A espuma não é gerada pela água em si, mas por surfactantes diluídos nela.
Surfactantes são substâncias cujas moléculas têm duas extremidades – uma que curte água (hidrofílica), outra que repele água (hidrofóbica).
Uma bolha consiste em uma bolsinha de ar cercada por uma casca de moléculas surfactantes. A a parte hidrofílica fica para fora, e a parte hidrofóbica para dentro.
E um conjunto de bolhas, claro, é espuma.
As moléculas surfactantes podem ser de origem natural: material orgânico proveniente de algas, fitoplâncton e animais marinhos. Mas elas também podem aparecer por ação humana, de carona em fertilizantes e esgoto doméstico ou industrial que são despejados na água do mar.
Todo detergente, por exemplo, é surfactante: uma ponta da molécula dá a mão para a gordura, a outra ponta segura na água. É assim que conseguimos lavar pratos engordurados – mesmo que a gordura em si não seja solúvel.
Esse tipo de molécula também aparece na água dos rios. Mas aí a espuma surge principalmente em trechos acidentados – com várias pedras, quedas e cachoeiras. A agitação força a água a se misturar com o ar. Como o mar fica em movimento constantemente, a interação entre água, ar e moléculas surfactantes é mais frequente.
Quanto mais moléculas surfactantes, mais espuma. No caso das fontes antropogênicas, a espuma serve como indicativo de poluição da água. Na década de 1990, o Rio Tietê, que passa por dentro da Região Metropolitana de São Paulo, apresentava até 50 cm de espuma após o trecho em que atravessa a cidade.
Pergunta de @ma.lancerotti, via Instagram.
Fonte: Camila Negrão Signori, professora do Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP).
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