segunda-feira, 27 de maio de 2019

OMS classifica a síndrome de burnout como doença

Nervosismo, dor de barriga, cansaço, tontura, falta de apetite. Você certamente já sentiu alguns desses sintomas em uma situação de stress. Agora, imagine viver com esses e outros incômodos sérios o tempo todo – e pior: seu trabalho ser o gatilho de tudo isso.

É o burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional – a expressão “burnout” significa “esgotamento” (é uma analogia com a combustão – um carro “burnout” a gasolina dele até esgotar o tanque, por exemplo.

O burnout é caracterizado como uma síndrome ocupacional. Ou seja: é quando você se vê exaurido por conta de situações vividas no ambiente profissional – excesso de cobranças, competitividade, acúmulo de responsabilidades. Policiais, professores, jornalistas, médicos e enfermeiros estão entre as profissões mais afetadas pela pane física e mental.

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A prevalência do problema ao redor do mundo é incerta. Mas tudo indica que a situação no Brasil não é das melhores. A International Stress Management Association (Isma-BR) estima que 32% dos trabalhadores brasileiros sofram com esse tipo de stress. Em um ranking de oito países elaborado pela Isma-BR, estamos à frente da China e dos Estados Unidos – e perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas do burnout.

Dá para entender por que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o transtorno, pela primeira vez, na Classificação Internacional de Doenças, que lista enfermidades e estatísticas de saúde que serão prevalentes nos próximos anos. A OMS descreve o burnout como “uma síndrome resultante de um stress crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.

A entidade também afirma que o termo se refere apenas ao contexto profissional. O stress por outras causas – como problemas financeiros ou familiares – não deve ser classificado dessa forma.

Se você anda se estressando demais do trabalho (ou conhece alguém que está passando por isso), é bom se informar melhor sobre o burnout – e saber quando é hora de procurar ajuda.

E você pode começar por aqui mesmo, neste pequeno guia que elaboramos com base em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde:

Sintomas:

Nem sempre os sinais do burnout se manifestam de forma intensa. O mais típico é a ausência de vontade de sair de casa para trabalhar – ausência mesmo; você pensa seriamente em ficar em casa sem motivo, e arriscar sua vida profissional. Conforme a doença evolui, outros sintomas físicos e psicológicos dão as caras. Entre eles:

  • Dor de cabeça frequente
  • Insônia
  • Falta de concentração
  • Sentimento de fracasso e insegurança
  • Alterações repentinas de humor
  • Pressão alta
  • Dores musculares
  • Problemas gastrointestinais
  • Alteração de batimentos cardíacos
  • Depressão (em casos mais graves)

Diagnóstico

Só um profissional especializado – psiquiatra ou psicólogo – pode cravar se o quadro é mesmo de burnout. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é o órgão do SUS indicado para diagnosticar e tratar pacientes com a síndrome.

Tratamento

Psicoterapia é o mais comum. Em alguns casos, medicamentos antidepressivos e ansiolíticos são indicados. Praticar exercícios e fazer atividades de lazer ajudam a aliviar a tensão – tirar férias também.

Prevenção

Ter uma vida prazeirosa fora do trabalho é o melhor jeito de evitar o burnout. Sair com os amigos, visitar lugares novos (ou voltar àqueles que você mais gosta), ir ao cinema e fazer exercícios são alguns hábitos que ajudam num dia a dia mais leve.

Outras dicas do próprio Ministério da Saúde: evite ficar perto de pessoas “negativas” (aquelas que reclamam do trabalho o tempo todo, por exemplo); e, quando se sentir pra baixo no expediente, não deixe de conversar com alguém que considera de confiança.

Também não caia na armadilha de tomar medicamentos por conta própria, e muito menos de se aliviar com álcool, cigarro etc. Senão, o que já estava ruim pode acabar piorando.


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