sexta-feira, 3 de julho de 2020

A história de Alexander Hamilton, político americano que virou peça da Broadway

Nesta sexta-feira (3), o musical Hamilton, produção da Broadway, chegou em formato de longa metragem ao serviço de streaming Disney+. O filme nada mais é do que a edição de três apresentações, feitas em junho de 2016 na cidade de Nova York, junto a algumas cenas extras gravadas sem a presença de público no teatro. 

A história do político americano, Alexander Hamilton, é contada através de dois atos. Quase não há falas no espetáculo – a história é narrada por canção atrás de canção. Os estilos musicais também não são dos mais tradicionais: o enredo é conduzido por peças nos gêneros hip hop, R&B e soul. O elenco é formado, majoritariamente, por atores negros – que, em uma sacada irônica, interpretam personagens históricos brancos e racistas.

A ideia inicial era que as imagens gravadas fossem utilizadas em um documentário sobre a peça, mas os Estúdios Walt Disney adquiriram os direitos de imagem no início de 2020 e transformaram Hamilton em filme. Lin-Manuel Miranda, criador da obra e artista principal da peça, contribuiu para a produção do longa ao lado de Jeffrey Seller e Thomas Kail.

O streaming Disney+ terá filmes e séries originais da Marvel, Star Wars, National Geographic, Fox, ESPN, Pixar e, claro, Disney. Infelizmente, o serviço ainda não está disponível no Brasil, mas tem previsão de chegada ainda para o segundo semestre deste ano. 

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Enquanto isso, para aquecer, conheça a verdadeira história de Alexander Hamilton.

Quem foi Alexander Hamilton

Se você já esteve nos Estados Unidos, provavelmente viu o rosto desse político estampado nas notas de dez dólares. Curiosamente, ele não nasceu no país. Alexander Hamilton é de Nevis, uma ilha no Caribe. Sim: um dos atores mais importantes do processo de independência dos EUA foi um imigrante.

Desde criança, Hamilton se mostrou muito inteligente. Na adolescência, trabalhava como balconista em um estabelecimento comercial, e nesse serviço, impressionou seu chefe, Nicolas Cruger. Percebendo que o garoto era uma figura notável, Cruger, com o auxílio de outros empresários, arrecadou fundos para mandar o jovem para estudar em Nova York. Hamilton tinha 16 anos quando se matriculou no King’s College (atual Universidade Columbia), em 1773.

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Mas Hamilton não seguiu carreira acadêmica. Ele largou os estudos e entrou para a vida política. Hamilton foi peça importante na independência americana: em 1777, durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos contra a Grã-Bretanha, Hamilton foi nomeado capitão do exército pelo então tenente George Washington. Antes disso, já havia lutado nas batalhas de Long Island, White Plains e Trenton pela Companhia Provincial de Artilharia de Nova York.

Mas o êxito de Hamilton não se construiu apenas nos campos de batalha. Seus artigos e reivindicações foram o que atraíram George Washington e colaboraram para a construção de sua reputação.

Hamilton contribuiu bastante para que os EUA não falissem após a independência. Em 1784, ele colaborou com a fundação do primeiro Banco de Nova York. Depois, em 1789, foi nomeado como o primeiro secretário do tesouro dos Estados Unidos por George Washington, que nessa época já era presidente. Ficou no cargo por cerca de seis anos, e foi o principal responsável pela consolidação do sistema financeiro americano. Hamilton participou da fundação do Banco Nacional e da Casa da Moeda dos EUA.

Nem só de glórias viveu Hamilton. Ele foi o primeiro político americano a se envolver em um escândalo extraconjugal. O secretário era casado com Eliza Schuyler, mas manteve um caso de um ano com Maria Reynolds. O marido de Maria, James Reynolds, soube da situação e começou a chantagear Hamilton. Depois, Eliza o perdoou e o casal teve oito filhos. 

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Até mesmo a morte de Hamilton teve motivação política. Em 1800, Thomas Jefferson e Aaron Burr se candidataram à presidência dos Estados Unidos. Houve um empate e, por decisão da Câmara dos Deputados, Jefferson foi eleito. O novo presidente não era o político favorito de Hamilton, mas mesmo assim Hamilton expressou seu apoio à decisão da câmara alegando que, pelo menos, Jefferson sabia o que estava fazendo. 

Em 1804, Hamilton também contribuiu para a derrota de Burr nas corridas governamentais de Nova York. Cansado de ser passado para trás, Aaron Burr desafiou Hamilton a um duelo, prática comum para a época. Em 11 de julho de 1804, na margem do rio Hudson, em Nova Jersey, Hamilton levou um tiro na parte inferior do abdômen, que resultou em sua morte. 


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