sábado, 30 de dezembro de 2023

Desafios e soluções na relação entre dentistas e pacientes

Em toda a relação de trabalho, prestadores e consumidores encontram dificuldades para se entenderem. Cada lado tem suas preocupações particulares, mas quase sempre dividem algumas dores que podem passar despercebidas. E no universo da odontologia não é diferente.

Esta área da saúde deu um salto tecnológico nas últimas décadas, reinventando-se e trazendo novas perspectivas. Ainda no século passado, tínhamos em mente a ideia de que o dentista era aquele profissional que entraria em cena apenas para tratar alguma questão que envolvesse dor ou cárie

Hoje, são dezenas de serviços de saúde e de estética oferecidos, que no final do dia garantem um sorriso a milhões de pessoas. Os avanços são tantos que podemos vislumbrar um caminho em direção à inteligência artificial, a qual pode trazer mais eficiência e controle aos diagnósticos e tratamentos. Ou seja, melhores resultados, agilidade, economia e conforto.

+Leia também: O que é periodontite: sintomas, causas, tratamento e prevenção

A principal dor do paciente está relacionada à ansiedade e ao medo de como o tratamento será conduzido. Essas sensações são geradas, talvez, pelo receio da dor física ou mesmo de possíveis diagnósticos desfavoráveis. 

Quando esbarramos nesse cenário, o profissional, humano que é, pode sentir o peso de sua responsabilidade em tomar importantes decisões clínicas.

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Outro ponto em que a relação entre paciente e dentista se cruza diz respeito às inconveniências físicas. Enquanto há um desconforto natural de quem está em atendimento, seja pelo incômodo das cadeiras odontológicas ou por manter a boca aberta por muito tempo, há um desgaste físico do profissional de saúde, pois a necessidade de repetição de procedimentos de alta precisão exige muito do dentista.

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O desafio socioeconômico e educacional também é enfrentado pelos dentistas no dia a dia. Muitos dos pacientes que chegam aos consultórios estão em situação de certa vulnerabilidade e com a saúde bucal bastante comprometida. 

Os tratamentos odontológicos por muitas vezes requerem investimentos e o custo pode ser um fator que leva o indivíduo a negligenciar sua própria saúde bucal. Já para o dentista, o gerenciamento do consultório pode ser problemático, porque muitos acabam absorvendo outras funções, como a gestão do local.

No mais, quando a pessoa tem algum problema que requer mais cuidado, isso pode acarretar problemas psicológicos – que o dentista também terá de lidar. Nunca um tratamento, por menor e mais rápido que seja, será apenas um tratamento.

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Embora não sejam iguais, os problemas de pacientes e dentistas se encontram e existem caminhos em que eles podem buscar soluções conjuntas

Criar uma relação profissional de confiança é um excelente ponto de partida. Quando há flexibilidade, disponibilidade e, principalmente, conversa entre as partes, é possível identificar dificuldades rapidamente, ajustar rotas e criar alternativas que permitam remover o fardo de um tratamento. 

Assim, conseguimos tirar um peso daquele que está sentado na cadeira buscando melhorar sua saúde e sua autoestima e também daquele que investiu anos em capacitação e estrutura para zelar pela qualidade de vida de quem o procura.

*Vladimir Borin é presidente da Uniodonto Campinas, cooperativa que presta serviços odontológicos

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

A importância da parceria entre o pediatra e os pais e responsáveis

Ao longo do ano, um médico geralmente está em contato direto com o paciente por algumas poucas horas. Para garantir a efetiva continuidade dos na imensa maioria do tempo, portanto, ele depende de uma parceria estreita, o que é um desafio.

É claro que, na pediatria, essa sinergia pode ser amplificada pelo cuidado ser destinado ao maior tesouro da família. Por outro lado, nos primeiros anos de vida, há limitações de comunicação, então os pais e responsáveis precisam intermediar essa relação entre o médico e o paciente.

Esse relato “por procuração” está sujeito à habilidade de percepção e até emocional dos pais.

+Leia também: Dor de ouvido em criança: quando se preocupar?

Não é incomum que, após um contato inicial por telefone com o médico devido a um sinal ou sintoma ainda não alarmante, a família prefira que o profissional examine pessoalmente o bebê.

Nesse momento, mais do que julgar a insegurança dos pais, o pediatra precisa oferecer acolhimento e aproveitar a oportunidade para educar e evitar visitas desnecessárias no futuro. Isso otimiza a eficiência dessa relação, cujo objetivo é proteger a criança.

