quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Estudo relaciona hábito de andar 7 mil passos diários a menor mortalidade

A quantidade da passos diários e a intensidade na qual eles são dados estão associadas à mortalidade prematura entre mulheres e homens de meia-idade?

Esta pergunta foi feita por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. Após dez anos de estudo, eles concluíram que andar pelo menos 7 mil passos por dia reduz de 50% a 70% a mortalidade por todas as causas.

Para isso, 2 110 adultos com idades entre 38 e 50 anos foram divididos em três grupos de acordo com a quantidade de passos diários: baixa (menos de 7 mil), moderada (entre 7 mil e 10 mil) e alta (mais de 10 mil).

Os participantes que deram pelo menos 7 mil passos por dia, medidos por um acelerômetro, apresentaram a menor taxa de risco de mortalidade, que não variou em relação àqueles que andaram mais de 10 mil passos.

De acordo com essa investigação, o mais importante é a quantidade, e não a intensidade do movimento. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Jama Network.

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Os 7 mil passos equivalem a uma distância de 4 a 5 quilômetros por dia. Parece muito, mas ela contempla todos os deslocamentos, incluindo dentro de casa e no trabalho.

Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), o cardiologista Marco Aurelio Gomes explica que o sedentarismo é um fator de risco significativo de doenças cardiovasculares e mortalidade.

“A prática regular de atividade física deve estar associada a cuidados nutricionais, perda de peso, cessação do tabagismo, controle de níveis de açúcar, lipídios e pressão arterial, além de redução de estresse”, afirma.

Gomes também destaca a importância de aliar exercícios aeróbicos, como a caminhada ou a corrida, com atividades de força, a exemplo da musculação.

O médico ressaltou ainda que, embora a pesquisa tenha um número expressivo de participantes, o resultado é válido somente para a população na faixa etária dos 38 aos 50 anos. Para Gomes, as conclusões poderiam ser diferentes com a inclusão de intensidades e volumes variados de exercícios em outras faixas etárias.

Gomes explica que pessoas com comorbidades também devem incluir a atividade física nos hábitos diários como forma de reduzir o risco de mortalidade. “A prescrição da atividade deverá respeitar riscos e características pessoais”, afirma.

Ele recomenda que essas pessoas consultem seu médico para uma avaliação detalhada e definição de um programa individualizado de treinamento, visando maior benefício e segurança na adoção de uma vida mais ativa.

*Esse texto foi publicado originalmente na Agência Einstein.


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Viver em ritmo acelerado: por que isso precisa mudar?

Dormir pouco, comer depressa, ler apenas os títulos das matérias para saber as notícias do dia e ouvir os áudios de forma acelerada. As pessoas estão, cada vez mais, vivendo em um ritmo frenético. E o exagero traz sempre consequências preocupantes: 24 horas parecem ser insuficientes para cumprir todos os compromissos. Por causa disso, dispor de tempo para realizar atividades que não foram programadas torna-se uma missão praticamente impossível.

A correria desenfreada a qual estamos submetidos relaciona-se com a necessidade de sermos eficientes, termos um desempenho de excelência e um alto nível de produtividade. Vivemos quase como numa obsessão pela informação, pela performance, pela necessidade de reconhecimento.

É fato que, a cada dia, estão aparecendo inovações tecnológicas tidas como melhorias, e é importante considerar que toda evolução tem a sua função e por isso atrai usuários e se multiplica.

No entanto, dependendo da maneira como as novas ferramentas são utilizadas, podem se tornar mais um fator de piora para a saúde mental. Um exemplo recente envolve o aplicativo de mensagens WhatsApp, que liberou um recurso que permite aos usuários ouvir as mensagens de voz de forma acelerada. Assim como no caso de outras funcionalidades em apps e redes sociais, o problema surge quando o recurso deixa de ter um objetivo pontual e se transforma em hábito (às vezes até em vício).

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Os áudios acelerados descaracterizam a voz de quem fala, o que termina afetando o modo como o outro percebe a mensagem e, consequentemente, a experiência tida com a pessoa. A fala acelerada é mecânica, não transmite emoções.

Isso pode não ter implicações significativas quando se utiliza o recurso numa necessidade de trabalho, mas, no momento em que desejamos ouvir todas as conversas nesse ritmo, passamos a ter repercussões em nossas vidas.

As mensagens de voz em alta velocidade tornam-se, assim, mais um mecanismo a contribuir com esse jeito de ser que busca realizar tudo o mais brevemente possível, e acaba nos deixando cada vez mais ansiosos. A necessidade de entrega e produção rápida, que nos deixa tão acelerados em tantas circunstâncias, vira uma constante e afeta completamente as experiências da vida.

Viver a experiência significa nos aprofundarmos em algo e, para que isso aconteça, precisamos nos alongar, deixar decantar, deixar tocar. Na medida em que nos deixamos tocar, podemos nos expandir e nos transformar, o que requer certo tempo. Definitivamente, não dá para fazer isso com urgência.

* Ana Gabriela Andriani é psicóloga, mestra e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro afiliado da Sociedade Brasileira de Psicanálise


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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Covid-19: quando vem a imunidade coletiva?

Os índices esperados para alcançar a imunidade coletiva ou de rebanho em relação ao coronavírus mudaram desde o início da pandemia. Bom lembrar que a obtenção desse status, em que a maioria da população está protegida contra o vírus, depende da quantidade de pessoas vacinadas contra ele e da queda na sua taxa de transmissão, segundo o epidemiologista Guilherme Werneck, professor do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

“Supõe-se que a partir de um determinado patamar de imunização, é possível interromper a circulação de um vírus. Mas, com a covid-19, é diferente”, diz Werneck.

Casos de reinfecção, o surgimento de variantes e a possibilidade de transmitir a doença mesmo após a vacinação são variáveis que bagunçaram a conta e deixaram os especialistas incertos sobre qual seria o tal patamar de imunização necessário para frear o coronavírus. Mas eles estão esperançosos em relação à queda das mortes e ao controle da doença. Desde que não haja um relaxamento total, é claro.

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O que o futuro nos reserva

O Sars-CoV-2 já pode ser considerado um vírus respiratório de alta circulação, como o influenza, causador da gripe. “Este não pode ser erradicado, apenas controlado. Por isso, há vacinação todos os anos. Com a covid-19, ainda não sabemos qual será a periodicidade ideal das campanhas”, informa Alexandre Naime, infectologista e professor da ​​Universidade Estadual Paulista (Unesp).

No Brasil, profissionais de saúde e idosos já estão tomando doses de reforço, mas pouco se sabe sobre as próximas ações.

“Com o tempo, a covid-19 será como a dengue, uma doença endêmica, que continua circulando, mas em níveis mais baixos”, aposta o infectologista da Unesp.

No caso de doenças como sarampo, caxumba ou varíola, provocadas por vírus mais estáveis, é possível falar em eliminação. Mesmo assim, não dá para baixar a guarda completamente, e a imunização precisa ser atualizada.

“Tivemos um surto de sarampo, que já estava erradicado, por causa de movimentos antivacina. A polio não sumiu do mapa porque houve casos na África”, exemplifica a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC).

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Quanto vacinar?

No início da pandemia, imaginava-se que ter 70% de uma população vacinada significaria o controle da doença. O estudo feito com a Coronavac na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, mostrou que a vacina realmente faz cair a taxa de circulação do vírus. Mas alguns episódios, como a segunda onda em Manaus, começaram a levantar novos questionamentos sobre quando isso de fato aconteceria.

