quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O que esperar da vacina bivalente para Covid-19?

Quando a pandemia de Covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, as medidas não farmacológicas, como uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, formavam, na época, a única linha de ação para a prevenção da doença causada pelo vírus Sars-CoV-2.

Em paralelo, centros de pesquisa movimentaram bilhões de dólares em um esforço coletivo na busca de uma vacina capaz de reduzir o número de mortes pela infecção. E foi assim que projetos de pesquisa saíram do papel e novas tecnologias e formulações, que até então estavam em fase experimental ou eram voltadas a outras doenças, se tornaram uma realidade.

Esse foi o início de uma nova era para as vacinas, muitas delas desenvolvidas com técnicas pioneiras de biologia molecular, como vetor viral e RNA mensageiro (mRNA). E também um divisor de águas no controle da Covid-19.

Apesar de imunizantes como esses nunca terem sido licenciados anteriormente, é importante ressaltar que foram criados a partir de estudos em andamento realizados há anos, boa parte deles destinada a enfermidades como câncer, malária, ebola, aids e mesmo infecções semelhantes à Covid-19, como Sars e Mers.

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Mesmo passando por pesquisas rigorosas e sendo aprovadas por agências regulatórias no Brasil e no exterior, as vacinas enfrentam um desafio que torna o custo da pandemia ainda mais alto: a recusa de parte da população em se vacinar. Pessoas julgam os produtos disponíveis ineficazes ou perigosos e caem na teia de teorias fantasiosas, que desmerecem décadas de estudos na área.

Estima-se que, no país, 70 milhões de pessoas não completaram o esquema vacinal contra Covid-19. Essa ruptura na cadeia de imunização abre risco para surtos da doença, uma ameaça concatenada ao surgimento de novas variantes e subvariantes virais (BA.4 e BA.5), derivadas da ômicron, a mais prevalente no país até o momento.

De fato, isso já está acontecendo. Os dados recentes mostram aumento na incidência da doença no país nas últimas semanas. E, quanto maior o número de pessoas infectadas, maior o surgimento de mutações do vírus, gerando variantes cada vez mais resistentes e com maior potencial de disseminação.

A arma do nosso lado é a vacinação. Para que um imunizante desempenhe bem seu papel, ele precisa ser específico. Sua função é apresentar ao nosso sistema imunológico informações sobre o agente infeccioso a ser combatido. Para isso, sua fórmula contém uma substância que remete ao próprio vírus, como um mRNA, um DNA, uma proteína ou mesmo parte do vírus que foi inativada ou atenuada em laboratório.

No entanto, com o surgimento das novas variantes, é importante dizer que o Sars-CoV-2 já não é mais o mesmo vírus que conhecíamos no início da pandemia, quando os primeiros casos surgiram em Wuhan, na China.

Trata-se agora de um vírus com diversas mutações cujas sequências genéticas se diferem substancialmente das do vírus original. E as vacinas precisam acompanhar essa evolução.

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É por essa razão que estão aparecendo agora as vacinas de segunda geração, as bivalentes. São assim chamadas por possuírem duas substâncias essenciais em sua composição: a primeira é a sequência biológica da nova variante ômicron (incluindo suas subvariantes BA.1, BA.4 e BA.5, mais prevalentes atualmente e com maior potencial infeccioso) e a segunda é uma sequência que remete ao vírus original.

Essas vacinas estimulam nosso sistema imunológico a elaborar uma linha de defesa mais específica e, consequentemente, mais eficaz contra o vírus. É o início de uma nova era na intensa luta para o fim da pandemia.

A primeira vacina bivalente para Covid-19 foi aprovada há pouco pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Cominarty Bivalente (da Pfizer) pode ser utilizada como reforço único a quem tomou a primeira dose da vacina monovalente (específica somente ao vírus original), independente do fabricante.

Por enquanto, no Brasil, a nova vacina é indicada a adolescentes acima de 12 anos e adultos, e apenas como dose de reforço. Não está recomendada para primeira vacinação nem para crianças.

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Nos estudos clínicos, a vacina bivalente demonstrou capacidade de produzir quatro vezes mais anticorpos neutralizantes contra as variantes BA.4 e BA.5, quando comparada à monovalente, sobretudo em adultos acima de 55 anos de idade, que compõem a faixa etária de risco para a forma grave da doença. Os resultados de segurança e tolerância foram similares aos observados para a vacina monovalente.

Esses dados reforçam que a última geração do imunizante deve representar uma proteção adicional à população e cravar mais um marco na luta da ciência contra o Sars-CoV-2 e essa pandemia que já chega ao seu terceiro ano.

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*Rafael Resende é biólogo, com pós-doutorado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e pesquisador na área de imunologia da Fiocruz/RJ

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OMS recomenda método canguru para prematuros em boas condições de saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova recomendação para que bebês prematuros ou com baixo peso (menos de 2,5 quilos) sejam encaminhados, se possível, diretamente para o colo da mãe após nascer. Antes dessa nova decisão internacional, mesmo quando não havia a necessidade, era indicada a estabilização do recém-nascido na incubadora.

Segundo a OMS, o contato pele a pele ajuda a melhorar as condições de saúde e as chances de sobrevivência.

Por isso, a assistência com o “método canguru” deve começar logo após o parto — o bebê fica em posição vertical, junto ao peito da mãe, envolvido em uma espécie de faixa de tecido, e deve permanecer ali o máximo de tempo possível. A participação do pai, ou de outro parceiro ou familiar, também é estimulada.

“É uma mudança de visão muito importante, torna o processo mais humanizado”, observa a pediatra neonatologista Romy Zacharias, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Estudos mostram inúmeros benefícios desse contato íntimo: ajuda a controlar a temperatura corporal do bebê, reduz a chance de infecções, melhora o vínculo com os pais, facilita o início e a continuidade do aleitamento materno, além de favorecer o desenvolvimento neurocomportamental, reduzir o estresse e a dor, entre outros.

“Observamos que são bebês mais tranquilos, não apresentam tanta oscilação da saturação do oxigênio, ganham peso com mais facilidade”, diz a especialista.

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Diferentes graus de prematuridade

O classificação de “parto antes da hora” inclui desde bebês extremamente prematuros, com baixíssimo peso, até aqueles que nascem em ótimas condições, com chegada bastante próxima à data prevista.

“Muitas vezes, eles já têm a respiração adequada, são grandes, e não há nenhuma necessidade de serem separados da mãe”, diz a médica.

No entanto, aqueles que nascem em condições mais críticas podem se beneficiar do contato pele a pele após serem estabilizados. Mas até mesmo bebês intubados podem ser colocados na posição Canguru.

