Nervosismo, dor de barriga, cansaço, tontura, falta de apetite. Você certamente já sentiu alguns desses sintomas em uma situação de stress. Agora, imagine viver com esses e outros incômodos sérios o tempo todo – e pior: seu trabalho ser o gatilho de tudo isso.
É o burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional – a expressão “burnout” significa “esgotamento” (é uma analogia com a combustão – um carro “burnout” a gasolina dele até esgotar o tanque, por exemplo.
O burnout é caracterizado como uma síndrome ocupacional. Ou seja: é quando você se vê exaurido por conta de situações vividas no ambiente profissional – excesso de cobranças, competitividade, acúmulo de responsabilidades. Policiais, professores, jornalistas, médicos e enfermeiros estão entre as profissões mais afetadas pela pane física e mental.
A prevalência do problema ao redor do mundo é incerta. Mas tudo indica que a situação no Brasil não é das melhores. A International Stress Management Association (Isma-BR) estima que 32% dos trabalhadores brasileiros sofram com esse tipo de stress. Em um ranking de oito países elaborado pela Isma-BR, estamos à frente da China e dos Estados Unidos – e perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas do burnout.
Dá para entender por que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o transtorno, pela primeira vez, na Classificação Internacional de Doenças, que lista enfermidades e estatísticas de saúde que serão prevalentes nos próximos anos. A OMS descreve o burnout como “uma síndrome resultante de um stress crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.
A entidade também afirma que o termo se refere apenas ao contexto profissional. O stress por outras causas – como problemas financeiros ou familiares – não deve ser classificado dessa forma.
Se você anda se estressando demais do trabalho (ou conhece alguém que está passando por isso), é bom se informar melhor sobre o burnout – e saber quando é hora de procurar ajuda.
E você pode começar por aqui mesmo, neste pequeno guia que elaboramos com base em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde:
Sintomas:
Nem sempre os sinais do burnout se manifestam de forma intensa. O mais típico é a ausência de vontade de sair de casa para trabalhar – ausência mesmo; você pensa seriamente em ficar em casa sem motivo, e arriscar sua vida profissional. Conforme a doença evolui, outros sintomas físicos e psicológicos dão as caras. Entre eles:
- Dor de cabeça frequente
- Insônia
- Falta de concentração
- Sentimento de fracasso e insegurança
- Alterações repentinas de humor
- Pressão alta
- Dores musculares
- Problemas gastrointestinais
- Alteração de batimentos cardíacos
- Depressão (em casos mais graves)
Diagnóstico
Só um profissional especializado – psiquiatra ou psicólogo – pode cravar se o quadro é mesmo de burnout. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é o órgão do SUS indicado para diagnosticar e tratar pacientes com a síndrome.
Tratamento
Psicoterapia é o mais comum. Em alguns casos, medicamentos antidepressivos e ansiolíticos são indicados. Praticar exercícios e fazer atividades de lazer ajudam a aliviar a tensão – tirar férias também.
Prevenção
Ter uma vida prazeirosa fora do trabalho é o melhor jeito de evitar o burnout. Sair com os amigos, visitar lugares novos (ou voltar àqueles que você mais gosta), ir ao cinema e fazer exercícios são alguns hábitos que ajudam num dia a dia mais leve.
Outras dicas do próprio Ministério da Saúde: evite ficar perto de pessoas “negativas” (aquelas que reclamam do trabalho o tempo todo, por exemplo); e, quando se sentir pra baixo no expediente, não deixe de conversar com alguém que considera de confiança.
Também não caia na armadilha de tomar medicamentos por conta própria, e muito menos de se aliviar com álcool, cigarro etc. Senão, o que já estava ruim pode acabar piorando.
OMS classifica a síndrome de burnout como doença Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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