“Em um primeiro momento, nós reforçamos a ideia da imunidade coletiva porque se esperava que as vacinas pudessem impactar de forma importante a possibilidade de infecção, não só a evolução da doença. Com o tempo, a partir do surgimento das variantes, observamos que as injeções protegem, e muito bem, contra casos graves e mortes. Mas não impedem completamente a infecção nem a transmissão”, analisa o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).

“A Delta mudou um pouco mais esse panorama, porque as pessoas que são infectadas com essa variante transmitem-na muito mais rapidamente do que a primeira versão do vírus”, completa Naime.

Levando tudo em conta, Werneck entende que só com 90% da população imunizada será possível fazer uma avaliação real da situação. Afinal, com os novos achados sobre a transmissão entre vacinados e as reinfecções, o antigo cálculo de imunidade perdeu sua validade.

Agora, vale um adendo. Um estudo feito recentemente por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, indica que uma pessoa vacinada de fato não deixa de transmitir vírus, mas ela seria contagiosa por um curto intervalo de tempo. Ou seja, os vacinados pelo menos teriam uma menor capacidade de transmissão. O trabalho ainda não revisado por outros especialistas nem publicado em periódicos científicos.

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“Acho que essa é uma questão que já vinha sendo assumida, antes das evidências científicas que agora estão aparecendo. Embora vacinados tenham menor chance de se infectar e, sendo infectados, transmitam menos, nada muda em relação ao fato de que a vacina não é um passaporte para o ‘liberou geral'”, pondera Werneck.

Os demais especialistas entendem que não há controle da doença com menos de 80% de toda a população imunizada. E isso inclui crianças e adolescentes. “Os jovens são o grupo que mais socializa e mais se expõe, colocando o vírus para circular. Por isso é urgente que eles também se vacinem”, aponta o epidemiologista da Uerj. As crianças também já estão no plano de vacinação de alguns países.

Como devemos nos comportar?

As quedas nos números de mortes e na taxa de internação no Brasil têm animado a população. Segundo o Datafolha, 80% dos brasileiros ouvidos em uma pesquisa no início de setembro acham que a pandemia está controlada em parte ou totalmente. Outros 20% avaliam que ela está fora do controle.

“Essa tranquilidade é preocupante, porque as pessoas baixam a guarda e podem dar chance para o surgimento de novas cepas. Talvez tenhamos uma nova geração de vacinas que reduzam muito o risco de transmissão, mas isso é para o futuro”, afirma Cunha.

Máscaras e distanciamento ainda são fundamentais, e funcionam em paralelo às injeções, protagonistas do domínio pandêmico. “Mesmo tendo escapes por causa das variantes, a vacinação em massa é o que funciona, porque conseguimos diminuir a circulação do vírus. É assim que chegaremos a um controle. No futuro, o que teremos é um surto aqui ou ali, como ocorreu com a febre amarela”, raciocina Natalia. Por enquanto, o recado é continuar se cuidando.

“Um dia vamos voltar a frequentar shows sem nada no rosto. Mas é difícil de prever quanto tempo isso vai demorar. O desfecho da pandemia depende do comportamento das pessoas, tanto em termos de adesão às campanhas de vacinação como de utilização de máscaras e respeito ao distanciamento”, reforça Natalia.

Apesar de a vacinação correr bem por aqui, a microbiologista alerta que deslizes em relação às medidas clássicas de proteção podem atrasar a contenção da pandemia. “E, mesmo que um país cumpra sua meta de imunização, é difícil isolar o vírus em um mundo globalizado”, ressalta. Precisaremos seguir atentos.


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Cientistas podem ter descoberto planeta que orbita três estrelas ao mesmo tempo

A Terra gira ao redor de uma única estrela, o Sol. Os outros planetas do sistema solar, como o nome já diz, acompanham a trajetória. Mas, claro, somos uma parte muito pequena do Universo. Exoplanetas que orbitam duas estrelas já foram identificados por cientistas e até representados na ficção, como Tatooine, terra de Luke Skywalker em Star Wars.

Até então, o registro destes sistemas binários era o mais longe que os pesquisadores já haviam chegado. A percepção, no entanto, pode estar prestes a mudar: astrônomos da Universidade de Nevada, nos EUA, podem ter encontrado um ou mais corpos celestes que giram ao redor de três estrelas, os chamados planetas circuntriplos. A possibilidade é descrita em um artigo científico publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Talvez você esteja se perguntando: como os pesquisadores “acham” que encontraram um planeta? Por enquanto, não há nenhum registro do corpo, mas sim uma grande hipótese elaborada a partir da observação do sistema estelar GW Ori, localizado a 1.300 anos-luz da Terra. Esse sistema tem três estrelas, mas essa nem é a informação mais importante. O fato intrigante está em seu disco de poeira e gás – ou melhor, discos, já que há uma lacuna dividindo-o em duas partes. O anel externo, inclusive, chama atenção por sua inclinação de 38 graus. 

O disco de poeira e gás é uma característica comum de sistemas estelares jovens que estão formando planetas, e os pesquisadores acreditam que o enorme corte entre os anéis seja o resultado do nascimento de um ou mais planetas naquele espaço. Os cientistas supõem que exista ali um gigante gasoso com a massa de Júpiter, que estaria em seu primeiro milhão de anos de existência. Se a informação for confirmada, estaremos diante do primeiro planeta conhecido a orbitar três estrelas.

Mas também há uma hipótese alternativa para a lacuna na nuvem de poeira e gás. Cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, sugerem que o torque gravitacional – grandeza física associada à rotação das estrelas – teria causado o rompimento do disco. Portanto, nada de planeta. Mas os pesquisadores americanos argumentam que não há evidências suficientes para defender essa ideia. Observações feitas nos próximos meses pelos telescópios ALMA e VLT, ambos no Chile, podem ajudar a solucionar o impasse.

Os cientistas buscaram outros possíveis sistemas em que poderia haver um planeta orbitando três estrelas. Eles encontraram o GG Tau A, a 450 anos-luz da Terra, mas ainda não estão totalmente convencidos sobre ele. Até agora, o GW Ori é o único sistema conhecido que parece sustentar o novo cenário. De toda forma, achados do tipo reforçam a hipótese de que a formação de planetas é algo comum, levando os cientistas a crer que eles podem surgir em qualquer tipo de sistema – basta procurar para ver. 


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Cápsula que vê o intestino está mais acessível

Endoscopia e colonoscopia, os exames usados para estudar o aparelho digestivo, não conseguem visualizar o intestino delgado, porção importante do sistema. Há até pouco tempo, às vezes era preciso até realizar uma cirurgia exploratória para averiguar possíveis problemas na área, como sangramentos — e em alguns casos ainda é assim.

Pois um procedimento bem mais simples e moderno acaba de entrar no rol daqueles a serem cobertos pelos convênios. Trata-se da PillCam, uma cápsula descartável, com menos de 3 cm de comprimento, que contém uma câmera capaz de visualizar e fotografar as paredes dessa região de difícil acesso.

“A novidade vai nos ajudar muito, pois até 85% dos casos de sangramento digestivo ocorrem no intestino delgado”, contextualiza Paula Poletti, gastroenterologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, uma das precursoras no uso da técnica, que há 20 anos esperava pela incorporação no Brasil.

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Veja como funciona a cápsula

O método permite avaliar por horas o funcionamento do intestino. Eis o esquema:

A cápsula: Mais ou menos do tamanho de um suplemento vitamínico, ela deve ser engolida depois de um período de jejum.

A captação: Dotada de uma câmera e lâmpadas de LED, ela faz até 72 mil imagens do trato digestivo inteiro, durante cerca de oito horas.