+ Leia também: Cuidando do bebê prematuro: a importância do minuto de ouro

Para os cuidadores, o contato direto com o recém-nascido também traz benefícios. “Os pais têm a sensação de poder contribuir com o cuidado”, diz Romy. “O método ajuda no suporte psicológico para as famílias.”

Segundo a OMS, nascem 15 milhões de prematuros no mundo anualmente, número que representa mais de 10% do total de nascimentos. Em locais com boa assistência, grande parte dos recém-nascidos têm alta chance de sobrevivência. No entanto, em países pobres essa taxa pode ser de apenas 10%.

*Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein

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Atrofia muscular espinhal (AME): rompendo os paradigmas de cuidado

O cérebro e a medula espinhal são os responsáveis por controlar o funcionamento dos músculos que, por sua vez, possibilitam ações como andar, se sentar, se alimentar e até mesmo respirar.1 A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença rara, degenerativa e grave, passada de pais para filhos, que afeta justamente os neurônios motores.2 Sem o comando desses neurônios, os músculos se degeneram e se tornam hipotônicos, fracos e atrofiam.3

Trata-se de uma doença antiga4 – que foi descrita pela primeira vez há quase 130 anos.5 A AME é subdividida clinicamente em cinco tipos (0, 1, 2, 3 e 4), definidos pela idade de aparecimento dos sintomas e habilidades motoras alcançadas. Assim, pessoas com a mesma doença podem apresentar níveis de acometimento e manifestações diferentes, como indivíduos que não conseguem se sentar de forma independente, indivíduos que se sentam, mas não andam, ou que andam, mas que podem perder essa habilidade com a progressão da doença.6

<span class="hidden">–</span>Com a chegada dos tratamentos modificadores, o cuidado multidisciplinar otimizou os resultados clínicos de pacientes com AME/Divulgação

Avanços no tratamento da doença

Até recentemente, segundo a dra. Vanessa Van Der Linden, médica neuropediatra, a AME, que é a principal causa genética de mortalidade infantil no mundo,7 não contava com tratamentos que pudessem transformar o curso da doença. 

Mas dois fatores mudaram esse cenário: a chegada de novos medicamentos modificadores e a inclusão do rastreio da AME no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), lei que foi sancionada em maio de 2021.8 “Hoje, existem três opções farmacológicas disponíveis, que têm por objetivo aumentar a quantidade de SMN (proteína de sobrevivência dos neurônios motores). São terapias que não curam, mas trazem importantes benefícios que transformam a realidade de quem tem a doença.”

De acordo com a dra. Tatiana Branco, diretora médica da Biogen Brasil, o primeiro tratamento modificador para o cuidado da AME foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto de 2017.9 Outras terapias modificadoras da doença foram aprovadas em 2020.10,11

Com a chegada dos tratamentos modificadores, até o cuidado multidisciplinar, que pode envolver fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pneumologistas, pediatras e nutricionistas, teve seus objetivos terapêuticos ajustados a fim de otimizar os resultados clínicos e melhor atender às novas expectativas dos pacientes.3 “Antes, o tratamento multidisciplinar tinha um papel importantíssimo também, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, porém não modificava a progressão da doença, mantendo a perda motora progressiva”, explica a neuropediatra.

A diretora médica da Biogen Brasil reforça a relevância de uma abordagem multidisciplinar. “Um cuidado holístico e multidisciplinar é imprescindível para pessoas com AME. Quando a abordagem é feita de forma adequada, ela pode impactar de maneira significativa a qualidade de vida do paciente e seus familiares.”

AS DIFERENÇAS ENTRE OS TRATAMENTOS³

 

TRATAMENTOS MODIFICADORES

Busca a estabilização ou regressão dos sintomas nos pacientes

Impede a progressão da doença e seus sintomas

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Aumenta a qualidade de vida dos pacientes

Não exclui o trabalho multidisciplinar para o auxílio nos cuidados

TRATAMENTO PALIATIVO

Assistência por meio de uma equipe multidisciplinar que, diante de uma doença que ameace a vida, vise:

Melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares

Prevenção do alívio e do sofrimento

Identificação precoce

Realização de avaliações adequadas

Realização de manejo de dor e demais sintomas físicos, sociais e psicológicos

Garantir o conforto e tranquilizar pacientes e suas famílias

 

A dra. Vanessa reforça que, quanto mais precoce for o tratamento, mais chances haverá de ganho de qualidade de vida e que, por isso, é de extrema importância que pais e cuidadores procurem ajuda médica ao perceber qualquer sinal e que os próprios médicos estejam atentos para fazer a investigação necessária diante de qualquer suspeita.

Confira mais informações na plataforma Juntos pela AME, que reúne conteúdos atualizados e acessíveis sobre a doença. 

Referências:

  1. Biogen. Juntos pela AME. Disponível em: https://www.juntospelaame.com.br/pt_BR/home/entender/sobre-a-ame/o-que-e-a-atrofia-muscular-espinhal1.html. Acesso em: 17 nov 2022.
  2. Ministério da Saúde. Atrofia Muscular Espinhal (AME). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/ame#. Acesso em: 17 nov 2022.
  3. Biogen. Guia de Discussão sobre Atrofia Muscular Espinhal no Brasil. Disponível em: https://www.juntospelaame.com.br/content/dam/intl/latam/brazil/sma/patients/hubtogetherinsma/images/articles/Guia_Discussao_AME_Brasil.pdf. Acesso em: 17 nov 2022.
  4. Prior TW, Leach ME, Finanger E. Spinal Muscular Atrophy. 2000 Feb 24 [Updated 2020 Dec 3]. In: Adam MP, Everman DB, Mirzaa GM, et al., editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle, 1993-2022.
  5. Lunn MR, Wang CH. Spinal muscular atrophy. Lancet 2008; 371(9630):2120-33. 
  6. Lunn MR, Wang CH. Spinal muscular atrophy. Lancet 2008; 371(9630):2120-33. 
  7. Farrar MA, Kiernan MC. The Genetics of Spinal Muscular Atrophy: Progress and Challenges. Neurotherapeutics 2015; 12:290-302.
  8. Biogen. Juntos pela AME. Qual é o impacto da inclusão da AME no PNTN? Disponível em: https://www.juntospelaame.com.br/pt_BR/home/entender/diagnostico-da-ame/qual-e-o-impacto-da-inclusao-da-ame-no-pntn.html. Acesso em: 17 nov 2022.
  9. Biogen Brasil Produtos Farmacêuticos Ltda. Bula do medicamento Spinraza® (nusinersena) [Internet]. 2017. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov. br/#/bulario/q/?nomeProduto =Spinraza. Acesso em: 17 nov 2022.
  10. Resolução RE nº 3.061, de 14 de agosto de 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-re-n-3.061-de-14-de-agosto-de-2020-272511373. Acesso em: 17 nov 2022.
  11. Resolução RE nº 4.079, de 8 de outubro de 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-re-n-4.079-de-8-de-outubro-de-2020-282194844. Acesso em: 17 nov 2022. 