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A forma de trazer informações para o cuidado da criança também merece atenção. Certa vez me contaram de um caso em que, por deficiência do hormônio que ajuda a controlar a quantidade de urina que fazemos, a criança precisava ter a ingestão de água controlada.

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Então os pais foram orientados da seguinte forma: “a criança só pode beber o que fizer de xixi”. Eis que ela voltou na consulta seguinte reclamando que estavam tentando fazê-la beber a urina!

Parece absurdo, mas é verdade e mostra que a transmissão de informação pelo médico para os pais deve ser clara e detalhada. O médico contemporâneo está acostumado a trabalhar em equipe multiprofissional – e el deve considerar os pais e responsáveis como membros essenciais dessa equipe.

O ano de 2023 trouxe à tona, por meio da prova do ENEM, a questão da invisibilidade do trabalho de cuidar realizado pelas mulheres na sociedade. Na área da saúde infantil, convive-se frequentemente com a disparidade de cuidado entre pais e mães.

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Até por isso, para o pediatra, o reconhecimento do trabalho da mãe é essencial, uma vez que ele depende desse esforço para proporcionar um cuidado adequado.

A atuação dessas mulheres é uma extensão da ação do pediatra – e potencializada por estar envolto em amor materno. Com escuta ativa do médico e orientação, estabelece-se confiança mútua, crucial para a melhor performance em prol da criança.

De forma objetiva, algumas oportunidades de cuidado conjunto desde o início da vida são mencionadas abaixo:

  • Observação atenta do sono, alimentação e hábitos
  • Acompanhamento da evolução dos marcos de desenvolvimento
  • Registro de informação para uso futuro em eventual surgimento de doenças na vida adulta (como peso ao nascimento, tamanho e idade da primeira menstruação)
  • Relato instruído dos sintomas como pistas para um diagnóstico mais preciso
  • Cumprimento das recomendações médicas
  • Orientação prévia para busca de atendimento em situações de urgência, identificando sinais de alerta de maneira oportuna e segura

Esses elementos favorecem a abordagem colaborativa que fortalecem o conhecimento da família, capacitando-os a tomar decisões informadas. Isso beneficia não apenas os pais, mas também a criança.

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Dengue em 2024: podemos estar perto de uma nova epidemia

Ao longo deste ano, acompanhamos a identificação dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue em circulação no Brasil. Este cenário despertou preocupações legítimas, especialmente em relação à possível eclosão de uma epidemia do vírus.

A baixa imunidade da população somada ao risco aumentado de casos graves de dengue em reinfectados por sorotipos distintos representa um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro.

O vírus da dengue, composto pelos sorotipos DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, apresenta ciclos no Brasil, com explosões epidêmicas a cada quatro ou cinco anos. Historicamente, os sorotipos 1 e 2 são os mais comuns, sendo o DEN-1 o mais prevalente entre os brasileiros.

+Leia também: Quem corre maior risco com a dengue — e o que esperar da nova vacina?

A situação atual levanta sérias preocupações quanto ao número de mortes por dengue em 2023. Até a semana epidemiológica 48, o Brasil já havia registrado 1 053 mortes relacionadas à doença, o equivalente ao total de 2022, o ano mais letal da dengue em nosso país.

Considerando as mais de 200 mortes em investigação e sem incluir os dados da semana epidemiológica 49, é provável que o número de óbitos em 2023 ultrapasse os registros do ano anterior.

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O sorotipo 3 (DEN-3), ausente em epidemias no Brasil há 15 anos, e o sorotipo 4 (DEN-4), reintroduzido em 2010 após 28 anos, aumentam a complexidade do panorama.

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Ao contrair a doença, é importante entender que o indivíduo desenvolve imunidade apenas para o sorotipo específico pelo qual foi infectado. No entanto, a possibilidade de até quatro infecções por dengue, uma para cada sorotipo, aumenta o risco de formas mais graves, como a dengue hemorrágica, a cada nova infecção.

O diagnóstico preciso da doença e a identificação do sorotipo são fundamentais para uma intervenção eficaz. Hoje já temos disponível em larga escala o teste de pesquisa de RNA para dengue por PCR. Ele deve ser feito logo no início dos sintomas e, preferencialmente, até o sétimo dia.

A presente conjuntura exige uma vigilância contínua e ações preventivas para mitigar seu impacto em nossa sociedade. É imperativo que as autoridades de saúde e a população se unam para conter a propagação do vírus, através do controle dos focos do mosquito transmissor (Aedes aegypti), e da vacinação.

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Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue (Qdenga) ao Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, neste primeiro momento, a cobertura não será em larga escala, com cerca de cerca 3,1 milhões de pessoas podendo ser vacinadas.