A transmissão: Nesse período, a pessoa veste um cinto que capta em tempo real as imagens enviadas pela cápsula e as registra em um gravador.

O filme: A cápsula é expelida normalmente com as fezes. O gravador é lido por um aparelho que converte as fotos em vídeo.

 


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PlayStation 5 dá uma nova, e merecida, chance a “Death Stranding”

Estranho e ousado, game do japonês Hideo Kojima dividiu o público e a crítica, mas finalmente se encontra em nova versão para PS5 – onde as tecnologias do controle fazem toda a diferença

Quando Death Stranding foi lançado, em 2019, houve quem o chamasse (depreciativamente) de “simulador de caminhada”. Afinal, tudo o que você faz nele é andar de um lado para outro buscando e entregando pacotes num mundo pós-apocalíptico. Mas resumir o jogo a isso é um tanto injusto: a ambientação, a mitologia e os obstáculos são sofisticados, e dão a Death Stranding uma profundidade que a maioria dos games não tem. 

Só que essas coisas demoram um pouco para aparecer – no começo, ele é só estranho e, sim, meio chato. Por isso, muita gente acabou desistindo do game (seis meses após o lançamento, o Mercado Livre estava cheio de cópias usadas à venda por R$ 50). Mas, agora, ele está ganhando uma nova versão: Death Stranding Director’s Cut, para PS5, que remedia os problemas da original e transforma a criação do excêntrico Hideo Kojima (autor da série Metal Gear, com 56,9 milhões de cópias vendidas) numa experiência envolvente – e brilhante. 

A grande diferença está no DualSense, o controle do PS5. O game explora muito bem os gatilhos adaptáveis e o sistema de resposta háptica: os gatilhos ficam mais ou menos duros conforme o peso que você está carregando, o equilíbrio da carga e o terreno onde pisa – que é simulado com precisão pela resposta háptica (um sistema que produz vibrações hiperdetalhadas, e explicamos em detalhes aqui). As caminhadas, que no PS4 eram meio monótonas, se tornam bem mais interessantes. 

Isso e a complexidade do relevo -cheio de pedras, inclinações, rios, fossos e outros tipos de obstáculo difíceis de transpor, além da chuva que deteriora os pacotes e atrai um determinado tipo de inimigo- transformam as expedições de entrega dos pacotes em desafios genuínos, que prendem a atenção.  

Outra mudança, talvez ainda mais importante, é que Director’s Cut é menos punitivo: você recebe mais orientações, e armas mais eficazes contra eventuais inimigos, logo no começo do game (que também ganhou uma missão a mais). É o suficiente para manter o interesse e evitar maiores frustrações até a história decolar, o que acontece após 2 ou 3 horas de jogo. Desse ponto em diante, ele se torna irresistível. 

Se você achou Death Stranding um porre, a nova versão provavelmente não o fará mudar de opinião. Mas as tecnologias do controle DualSense e a potência gráfica do PS5 (o game roda em 4K e a 60 quadros por segundo e também tem um novo modo “grande-angular”, que amplia o campo de visão) finalmente fazem justiça ao jogo, permitindo que ele se mostre como o que de fato é: uma superprodução altamente original, que merece aplausos – não bocejos de tédio. 


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O ‘retorno’ de uma velha pandemia que nunca passou

Até o final de agosto, o mundo registrava mais de 213 milhões de casos de pessoas infectadas com o novo coronavírus e o número de óbitos beirava os 4,5 milhões. O cenário sem precedentes, que impactou o planeta, paralisou o tratamento de muitos pacientes acometidos por outras condições, entre elas as doenças cardiovasculares (DCVs), principais responsáveis por mortes no mundo.

Para ter ideia, 18,6 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência delas, e 520 milhões de indivíduos convivem com o mal.

No Brasil, não é diferente: as DCVs são as que mais matam, assinando 27,65% do total de óbitos, o equivalente a 400 mil pessoas ao ano. Entre as doenças do grupo, destacam-se o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), que ocupam o primeiro e segundo lugares desse ranking, respectivamente.

Na esfera global, ambas as patologias vitimam fatalmente mais de 15,2 milhões de indivíduos todos os anos, permanecendo como líderes nos últimos 15 anos. O principal vilão aqui é a dislipidemia (anomalias nos níveis de gordura no sangue, como o colesterol elevado), por trás de 51% dos infartos.

De acordo com a edição mais recente da Diretriz de Prevenção Cardiovascular, embora as taxas de mortalidade estejam diminuindo no Brasil – possivelmente como resultado de políticas de saúde bem-sucedidas –, o número total de pacientes está aumentando, principalmente devido ao envelhecimento e adoecimento da população. Portanto, as DCVs caracterizam uma espécie de “pandemia perene”, cuja “vacina” atende pelo nome de prevenção.

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Porém, o medo da infecção da Covid-19 fez muitos cardiopatas desfocarem do problema. O resultado foi o abandono de tratamentos clínicos ou cirúrgicos, pausa nas atividades físicas, alimentação desequilibrada, excesso do consumo de cigarros, além de descontrole do peso, da pressão arterial, do colesterol e do diabetes.

Em outras palavras: para alguns, a crise sanitária foi um álibi para renunciar a cuidados essenciais para manter as DCVs sob controle.
Só que há maneiras de se cuidar e, ao mesmo tempo, seguir os protocolos recomendados, que minimizam o risco de contaminação pelo novo coronavírus: o uso da telemedicina ao invés de comparecer às consultas presenciais e a prática de exercícios em casa são exemplos.

Se para a população em geral o ideal é não ter contato com o vírus, é fato que o grau de proteção deve ser redobrado entre aqueles com doenças pré-existentes, uma vez que, comprovadamente, a infecção da Covid-19 pode evoluir de forma mais grave nesse grupo. Mas largar mão de medidas protetivas sob esta égide definitivamente não fecha a conta.

Escore de risco cardiovascular

A sociedade e os governos precisam se conscientizar de que a “epidemia coronária” também deve ser encarada como inimiga a ser combatida: um evento agudo, por exemplo, é a primeira manifestação da doença aterosclerótica em aproximadamente metade das pessoas que apresentam essa complicação.

A vantagem é que os vilões cardiovasculares podem ser desarmados antes de entrarem em campo. E uma das estratégias é a identificação dos indivíduos assintomáticos, mas com predisposição para desenvolverem o problema. Nesses casos, é importante investir em um trabalho de prevenção efetivo, com a correta definição de metas terapêuticas.

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Por conta dessa realidade e para estimar a gravidade das DCVs, foram criados os chamados escores de risco para o agravamento da doença. O escore de risco global (ERG) inclui a possibilidade de ocorrência de eventos coronarianos, cerebrovasculares, doença arterial periférica ou insuficiência cardíaca (IC) nos próximos dez anos.

Foram considerados quatro níveis de risco:

  • Risco muito alto: para aqueles que apresentam doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular ou vascular periférica) com ou sem sintomas.
  • Risco alto: pacientes com aterosclerose subclínica (sem sintomas), aneurisma de aorta abdominal, doença renal crônica e LDL (colesterol “ruim”) elevado.
  • Risco intermediário: portadores de diabetes mellitus, sem doença aterosclerótica ou renal.
  • Risco baixo: pessoas em risco intermediário, mas não diabéticos, sem histórico familiar de doença coronariana prematura.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) tem se manifestado junto ao Ministério da Saúde para ampliar a proteção cardiovascular da população, apoiando medidas como a aferição do colesterol em crianças e adolescentes; o uso de tecnologias que permitam diagnóstico precoce na saúde pública; ampliação do quadro de vacinas, como a da gripe, que pode ter ação preventiva para infarto; além de campanhas de conscientização sobre dietas saudáveis e a importância de colocar o corpo em movimento.