Biogen 192096 – Novembro/2022. Reprodução total ou parcial sem autorização expressa da Biogen é terminantemente proibida. Biogen Brasil Produtos Farmacêuticos Ltda. Material institucional e não promocional, destinado exclusivamente a profissionais da comunicação. 

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Investir na educação sobre diabetes hoje para proteger o amanhã

Novembro é o mês de conscientização sobre o diabetes. As atividades que ocorrem nesse período ajudam a concentrar a atenção no que é necessário para lidar com a crescente pandemia da doença e garantir que os pacientes recebam os cuidados necessários para manejar sua condição com sucesso, evitando ou retardando complicações debilitantes capazes de ameaçar a vida.

Para marcar a ocasião neste ano, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) está focando na educação sobre o diabetes. Um dos objetivos é que os governos aumentem o investimento para fornecer melhor apoio aos profissionais de saúde e pessoas que vivem com o diabetes.

De acordo com a pesquisa mais recente da IDF, o Brasil possui a sexta maior prevalência de diabetes no mundo e a maior na região da América do Sul e Central, afetando mais de 15 milhões de adultos.

Em relação ao diabetes tipo 1, o Brasil está em terceiro lugar no número global de casos e verificou-se, ainda, que a expectativa de vida dessas pessoas é reduzida em uma média de 25,4 ano no país.

Além disso, quase um terço das pessoas que vivem com diabetes no Brasil (32%) não foram diagnosticadas. Portanto, estão em maior risco de complicações como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, cegueira e danos nos nervos.

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Olho no futuro

Em um esforço para ajudar a conter o aumento da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acordou um ambicioso conjunto de metas globais de cobertura do diabetes para ser atingido até 2030.

Elas incluem identificar e diagnosticar quatro em cada cinco casos de diabetes e garantir um bom controle de açúcar no sangue e pressão arterial.

Falam também em tratar 60% de todos os pacientes com mais de 40 anos com medicamentos para baixar o colesterol, e garantir que todos os portadores de diabetes tipo 1 tenham acesso à insulina e ao automonitoramento de glicose no sangue.

Isso é importante porque, sem acesso à terapia com insulina e tudo o que é necessário para torná-la bem-sucedida, o diabetes tipo 1 é uma sentença de morte desnecessária.

Atingir esses objetivos demanda muitos esforços. A educação sobre a doença é fundamental para garantir o diagnóstico e o tratamento precoces, e apoiar as pessoas que vivem com o quadro.

+ Leia também: Aprovado o primeiro remédio que retarda o surgimento do diabetes tipo 1

Educação para apoiar o autocuidado

O número de pessoas com diabetes está aumentando rapidamente no Brasil, com a previsão de chegar a quase 20 milhões até 2030. Isso coloca uma pressão adicional sobre os sistemas de saúde, com os profissionais tendo cada vez menos tempo disponível para as consultas.

Em mais de 95% do tempo, as pessoas que vivem com diabetes estão cuidando de si mesmas. Portanto, é fundamental que elas tenham acesso a informações atualizadas e confiáveis para apoiar seus autocuidados e, com isso, prevenir complicações e ter qualidade de vida.

O diabetes muda ao longo da vida, exigindo ajustes. Entender quais são os pontos de atenção e quais medidas tomar é extremamente importante.

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Os pacientes precisam tomar muitas decisões o tempo todo, e é necessário garantir que elas sejam conscientes e baseadas em evidências científicas.

Saber o que fazer e quando agir pode proteger contra complicações do diabetes, proporcionando não apenas uma melhor qualidade de vida às pessoas que têm a condição, mas também beneficiando o sistema de saúde brasileiro, já que os altos custos associados ao tratamento e atendimento a complicações secundárias acabam reduzidos.

Para ter ideia, o gasto em saúde relacionado ao diabetes no Brasil ultrapassa 42,9 bilhões de dólares ao ano – o terceiro maior do mundo.

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Acesso à educação para profissionais de saúde

A educação contínua em diabetes também é essencial para os profissionais de saúde no Brasil.

É particularmente importante que médicos de saúde básica, farmacêuticos e agentes comunitários de saúde tenham um bom conhecimento sobre diabetes para que possam identificar pessoas de alto risco e flagrar a doença precocemente.

No momento do diagnóstico, eles devem estar equipados para fornecer os conselhos e as ferramentas certas para apoiar o autocuidado contínuo.

Garantir que recursos educacionais e treinamento estejam disponíveis e acessíveis aos profissionais de saúde permite que seus conhecimentos sobre diabetes estejam atualizados, o que leva ao máximo aproveitamento do tempo (limitado) que têm disponível com seus pacientes.

Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

Um compromisso global contínuo

A IDF está comprometida em ajudar a alcançar as metas globais de cobertura de diabetes da OMS e garantir a prestação de melhores cuidados de diabetes em escala global.

Para facilitar as oportunidades de aprendizado para profissionais de saúde e pessoas que vivem com diabetes, a Escola de Diabetes da IDF (IDF School of Diabetes) oferece cursos online grátis.

No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito, e é por isso que a IDF está convocando a comunidade brasileira com diabetes e o público em geral para pressionar o governo e ministro da saúde para que mais recursos sejam alocados para a educação em diabetes.

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, o diabetes é, hoje, a única grande doença não transmissível para a qual o risco de morrer cedo continua a aumentar. É uma pandemia em curva ascendente e, sem compromisso e investimento adicionais de governos, continuará a crescer.

Ações governamentais precisam ser tomadas agora, para aumentar a conscientização da população e melhorar a formação dos profissionais de saúde a fim de prestar o melhor atendimento possível às pessoas que vivem com diabetes. Precisamos fornecer educação sobre diabetes hoje para proteger o amanhã.

Envie uma carta ao ministro da saúde e demais autoridades através da ferramenta online da IDF: clique aqui.

*Mark Barone é vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF)

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terça-feira, 29 de novembro de 2022

“Se tem vida, tem jeito”: a história e a missão de uma suicidologista

Em seu site pessoal, Karina Okajima Fukumitsu, de 51 anos, se apresenta como psicóloga, psicopedagoga e… suicidologista.

O termo, ainda pouco conhecido, já rendeu situações curiosas. Certa vez, ao dar palestra em uma universidade, um aluno perguntou: “É aqui o curso de suicídio da Karina?”. “Não sou especialista em suicídio”, se apressa em explicar. “Sou especialista em prevenção de suicídio”, corrige.