É importante que quem estiver no grupo prioritário fique atento e, quem tiver possibilidade, procure a rede particular.

*Helio Magarinos Torres Filho é patologista e diretor do Richet Medicina & Diagnóstico/Rede D’or

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Quatro graus de separação entre Marina Sena e Ayrton Senna

Marina Sena

Retrato de Marina Sena.
<span class="hidden">–</span>Reprodução/Divulgação

Com o hit “Por Supuesto” (2021), a artista mineira alcançou o 1º lugar do ranking Viral 50 do Spotify, que lista as músicas mais compartilhadas pelos usuários. Em 2023, Marina assinou um contrato com a…

Sony Music Brasil

Logo da Sony Music.
<span class="hidden">–</span>Reprodução/Divulgação

Criada em 1961, é uma das maiores gravadoras do Brasil – em 2022, concluiu a compra da Som Livre, outra gigante do ramo (e que pertencia à Globo), por R$ 1,4 bilhão. O artista mais longevo da casa é…

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Roberto Carlos

Retrato de Roberto Carlos.
<span class="hidden">–</span>Victor Chavez/Getty Images

Em 2019, estreou nos cinemas Minha Fama de Mau, biografia do músico Erasmo Carlos (interpretado por Chay Suede), parceiro de longa data de Roberto – que, por sua vez, foi vivido por…

Gabriel Leone

Retrato de Gabriel Leone.
<span class="hidden">–</span>Arturo Holmes/Getty Images

O ator carioca vai contracenar com Adam Driver e Penélope Cruz no filme Ferrari (2023), no papel do piloto de Fórmula 1 Alfonso de Portago. E, no ano que vem, vai interpretar outro piloto…

Ayrton Senna

Retrato de Ayrton Senna.
<span class="hidden">–</span>Pascal Rondeau/Getty Images

A carreira do tricampeão mundial será contada em uma minissérie de seis episódios da Netflix. Entre 1988 e 1990, Senna namorou Xuxa Meneghel. Em 2024, ela se apresentará no Universo Spanta, festival de música no Rio – que terá também Marina Sena no lineup.

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Uma mulher pode carregar dois bebês de pais diferentes ao mesmo tempo?

Sim. O nome desse evento é superfecundação heteropaternal. Para conseguir, uma mulher “tem de liberar, em um mesmo ciclo, dois óvulos – e então, ter relações sexuais com dois homens diferentes dentro de até 24h”, explica Juliana Meola, professora da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (FMRP).

Essa coincidência entre ovulação dupla e uma transa dupla desprotegida é rara: em setembro de 2022, um caso de gêmeos heteropaternais registrado em Goiás foi apenas o vigésimo da história da literatura médica mundial.

Um estudo analisou uma base de dados com 39 mil resultados de testes de paternidade e descobriu que apenas 2,4% deles envolviam episódios de superfecundação heteroparental gerando gêmeos dizigóticos. Considere que só uma parcela pequena da população faz esses testes e é fácil concluir que se trata um evento raríssimo.

É evidente, porém, que esse fenômeno é subnotificado. Só é possível comprová-lo com um teste de DNA – e ainda que uma mãe esteja achando seus gêmeos diferentes demais, a maior parte das pessoas sequer imagina que essa façanha reprodutiva seja possível.

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Além disso, estudos como citado acima têm uma limitação demográfica, já que a prevalência de gêmeos heteropaternais pode mudar conforme a população. Mulheres de etnias diferentes terão genes ligeiramente diferentes (o que muda as chances de uma ovulação dupla) e estão mergulhadas em culturas diferentes (o que muda a frequência com que se faz sexo com parceiros distintos).

Assim, as conclusões de um país não podem ser generalizadas para outros. Estudos distintos já chegaram a números tão díspares quanto 1 em cada 400 pares de gêmeos vs. 1 em cada 13 mil pares de gêmeos. Em animais com ninhadas maiores, porém, a fecundação heteroparental é muito comum.

 

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Prótese dentária: quem pode usar e quais são os principais tipos

Perder um ou mais dentes pode ser traumático para algumas pessoas, mas com a evolução da odontologia, existem opções que englobam a estética, qualidade e durabilidade com implantes e próteses para atender aos mais diferentes tipos de casos.

As duas técnicas têm o mesmo objetivo, substituir dentes perdidos. Mas o implante é uma estrutura de titânio cirurgicamente introduzida na região do maxilar. Esse procedimento faz a substituição de raízes que foram perdidas com a extração ou a queda de dentes.