Essas são as vacinas baratas, se compararmos aos custos sociais, emocionais e financeiros que as DCVs representam para a sociedade.

Agora em setembro, mês do Dia Mundial do Coração (29/9), a Socesp tem promovido diversas ações de conscientização para a população sobre os fatores de risco para o coração e como preveni-los, com entrevistas com especialistas, postagens informativas, artigos, vídeos e podcasts. Visite o nosso site.

*João Fernando Monteiro Ferreira é presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp)


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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Monitorar vírus, fungos e bactérias pode evitar novas pandemias

A pandemia de covid-19 tornou mais evidente a necessidade dos chamados sistemas de sentinela, que monitoram agentes patológicos a fim de evitar surtos ou mesmo prever futuras epidemias. Além de vírus como o Sars-CoV-2, porém, é fundamental monitorar também fungos e bactérias que ainda não possuem tratamentos eficazes e podem se espalhar. Esse foi o tema da 4ª Conferência Fapesp 60 anos, “Desafios à Saúde Global”.

O evento teve como mediadora Helena Nader, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e integrante do Conselho Superior da Fapesp.

“É muito importante termos sistemas de sentinela que permitam que uma pandemia, no início do seu surgimento, seja rapidamente detectada e combatida. Mas tudo isso requer uma interação, uma cooperação, que nem sempre são naturais”, destacou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp, durante a abertura do evento.

Andrea Dessen, pesquisadora do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), da França, alertou para o fato de que, historicamente, não são apenas vírus que causam pandemias, mas também bactérias.

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Desde os anos 1960, no entanto, poucos novos antibióticos foram descobertos e hoje há um conjunto de bactérias conhecido pela grande capacidade de escapar aos tratamentos existentes.

“A Organização das Nações Unidas calcula que hoje são 700 mil mortos por ano por conta da resistência aos antibióticos, mas, se não fizermos nada, em 2050 serão 10 milhões por ano”, afirmou a pesquisadora, que coordena um projeto apoiado pela Fapesp no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC).

A pesquisadora lembrou que são seis as razões apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a resistência aos antibióticos: prescrição excessiva, tratamentos não finalizados, utilização excessiva na pecuária (que consome 80% do volume mundial desses medicamentos), controle insuficiente das infecções em ambientes hospitalares, falta de higiene e saneamento e ausência de antibióticos no mercado.

Vírus monitorados

Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP), lembrou que o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), apoiado pela Fapesp e coordenado por ela, foi criado com a ideia de monitorar novos arbovírus (patógenos transmitidos por artrópodes, um tipo de animal invertebrado). A emergência da covid-19, porém, ampliou o escopo do projeto.

O trabalho de sentinela realizado pelo centro envolve o monitoramento dos bancos de sangue para verificar a presença de vírus e, no caso dos Sars-CoV-2, das taxas de anticorpos da população e do sequenciamento do vírus isolado de pessoas que procuraram os serviços de saúde. A ideia é verificar a ocorrência de determinadas variantes, com a Delta, que já chegou a 100% no município de São Paulo.

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“Esperávamos uma epidemia de dengue no ano passado e ela não veio. Talvez ela seja uma doença sensível à mobilidade. Observamos uma queda nos casos quando a mobilidade caiu por conta da [restrição impostas para conter a] covid-19. Mas este ano o mais preocupante é chikungunya, que pode vir quando voltar a movimentação de pessoas. Já houve casos em Santos e outros lugares”, disse a pesquisadora.

“Precisamos do SUS [Sistema Único de Saúde], das universidades e do poder público entendendo o que se está falando para poder conseguir definir melhor as políticas. E isso tem de ser feito antes que as epidemias aconteçam para que possamos fazer algo em tempo de melhorar nossa resposta”, afirmou.

Fungos desconhecidos

Por sua vez, Arnaldo Colombo, professor da EPM-Unifesp, afirmou que o impacto das infecções fúngicas é uma crise silenciosa na biodiversidade, na segurança alimentar e na saúde humana.

Hoje, esses patógenos ameaçam espécies silvestres como os anfíbios e compõem 30% dos agentes que emergem como patógenos em plantas, inclusive grãos, sendo capaz de comprometer cerca de 20% do que se colhe em diferentes regiões do mundo.

A atividade agrícola é ainda uma causa para a infecção dos trabalhadores do campo, que têm contato com uma fonte de inúmeras espécies de fungos: o solo. Tanto em lesões persistentes de pele como em infecções nos pulmões, os fungos são hoje agentes relevantes para essas doenças, mas muito pouco diagnosticados.

Uma estimativa apresentada pelo pesquisador mostrou que 1,2 milhão de pessoas com pneumonia fúngica são tratados como se tivessem tuberculose.

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Paradoxalmente, ainda, avanços na medicina, como unidades de terapia intensiva, tratamentos quimioterápicos e transplantes de órgãos trouxeram também novos fungos causadores de doenças. As micoses oportunistas, como são chamadas, chegam a 1,8 milhão de casos por ano no mundo, com 20% a 70% de mortalidade.

Mesmo assim, os patógenos fúngicos são pouco conhecidos e até mesmo ignorados pelos próprios médicos. Análise realizada em 129 centros médicos na América Latina mostrou que apenas 9% deles apresentavam capacitação diagnóstica para infecções fúngicas.

“É fundamental discutir modelos econômicos que sejam mais compatíveis com a saúde planetária, como o desenvolvimento sustentável. Estamos atrasados em conter o aquecimento do planeta, que tem levado patógenos a se aclimatarem à temperatura de 37 graus Celsius e, com isso, nos infectar”, pontuou o pesquisador.

“Existe a necessidade de investir em centros de saúde global que trabalhem no conceito de saúde única para entender a história natural do patógeno antes que ele chegue ao homem”, disse.

Além disso, Colombo defende que fungicidas podem ser substituídos por outras estratégias de controle de pragas, a fim de evitar o surgimento de fungos resistentes. Por fim, é fundamental o investimento no desenvolvimento de plataformas diagnósticas e não só de fármacos.

“Precisamos aprender a manipular o microbioma humano de forma mais efetiva no sentido de conter a disbiose [morte de microrganismos, muitas vezes benéficos, que vivem no corpo humano] induzida pelo uso de antibióticos e, sem dúvida, há espaço para aprimorar os programas de uso racional de antimicrobianos no ambiente hospitalar e na comunidade”, encerrou.

*Esse texto foi originalmente publicado pela Agência Fapesp.


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Estudo em tanque de imersão explora impactos de viagens espaciais em mulheres

A microgravidade experimentada por astronautas pode impactá-los de várias maneiras. Os músculos e ligamentos têm menos trabalho, fluidos se deslocam em direção à cabeça, e a coluna vertebral, que nos mantém de pé, também experimenta situações diferentes na dança espacial. Os astronautas podem perder densidade muscular e óssea ou apresentar problemas de audição e visão. E esses são só alguns exemplos.

Cientistas realizam uma série de pesquisas para entender os possíveis impactos das viagens espaciais no corpo humano e encontrar maneiras de manter os astronautas saudáveis durante as missões ou quando retornam à Terra. Mas, por enquanto, a maioria dessas pesquisas estuda o corpo masculino.

Pensando em abordar essa lacuna de gênero, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) está realizando um experimento com 20 voluntárias. Elas passarão alguns dias com o corpo suspenso em tanques de imersão a seco para simular o impacto da microgravidade em seus hormônios, músculos, esqueleto, sistema imunológico e cardiovascular.

