segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Tartaruga que salvou sua espécie da extinção se aposenta depois dos 100 anos

Depois de anos acasalando, a tartaruga-gigante Diego, que vive em Galápagos, finalmente vai ter um descanso. Nada mais justo: seu vigor sexual é considerado um dos responsáveis por salvar sua espécie da extinção.

Diego fazia parte de um projeto de acasalamento da Galapagos Conservancy para repovoar o habitat natural da espécie. Ele tem mais de 100 anos, e trabalhou bem mais que o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria no Brasil – foram quase 50 anos procriando. Mas calma: mesmo após tantos anos na ativa, ele ainda vai ter tempo de curtir a aposentadoria. Afinal, as tartarugas-gigantes (ou tartarugas-das-galápagos) chegam a atingir a idade de 170 anos. 

O projeto estima que 40% de toda a população da tartaruga-das-galápagos seja descendente do ancião. Os testes de paternidade indicam que Diego tenha nada menos que 800 filhos. Haja presente de aniversário.

Breve história da tartaruga transante

Nos anos 1970, a espécie estava à beira da extinção. Havia apenas 14 exemplares na Ilha Espanhola, onde as tartarugas-gigantes vivem. Dentre os animais, apenas dois eram machos. A solução, então, foi chamar Diego, que vivia desde os anos 1940 no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos.

A personalidade e energia sexual da tartaruga chamaram a atenção dos pesquisadores. Além de ser insaciável, o animal ainda costuma vocalizar bastante durante a tarefa. O carisma aumentou a popularidade de Diego na mídia, bem mais que os outros dois machos.

Mas eles não foram menos importantes. Na verdade, o macho chamado E5 foi responsável pelos outros 60% da população. Acontece que, ao contrário de Diego, ele é bem mais tímido e quieto. O terceiro macho, chamado E3, não procriou o suficiente para ser estatisticamente relevante.

Com E3 e E5 (que não receberam nomes tão legais quanto “Diego”), a missão finalmente foi cumprida. O Parque Nacional de Galápagos anunciou o fim do programa de procriação após declarar que a espécie já pode se sustentar por conta própria. Hoje, existem mais de duas mil tartarugas na ilha.

A decisão foi tomada após um censo feito em 2019 na Ilha Espanhola, junto com modelos que projetam a população de tartarugas na ilha pelos próximos 100 anos. Segundo os líderes do projeto, a espécie está a salvo.

Diego, agora, vai curtir a aposentadoria dos sonhos: cercado por toda a família na ilha paradisíaca em que nasceu. Para quem é responsável por salvar a própria espécie, o descanso não poderia ser mais merecido. Só não dá para saber se ele continuará “trabalhando” nesse tempo livre.


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