terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Estátuas da Ilha de Páscoa podem ter sido usadas para fertilizar o solo

Algumas construções monumentais com centenas ou milhares de anos intrigam os arqueólogos até hoje – como as pirâmides no Egito, as ruínas de Machu Picchu ou o Stonehenge, na Inglaterra. Nessa lista entram também os Moais, um conjunto de quase mil estátuas gigantes localizadas na Ilha de Páscoa. Esculpidas majoritariamente de uma rocha vulcânica chamada Ranu Raraku, que fica na base do maior vulcão da ilha, elas foram construídas há mais de 500 anos pelo povo Rapanui, que vivia na região.

Apesar de ainda esconderem mistérios, uma nova pesquisa feita pela Universidade da Califórnia pode ter revelado a verdadeira finalidade dos cabeções. O estudo detectou uma alta concentração de alguns minerais na composição das estátuas e do solo ao redor delas. Alguns dos mais abundantes foram cálcio e fósforo, essenciais para a agricultura. Além de servir como berço dos Moais, a região pode ter sido uma grande área de cultivo agrícola.

A análise do solo revelou que alimentos como banana e batata doce eram plantados ao redor dos Moais. Segundo Jo Anne Van Tilburg, líder da pesquisa, Ranu Raraku tem o solo mais rico da ilha. A hipótese é que as estátuas, feitas justamente desse material, seriam usadas como uma espécie de fertilizante para promover boas colheitas e aumentar o estoque de comida. No artigo científico, os pesquisadores citam que elas poderiam ser levadas para outros lugares para aumentar a produtividade do solo.

Até então, acreditava-se que o local servia apenas como “fábrica” das estátuas, onde elas estariam guardadas para serem transportadas para outras partes da ilha. De todos os Moais da ilha, 400 estão na pedreira de Ranu Raraku. No entanto, as novas descobertas apontam que elas estavam ali para indicar a presença do solo fértil e ainda serviam como símbolo sagrado de estímulo à agricultura.

Não é de hoje a teoria de que o significado dos Moai estaria relacionado à agricultura. Outras hipóteses já relacionavam as estátuas com rituais de fertilidade e mesmo à ideia de que as cabeças estariam “vigiando” as plantações.

A equipe de pesquisa trabalha com as estátuas há mais de 30 anos. Foram eles que descobriram que os Moais não eram apenas cabeções de pedra – e que tinham, também, um corpão rochoso escondido. As pesquisas fazem parte do Projeto Estátuas da Ilha de Páscoa, o único autorizado a fazer escavações na região.


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