E, logo em seguida, ela acrescenta: “E em posvenção também”. Se prevenção é o conjunto de medidas que busca evitar um mal e abrange o estudo dos fatores de risco e de proteção, posvenção é o amparo às gerações futuras e ao ambiente social, ou seja, a pais, filhos e amigos que sofreram a partida de alguém que se mata.

“Suicidologia é a área da psicologia que estuda os processos autodestrutivos e sua prevenção”, define a expert. “Seu objetivo é cuidar dos enlutados por suicídio e ajudá-los a fazer a travessia da condição de sobreviventes à de seres viventes”, completa.

Karina começou a se interessar pelo assunto ainda criança, lá pelos 10 anos de idade. Ela perdeu a conta das vezes em que, ao lado da irmã, Cristina, dois anos mais velha, precisou chamar a ambulância para socorrer a mãe. Por incontáveis ocasiões, a matriarca da família, Yooko Okajima, teve que ser levada às pressas para o pronto-socorro mais próximo por tentativa de suicídio.

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Só de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) foram quase 20. Numa delas, Karina foi obrigada a ouvir de um dos enfermeiros de plantão: “Ah, Dona Yooko, a senhora de novo por aqui?”, perguntou, em tom de deboche.

Karina tinha 4 anos quando, no dia 1º de fevereiro de 1974, o irmão de sua mãe morreu no incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo. Na tragédia, 187 pessoas perderam a vida e outras 300 ficaram feridas. Desde então, a vida de Dona Yooko virou pelo avesso.

Deprimida, passou a fazer uso de álcool e a não sair de casa. “Minha mãe me ensinou muitas coisas. Uma delas foi ressignificar o sofrimento e a transformar a dor em amor”, afirma a psicóloga.

Ao longo dos anos, Karina teve que enfrentar outras “partidas”: a de um sobrinho, afogado na piscina da chácara onde mora sua família; a de sua melhor amiga, em um acidente de carro a caminho da faculdade; e a da própria mãe, vítima de um problema do coração, em 2013.

Quando fazia o pós-doutorado, entre 2013 e 2017, Karina levou outro susto: o diagnóstico de uma inflamação cerebral autoimune, apelidada de “tsunami existencial”, que causava dor de cabeça, falta de ar e perda de movimentos, entre outros sintomas.

“Levei vários tombos da vida. Por diversas vezes, tive dúvida se conseguiria me levantar. Certa vez, cheguei a ter ideações suicidas. Você começa a achar que o suicídio é a solução que procura para algo que parece não ter solução. Nessas horas, lembrava da minha obaachan [“avó”, em japonês]: ‘Karina, tudo tem jeito, menos morte’. Essa frase me ajudou a ter forças e a acreditar que, apesar do sofrimento, eu conseguiria virar o jogo”, conta.

Hoje, Karina Fukumitsu é uma das maiores referências do país em prevenção de suicídio no Brasil.

Com doutorado e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), apresenta o podcast Se Tem Vida Tem Jeito, coordena uma pós-gradução em suicidologia na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), presta atendimento a famílias, colégios e empresas e escreve livros sobre luto e suicídio — os mais recentes são Sobreviventes Enlutados Por Suicídio: Cuidados e Intervenções  e Revés de Um Parto: Luto Materno, ambos pulicados pela Summus Editorial.

+ LEIA TAMBÉM: Psicofobia afasta pessoas do atendimento adequado ao sofrimento mental

Questão de saúde pública

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um suicídio deixa cicatrizes na vida de, no mínimo, cinco pessoas. Outro estudo, da National Action Alliance for Suicide Prevention, nos Estados Unidos, calcula um número 23 vezes maior: 115 pessoas são impactadas pelo suicídio de alguém.

Um dos colégios que Karina atendeu foi o Bandeirantes, em São Paulo. Em 2018, no intervalo de 15 dias, dois alunos do Ensino Médio, que não tiveram suas idades divulgadas tiraram a própria vida.

Numa dessas visitas, Karina foi procurada por um estudante que lhe contou que uma colega de turma estava postando fotos de automutilação em grupos privados.

Karina, então, procurou a família da garota e ligou o alerta vermelho. No dia seguinte, a aluna rabiscou a prova do colega. “Tomei bronca em casa por sua causa”, reclamou ela. “É melhor ter um amigo bravo do que um amigo morto”, consolou Karina.

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“A pergunta que eu mais ouço em meus cursos e palestras é: ‘Como agir com quem fala que quer se matar?’ Costumo responder: ‘Quem está longe julga; quem está perto compreende’. A primeira coisa a fazer é se aproximar, assumir uma escuta empática, sem dar conselhos ou fazer julgamentos”, orienta a psicóloga.

“No ambiente escolar, há sinais de alerta, como baixo rendimento nas aulas, isolamento social e mudança abrupta de comportamento, e tudo isso precisa ser observado. Assim como frases do tipo: ‘Quero sumir’, ‘Não aguento mais’ ou ‘Só morrendo mesmo’”, esmiúça.

Outras dicas da especialista: nunca deixar a pessoa sozinha, tirar de perto armas de fogo ou objetos cortantes e convencê-la a procurar ajuda médica.

+ LEIA TAMBÉM: O que precisa avançar nas políticas públicas voltadas à saúde mental

“Mamãe e papai, não se culpem. Amo vocês”

Desde 2014, o mês de setembro é dedicado à prevenção do suicídio. A origem do Setembro Amarelo está associada à morte de Michael “Mike” Emme (1977-1994). Mike tinha 17 anos quando comprou e restaurou, ele mesmo, um Mustang 68. Na hora de pintar o carro, escolheu sua cor favorita: o amarelo.

No dia 8 de setembro de 1994, porém, algo inesperado aconteceu: “Mamãe e papai, não se culpem. Amo vocês”, rabiscou em um pedaço de papel. No dia do enterro, seus pais, Dale e Darlene, distribuíram 500 cartões com os dizeres “Se precisar, peça ajuda!”, todos enfeitados com uma fita amarela, entre parentes e amigos. Naquele mesmo ano, fundaram uma associação, a Yellow Ribbon (“Fita Amarela”), em homenagem ao filho.

Em 2003, a OMS instituiu o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e, em 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV) criou o Setembro Amarelo.

Todos os anos, cerca de 1 milhão de pessoas cometem suicídio. Dessas, 12 mil no Brasil. “Precisamos falar sobre suicídio, sim. E sua prevenção não deve se restringir a um dia ou a um mês específicos. O problema não é falar. É como se fala. Muitas vezes, há sensacionalismo e espetacularização”, afirma Karina.

A psicóloga continua: “A própria OMS recomenda que, ao noticiar um episódio de suicídio, não se informe, por exemplo, detalhes sobre a maneira pela qual a pessoa se matou. A série 13 Reasons Why [da Netflix] causou polêmica tanto por exibir a cena do suicídio quanto por apontar culpados”.

