segunda-feira, 29 de julho de 2019

Quinta passada foi o dia com o maior tráfego aéreo já registrado

A menos que você more próximo a um aeroporto, é difícil ter uma noção de quantos aviões pousam e decolam todos os dias. E não é por menos: aeronaves comerciais fazem praticamente todo o trajeto na chamada altitude de cruzeiro, que fica na casa dos 11.000 metros. Se uma delas estiver sobrevoando você neste exato momento, nem tem como perceber.

Mas dá para monitorar todos os aviões que estão no ar do sofá de casa. Existem sites que rastreiam em tempo real voos pelo mundo todo. O mais famoso e usado é o Flightradar24. Criado em 2006 na Suécia, este serviço exibe no mapa tudo o que está rolando acima das nuvens, além de possuir uma série de filtros para que o usuário encontre o voo desejado – uma forma simples de acompanhar o voo do seu tio que mora em Miami, por exemplo.

Por que estamos falando do Flightradar? Na última quinta-feira (25), o site registrou mais de 230 mil voos – o maior tráfego aéreo em apenas um dia desde que o serviço começou a operar. Um dia antes, na quarta (24), a empresa divulgou que esse mesmo recorde havia sido batido, com um total de 225 mil aeronaves no ar. O anúncio foi feito pelo Twitter:

Voos mais altos

Você provavelmente deve estar se perguntando: aconteceu algo em 26 de julho para todo mundo ter decidido voar? Nada de especial, na verdade. Mas alguns fatores ajudam a explicar o recorde.

Antes de tudo, é preciso entender como o Flightradar24 funciona. O site monitora voos a partir sinais de rádio emitidos pelos aviões, mas como esses sinais não são tão fáceis de captar, algumas aeronaves ficam de fora da conta.

O Flightradar rastreia os sinais emitidos via ADS-B, uma tecnologia de vigilância usada pelas aeronaves para divulgar em tempo real suas atualizações de posição, altitude, velocidade do ar, entre outras.

Mais eficiente e abrangente que outras formas de monitoramento, o ASD-B integra a nova geração das tecnologias de voo, e cada vez mais aviões usam esse sistema. Ian Petchenik, gerente de mídia da Flightradar24, contou ao Business Insider que, além do aumento no número de aeronaves pelo mundo, o fato de que a adesão ao ASD-B cresceu também é significativo para que se tenha cada vez mais aviões rastreados.

A própria FlighRadar estima que 70% das aeronaves de hoje usam o ASD-B. Se for isso mesmo, tivemos quase 330 mil voos naquele dia. Outra estimativa é a de que, a cada momento, existam mais ou menos 10 mil aeronaves no ar. Haja avião.

Outra razão para tanto tráfego é o crescimento do setor da aviação comercial. Nos últimos 20 anos, o número de bilhetes emitidos saltou de 1,4 bilhão, em 1998, para 3,9 bilhões, em 2017 (ano do dado mais recente). De acordo com a Forbes, a Associação Internacional de Transporte Aéreo prevê que esse número irá dobrar nas próximas duas décadas: 8,2 bilhões de passageiros em 2037. A estimativa é baseada em um crescimento anual de 3,5% do setor.

Por último, vale mencionar um motivo simples para o recorde. Julho e agosto são, naturalmente, meses movimentados nos aeroportos, já que, nessa época, é verão no Hemisfério Norte, porção global que concentra 90% da população mundial. Se são férias para parte das pessoas de lá, pode ter certeza que os aviões para a Disney (e outros destinos turísticos) viajarão lotados.


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