Você conhece a história: uma doença mortífera transmitida por algum micróbio se espalha rapidamente pelo planeta e coloca em risco a existência de toda a humanidade. Pode parecer mera distopia. Mas acredite, a ameaça de uma pandemia global é real – ainda que seja bem menor do que era na época em que o saneamento básico era inexistente. E há quem estude essa questão cientificamente.
Em um estudo recente publicado no periódico Risk Analysis, cientistas da Nova Zelândia desenvolveram um método para calcular quais seriam os lugares mais seguros para se estar caso um surto de alguma terrível moléstia se alastre mundo afora. Não por acaso, os melhores refúgios em um eventual apocalipse infeccioso são países insulares — porções de terra remotas cercadas pelo oceano e completamente apartadas das massas continentais.
Vale ressaltar, contudo, que não serve qualquer ilha. Os pesquisadores da Universidade de Otago em Wellington e de um grupo de pesquisa independente chamado Adapt Research avaliaram nações que poderiam, ao mesmo tempo, isolar seus habitantes da peste lá fora e, posteriormente, oferecer as condições necessárias para que os combalidos derradeiros representantes da espécie humana possam repovoar o planeta Terra após a catástrofe.
Além de não compartilhar fronteiras nem pontes com outro país, só foram considerados países insulares soberanos reconhecidos pela ONU (ao todo são 46) com mais de 250 mil habitantes. Foram levados em conta outros aspectos para qualificar as ilhas como refúgios ideais no caso de pandemia, como características da população, localidade, disponibilidade de recursos naturais e fatores sociais e políticos.
Entre as qualidades que mais pesaram, destaca-se a autossuficiência de energia e comida, além do desenvolvimento socioeconômico e científico das nações para reconstruir nossa moderna civilização tecnológica. No final das contas, os cientistas consolidaram uma lista dos 20 países mais promissores e deram notas em uma escala de 0 a 1. Nas primeiras posições do ranking ficaram a Austrália (0,71), a Nova Zelândia (0,68) e a Islândia (0,64).
Logo em seguida, outras zonas de contenção insulares que pontuaram menos de 0,5 foram Japão, Barbados, Cuba, Fiji e Jamaica. Todos esperamos que a pesquisa não passe de um exercício teórico, e que uma calamidade dessa dimensão jamais caia sobre nós. Mas é sempre prudente colocar as opções na mesa e se precaver para o pior.
“É como uma apólice de seguros”, compara Nick Wilson, co-autor do estudo e pesquisador do departamento de saúde pública da Universidade de Otago. “Você espera nunca ter de usá-la, mas se o desastre vier, a estratégia precisa estar posta antes da hora.” Então está avisado: se um micróbio mortífero se alastrar, seja natural ou criado em laboratório, arrume suas tralhas e fuja imediatamente para a Austrália. Antes que ela feche suas fronteiras.
Fugir para estes lugares é sua melhor chance de sobreviver a uma pandemia Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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