“Quase não há conhecimento sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos nas mulheres nesta área de pesquisa”, afirma Angelique Van Ombergen, cientista que lidera o estudo, chamado Vivaldi. Segundo a ESA, esta é a segunda vez que um experimento do tipo acontece só com participantes mulheres – e é a primeira vez que acontece na Europa.

Os experimentos começaram na terça-feira passada (21), com as duas primeiras voluntárias. Cada uma das 20 mulheres vai passar cinco dias em uma espécie de colchão d’água em uma clínica localizada em Toulouse, na França.

No experimento, elas são envolvidas em lençóis de algodão e em lonas impermeáveis, antes de serem suspensas em um tanque de imersão semelhante a uma banheira, ficando apenas com os braços e a cabeça de fora (como na imagem acima).

As voluntárias passam quase 24 horas por dia no tanque, e seus movimentos são limitados ao máximo. Todas suas atividades, de lazer ou higiene, obedecem a restrições: a transferência para o banho, por exemplo, é feita de modo que as mulheres permaneçam na posição horizontal para minimizar as mudanças de fluidos no corpo. 

Enquanto isso, os cientistas coletam amostras de sangue e urina todos os dias, além de observar de perto como o corpo se adapta ao ambiente.

Experimentando mudanças nos fluidos corporais, mobilidade e percepção do próprio corpo, as voluntárias vão fornecer dados aos cientistas para que entendam os impactos das viagens espaciais no corpo de astronautas mulheres – mas, segundo a ESA, os resultados da pesquisa também poderão ter implicações para pessoas com mobilidade reduzida aqui na Terra, por exemplo.


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Hamster que compra e vende criptomoedas supera investidores humanos

Mr Goxx é um trader notável. Ele adentrou o mercado de criptomoedas há pouco mais de três meses e já conseguiu consolidar o nome de sua empresa, a Goxx Capital. Suas negociações tem repercutido nas redes sociais, fazendo com que vários fãs esperem ansiosamente por suas transmissões ao vivo durante o expediente. O detalhe é que esse grande CEO é, na verdade, um hamster. 

O roedor vive em uma gaiola anexa a seu ‘escritório’, onde ele tem liberdade para entrar e sair a qualquer hora. Nesse espaço, há uma rodinha para exercícios, apelidada como “roda de intenções”, e dois túneis identificados com as palavras “comprar” e “vender”. Todos os aparatos são automatizados para permitir as transações, que são iniciadas após Mr Goxx começar a correr em sua roda. Nesse momento, é escolhida uma entre 30 criptomoedas, incluindo Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e outras. Após o exercício, o animal passa por um dos tubos, fechando o negócio. 

<span class="hidden">–</span>mrgoxx/Youtube/Reprodução

Toda vez que Mr Goxx entra em seu escritório, uma transmissão ao vivo começa na Twitch, e ao final de cada dia, as negociações são publicadas no Twitter. Os humanos por trás do roedor não têm a intenção de revelar seus nomes; por enquanto, sabemos apenas que são dois alemães, um palestrante e especialista em prototipagem, que é também o tutor do hamster, e seu colega programador. As negociações não passam de uma grande brincadeira e a dupla deixa claro nas redes sociais do roedor trader que o conteúdo é apenas para fins de entretenimento e não deve ser considerado como dica de investimento.


Mr Goxx começou seus negócios em 12 de junho com € 326 (pouco mais de R$ 2 mil). Seu primeiro investimento foi na criptomoeda Stellar Lumens (XLM), mas os resultados iniciais não foram tão bons. Após um mês, a Goxx Capital havia caído 7,3%. O jogo virou neste final de semana. Nos últimos dias, o hamster apresentou ganhos de cerca de 20%, com um lucro total de € 63 (R$ 400). Esse resultado o coloca acima da valorização do Bitcoin e do índice S&P 500, a média das ações das 500 maiores empresas dos EUA, no mesmo período. 

Os resultados positivos não combinam com o nome do hamster. Mr Goxx é uma referência a Mt.Gox, uma corretora de criptomoedas japonesa que fechou em 2014 após ter milhares de bitcoins roubados. O CEO animal tem colhido bons frutos, mas seus colegas humanos dizem que o valor ganho ainda não foi suficiente para cobrir as despesas de montar o escritório. Mesmo assim, há planos de expandir o local, tornando a experiência de assistir às negociações ainda mais divertida para o público e também melhorando o espaço para o hamster.


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Como é feita a cirurgia de prótese do quadril?

Confira como é feita a cirurgia de prótese de quadril, capaz de devolver qualidade de vida e movimentação a pessoas com problemas na região, como osteoartrite e artrose. Apesar de trazer vantagens quando bem indicada, ela é pouco realizada no Brasil. Nos Estados Unidos, são cerca de 450 mil operações por ano. No Brasil, menos de 12 mil, apontam estimativas.

O pré-operatório

A etapa inclui decisões sobre o tamanho e o material das peças, além de exames para avaliar a saúde geral do indivíduo. Hoje, o plano é feito com a ajuda de programas de computador, que, com base em imagens de raios X, criam uma simulação tridimensional de como ficará a prótese.

<span class="hidden">–</span>Ilustrações: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital

A troca do fêmur

A cirurgia substitui a cabeça do fêmur, mesmo que ela em si não esteja doente. Para isso, o médico faz um corte na lateral ou na frente da perna (as técnicas variam), retira o osso e, com uma espécie de furadeira, abre caminho para uma haste que servirá de base para a prótese.

O encaixe

A haste de metal pode ser cimentada ao osso ou revestida de materiais que se integram a ele. Nela, é encaixada a nova cabeça do fêmur, que se conecta ao quadril por meio de uma taça acetabular, peça também metálica, e de uma superfície de contato, de cerâmica ou plástico polietileno.

Os ajustes e a cicatrização

A superfície de contato fará as vezes de articulação, permitindo a movimentação ampla da prótese. O processo leva cerca de duas ou três horas, mas pode ser mais demorado. Com tudo encaixado, o médico faz uma sutura, que deixa uma cicatriz de 10 a 15 cm de comprimento.

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Perguntas e respostas

  • Quando se opera?
    Dores constantes, uso excessivo de analgésicos e problemas para dormir indicam que está na hora.
  • Tem idade-limite?
    Não. Tanto jovens como idosos se beneficiam da cirurgia feita com a indicação correta.
  • Eu vou sentir dor?
    As dores praticamente somem depois da cirurgia. É uma das operações com maior índice de satisfação.
  • E se precisar trocar?
    Um novo procedimento pode ser feito para substituir todo o sistema ou partes dele.

Como é feita a recuperação da cirurgia

<span class="hidden">–</span>Ilustrações: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital

Duração e cuidados com a prótese de quadril

<span class="hidden">–</span>Ilustrações: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital

Fonte: Leandro Ejnisman, ortopedista especialista em quadril do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Hospital Israelita Albert Einstein (SP)


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A obesidade precisa ser enfrentada com políticas públicas

Quantas campanhas você já viu sugerindo que perder peso é uma simples questão de mudança de hábito? Mesmo assim, ano a ano, observamos o aumento dos casos de obesidade, diabetes e outras doenças associadas a dietas ricas em calorias e pobres em nutrientes.

O fracasso das estratégias apresentadas até o momento deixa evidente que se tem um hábito que precisa ser mudado com urgência é a mania de imaginar que bastam motivações pessoais para enfrentar o problema.

Qualquer ação para encarar a situação deve levar em conta o fato de estarmos inseridos em um sistema alimentar que determina nossas escolhas. Vivemos num ambiente que dificulta o acesso à comida saudável e facilita o consumo de ultraprocessados – alimentos com alto teor de açúcar, sal e gordura, que comprovadamente fazem mal à saúde.

