Para muita gente, é difícil esquecer a dor de relacionamentos fracassados. Até mesmo quando a fila já andou e estamos com outra pessoa, aquela mágoa muitas vezes permanece. Agora, psicólogos realizaram o primeiro estudo sobre relacionamentos românticos e sua relação com um fenômeno cognitivo famoso que afeta a memória de todo mundo: o FAB (fading affect bias), um viés inconsciente que afeta a memória de todo mundo, e pode ser traduzido para algo como “viés emocional do esvanecimento”, ou do “enfraquecimento”.
Esse nome horrível na verdade se refere a um comportamento já registrado há muito tempo na nossa forma de lembrar experiências passadas: a tendência universal de nos esquecermos muito mais rápido de aspectos negativos do que positivos de uma mesma experiência.
Os especialistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, perceberam, ao longo da pesquisa, que os fatores que mais determinam a nossa capacidade de sair de experiências ruins é o tal do enfraquecimento do viés afetivo. Isso é uma espécie filtro mental, que faz com que as emoções negativas associadas às nossas memórias desaparecem mais rápido do que os sentimento positivo. Esse filtro ajudaria a evitar que acumulássemos memórias manchadas por um sentimento “amargo” toda vez que são lembradas – o famoso ressentimento.
Consideramos traumáticas todas as formas de (fim do) amor
Por mais pessimista que o ser humano possa parecer, os especialistas afirmam que as pessoas, em geral, tendem a destacar o lado bom da maioria das experiências de vida, sempre colocando-o acima dos aspectos ruins.
Quando vivemos um trauma muito grande, no entanto, é natural que as lembranças ruins vençam. O curioso é que, pelo resultado do estudo, a grande maioria dos relacionamento que não dão certo ficam na memória como uma experiência altamente traumática: “quando pensamos em relacionamentos passados, o bom parece não vencer. Nesse caso, ele é espancado pelo mal”.
O estudo pediu a mais de 200 homens e mulheres que descrevessem os eventos de um romance atual ou antigo, e que contassem quais sentimentos aquelas lembranças evocavam.
Pouco menos da metade do grupo escolheu eventos de seus relacionamentos existentes. Em média, eles relatavam mais experiências positivas (ainda bem!) e elas aparentavam ser bem mais marcantes do que as negativas.
Mas essa não foi a regra para a maioria dos voluntários, aqueles que lembraram de seus causos passados. Alguns até mencionaram eventos legais envolvendo um ex. Mas o experimento foi um show de relatos negativos, de histórias que deixaram mágoas profundas. Quando a memória em questão tinha um aspecto sexual, os sentimentos negativos eram ainda mais fortes. E, no geral, quanto mais insegura a pessoa se sentia, por mais tempo aquele mal estar do passado perdurava.
A psicologia ainda não possui respostas cravadas para o porque “o mal vence o bem” nos casos de relacionamentos amorosos. Mas isso é coisa para novas pesquisas.
Términos de namoro fazem a memória funcionar “ao contrário” Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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