Você conhece a história. Vários filmes sci-fi apocalípticos já exploraram esse enredo, com uma ou outra variação aqui e ali. A ideia básica costuma ser a mesma: uma doença mortífera transmitida por algum micróbio que se espalha rapidamente pelo planeta coloca em risco a existência de toda a humanidade. Pode parecer mera distopia. Mas acredite, a ameaça de uma pandemia global é real. E não falta quem estude a questão a sério.
Em um estudo recente publicado no periódico Risk Analysis, cientistas da Nova Zelândia desenvolveram um método para calcular quais seriam os lugares mais seguros para se estar caso o surto de alguma terrível moléstia se alastre mundo afora. Não por acaso, os melhores refúgios em um eventual apocalipse infeccioso são os países insulares — porções de terra cercadas pelo oceano e completamente apartadas das massas continentais.
Vale ressaltar, contudo, que não serve qualquer região insular. Os pesquisadores da Universidade de Otago em Wellington e de um grupo de pesquisa independente chamado Adapt Research avaliaram nações que poderiam, ao mesmo tempo, isolar seus habitantes da peste lá fora e, de quebra, oferecer as condições para que os derradeiros representantes da espécie humana possam repovoar o planeta Terra após a catástrofe.
Dessa forma, a tal região insular não precisa ser necessariamente uma ilha. Pode ser até uma porção de terra de dimensões continentais, como a Austrália, ou um lugar hiperpovoado, caso do Japão. O lance é não haver ligação por terra com o resto do mundo. Obviamente, um vírus mortal pode alcançar uma ilha, ou a Austrália, da mesma forma como os Rolling Stones chegam ali: de avião. Mas, na rara hipótese de que o bichinho assassino não tenha atingido o lugar, ainda haveria a hipótese de encerrar todos os voos comerciais (e não-comerciais) também, além impedir a chegada de navios.
Se tudo der certo, e o lugar estiver livre o vírus aterrorizante, a região ainda deve obedecer um critério para entrar na lista, de acordo com os persquisadores: possuir um grau relativo de autosuficiência – por exemplo: ser capaz de produzir sozinho sua energia e sua comida. Por conta disso, lugares como a árida Ilha de Páscoa e a pequena Fernando de Noronha (sorry globais) ficam de fora.
Para facilitar nesse quesito, os pesquisadores tiraram da lista qualquer lugar que não fosse um país soberano reconhecido pela ONU. E ficam no topo do ranking os países que, além do isolamento e da autosuficência, também sejam desenvolvidos e estáveis o bastante para permitir o renascimento da civilização.
No final das contas, os cientistas consolidaram uma lista dos 20 países mais promissores e deram notas em uma escala de 0 a 1. Nas primeiras posições do ranking ficaram a Austrália (0,71), a Nova Zelândia (0,68) e a Islândia (0,64).
Logo em seguida, outras zonas de contenção insulares que pontuaram menos de 0,5 foram Japão, Barbados, Cuba, Fiji e Jamaica. Todos esperamos que a pesquisa não passe de um exercício teórico, e que uma calamidade dessa dimensão jamais caia sobre nós. Mas é sempre prudente colocar as opções na mesa e se precaver para o pior.
“É como uma apólice de seguros”, compara Nick Wilson, co-autor do estudo e pesquisador do departamento de saúde pública da Universidade de Otago. “Você espera nunca ter de usá-la, mas se o desastre vier, a estratégia precisa estar posta antes da hora.” Então está avisado: se um micróbio mortífero se alastrar, seja natural ou criado em laboratório, arrume suas tralhas e fuja imediatamente para a Austrália. Antes que ela feche suas fronteiras.
Segue a lista!
1. Austrália (0,71)
2. Nova Zelândia (0,68)
3. Islândia (0,64)
4. Malta (0,47)
5. Japão (0,46)
6. Cabo verde (0,45)
7. Bahamas (0,42)
8. Trindad e Tobago (0,42)
9. Barbados (0,41)
10. Madagascar (0,41)
11. Cuba (0,41)
12. Ilhas Maurício (0,40)
13. Fiji (0,39)
14. Maldivas (0,39)
15. Sri Lanka (0,38)
16. Comoros (0,36)
17. Ilhas Salomão (0,35)
18. Jamaica (0,34)
19. Filipinas (0,34)
20. Vanuatu (0,34)
Guia Super: os melhores lugares para sobreviver a uma pandemia mortal Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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