Para tornar essa relação menos desigual para a sociedade, defendemos o aumento dos impostos como medida para reduzir o consumo e gerar recursos para o SUS. É o que propõe a campanha Tributo Saudável: Bom para Economia, Melhor Ainda para a Saúde, promovida pela ACT.

Funciona assim em qualquer orçamento doméstico: se o preço de determinado produto aumenta, procuramos outro mais acessível. A experiência vem dando certo em países como Inglaterra, França, África do Sul, Chile, Noruega, Finlândia, Portugal e México, e tem recomendação da própria Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Quando pensamos nas ações de marketing dos fabricantes, chega a ser ingenuidade acreditar que, diante da prateleira do supermercado, o consumidor consiga exercer plenamente o direito de escolha. Definitivamente, ele vai levar para dentro de casa o que a indústria oferece e é tantas vezes mais em conta, caso dos ultraprocessados.

Além das facilidades de custo e acesso, as fórmulas desses produtos trazem ingredientes que estimulam a palatabilidade e ativam nosso sistema de recompensa cerebral. Nossa capacidade de se satisfazer com o sabor doce é nata, basta lembrar que o leite materno tem gosto adocicado. Explorando isso, vemos por aí latinhas de refrigerante que possuem, em sua receita, o equivalente a sete colheres e meia de açúcar

As bebidas adoçadas, que encontramos por toda a parte com preços artificialmente baixos, atuam sobre nossos mecanismos de prazer. Por isso, mesmo sabendo de todo mal associado ao consumo excessivo de açúcar, fica difícil resistir. Precisamos, portanto, de políticas públicas que tornem os ultraprocessados menos atraentes e ajudem o cidadão a fazer melhores escolhas.

Aqui mesmo no Brasil, o aumento dos impostos foi decisivo para reduzir o consumo de tabaco. Devemos seguir o mesmo caminho em relação a alimentos associados a doenças crônicas. Uma situação dramática que vem piorando desde o início da pandemia. Diversos estudos apontam a obesidade com um dos principais fatores responsáveis pelo agravamento dos casos de uma doença que já matou mais de meio milhão de brasileiros.

Tanto a Covid-19 quanto a obesidade são questões de saúde pública. Um único caso pode gerar impacto em toda a sociedade e não deve ser visto como fenômeno isolado. Imaginar que seja possível reduzir o número de pessoas com obesidade promovendo apenas ações pessoais equivale a supor que a minha decisão entre tomar ou não a vacina não compromete a saúde de todos.

* Maria Edna Melo é endocrinologista, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem);

Paula Johns é socióloga e diretora-geral da ACT Promoção da Saúde, organização não governamental que atua na promoção e defesa de políticas de saúde pública


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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Já cuidou dos seus pés hoje?

Milênios antes de os tênis de corrida surgirem, nossos antepassados já andavam em alta velocidade por aí. Não por esporte: eram tempos de caça ou caçador. Em meio à concorrência com outros animais, o ser humano também pulava, escalava e escapava dos obstáculos pelo caminho. Para ter sucesso em suas jornadas diárias, nossa espécie dependia de uma tecnologia avançada que já vinha de fábrica: os próprios pés.

Mas, com o avançar dos séculos, os calçados que foram inventados inicialmente para protegê-los do frio ou de pedras e espinhos se converteram em algo a mais. Andamos dentro de casa de chinelo, vamos ao escritório de sapato e ainda nos exercitamos com tênis que potencializam nossas habilidades naturais. Daí que os pés não precisam mais fazer o trabalho duro de antigamente. E isso pode se tornar um problema.

“Nossos pés têm mais de 150 elementos, entre músculos, articulações e ligamentos. Mas hoje ficam muito tempo acomodados em calçados mais rígidos e estruturados”, explica a educadora física Isabel Sacco, coordenadora do Laboratório do Movimento e Postura Humana da Universidade de São Paulo (USP).

“Tudo que eu não uso acabo perdendo. Se não faço exercícios regularmente, perco massa muscular, perco a elasticidade dos tecidos musculoesqueléticos… E, com o pé, é a mesma coisa”, resume.

Pensando nessa realidade, a pesquisadora e sua equipe desenvolveram uma série de exercícios focados no fortalecimento dos pés e suas inumeráveis estruturas — uma parte do corpo que acaba negligenciada não só porque os calçados mais modernos são desenhados para facilitar a vida deles mas também devido a uma rotina mais sedentária, que só se intensificou com a pandemia de Covid-19.

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Seguindo o raciocínio do biólogo evolutivo Daniel Lieberman, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, muitos especialistas concordam que o ideal seria aproveitarmos melhor o que a natureza nos deu, andando mais descalços por aí. E desde a infância: já virou passado, por exemplo, o uso indiscriminado de botinhas ortopédicas para corrigir pé chato.

Hoje se sabe que o arco do pé é determinado geneticamente, e a melhor maneira de garantir seu desenvolvimento é simplesmente andando e correndo ao natural. “Essa é uma recomendação que vale não só para a infância. Não há nada mais fisiológico do que andar descalço, seja o terreno regular ou irregular”, argumenta o ortopedista Daniel Vieira, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

“Quando se pisa dessa forma, toda a musculatura e as articulações do pé são utilizadas. Com o calçado, não conseguimos mobilizá-las corretamente”, concorda o ortopedista José Antonio Sanhudo, presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé). É claro que isso não é um convite a aposentar tênis e sapatos: vamos continuar precisando deles (ainda bem!) quando sairmos por aí.

Para algumas pessoas, como quem tem diabetes e sensibilidade reduzida nos membros inferiores, deixar a região exposta a cortes e batidas é altamente contraindicado, pois as lesões podem passar despercebidas e acarretar complicações. Mas é bom ter em mente que os cuidados com os pés vão muito além de andar com ou sem calçado.

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A atenção com os pés exige que a gente use e abuse dos bons e velhos sentidos. Parece banal, mas você deve olhar mais para eles, tocá-los e sentir eventuais odores ali. Tem um calo? Pode ser que o calçado não esteja adequado. Viu uma vermelhidão? Há algo inflamado. Sente um cheiro desagradável? O chulé indica que os pés precisam respirar.

Algumas pessoas penam até com uma transpiração excessiva na região, o que tem raízes genéticas e pode ser resolvido com cirurgia. O fato é que não é legal deixar os pés recobertos e abafados demais, condição ideal para fungos se alastrarem.

“O cuidado básico começa em casa, lavando os pés com água e sabão, e depois secando direito, em especial entre os dedos. É fazendo a higiene diária e tendo atenção constante que a pessoa identifica problemas antes que eles se agravem”, ressalta Sandra Lúcia Oliveira, professora da área de beleza e estética do Senac de São Paulo.

Embora a hidratação com cremes específicos seja bem-vinda — tanto no verão, quando há maior exposição dos pés, quanto no inverno, quando a pele fica mais ressecada com os banhos quentes —, ela não pode ser confundida com umidade. Eliminar todo resquício de água após o banho é o primeiro passo para fugir do mau odor e das frieiras.

“Já o corte das unhas deve se manter reto e não chegar aos cantos para evitar que elas encravem, o que também abre caminho a infecções”, explica Sandra.

Mas não basta fazer a higiene e a secagem como manda o figurino se a gente ignora onde bota os nossos pés. Na hora de vesti-los, o cuidado começa pelas meias. “Deve-se priorizar as de algodão, que absorvem melhor o suor, e não usar o mesmo calçado em dias consecutivos”, orienta Neusa Pereira, presidente da Associação Brasileira de Podólogos (ABP).

