente de ar que se move de forma instável e turbulenta. É um furacão gigante que gira no sentido anti-horário e tem 30 mil quilômetros de largura – um espaço que comportaria duas Terras. Não é um fenômeno uniforme: por lá existem diversas estruturas de nuvens, com tamanhos e orientações diferentes.

Bem no centro do polo norte, está o redemoinho principal, com um olho 50 vezes maior que o olho médio de um furacão na Terra. Há um monte de vórtices menores que se arrastam em volta do centro e giram, ao contrário de todo o resto, em sentido horário. O maior destes vórtices se estende por 3,5 mil quilômetros – aproximadamente o dobro do tamanho do maior furacão da Terra, segundo a Nasa.

O hexágono criado pela corrente de ar no polo norte de Saturno é um dos mistérios do Sistema Solar.NASA/Divulgação

Os astrônomos sabem desses detalhes por causa das imagens obtidas em 2012 pela câmera da espaçonave Cassini, que formaram o vídeo que você vê acima – o primeiro a mostrar uma visão completa do polo norte de Saturno.

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As imagens foram coloridas artificialmente: os astrônomos atribuíram cores a ondas eletromagnéticas que não somos capazes de enxergar, como o ultravioleta e o infravermelho. É um truque comum para gerar imagens do cosmos, e você pode entender melhor sobre esse processo nesta matéria da Super.

As cores diferentes, claro, não servem para nos deixar boquiabertos. Elas mostram aos astrônomos um contraste entre tipos diferentes de partículas atmosféricas. Segundo a Nasa, dentro do hexágono há menos partículas grandes de névoa e uma concentração de partículas menores. É o contrário do lado de fora: a corrente de ar que forma o hexágono funcionaria como uma barreira.

OK: o vídeo super colorido nos mostra como a corrente de ar se movimenta no polo norte de Saturno. Mas como o hexágono se parece, de verdade? Nós o enxergaríamos em tons de dourado e azul, se fosse possível viajar até lá. Mais ou menos como a imagem abaixo, também registrada pela missão Cassini, em 2012, a uma distância de 418 mil quilômetros do planeta.

O hexágono na atmosfera de Saturno é azul e dourado.NASA/Divulgação

Cientistas da Universidade de Harvard já fizeram simulações de computador para estudar a atmosfera de Saturno e alcançaram o formato hexagonal em modelos 3D do planeta. “A ideia principal é que as tempestades não precisam ser fenômenos circulares [como são na Terra]”, disse Rakesh Yadav, pesquisador de Harvard que participou da investigação. “Eles podem adquirir formas poligonais em planetas gigantes [como Saturno]”.

Os astrônomos também já descobriram que o hexágono muda de cor de acordo com a exposição do polo norte à luz solar, que poderia aumentar a presença de aerossóis e, então, alterar a composição da atmosfera do planeta. Mas os motivos para a mudança de cor ainda são discutidos – assim como o próprio formato, o hexágono, formado pelas correntes de ar.

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No enredo do transtorno alimentar

Em FaminTA, seu livro de estreia pela editora Patuá (clique aqui para comprar), a advogada Tatiana Cavalcante coloca o transtorno alimentar — ou TA, a sigla incluída no título — no centro da trama e do debate. Por meio de uma narrativa realista e imersiva, ela propõe a reflexão de que esse tipo de problema está mais próximo do que imaginamos.

“Precisamos olhar com seriedade para esses transtornos e para a saúde mental de modo geral”, avalia. A autora fala com conhecimento de causa: o de quem tem o diagnóstico da condição. “Vivi muito tempo pensando que as questões que eu enfrentava aconteciam só comigo”, revela.

Embora Tatiana escreva em primeira pessoa, o livro não é uma biografia. “É inevitável não dialogar com sentimentos reais e algumas de minhas memórias, mas a construção dos personagens e do enredo foi fortemente alicerçada na ficção”, avisa. É que Tatiana não quer contar uma única história.

“Desde o primeiro momento pensei em FaminTA como sendo ‘nosso’, no sentido de que o personagem principal pode ser eu, você ou qualquer conhecido”, explica.

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Entrevista com a autora

VEJA SAÚDE: Você recebeu o diagnóstico de transtorno alimentar. A escrita ajudou a lidar com isso?

Tatiana Cavalcante: Com certeza. Durante o tratamento, a escrita foi uma maneira que encontrei de externalizar questões internas e organizar sentimentos e pensamentos, além de conseguir entender um pouco mais sobre mim, minha história e quanto tudo isso reverbera nos gatilhos do TA.

É uma ferramenta que me coloca em contato mais próximo com as emoções que rodeiam os dias bons e ruins.

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No início do livro, lemos que a protagonista, que não tem nome, pode ser qualquer um. Acha importante frisar que a pessoa com transtorno alimentar não tem um perfil específico?

Tatiana: O TA, seja ele qual for, não tem rosto, corpo, gênero, etnia, orientação sexual, idade ou classe social específicos. Daí essa percepção que procurei trazer de que qualquer um poderia ser “faminTA”.

É até uma forma de alertar para a gravidade desses transtornos e para a crescente taxa de diagnósticos no mundo todo.

