terça-feira, 21 de maio de 2019

Pessoas que voltam a enxergar não perdem “superaudição”

Mas e se um paciente volta a enxergar?  O que os cientistas constataram é que ele acaba ficando com o melhor dos dois mundos: a região desempenha tanto as funções adaptadas quanto as originais. Resultado: visão recuperada e uma superaudição.

 

A ciência já sabia que o cérebro de pessoas cegas se adapta aguçando outros sentidos, para suprir a falta que as informações visuais fazem no dia a dia. Uma das principais mudanças é na audição, que fica mais apurada.

Mas, e se a pessoa volta a enxergar? Esses sentidos aguçados se perdem? Para essa pergunta, ninguém tinha uma resposta científica… Até agora.

Usando ressonância magnética, pesquisadores das Universidades de Washington e de Oxford confirmaram que os cérebros dos indivíduos cegos são mais capazes de identificar frequências sonoras — já que eles precisam extrair mais informações do som do que pessoas que enxergam.

Uma região em especial, chamada hMT+, muda de função. Em pessoas que enxergam, ela serve para detectar objetos visuais em movimento. Em cegos, ela reflete o movimento e a frequência dos sons – e, com isso, rastreia as direções dos passos de pessoas ao redor, por exemplo, ou determina onde estão e para onde estão indo os carros nas proximidades, só pelo barulho que eles fazem.

Mas a perda da visão é reversível, em algumas situações… E os cientistas queriam descobrir como as mudanças percebidas no cérebro de deficientes visuais reagiam a essa recuperação potencial.

Para isso, eles refizeram os mesmos testes com pessoas que tinham voltado a enxergar recentemente. Resultado? Elas acabam ficando com o melhor dos dois mundos: visão recuperada e uma super audição. A região hMT+, nesses casos, desempenha tanto as funções adaptadas quanto as originais.


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