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Assim, você garante que o sapato ficará arejado e foge dos tão temidos fungos, por trás de micoses e tantos desconfortos. Aliás, conforto é palavra-chave quando falamos do que vamos calçar: é um mito, por exemplo, esperar que um calçado apertado lasseie e fique mais agradável com o uso. “O calçado deve se adequar aos pés desde o início”, afirma Neusa.

Uma dica para não passar aperto no futuro é deixar para comprar os sapatos no final do dia, quando os pés estão mais inchados após horas de labuta, o que evita surpresas em relação ao tamanho depois.

E lembre-se de que, chegando em casa no dia a dia, não só esses acessórios devem tomar um ar como seus pés merecem ventilação e o contato direto com o chão. Anos e anos de evolução não os moldaram para uma vida em reclusão.

Já que não dá para andar sempre descalço, a melhor alternativa é encontrar aquilo que mais imita o funcionamento normal dos pés: calçados flexíveis, com solado baixo e sem salto, fugindo de materiais sintéticos e abafados. Mesmo que algumas situações sociais exijam calçados menos confortáveis, convém pontuar que qualquer alteração no formato habitual do pé gera uma pressão sobre determinadas estruturas ali.

Ao caminhar descalço, o peso é distribuído quase igualmente entre as duas pontas do pé, com ligeira sobrecarga no calcanhar. Já um salto alto desequilibra totalmente a balança, podendo colocar até 90% do peso no lado oposto — a ponta dos dedos.

Cuidar da base tem repercussões em todo o edifício. Com os pés não é diferente. Lesões ali, até por atrapalharem o caminhar, podem ser o pontapé inicial para desgastes articulares e alterações ósseas. Um caso famoso é o do esporão, quando o osso do calcanhar cresce de forma anormal devido à tração excessiva sobre a área, o que pode acontecer com a prática de atividades como corrida.

Mas os problemas não acabam por aí. “A sobrecarga não afeta só os pés. Eles são o nosso ponto de apoio, então o uso de calçado inadequado e outras situações acabam comprometendo também tornozelo, joelho, quadril e até coluna”, alerta Vieira.

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Daí a sacada daquele treinamento físico para os pés da equipe da USP. São exercícios simples de fazer para garantir o fortalecimento da dupla, explorando o potencial de músculos, ligamentos e articulações pouco recrutados quando vagamos calçados por aí. Esse esforço extra e dirigido compensa. Segundo Isabel, quase oito em cada dez corredores sofrem algum tipo de lesão nos pés em um ano de atividade.

“Nosso estudo clínico demonstrou que essa incidência chega a cair duas vezes e meia com esses exercícios específicos”, conta a pesquisadora. E os benefícios não se limitam aos atletas: quem se movimenta menos também pode botar os pés para trabalhar. “Em idosos, vimos que o risco de quedas diminuiu em sete vezes com o aumento da força dos pés”, relata Isabel.

Para você ter uma noção do que nossos pontos de apoio fazem por nós, saiba que, em média, a cada 25 anos, uma pessoa sem problemas de mobilidade chega a caminhar 40 mil quilômetros — o equivalente a uma volta ao planeta.

Quando chegamos aos 75, já estamos completando a terceira volta. Como em toda longa viagem, é fundamental estar preparado para encarar o percurso sem sustos. “É importante a gente cuidar bem dos pés para eles cuidarem bem da gente”, sentencia Sanhudo. Siga nossos passos:

1- Pé chato, pé neutro, pé cavo

Os pés podem ser divididos em três tipos de acordo com sua curvatura. Os pés neutros têm arcos mais suaves. Eles conseguem suportar o peso do corpo de forma mais equilibrada, e se adaptam melhor aos diferentes tipos de calçado.

Já os pés que tocam quase por inteiro o chão, praticamente sem fazer arco algum, são os pés chatos ou planos.

O outro extremo é o pé cavo, em que o arco é acentuado a ponto de ter partes que nunca chegam a tocar o solo. O tipo de pé é determinado geneticamente e é preciso buscar ajuda profissional caso esteja gerando algum incômodo.

2- Os tipos de pisada

As pisadas são resultado da curvatura dos pés: os neutros têm pisada normal, enquanto os chatos têm pisada pronada e os cavos, pisada supinada. Elas são normalmente identificadas por um ortopedista, mas é possível observar sinais nos próprios calçados.

As pisadas que saem do eixo normal causam desgastes irregulares nas solas com o passar do tempo, indício de possíveis perrengues futuros. Na pronada, a pessoa tende a pisar “para dentro” e pode forçar o ligamento interno do tornozelo. Já na supinada, o sujeito pisa “para fora”, o que estressa mais o ligamento externo.

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3- O efeito do sedentarismo

O sedentarismo tem consequências negativas em todo o corpo, e os pés não são exceção. Nessas extremidades, a falta de atividade provoca atrofia muscular, perda de reflexos e, pelos efeitos no caminhar, repercussões até na coluna.

A falta de exercício sobrecarrega o tornozelo, região responsável por suportar a maior parte do peso do corpo, o que aumenta as chances de uma torção. Em pessoas sedentárias acima do peso, a situação é ainda pior porque os quilos a mais tendem a agravar a pressão sobre as articulações e a musculatura enfraquecida dos pés.

4- Treinamento para os pés

Mesmo quem não é sedentário costuma trabalhar e se exercitar calçado, deixando de movimentar um monte de estruturas que compõem os pés. Por isso, pesquisadores do Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana da USP criaram um treino específico para fortalecer essa região.

Focados originalmente na prevenção de lesões em atletas, os exercícios podem ser realizados por qualquer pessoa — idosos, por exemplo, ficam menos reféns de quedas ao se engajarem nas sessões. O programa completo pode ser acessado e personalizado gratuitamente no aplicativo SoPeD, mas mostramos abaixo algumas atividades — que devem ser feitas sempre de pés descalços.

Mexa os dedos: com os pés no chão, faça os movimentos de separar e juntar os dedos dos pés. Repita por dez vezes, mantendo os dedos por dois segundos em cada posição.

Levante o arco: mantenha o calcanhar e a ponta dos dedos no chão e tente erguer o pé em “concha”. Faça dez vezes, com contrações de cinco segundos.

Agarre objetos: tente pegar uma bola de borracha ou de algodão ou uma caneta utilizando os dedos dos pés, mantendo o calcanhar no chão. Repita dez vezes.

5- Higiene sempre

É crucial lavar os pés diariamente. Com a limpeza, são eliminadas as sujeiras que podem contribuir para o surgimento de infecções, em especial se há alguma ferida.

No processo de lavagem, também é possível examinar os pés em busca de pequenos machucados, que podem ser imperceptíveis — uma observação ainda mais importante para indivíduos com diabetes, que podem sofrer com a perda de sensibilidade na região.

Os odores desagradáveis normalmente vão embora quando se capricha na limpeza, mas também há fatores genéticos envolvidos, e algumas pessoas transpiram mais ali. Independentemente da causa, algumas coisas ajudam a evitar o chulé, como privilegiar calçados mais arejados, que facilitam a troca de umidade entre os pés e o ambiente, e deixar os pés ao ar livre no fim do dia.

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6- Tem que secar direito

Tão importante quanto lavar os pés é secá-los. A umidade excessiva pode atrair fungos, que não só provocam mau cheiro e ardência como abrem alas a infecções difíceis de tratar — mais uma vez, o perigo é maior para quem convive com o diabetes e tem problemas de cicatrização.

