O Papai Noel é um pastiche de tradições de diferentes épocas e origens.
Tudo começa na determinação da data no Natal. 25 de dezembro foi escolhido pelo Império Romano séculos após a morte de Jesus por corresponder à data do solstício de inverno no hemisfério norte. Neste dia, já havia uma festa em homenagem ao Deus zoroastra Mitra, representante do Sol.
Comemora-se a noite mais longa do ano pois, dali em diante, a estrela passará cada vez mais tempo no céu.Esse ponto de inflexão representa esperança para povos que não tinham acesso a aquecedores ou comida enlatada no inverno.
Papai Noel, por sua vez, era Nicolau, bispo de Mira, cidade turca. Viveu no século 3. Um dos milagres atribuídos a ele foi o de trazer de volta à vida crianças que haviam sido mortas por um açougueiro para virar presunto durante uma crise de fome. Parece um medo bobo, mas era um risco real na época.
Outra lenda é que São Nicolau retirou a carga de cereais de um navio para alimentar o povo da cidade – depois, fez com que novos cereais aparecessem no porão da embarcação, evitando que os marujos fossem punidos por doar a carga.
Isso o tornou adorado pelos marinheiros. Principalmente os da cidade costeira de Amsterdã, na Holanda. Onde ele se chamava Sinter Nikolass. Que depois foi abreviado para Sinterklass. Que em Nova York (cidade fundada pelos holandeses como Nova Amsterdã) se tornaria Santa Claus.
A versão atual do Papai Noel, de bochechas vermelhas, jeitão de elfo, trenó e entradas furtivas pela chaminé, está em um poema escrito pelo professor de teologia americano Clement Clark Moore para os filhos em 1822. Ele tinha vergonha da composição, mas ela viralizou nos jornais da época.
Nessa altura, mitos como os elfos ajudantes (que vêm de tradições nórdicas pagãs) já haviam sido incorporados ao Papai Noel em si. Bem como as renas, que foram popularizadas graças a um desfile da loja de departamentos Macy’s. A ideia foi de um empresário que queria vender carne de rena e precisava popularizar o animal no imaginário americano.
Outra adição recente ao mito é Rodolfo, a rena do nariz vermelho. Ele era personagem de um poema de Natal distribuído pela loja Montgomery Ward em Chicago na década de 1930. Ele era uma espécie de patinho feio, com uma característica diferente das demais renas. Hoje, Rodolfo lidera o comboio. Vá ao shopping mais próximo e verifique: o primeiro animal da fila sempre tem o nasal sensual aceso.
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