O uso de ferramentas digitais na saúde ganhou tração com a pandemia de Covid-19 e permanece em expansão acelerada, com diferentes aplicações.
O emprego da inteligência artificial (IA) vem transformando a medicina, ao “ensinar” computadores a resolver problemas com análises de volumes enormes de dados e rapidez que nosso cérebro não alcança.
Uma das áreas onde a IA se aplica com maior destaque é a medicina diagnóstica, aprimorando e agilizando laudos, que direcionam melhor decisões médicas.
Exames de imagem, por exemplo, estão mais rápidos e precisos, com algoritmos identificando padrões relacionados a determinadas doenças.
No pico da crise de Covid-19, esse recurso foi fundamental para acelerar o diagnóstico da doença, assim como prever casos em que ela poderia provocar mais danos.
Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, radiologistas criaram um banco de tomografias de tórax alimentado por exames enviados de diferentes lugares do Brasil, inclusive de hospitais de campanha.
O algoritmo fazia, então, uma varredura em milhares de imagens. E, em apenas dois minutos, por comparação, indicava se as alterações de determinado paciente eram compatíveis com a presença da infecção.
Em outra frente, cientistas também da USP criaram uma plataforma que, a partir de características clínicas dos pacientes, apontava com alto grau de acurácia a provável evolução do quadro. Ou seja, se a pessoa iria precisar de ventilação mecânica, ser internada em UTI ou mesmo corria o risco de óbito, a fim de assessorar a conduta médica.
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Facilitando triagem e rastreamento de câncer
Em 2023, inteligência artificial e aprendizado de máquina foram destaque em congressos como o da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo) e da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), com trabalhos e discussões a respeito.
Entre os potenciais usos das tecnologias, além dos já mencionados no diagnóstico de doenças, está o desenvolvimento de soluções preditivas, que identifiquem grupos que responderiam melhor a determinados tratamentos.
No Brasil, em movimento pioneiro, o laboratório de medicina de precisão da Oncoclínicas vem usando IA para detectar câncer de próstata, o segundo mais comum entre homens que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), contabiliza 65 mil novos casos todo ano.
Um estudo liderado por especialista do grupo, publicado pelo Journal of Pathology, demonstra que os algoritmos podem acelerar em cerca de 65% o diagnóstico desses tumores, por meio da análise de imagens digitalizadas de amostras de tecidos suspeitos.
Com foco em descobrir e divulgar as inovações tecnológicas encabeçadas por instituições e pesquisadores brasileiros, a Oncoclínicas se associou à VEJA SAÚDE no Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica. São seis categorias, cujos vencedores serão anunciados em cerimônia em dezembro, em São Paulo.
Acompanhe as novidades sobre a premiação no site.
Inteligência artificial na saúde: um universo de possibilidades Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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