segunda-feira, 29 de abril de 2019

Nasa cria exercício que simula impacto de um asteroide com a Terra

Querendo evitar o pânico e o despreparo mostrado nos filmes apocalípticos frente a um desastre (como um meteoro atingindo a Terra), a Nasa e outras agências espaciais fazem simulações do tipo de tempos em tempos. E a Conferência de Defesa Planetária de 2019, que acontece esta semana (29/04 – 03/05), será o palco de uma das mais realistas já feitas.

Pela primeira vez, a Agência Espacial Europeia (ESA) irá cobrir um grande exercício internacional de impacto de asteroides ao vivo, por meio das redes sociais (principalmente com a conta @esaoperations, no Twitter). A cobertura destacará as ações que podem ser tomadas por cientistas, agências espaciais e organizações de proteção civil.

O cenário fictício que ocorrerá nos próximos cinco dias começa com a descoberta (falsa, é bom lembrar) de que um objeto próximo da Terra (chamado em inglês de NEO, near-Earth object) tem uma chance em 100 de atingir o planeta no ano de 2027.

Neste cenário hipotético, a Nasa e outras agências espaciais ao redor do mundo terão que rastrear e reunir informações sobre o objeto – se o impacto é inevitável ou onde ele irá cair, por exemplo.

A simulação não é roteirizada, os participantes não sabem como a situação irá evoluir de um dia para o outro, e eles precisarão orientar seus planos com base nas atualizações diárias que receberem. O objetivo é simular como essas organizações trabalhariam em conjunto para o bem comum.

Os participantes — desempenhando papéis como ‘governo nacional’, ‘agência espacial’, ‘astrônomo’ e ‘escritório de proteção civil’ — discutirão o reconhecimento e possíveis missões para resolver o problema, bem como formas de mitigar os efeitos do impacto se não for possível evitar a colisão.

Até agora, essas são as informações disponíveis:

  • Um asteroide foi descoberto em 26 de março de 2019 e recebeu o nome de ‘2019 PDC’ pela organização Minor Planet Center (IAU).
  • Muito pouco se sabe sobre as propriedades físicas deste recém-descoberto asteroide. Com uma magnitude (brilho) de 21,1 – invisível a olho nu, mas visível por astrônomos profissionais – ele foi classificado como “Asteroide Potencialmente Perigoso”, e os especialistas determinaram que seu tamanho médio poderia estar entre 100 e 300 metros.
  • No dia seguinte ao que o ‘2019 PDC’ foi descoberto, os “sistemas de monitoramento de impacto” da ESA e da Nasa identificaram várias datas futuras em que o asteroide poderia atingir a Terra. Nessa fase inicial, com poucas observações ainda registradas, as duas agências concordaram que o asteroide teria maior probabilidade de colidir em 29 de abril de 2027 – daqui a mais de oito anos –, com uma probabilidade de impacto de cerca de 1 em 50.000.
  • Os astrônomos continuaram a monitorar o asteroide por um mês após sua detecção inicial, o que lhes forneceu mais informações sobre a trajetória do objeto, e descobriram agora que a chance de impacto está aumentando rapidamente. Até 29 de abril de 2019, (o primeiro dia da Conferência de Defesa Planetária), a probabilidade de impacto subiu para 1 em 100.

O exercício está sendo produzido por especialistas do Departamento de Coordenação de Defesa Planetária da Nasa, em conjunto com a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos EUA (Fema).

Esta é a sétima vez que a Nasa está envolvida nas simulações. Antes, três aconteceram em conferências planetárias anteriores (2013, 2015, 2017) e três foram executadas junto à Fema.

Os três exercícios da Nasa-Fema incluíram representantes de várias outras agências federais, incluindo os Departamentos de Defesa e Estado dos EUA. O curioso é que os conhecimentos adquiridos nessas simulações são acumulativos: cada exercício baseia-se nas lições aprendidas na simulação anterior. A lógica é que, simulando possibilidades diferentes, estaremos mais prontos para reagir se (ou quando) uma tragédia do tipo realmente ocorrer.

A Conferência de Defesa Planetária de 2019, que acontece em em Washington, é o encontro mais importante de especialistas em asteroides do mundo. Ela tem o apoio da Nasa, ESA e outras agências espaciais, além de organizações e instituições científicas internacionais.


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