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Solução permanente para problema temporário

Para entender o que leva alguém em sofrimento psíquico a tentar destruir a própria vida, a OMS descreve três características do comportamento suicida. A primeira delas é a ambivalência: a pessoa não quer morrer; quer é dar um fim ao seu sofrimento.

A segunda é a impulsividade. Impulsiva é toda pessoa que age (ou reage) sem refletir. Que obedece ao impulso do momento. “O suicídio é uma solução permanente para um problema temporário”, teorizou o suicidologista americano Edwin Shneidman (1918-2009).

E a terceira, a rigidez de pensamento. Rígido é algo pouco flexível ou maleável. No comportamento suicida, não há meio termo: é tudo “agora ou nunca”, “vida ou morte”, “8 ou 80”…

No Brasil, além da impulsividade, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) acrescenta três “Ds” às principais causas de suicídio: desesperança, desespero e desamparo.

Até pouco tempo, a cartilha Suicídio: Informando para Prevenir, elaborada pelo Ministério da Saúde, trazia um quarto “D”, de depressão. No entanto, ainda que seja um dos principais fatores de risco, a depressão não é o único transtorno psiquiátrico por trás do problema. Bipolaridade, esquizofrenia e uso de drogas, por exemplo, também exigem atenção.

“Dizem por aí que 90% dos casos de suicídio são evitáveis. É uma das frases mais irresponsáveis que existe. Quando ouvi da primeira vez, fiquei indignada. Muitos enlutados já vieram me perguntar: ‘Karina, o que eu fiz de errado? Por que não consegui evitar o suicídio do meu filho ou da minha fila?’. É o tipo de frase que traz sentimento de culpa”, relata a psicóloga.

“O que a OMS quis dizer nesse sentido, e foi mal interpretada, é que a maior parte dos casos de suicídio está relacionada a transtornos psiquiátricos. Como suicidologista, não me atrevo a querer ser uma salva-vidas. Seria onipotência minha. Sou, na melhor das hipóteses, uma guarda-vidas”, conclui.

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Marte pode ter sido o primeiro planeta do Sistema Solar a abrigar vida, diz estudo

É difícil imaginar Marte sem o aspecto árido e inóspito que caracteriza o planeta vermelho. Sua atmosfera é tão rarefeita e gelada que, se houvesse alguma água na superfície do planeta, ela só poderia existir em forma de gelo. Mas um estudo publicado este mês no periódico Science sugere que nem sempre foi assim.

Marte já foi um planeta quente, de atmosfera densa, e com enormes corpos de água em sua superfície. E mais: há 4,5 bilhões de anos, o planeta pode ter sido coberto com um oceano de 300 metros de profundidade. Considerando as moléculas orgânicas e outros elementos químicos presentes em asteroides e cometas naquela época, os pesquisadores argumentam que Marte pode ter sido o primeiro planeta do Sistema Solar a abrigar vida.

Para ter uma noção de tempo: hoje sabemos que a Terra tem 4,567 bilhões de anos. Marte se formou não muito antes, há 4,6 bilhões de anos. Esses planetas passaram por um período intenso de quedas de asteroides entre 4,5 e 3,8 bilhões de anos atrás, que ficou conhecido como Intenso Bombardeio Tardio.

Algumas teorias defendem que esse período foi o responsável por distribuir água e moléculas orgânicas pelo Sistema Solar – que posteriormente se tornariam os ingredientes essenciais para a formação de vida. “Naquela época, Marte era bombardeado com asteroides cheios de gelo. Isso aconteceu nos primeiros 100 milhões de anos da evolução do planeta. Esses asteroides também carregavam moléculas orgânicas biologicamente importantes para a vida”, disse Martin Bizzarro, um dos autores do estudo, em nota.

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Para chegar à conclusão, pesquisadores da Universidade de Paris, Universidade de Copenhague, ETH Zurique e Universidade de Berna analisaram a variabilidade de um isótopo de cromo (​54Cr) presente em um meteorito marciano. A rocha fez parte da crosta de Marte há bilhões de anos, revelando a composição do planeta naquela época.

Analisando o isótopo, a equipe estimou a taxa de impacto de asteroides em Marte há 4,5 bilhões de anos – e, consequentemente, quanta água eles levaram ao planeta vermelho. Segundo eles, a quantidade de água seria suficiente para cobrir todo o planeta com um grande oceano de pelo menos 300 metros de profundidade, podendo atingir até um quilômetro em algumas regiões. Os asteroides também levaram aminoácidos, que fazem parte de moléculas orgânicas complexas, como RNA, DNA e proteínas.

Já é bem aceito entre cientistas que Marte tinha água líquida em sua superfície no passado. A questão é saber se a quantidade de água, em conjunto com outras moléculas, seriam suficientes para viabilizar o surgimento de vida. Há, inclusive, rovers coletando amostras do solo de Marte. Quando essas amostras vierem para a Terra, pesquisadores irão procurar por fósseis de bactérias. Você pode ler mais sobre essa operação neste texto.

Segundo o novo estudo, a quantidade de água no planeta seria mais do que suficiente para abrigar vida, o que implicaria que Marte pode ter sido lar de microorganismos antes mesmo da Terra. Mas como estava o nosso planeta durante isso tudo?

A Terra até tinha potencial para vida – mas uma colisão gigantesca entre o nosso planeta e outro corpo espacial acabou com qualquer chance de que essa vida se desenvolvesse. A colisão foi tão forte que deu origem a um outro corpo celeste: a Lua. Esse evento colocou o nosso satélite natural em órbita ao redor da Terra, numa época em que o planeta ainda era seco.

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Existe uma relação entre doenças da próstata e impotência sexual?

Para muitos homens, a função exata da próstata e a relação que ela tem com o sexo e a ereção é um tema nebuloso. Para elucidar esse assunto, primeiro precisamos entender o que é a próstata e para que ela serve.

A próstata é uma glândula que produz parte do líquido seminal, e a contração dela é uma das responsáveis pelo jato da ejaculação.

Por outro lado, ela não está diretamente relacionada com a ereção em si, mas os nervos que cumprem essa função passam rentes às suas laterais.

Portanto, doenças da próstata não são diretamente responsáveis por problemas de ereção, mas podem ter uma conexão indireta com eles. Vamos por partes.

Primeiro, temos que falar do crescimento benigno da próstata, chamado de hiperplasia prostática. É uma condição que ocorre em todos os homens com o passar dos anos e aumenta a probabilidade de disfunção erétil. Embora esse elo já tenha sido demonstrado por estudos e se especule que o aumento da glândula repercuta nas estruturas ligadas à ereção, ainda não se cravou o mecanismo exato por trás disso.

