Saturno acaba de superá-lo na quantidade de satélites naturais conhecidos. Astrônomos do Instituto Carnegie em Washington, nos EUA, anunciaram nesta segunda (7) a descoberta de 20 novas luas saturninas, elevando para 82 os objetos ao redor do planeta dos anéis. Após essa nova leva, Saturno ultrapassou Júpiter na contagem de companheiras orbitais encontradas, somando três corpos a mais que o maior planeta do Sistema Solar.
São luas bem pequenas, é claro – do contrário, muito provavelmente já teriam sido detectadas antes. Cada uma tem cerca de cinco quilômetros de diâmetro. Seus parâmetros orbitais também são um bocado curiosos: 17 delas giram na direção oposta à rotação de Saturno. Apresentam, portanto, movimento retrógrado. Já as outras três são prógradas, ou seja, rodam no mesmo sentido que o gigante gasoso.
Elas podem até ser minúsculas para os padrões de corpos celestes, mas de forma alguma são irrelevantes. “Estudar as órbitas dessas luas pode revelar suas origens, assim como informações sobre as condições ao redor de Saturno na época de sua formação”, disse em comunicado o astrônomo Scott Sheppard, que liderou a equipe por trás da descoberta. O grupo usou dados captados pelo telescópio Subaru, localizado em Mauna Kea, no Havaí.
O tempo que os satélites naturais demoram para completar uma órbita ao redor de Saturno varia de acordo com a distância até o planeta. Duas das luas prógradas ficam mais perto dele, então, levam cerca de dois anos. A última do trio e todas as outras luas retrógradas, mais distantes, precisam de mais de três anos para concluir suas órbitas. Uma das que se movem no sentido oposto é a mais distante de todas as luas de Saturno.
Das demais conhecidas, as novas luas descobertas se encaixam em três grupos diferentes. A dupla de prógradas faz parte do conjunto nomeado em homenagem a figuras da mitologia dos povos inuíte, os famosos esquimós nativos das terras árticas do Canadá, Alasca e Groenlândia; os satélites retrógrados estão alinhados com objetos batizados segundo a mitologia nórdica. Essas 19, provavelmente, formavam duas grandes luas no passado.
Por apresentaram comportamentos com certa sincronia, os cientistas acreditam que sejam fragmentos de antigos satélites naturais que se despedaçaram. “Esse tipo de agrupamento de luas exteriores também é visto ao redor de Júpiter, indicando que colisões violentas ocorreram entre luas do sistema saturnino ou com objetos de fora, como asteroides ou cometas de passagem”, explicou Sheppard.
A outra lua prógrada é uma ovelha negra. Sua inclinação e movimento são parecidos com os verificados no grupo gaulês, só que esses satélites naturais ficam bem mais perto de Saturno. É um indício de que ela deve ter sido empurrada, ou então, que só aparenta ter uma origem comum. Com as descobertas, os astrônomos estão perto de completar o inventário de luas dos planetas gigantes — só Sheppard, líder da descoberta, já havia encontrado 12 novas luas de Júpiter no ano passado.
Agora que foram encontradas, as luas de Saturno precisam de nomes. E qualquer pessoa pode ajudar a batizá-las. O Instituto Carnegie está pedindo a colaboração do público para que sugiram nomes das mitologias inuíte, nórdica e gaulesa. Para participar, basta tuítar a sugestão marcando @SaturnLunacy e usando a hashtag #NameSaturnsMoons até o dia 6 de dezembro.
Júpiter destronado: Saturno é o novo recordista de luas no Sistema Solar Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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