Pawel Krzaczkowski, um colecionador polonês, comprou um álbum de fotografias numa feirinha de antiguidade. Mais tarde, ele notou que o objeto tinha sinais de tatuagem e de cabelo humano.
A pele que servia como material para a confecção do álbum veio, provavelmente, de um prisioneiro assassinado do campo de concentração de Buchenwald (Alemanha), durante a Segunda Guerra Mundial. O comprador doou o achado para o Museu Memorial de Auschwitz, que realizou alguns testes para confirmar a autenticidade daquilo que estavam vendo.
Não foi difícil. O museu guardava um bloco de notas também fabricado a partir da pele de vítimas do holocausto. Daí, só foi necessário uma comparação. Eles acharam bem mais que evidências de pele, mas também quantidade semelhantes de poliamida 6 e poliamida 6.6.
Mas por que isso é importante? Os polímeros usados para a produção de fibra sintética surgiram, no máximo, em 1935. “As informações nos permitem determinar quando a capa foi criada. Durante a Segunda Guerra Mundial, as poliamidas eram uma novidade técnica e o acesso a elas era limitado”, explica Elżbieta Cajzer, chefe das coleções do Museu de Auschwitz.
O álbum contém mais de 100 fotos (quase todas de paisagens) e cartões postais. Pertencia a uma família de bávaros que mantinham uma pensão em uma cidade voltada para o atendimento médico durante a Segunda Guerra. Pesquisadores acreditam que o álbum chegou até eles como presente de algum guarda do campo de Buchenwald. O museu define o álbum como “sem dúvidas, prova de um crime contra a humanidade”.
Campo de concentração de Buchenwald
Esse foi um dos primeiros (e também um dos maiores) campos de concentração que existiram durante a Segunda Guerra. Criado em 1937 e localizado no atual estado da Turíngia, ficou conhecido por tudo de ruim que sustentava, desde as péssimas condições de vida até as execuções e experimentos realizados com os prisioneiros.
O comandante do local era Karl Otto Koch, marido de Ilse Koch, que recebeu o carinhoso apelido de “bruxa de Buchenwald”. Já dá para imaginar sua fama. Há relatos de que Ilse colecionava pedaços de pele tatuados de prisioneiros assassinados.
Há quem diga que sua casa era repleta de abajures e outros itens de decoração feitos dessa forma. Mas também não coletava apenas para ela. Algumas testemunhas contam que Ilse ajudava o médico nazista Erich Wagner a coletar pele para a aplicação em sua tese de PhD.
Mais de 250 mil pessoas passaram pelo campo de Buchenwald. O que restou de área preservada, hoje constitui um memorial. Já Ilse Koch cometeu suicídio em 1967, na prisão feminina de Aichach (Alemanha), deixando para trás apenas uma carta direcionada ao seu filho.
Cientistas encontram álbum de fotos nazista feito de pele humana Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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