Mas e a relação entre câncer de próstata e ereção? Afinal, uma pesquisa feita pela Omens em parceria com o Datafolha mostrou que 40% dos brasileiros acreditam que quem tiver esse diagnóstico vai ter impotência. Procede?

Novamente, a relação é indireta. Como os nervos passam muito próximos da próstata, tratamentos como a cirurgia para retirar o tumor (a prostatectomia radical) ou radioterapia podem danificar os tecidos ao redor e afetar a ereção.

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+ LEIA TAMBÉM: Por que tantos homens ainda deixam de fazer exames da próstata?

A boa notícia é que hoje, com as técnicas avançadas de cirurgia robótica para tratar a doença, preservamos melhor os nervos, diminuindo o risco de disfunção erétil.

Mas, mesmo que ela seja uma consequência do tratamento, é importante destacar que existem formas de melhorar ou reverter a situação. Desde medicamentos e sessões de fisioterapia especializada até a instalação de uma prótese peniana, se necessário.

Portanto, existe mesmo uma relação, ainda que indireta, entre as doenças da próstata e a ereção. Por isso, sempre que houver um problema de uma coisa ou da outra, vale a pena uma consulta com o urologista.

A partir dos 50 anos (ou 45, para quem tem histórico familiar de câncer de próstata ou é afrodescendente), recomendamos uma visita anual a esse médico para iniciar o rastreamento do câncer de próstata. Quanto mais cedo acontece o diagnóstico, maiores as chances de cura. Bom para a saúde, bom para a vida sexual!

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Padrão alimentar do Brasil está entre os cinco piores do mundo

A revista científica Nature Food publicou um estudo que analisa a evolução do padrão alimentar globalmente entre 1990 e 2018.

Os pesquisadores usaram o Alternative Healthy Eating Index (AHEI) para definir o que era uma dieta saudável: o índice prioriza o consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais e fontes de gorduras boas como pescados; e pede moderação para a ingestão de carne vermelha e processada, bebidas açucaradas e redutos de sódio.

Em 2018, apenas dez países tinham pontuações consideradas adequadas por essa métrica. E os países com pontuação mais baixa incluem Brasil, México, Estados Unidos e Egito.

De acordo com a pesquisa, o aumento no consumo de industrializados ultraprocessados e a crescente desigualdade social (junto à alta nos preços dos alimentos) respondem pela situação.

+Leia Também: A dieta que funciona

Outro parâmetro, mesmo resultado

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP também constataram um baixo valor nutricional nas refeições brasileiras.

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Só que eles usaram como referência ideal a dieta da saúde planetária, proposta por uma comissão do periódico The Lancet, que preza o bem-estar das pessoas e o meio ambiente.

A avaliação atesta que só estamos atingindo 30% das metas, como comer mais vegetais e menos carne.

+Leia Também: A comida entre o ontem e o amanhã

O mapa da comida

Confira achados da análise internacional:

  • Gênero e instrução
    Globalmente, os escores de qualidade da dieta foram superiores entre mulheres e em pessoas com mais acesso à educação formal.
  • Faixa etária
    As crianças tendem a consumir menos frutas, vegetais sem amido e fontes de ômega-3 do que os adultos. E ingerem mais sódio e gordura saturada.
  • Visão geral
    A qualidade da alimentação melhorou um pouco entre 1990 e 2018 em todas as regiões, exceto no sul da Ásia e na África subsaariana.
  • Guia para o futuro
    Os pesquisadores acreditam que um olhar mais apurado sobre cada país pode guiar políticas públicas focadas numa dieta saudável.
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Cuidando do bebê prematuro: a importância do minuto de ouro

Quando falamos em nascimento de um bebê, sempre pensamos num momento muito esperado, desejado e que requer muitos cuidados. Mesmo com toda a atenção, podemos nos deparar com dificuldades durante a gestação, levando a um parto antecipado. O Novembro Roxo é o mês lembrado mundialmente em prol da conscientização da prematuridade.

O tema é amplo e complexo, mas, hoje, vamos falar da importância do minuto de ouro na assistência ao prematuro no seu nascimento.

É fundamental para qualquer bebê respirar bem ao nascer. E um em cada dez nascidos, ou seja, 10%, precisa de ajuda para executar essa função logo após chegar ao mundo. Mas, entre os prematuros, esse número salta para 60%. Ou seja, de cada 10 bebês que chegam antes do previsto, seis necessitam de auxílio para respirar, com base nos dados da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em torno de 10,6% dos nascimentos são de recém-nascidos prematuros – isto é, menores que 37 semanas de idade gestacional. Além disso, o Brasil é o 9° país do mundo em número absoluto de prematuros, de acordo com as Diretrizes 2022 de Reanimação Neonatal da SBP.

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Por que eles demandam cuidados especiais

Devido à imaturidade do pulmão, da caixa torácica e do sistema nervoso que controla o ritmo da respiração, esses recém-nascidos apresentam uma respiração pouco efetiva.

Além disso, os prematuros têm mais risco de perda de calor ao nascer, pois possuem pele fina e pouco queratinizada, o tecido adiposo é escasso e a resposta ao frio é insuficiente. Eles ainda podem perder calor pela fontanela anterior, a conhecida moleira.

O sistema cardiocirculatório também apresenta dificuldade em manter a pressão sanguínea normal, tendendo à baixa pressão (hipotensão) e fragilidade capilar, que favorecem a ocorrência de sangramentos.

E se um bebê prematuro não respirar bem no primeiro minuto de vida?

Nesse caso, aumentam os riscos de alterações no recém-nascido – de pequenas deficiências no aprendizado escolar até sequelas neurológicas graves e até mesmo perigo de morte.

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Dentro do período neonatal, que vai até 28 dias de vida, a causa mais frequente de óbito é a asfixia – falta de oxigenação nos tecidos do corpo. Para que ela seja evitada, temos o chamado Minuto de Ouro, que pode promover mais qualidade para toda a vida, com melhor evolução após o nascimento, na infância e fase adulta.

No Brasil, a falta de oxigênio ao nascer contribui para a morte precoce, que ocorre até sete dias de vida.

+ Leia também: O que pode fazer um bebê nascer prematuro?

Por isso, é tão importante que a respiração se estabeleça rapidamente. Além disso, trabalhos em prol da diminuição da mortalidade neonatal, como o Programa de Reanimação Neonatal, criado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, tem ajudado a mudar esses dados e contribuído para melhorar a vida de muitos recém-nascidos, tanto os que nascem a termo (a partir de 37 semanas de gestação) quanto os prematuros.

No primeiro minuto de vida, a respiração inicial deve ser associada com cuidados para manter a temperatura corporal e as funções cardiocirculatórias.

