Se a humanidade quiser ir até Marte para explorar e, eventualmente, colonizar o nosso vizinho planetário, teremos de desenvolver boas casas para sobreviver. Elas não apenas precisam oferecer conforto a seus habitantes e atender suas necessidades básicas: devem também proteger os seres humanos das hostis condições marcianas.
Isso significa fornecer um abrigo contra elevados níveis de radiação e violentas tempestades de areia — só para citar alguns exemplos de adversidades. Além do mais, para que o projeto seja economicamente viável, a construção deve ser realizada com recursos extraídos lá mesmo.
Diante de um desafio tão grande, ainda não há respostas definitivas sobre qual seria o módulo habitacional perfeito para dar suporte a uma colônia ou missão exploratória humana em Marte. Para estimular arquitetos e cientistas a pensarem sobre o assunto e agregar boas ideias, a Nasa organizou um concurso em parceria com a Universidade Bradley, nos Estados Unidos.
O objetivo do Centennial Challenge é dar reconhecimento aos melhores projetos de habitats em Marte, concebidos para serem construídos a partir de de impressoras 3D. Na última quarta-feira (27), a agência espacial americana divulgou as três equipes finalistas do concurso. O desafio foi iniciado em 2015 e é dividido em três fases, de modo que os participantes podem engajar-se em etapas específicas, e entrar e sair quando desejarem.
No caso dos três times contemplados, eles dividiram um prêmio de US$ 100 mil por terem completado seus modelos virtuais em escala dos módulos habitacionais. Um painel de jurados considerou que eles eram os melhores dentre 11 projetos avaliados de acordo com critérios específicos: layout arquitetônico, programação, uso eficiente dos espaços interiores, escalabilidade da impressão 3D e capacidade de construção do habitat.
A equipe campeã foi a SEArch+/Apis Cor, sediada em Nova York, um dos raros casos nesse campo de uma empresa de pesquisa espacial e design prático toda liderada por mulheres. Elas propuseram a MARS X House: um habitat impresso em 3D robusto e durável, projetado para ser construído por meio de robótica autônoma. Abriga uma tripulação de até quatro pessoas por até um ano, garantindo níveis seguros de radiação, abundância de luz natural e vistas deslumbrantes da paisagem marciana. A forma peculiar permite que a estrutura seja continuamente reforçada.
Em segundo lugar, o time Zopherus apresentou um design replicável, no qual uma impressora móvel autônoma ergue um módulo e logo em seguida já inicia os trabalhos de construção da casa vizinha. E em terceiro, a Mars Incubator, um conjunto de engenheiros e artistas, propôs um protótipo em formato geodésico, que se integra perfeitamente na paisagem marciana.
O próximo e último estágio do desafio envolverá uma impressão de verdade de uma réplica em miniatura dos projetos. As três equipes vão se enfrentar entre os dias 1º e 4 de maio, com a vencedora embolsando um prêmio de US$ 800 mil. Além de Marte, essas possíveis casas podem ser construídas na Lua e em qualquer outro lugar. Muito mais do que belos projetos arquitetônicos, elas serão nosso porto seguro no espaço — e um lembrete das coisas incríveis que os humanos podem conceber.
Nasa seleciona projetos de casas para colônia humana em Marte Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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