+ Leia também: Restrição à mesa aumenta o risco de transtorno alimentar

Por que todo mundo deveria se familiarizar mais com o tema, mesmo não sofrendo de TA?

Tatiana: Muitos não sabem quando alguém da família, o parceiro ou um amigo têm algum tipo de TA, e é comum os pacientes esconderem suas compulsões. Então, o transtorno pode passar despercebido. É sorrateiro e silencioso.

Por isso é tão importante buscar materiais que falem sobre o TA, bem como não julgar, ter empatia, estar disposto a estender a mão e saber quanto essa ajuda e o apoio são essenciais para o tratamento.

Ficha técnica

FaminTA: uma história sobre TA — Transtorno Alimentar e outras coisas mais
Autora: Tatiana Cavalcante
Editora: Patuá
Páginas: 248

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Quanta água devemos beber?

Você sente cansaço excessivo, dor de cabeça, pele e boca secas, ou tem o intestino preso? Esses podem ser sinais de pouca hidratação.

A cada hora, se estiver parado, o corpo humano perde 50 ml de água. Em uma caminhada, por sua vez, perdemos dez vezes mais do que isso. E, se estivermos correndo, 26 vezes mais. Em dias de baixa umidade, a eliminação é ainda maior.

Por isso é importante beber água – principalmente em dias de atividade física muito intensa. Também é importante saber escolher alimentos com grande potencial de hidratação – em geral, eles são até mais nutritivos e menos calóricos.

A água é o maior componente único, o elemento mais abundante no corpo humano. Um homem de 70 kg tem cerca de 42 litros de água no corpo, o que corresponde a cerca de 60% do peso corporal. Já uma mulher com o mesmo peso concentra 35 litros de água, ou seja, 50% do peso.

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Os valores mudam porque a anatomia do corpo do homem e da mulher é diferente: a quantidade de músculos, ossos e gordura também varia de acordo com o sexo.

A importância da água para nosso corpo é proporcional ao espaço que ela ocupa dentro de nós. Em resumo, ela é essencial a todos os tecidos corporais e é o meio onde ocorrem todas as reações químicas metabólicas do corpo.

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A água dá forma às células e é fundamental para o funcionamento da digestão, do sistema circulatório e para o transporte de nutrientes e outras substâncias pelo corpo, além de ter interferência direta no equilíbrio da temperatura corporal.

+ Leia também: A ciência da hidratação

Confira como costuma ser a perda de água ao longo de 24 horas:

  • Urina: 1500 ml
  • Suor: 600 ml
  • Vaporização pelos pulmões: 400 ml
  • Fezes: 100 ml
  • TOTAL: 2 600 ml

Agora, perceba como tende a acontecer o ganho de água em 24 horas :

  • Bebidas: 1 500 ml
  • Alimentos: 1 100 ml
  • TOTAL:  2 600 ml

Como regra geral, um adulto médio necessita de aproximadamente 1500 a 2000 ml de água pura por dia. Se tiver febre alta, pode precisar de mais 500 a 1500 ml por dia. Se suar moderadamente também são necessários 500 ml extras de água por dia. Em caso de atividade física intensa, pode ser necessário 1 litro a mais de água do que o recomendado.

+ Leia também: Cuidados com a alimentação na praia

Os alimentos e a água

Veja alguns fatos sobre a presença de água naquilo que a gente come:

  • Os alimentos, em geral, dispõe de 4 a 98% de água
  • Verduras, legumes e frutas contêm aproximadamente 90% de água
  • Dentre as frutas, as mais ricas em água são a melancia, o melão, a laranja, a mexerica e a maçã
  • Entre verduras e legumes, a maior quantidade de água está no alface, na couve, no brócolis, no repolho e na beterraba
  • 87% do leite é formado por água
  • A carne, dependendo do tipo, pode concentrar de 60 a 75% de água
  • Até mesmo os alimentos secos, como figos e uva passa, contêm cerca de 20% de água

A sede é, normalmente, um guia adequado para a ingestão de água – exceto nas crianças, nos doentes e nos idosos. Mas esse sinal pode não refletir a necessidade real em caso de calor intenso (como no nosso verão), muita atividade física, pouca umidade ou suor excessivo.

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Teste genético pode ajudar a cuidar da saúde

Cada ser humano é único. E uma das coisas que tornam essa afirmação possível é o DNA. Os pontos específicos de material genético presentes em cada pessoa armazenam dados únicos sobre o indivíduo e podem influenciar no modo de funcionamento de seu organismo e em características de seu corpo, como a cor dos cabelos e da pele, a tendência à calvície e à obesidade e, também, as chances de desenvolver doenças como câncer e diabetes.

Com o avanço e desenvolvimento das tecnologias e do conhecimento científico, hoje já é possível fazer um mapeamento de todas essas características genéticas individuais e ter acesso a um grande dossiê sobre como um metabolismo específico funciona – e com a popularização dos testes genéticos, as pessoas podem fazer melhores escolhas comportamentais em saúde e bem-estar, inclusive adotando certos cuidados preventivos, a partir de seus resultados.