Dessa forma, é fundamental uma assistência neonatal qualificada composta por uma equipe multiprofissional e altamente treinada e capacitada para atender o prematuro nesse primeiro momento.

O cuidado da gestante e do feto deve ser realizado desde a concepção, e é muito importante que haja uma preocupação e atenção para a hora do nascimento, que deverá acontecer em uma instituição que esteja preparada para promover atendimento qualificado à parturiente e ao bebê.

Afinal, o Minuto de Ouro é essencial à sobrevida do recém-nascido com dignidade, assegurando uma vida plena de saúde.

Edinéia Vaciloto Lima é neonatologista e chefe responsável pela UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Novembro Azul: câncer de próstata tem cura se diagnosticado precocemente

Depoimentos sobre o constrangimento ou a negação de fazer o exame de toque, que ajuda a detectar o câncer de próstata, são comuns em diversas rodas de conversa entre homens. O preconceito, no entanto, contribui para que a doença progrida silenciosamente, uma vez que o procedimento é fundamental para o seu diagnóstico precoce.

A próstata é uma glândula pequena (do tamanho e com a forma de uma ameixa fresca), localizada na pelve, que é a parte baixa do abdômen. A próstata tem a função de produzir substâncias que fazem parte do sêmen (material ejaculado quando o homem tem orgasmo), e essas substâncias são importantes para nutrir os espermatozoides produzidos pelo testículo.

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele.1 A campanha mundial Novembro Azul joga luz sobre a importância do acompanhamento médico como uma medida fundamental para diminuir as chances de morte pelo câncer de próstata. “As oportunidades de tratamento efetivo da doença em pacientes diagnosticados em fases precoces são muito altas. No estágio 1, por exemplo, as possibilidades de cura são de praticamente 100%”, afirma o dr. Augusto Mota, oncologista da Clínica AMO, na Bahia, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil.

<span class="hidden">–</span>Dr. Augusto Mota, oncologista da Clínica AMO, na Bahia, que faz parte da Dasa/Divulgação

Na fase inicial, o câncer de próstata normalmente não causa sintomas. Quando o diagnóstico é feito após o surgimento de sintomas, a doença usualmente não está mais dentro do órgão. Isso reduz de maneira significativa as chances de cura. É importante frisar que não há nenhum sintoma que seja sugestivo de câncer de próstata, e qualquer sintoma urinário novo e sustentado (que persiste por mais de duas ou três semanas) deve motivar uma consulta com um urologista.2

De olho nos fatores de risco e testes diagnósticos

De acordo com o dr. Augusto Mota, a idade é o principal fator de risco para a doença, mas o histórico familiar também pode ser uma das causas. “Um homem que tem um irmão ou pai com a enfermidade tem quase três vezes mais chances de ter câncer de próstata quando comparado a quem não tem casos na família. Aqueles com irmãs que tiveram diagnóstico de câncer de mama também têm maior probabilidade de desenvolver um câncer de próstata. No entanto, é importante enfatizar que a maioria acontece em pacientes sem histórico familiar. Se houver dúvida com relação a um possível risco aumentado de câncer, recomenda-se uma avaliação médica com um especialista, como urologista, oncologista ou oncogeneticista”, destaca ele. 

<span class="hidden">–</span>Dr. Fernando Ide, especialista em imagem de próstata do Alta Diagnósticos, em São Paulo, que também faz parte da Dasa/Divulgação
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Segundo o dr. Fernando Ide, especialista em imagem de próstata do Alta Diagnósticos, em São Paulo, que também faz parte da Dasa, a identificação do câncer de próstata pode ser feita por meio de exames preventivos, como o PSA (análise de sangue) e o de toque retal, feito por um especialista. “A ressonância magnética também vem ganhando destaque na detecção desse tumor. Pode ser complementar ao PSA, triando pacientes que devem prosseguir para a biópsia. Outros estudos podem ser solicitados durante o tratamento, como o Prolaris (teste genético que pode estratificar o risco de agravamento) e o PET-CT com PSMA, excelente na pesquisa de recidiva da doença”, explica o médico, ressaltando que os métodos de imagem permitem tratamentos individualizados para cada paciente.

O dr. Fernando Ide ainda orienta que o rastreamento do câncer de próstata deve começar a ser feito a partir dos 50 anos. Em casos de pacientes com mutações germinativas – alterações no DNA transmitidas geneticamente –, é importante iniciar o acompanhamento mais cedo do que o recomendado. Tumores que surgem como consequência dessas alterações tendem a apresentar um comportamento clínico mais agressivo. “Os genes mais importantes associados ao câncer de próstata são o BRCA 1 e BRCA 2, porém existem outros, como CHEK2, PALB2 e NBN. No entanto, as doenças que se desenvolvem em homens com modificação genética têm a mesma característica silenciosa que os tumores não relacionados a essas mutações”, conclui o especialista.

Superação do tumor de próstata

Para o dr. Gustavo Priotto, oncologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo, pertencente à Dasa, o tipo de tratamento pode ser definido com testes genéticos, indicados para pacientes que tenham desenvolvido metástase ou com histórico de câncer de próstata ou mama na família. Esses exames podem indicar como deve ser o acompanhamento e cuidado com cada um. Em geral, a intervenção varia de caso a caso. Uma das modalidades é a vigilância ativa, voltada para quem desenvolveu câncer de risco baixo ou muito baixo.

<span class="hidden">–</span>Dr. Gustavo Priotto, oncologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo, pertencente à Dasa/Divulgação

“O paciente com critério de vigilância ativa se beneficia por não precisar, em um primeiro momento, ser submetido a nenhum procedimento local. Normalmente, esse programa contempla a medição de dosagens de PSA a cada quatro a seis meses, além de repetição do exame de toque retal e de biopsia a cada 12 a 24 meses. Aqueles que fazem o seguimento de maneira apropriada podem evitar, com segurança, a interferência local após o diagnóstico, sem maiores riscos de perder a oportunidade de tratar o tumor de maneira efetiva caso alguma das características iniciais se modifique”, detalha o dr. Gustavo Priotto, afirmando que, em caso de avanço da doença, a cirurgia é recomendada, e que, nos últimos anos, a tecnologia facilitou o procedimento com o auxílio de um robô. 

“Essa modalidade reduz de maneira significativa as possíveis consequências indesejáveis da cirurgia, como incontinência urinária e impotência sexual. Para os pacientes que recusam ou não podem se submeter ao tratamento cirúrgico, existe a alternativa de tratamento com radioterapia com ou sem o uso associado de terapia de privação androgênica”, pontua o oncologista.

