sábado, 30 de maio de 2020

Casos de síndrome respiratória aguda grave avançam no Brasil

Um relatório do sistema Infogripe, criado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), voltou a registrar uma tendência de crescimento nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil. Segundo a análise, publicada na última quarta-feira (27), o ritmo de aumento da curva é mais intenso nas regiões centro-oeste e sul, e vem perdendo força no sudeste. Você pode ler o boletim completo neste link.

O quadro de síndrome respiratória aguda grave – caracterizado por tosse constante, febre e falta de ar – costuma ser resultado de infecções por vírus e bactérias. Pessoas com sintomas intensos de gripe, por exemplo, podem precisar de internação por terem dificuldade de respirar. Nos últimos meses, porém, a lista de pacientes internados com complicações respiratórias do tipo aumentou muito. E a culpa não é do influenza, mas dos casos graves de Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus e que, só no Brasil, já soma mais de 465 mil casos.

Só entre janeiro e abril de 2020, o número de hospitalizações por SRAG aumentou 533% no Brasil em comparação aos quatro primeiros meses do ano anterior, segundo o Ministério da Saúde. Esse acréscimo fez com que a demanda por leitos de hospital ficasse próximo à sua capacidade máxima em diversos estados. E o fato de os hospitais estarem mais cheios pode, inclusive, impactar no crescimento de casos de SRAG.

Segundo explica o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, em comunicado, “as notificações dependem de hospitalização, a depender dos fluxos adotados para notificação de casos em fila de espera em cada estado ou município”. Ou seja: sem conseguir atendimento, uma pessoa que com síndrome respiratória aguda grave pode até falecer em decorrência do problema – e, mesmo assim, não entrar para a estatística.

Durante a epidemia de H1N1, em 2009, foram registrados 90.465 casos de SRAG no Brasil durante o ano todo. Até o fim de maio de 2020, porém, já são 96,411 mil casos – desses, 17,774 mil pessoas morreram. De acordo com o Infogripe, só 1,418 pacientes tiveram SRAG devido à gripe comum. Já a Covid-19 foi a causa de complicações respiratórias severas para 32,325 brasileiros. A origem do restante dos casos ainda está sob investigação.

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Para especialistas, essa discrepância é um retrato da subnotificação de infecções pelo novo coronavírus. A hipótese faz sentido, principalmente pelo fato de o isolamento social também ter ajudado a frear o avanço da gripe comum – como a SUPER já contou neste texto. Assim, devido à falta de testes para toda a população, uma pessoa pode dar entrada com síndrome respiratória aguda grave causada pela Covid-19, mas não ser diagnosticada com a doença.


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