Os testes genéticos preditivos, ou seja, aqueles que analisam ancestralidade, saúde e bem-estar para uso pessoal e que são oferecidos diretamente ao consumidor, não precisam de indicação médica, como conta Ricardo Di Lazzaro, médico especialista em genética e cofundador da Genera, laboratório que trouxe essa tecnologia para o Brasil em 2010. A pessoa adquire o teste pelo site da empresa e recebe em casa o kit para fazer a coleta do DNA a partir da saliva, de forma simples e indolor.

“O material chega com todas as instruções, de maneira didática. É preciso apenas passar o swab, material parecido com aquele usado em exames para detectar Covid-19, na parte interna das bochechas e colocá-lo no envelope de devolução, que retornará para o laboratório. Em cerca de 45 dias, o cliente já recebe todos os resultados de forma online”, explica.

Di Lazzaro ressalta que esses resultados não são diagnósticos, mas permitem que as pessoas cuidem melhor de sua saúde e que possam, inclusive com ajuda médica, prevenir problemas futuros. “Fizemos uma pesquisa que mostra que 70% das pessoas que realizaram o teste o utilizaram para melhorar sua saúde; 50% levaram os resultados para fazer acompanhamento com um profissional de saúde e quase 80% mudaram os hábitos para ter uma vida mais saudável”, afirma.

Apesar de esses testes não precisarem de indicação médica, a recomendação é que os resultados sejam avaliados junto a um médico para melhor acompanhamento e compreensão.

O que o mapeamento genético pode revelar sobre saúde?

O teste da Genera mapeia mais de 20 diferentes doenças, sempre embasado em literatura e pesquisas científicas. Alguns marcadores raros de doenças genéticas, como trombofilia e hemocromatose, são contemplados nos resultados, bem como doença celíaca, diabetes tipo 2, doença de Crohn, doença inflamatória intestinal e alguns tipos de câncer.

O mapeamento também aponta o perfil genético em relação à metabolização de alguns fármacos, ou seja, avalia se um medicamento tem risco de causar algum efeito colateral e, até mesmo, se pode ser eficaz ou não quando utilizado como tratamento.

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De acordo com Andressa Lohana de Almeida, médica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e residente em genética médica pela Universidade de São Paulo (USP), os testes genéticos também podem ser bons aliados nos consultórios.

“Eles nos ajudam a esclarecer causas de condições que levam, por exemplo, a malformações congênitas, déficit intelectual, erros inatos do metabolismo e infertilidade. Dependendo do resultado, o médico pode solicitar testes subsequentes, como exames de imagem ou bioquímicos, e encaminhar para outros profissionais, quando necessário”, diz.

A médica conta também que, dependendo da condição identificada, como a intolerância à lactose, é possível, de fato, evitar os sintomas da condição. Quando observado o risco aumentado para doença cardíaca, por exemplo, além de orientar mudanças no estilo de vida, é possível tentar controlar outras comorbidades que possam já estar presentes, para evitar que o quadro se desenvolva.

“E, em outras situações, como síndromes genéticas de predisposição ao câncer, é possível aplicar o rastreio para identificar e tratar a doença em sua fase inicial. Ainda há a possibilidade, mais rara, de oferecer ao paciente a cirurgia redutora de risco – o exemplo mais famoso é a retirada das mamas antes do desenvolvimento do câncer, quando se identifica um risco genético aumentado para esse tipo de tumor, como realizado pela atriz Angelina Jolie – e, com isso, temos uma forma de evitar que a doença acometa um determinado local.”

Recebi meu resultado, e agora?

Para Andressa, idealmente, ao receber o resultado dos testes, é importante que a pessoa procure um médico geneticista que saiba explicar exatamente o que quer dizer cada indicador e que possa recomendar as melhores formas de utilizar o mapeamento a favor da saúde.

Di Lazzaro também ressalta que o mais importante é que as pessoas façam uso desses resultados principalmente para ter mais qualidade de vida, e não apenas os guardem na gaveta. “Quando entregamos o resultado, fazemos questão de explicar os dados, o que cada indicador significa e o que pode ser feito a partir daquela informação. Disponibilizamos até uma assessoria especializada para quem quiser tirar dúvidas, para que o teste tenha mesmo um impacto positivo na vida das pessoas”, diz.

O painel de resultados do teste aponta também questões ligadas à saúde do idoso, para que as pessoas possam envelhecer melhor. “Aqui, nós comentamos, por exemplo, sobre o tremor essencial que não é propriamente Parkinson, mas que acomete muitas pessoas idosas, a deficiência de algumas vitaminas e até a densidade óssea, que são aspectos bem importantes do cuidado no envelhecimento. Tudo isso está contemplado no teste”, informa.

Além dos dados específicos sobre predisposição de doenças, a Genera oferece resultados relacionados a atividades físicas, bem-estar e nutrição – que compõem muito do cuidado em saúde –, comportamento e ancestralidade, oferecendo um mapa de linhagem completo e a busca de parentes, quando possível.

Confira qual a opção ideal para te ajudar na busca de uma saúde ainda melhor em 2023. Acesse o site.

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Teste genético pode ajudar a cuidar da saúde Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br