Para além dos cuidados médicos, o dr. Gustavo Prioto cita o apoio da família como imprescindível para obter melhores chances de sucesso em todo o processo. “É importante estarem todos juntos, principalmente porque muitos homens demoram a procurar ajuda médica. Então, esse apoio é fundamental para uma boa recuperação”, ressalta o dr. Gustavo, que destaca iniciativas que podem diminuir o risco da doença. “Atividades físicas, no geral, diminuem o risco de o paciente ter esse tipo de doença no futuro, já que ajudam a promover o equilíbrio dos níveis hormonais. Por outro lado, obesidade e sedentarismo são considerados dois fatores de risco em relação ao câncer de próstata. É preciso uma rotina com hábitos saudáveis para a prevenção e o sucesso do tratamento”, finaliza. 

Fontes:

  1. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/prostata.
  2. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//cartilha_cancer_prostata_nov2019_3areimp_2022_visualizacao.pdf.
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Manuscrito de Darwin pode atingir preço recorde de 1 milhão de libras

Na sexta-feira, a empresa de leilões Sotheby’s colocará à venda um manuscrito de ninguém menos do que Charles Darwin. É esperado que o item chegue a custar mais de 1 milhão de libras esterlinas. Isso colocaria um novo recorde de preço para um manuscrito de Darwin, anteriormente de 400 mil libras.

Algumas particularidades do papel justificam o valor exorbitante. Primeiro, Darwin não tinha o costume de arquivar seus documentos e manuscritos, então pouco material original do cientista sobreviveu ao tempo. Segundo, Darwin geralmente assinava apenas com “C Darwin” ou “Ch Darwin”; nesse documento, ele assina seu nome por extenso.

Mais especial ainda do que as tecnicidades do objeto, é o conteúdo escrito no papel. Darwin inclui uma passagem da terceira edição da sua obra A Origem das Espécies, onde argumenta que, embora alguns possam achar sua teoria inacreditável e estranha, também pensaram isso de Newton e a gravidade – algo, na época, já incontestável. O mesmo se aplicaria, futuramente, à evolução e à seleção natural.

O documento foi produzido em 1865, para que pudesse ser copiado em uma revista. A The Autographic Mirror era uma espécie de revista de celebridades na época. Ela imprimia fac-símiles de caligrafia e autógrafos de pessoas famosas junto com suas biografias. Darwin viu no convite de contribuir para a publicação uma oportunidade de revidar seus céticos.

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Na época, seis anos após o lançamento da primeira edição de A Origem das Espécies, o biólogo era criticado especialmente por não conseguir explicar a origem da vida em si. Darwin admitiu suas limitações, mas defendia que isso era irrelevante para as observações de como a vida na Terra evoluiu e se diversificou. Assim como a gravidade, mesmo que sua “essência” não fosse compreendida na época, as equações de Newton eram certamente eficazes.

O manuscrito de Darwin à venda na Sotheby’s está em perfeito estado, em uma folha grande e bastante legível. “O que é diferente nesta folha é que Darwin estava escolhendo a passagem que ele queria que fosse associada a si mesmo e ao seu legado”, afirma Kalika Sands, especialista da Sotheby’s na história da ciência do século 19. “Realmente serve como sua declaração definitiva, ou autorizada, sobre seu trabalho.”

A passagem de Darwin, na íntegra, diz:

Recapitulei agora os principais fatos e considerações que me convenceram completamente de que as espécies foram modificadas, durante um longo curso de descendência, pela preservação ou seleção natural de muitas variações sucessivas e leves. Não posso acreditar que uma teoria falsa explicaria, como me parece que a teoria da seleção natural explica, as várias grandes classes de fatos acima especificadas. Não é uma objeção válida que a ciência ainda não lance luz sobre o problema muito mais elevado da essência ou origem da vida. Quem pode explicar qual é a essência da atração da gravidade? Ninguém agora se opõe a seguir os resultados decorrentes desse elemento desconhecido de atração; não obstante que Leibnitz anteriormente acusou Newton de introduzir “qualidades e milagres ocultos na filosofia”. – Charles Darwin.

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Parasita aumenta a chance de lobo se tornar líder da matilha

O Toxoplasma gondii é um parasita comum. Ele infecta quase todos os animais de sangue quente e está presente no organismo de 30% da população mundial. Geralmente não causa sintomas (a não ser em bebês ou pessoas imunodeficientes, onde ele pode provocar uma doença, a toxoplasmose). Ele também é capaz de alterar o comportamento de seus hospedeiros, especialmente ratos. Um novo estudo acaba de verificar esse fenômeno entre lobos do Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos.

Lobos infectados com o parasita apresentam um comportamento mais ousado em comparação a lobos saudáveis, de acordo com a investigação liderada por Connor Meyer, da Universidade de Montana. Eles são mais propensos a abandonarem sua matilha original e se tornarem líderes de uma nova.

Os cientistas já sabiam que o Toxoplasma gondii provoca alterações neurológicas em roedores– e influencia seu comportamento. Nesses animais, a infecção está relacionada à diminuição do medo de felinos e aumento do comportamento exploratório. O parasita torna seu hospedeiro imprudente. Isso aumenta a chance do roedor virar comida de gato – e do parasita chegar no organismo do felino, onde consegue se reproduzir sexualmente.

Há outros animais que também perdem o juízo quando estão com o protozoário em seu organismo. Pesquisadores já perceberam que chimpanzés infectados perderam sua aversão à urina de leopardo, e que filhotes de hiena infectados não mantinham uma distância segura de leões. Acredita-se que o parasita também possa provocar alterações de comportamento em humanos, tornando-os mais propensos a comportamentos arriscados. (Saiba mais nesta matéria da Super.)

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Então, quando Meyer e seus colegas souberam que havia lobos infectados com o parasita no Yellowstone, decidiram conferir se os animais apresentavam comportamentos diferentes em relação a seus semelhantes. Eles analisaram amostras de sangue de 229 lobos do parque e observaram os animais ao longo de suas vidas.

A equipe descobriu que os lobos infectados eram 46 vezes mais propensos do que os lobos saudáveis a se tornarem líderes de matilha, e 11 vezes mais propensos a deixar sua matilha original para começar uma nova. Os pesquisadores também perceberam que os lobos infectados se concentravam em áreas com muitos pumas – possivelmente adquiriram o parasita a partir desses animais.

Os pesquisadores acreditam que lobos infectados poderiam até influenciar lobos saudáveis – que imitam o comportamento arriscado do líder da matilha. Assim, o parasita poderia afetar ecossistemas inteiros, cadeiras alimentares e a dispersão dos animais na paisagem. 

O estudo é um dos poucos a investigar o efeito do Toxoplasma gondii sobre seus hospedeiros em ambiente selvagem, e foi publicado na última quinta (24) na revista Communications Biology.

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