Após garantir um bom enxágue, sem deixar resquícios de sabão na pele, a atenção principal na secagem deve estar na região entre os dedos, que costuma ser mais difícil de atingir com a toalha, e acaba se tornando o principal foco de umidade.

Para prevenir encrencas, o ideal é evitar o uso de meias e calçados fechados imediatamente após lavar os pés a fim de que eles continuem a secar naturalmente. Recorrer ao secador em temperatura ambiente também pode ser uma saída.

7- O corte das unhas

Ele tem tudo a ver com a higiene e a prevenção de infecções. Unhas encravadas são um prato cheio para dores e outras chateações. A recomendação é fazer o corte em linha reta, removendo só as pontas que ficam mais pronunciadas.

Um corte muito arredondado ou uma incisão nos cantinhos fazem com que as unhas cresçam contra a pele, encravando ou gerando feridas. Nessas áreas, o jeito é empregar a lixa e deixar tesoura e alicate de lado.

Não só a maneira de cortar demanda cautela, mas também os equipamentos utilizados: eles devem ser sempre higienizados e, de preferência, esterilizados, para não correr o risco de levar micróbios à região. Pessoas com unhas encravadas constantemente tiram proveito do serviço de podólogos e outros especialistas.

8- A escolha do sapato

O primeiro ponto a considerar é o conforto: calçados apertados provocam a formação de calosidades, e aqueles que deixam os pés em uma posição diferente da natural acabam causando mais estresse que o necessário em ossos e articulações, favorecendo as dores e as lesões.

O caso clássico é o salto alto, que faz o peso da pisada ficar principalmente sobre os dedos e reduz drasticamente a pressão que normalmente seria absorvida pelo calcanhar.

A orientação dos profissionais é dar preferência aos calçados que propiciam uma caminhada mais próxima do natural: um modelo feito com tecido flexível, com o solado mais fino e plano e que permita o máximo de movimentos imitando o andar descalço. Para algumas pessoas com problemas nos pés, porém, sapatos específicos ou personalizados são a melhor pedida.

9- Massagem merecida

É possível fazer por conta própria para garantir o relaxamento da região, além de melhorar o fluxo sanguíneo ali. Utilize cremes ou óleos essenciais e manipule o pé inteiro, começando pela dobra dos dedos, passando pela parte superior e depois pela sola, apertando delicadamente até onde se sentir confortável.

A massagem pode ser feita todos os dias, por 15 minutos. O processo deve ser prazeroso. Caso sinta dores frequentes ao encostar em alguma parte do pé, não insista e procure um médico para verificar o que acontece.

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10- Bora hidratar

Pés ressecados resultam em rachaduras, que podem evoluir — sobretudo com o envelhecimento e doenças crônicas — para feridas chatas de sarar, um terreno também fértil para infecções.

Os experts indicam primeiro uma boa esfoliação (com utensílio adequado, não lixa) para remover a pele morta e facilitar a entrada do hidratante.

Existem cremes específicos para os pés: eles devem ser bem espalhados para não só garantir a absorção mas também não deixar a pele úmida. Lembre-se de esperar secar antes de sair andando por aí a fim de evitar escorregões.

11- Autoexame dos pés

Não é nada complicado: basta checar a região com alguma frequência, em geral após o banho, para caçar frieiras, feridas, rachaduras… A inspeção inclui o vão entre os dedos e o pedaço ao redor e sob as unhas. Tudo isso pode servir de porta de entrada para bactérias e fungos.

Também vale sondar a presença de calos e inchaços, às vezes não tão evidentes à primeira vista, porque essas formações costumam sinalizar que o calçado não está sendo bacana com seus pés. O autoexame deve ser ainda mais apurado no caso dos diabéticos, devido à possível falta de sensibilidade na região. Se preciso, peça ajuda aos familiares para essa tarefa.

12- Procure um especialista

Diferentes profissionais atuam na linha de frente dos problemas com os pés: dermatologistas, ortopedistas, enfermeiros, podólogos, fisioterapeutas etc. E inchaços, dores, vermelhidão e cortes que não cicatrizam exigem mesmo um olhar profissional. A dor é o sinal mais notável de que alguma coisa está errada no corpo, mas não é o único a soar o alerta.

Feridas que não vão embora, sangramentos abruptos, mudança na coloração da pele e micoses que cedem e reaparecem são algumas das situações que devem ser avaliadas e tratadas com o apoio de um especialista. Isso evita complicações e garante o bem-estar que as estruturas que nos mantêm literalmente de pé tanto merecem.

 

 


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Acesso a tratamento domiciliar ainda é um desafio para os pacientes

Em tempos de pandemia, tem crescido o número de atendimentos para internação em casa, o chamado home care. De acordo com o Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), a elevação foi de 35%. Indicação e relatório médicos são fundamentais para garantir essa modalidade de assistência em domicílio.

Além de ser uma alternativa de redução dos elevados custos decorrentes da hospitalização, o serviço de home care ajuda a diminuir os riscos de infecção e a contribuir para o bem-estar psíquico do paciente e da família, garantindo o direito constitucional à dignidade da pessoa.

No Brasil, esse tipo de assistência surgiu de forma incipiente para beneficiar os pacientes com HIV em fase terminal, na década de 1980. A equipe envolvida no home care precisa estar habilitada para tratar o doente de forma integrada. Isso exige conhecimentos específicos e preparo técnico, diferentemente dos cuidadores, envolvidos com auxílio na alimentação e na higiene, que não têm cobertura dos planos de saúde.

O direito à cobertura do home care fundamenta-se na necessidade da prescrição do tratamento multidisciplinar englobando médico(s), enfermeiro(s) e fisioterapeuta(s) para estimulação respiratória e motora. Contempla, também, direito a profissionais como nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, dentista, entre outros necessários ao acompanhamento do paciente.

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A recomendação para o serviço, porém, não decorre da vontade do paciente, mas, sim, de uma indicação médica. A modalidade é mais indicada para doentes crônicos, acometidos por Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, esclerose lateral amiotrófica (ELA), Parkinson, pós-Covid, recém-nascidos portadores de síndromes neurológicas ou pacientes oncológicos.

Apesar das nítidas vantagens oferecidas pelos procedimentos de home care, ele é negado com frequência por planos e seguros de saúde. Essas negativas são justificadas pela natureza do contrato, que limita o acesso ao tratamento domiciliar do beneficiário.

No entanto, essa conduta é abusiva e tem sido derrubada pelo poder judiciário. Sempre que o médico prescrever o home care após a constatação de uma doença, não poderá prevalecer a exclusão contratual para tratamento domiciliar. Entender a indicação de forma diversa é um contrassenso.

Embora o home care conste do rol de normas técnicas necessárias à assistência domiciliar, previsto pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2003 e a Anvisa tenha criado regras para o funcionamento dos serviços, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) só o regulamentou em 2010, estabelecendo a obediência às normas da Anvisa e à Lei dos Planos de Saúde no caso de a operadora oferecer a internação domiciliar em substituição à hospitalar.

No entanto, a ANS ainda não sancionou uma norma que torne mandatória a inclusão dos serviços de atenção domiciliar em seu rol de especialidades.

A desospitalização e a substituição de leitos hospitalares pelo atendimento domiciliar são uma tendência no mercado da saúde e têm sido recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E muitas operadoras que adotam o home care de maneira opcional ofertam esse serviço por uma questão econômica.

Promover o bem-estar do paciente deve ir além disso. Implica em humanizar o atendimento. E a responsabilidade sobre esse tipo de atendimento não compete só aos planos e seguradoras, mas também ao governo (leia-se ANS), que precisa criar políticas e regulamentar o mercado para que o paciente não seja aviltado no momento de maior fragilidade.


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