Já as próteses, que podem ser removíveis ou fixas, são estruturas cuja função é restabelecer a função mastigatória e estética e caracteriza pela parte visível do tratamento. As próteses podem estar fixadas em implantes, como é o caso da prótese protocolo, ou serem removíveis, como ocorre com a dentadura.

+Leia também: Cuidados odontológicos na UTI reduzem risco de morte durante internação

As indicações e especificações de cada tipo variam – por isso é tão importante buscar um profissional qualificado para indicar o que é melhor para o seu sorriso.

O tratamento reabilitador com implantes dentários vai muito além da reposição do dente perdido, e de um público específico. Qualquer paciente acima dos 18 que esteja insatisfeito com seu sorriso pode conversar com o odontologista sobre o assunto.

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Quais são os tipos de próteses?

Existem vários tipos de prótese dentária no mercado, mas a prótese protocolo, a técnica de carga imediata, a prótese sobre implante unitárias e as lâminas de porcelana são as mais procuradas.

  • Prótese protocolo: ela pode ser colocada tanto na maxila (parte superior da boca) como na mandíbula (parte inferior). Fica fixada aos implantes e é uma ótima solução para quem perdeu todos os dentes e deseja fixá-los novamente, deixando de lado a dentadura.

O protocolo oferece segurança e estabilidade aos pacientes e segurança para mastigar qualquer tipo de alimento.

  • Carga imediata: é ideal para a recuperação do sorriso de forma rápida e segura. Foi criada para devolver os dentes perdidos no menor tempo, com colocação em até 72 horas, e para devolver a mastigação completa.

No momento de instalação, há um travamento mínimo  para que esse implante possa receber os dentes de forma imediata. O que possibilita a execução dessa técnica em relação à convencional é o planejamento prévio e a qualidade óssea do paciente para reabilitar proteticamente esses implantes.

  • Prótese sobre implante: é utilizada quando há necessidade de repor um ou mais dentes na boca. Ela é fixada sobre o pino de titânio e confeccionada em porcelana, material altamente estético e resistente.

Com durabilidade e estabilidade de cor, a prótese promove conforto para o paciente durante a mastigação, sem sofrer alterações em sua cor com o passar dos anos.

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Um tratamento moderno que possibilita à pessoa ter os dentes da maneira que sempre sonhou. A técnica é feita através de um planejamento virtual.

Em resumo, a reabilitação com próteses devolve todos os dentes de forma prática, segura e com materiais de alta qualidade, que devolvem uma estética agradável. O importante é ser bem orientado.

*Adriele Cristina de Freitas Stein é implantologista e franqueada da Oral Sin, uma rede de clínicas odontológicas que está no mercado há duas décadas.

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Intimidade artificial

Viver nesse mundo de estímulos, conversas e telas luminosas é uma loucura, não é mesmo? Parece que a cada dia nos afastamos um pouco mais daquilo que realmente importa: a verdadeira conexão humana. E é aí que essa tal de “Intimidade Artificial” entra, meio que sorrateira, roubando a essência dos momentos que deveriam ser compartilhados de coração aberto.

Quando foi a última vez que você realmente se conectou com alguém, olhos nos olhos, sem a distração constante dos fatores externos? E se pudéssemos resgatar a magia das conexões reais?

Em um mundo onde a urgência e o tempo das coisas são ultrapassados e nos mantêm constantemente ocupados, é fácil esquecermos o valor de estarmos verdadeiramente presentes. Mas, como mãe, descobri que existe uma magia especial em criar laços reais, em viver o momento sem distrações, e essa magia se chama “amor presente”.

+Leia também: O lado B de dezembro e os gatilhos para a síndrome do fim de ano

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Como mãe, entendo que a vida muitas vezes se move em um ritmo frenético. Entre compromissos, trabalho e as inevitáveis tarefas domésticas, é tentador cair na armadilha da multitarefa constante.

No entanto, ao refletir sobre a importância de estar presente na vida do meu filho, percebi que resgatar o amor das conexões reais é essencial para construir memórias duradouras e significativas.

E vai além de estar fisicamente presente. É sobre estar de verdade, com a mente, o coração e a atenção totalmente dedicados ao momento. Quando nos permitimos desligar de qualquer distração e nos entregamos completamente, criamos um espaço para essa conexão, de fato, acontecer.

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Lembro-me de uma tarde chuvosa em que, em vez de ceder à tentação de mergulhar em qualquer entretenimento diverso ou nas preocupações de demandas que estavam por vir, decidi dedicar meu tempo a brincar com meu filho. Juntos, desenhamos, contamos histórias, nos olhamos nos olhos.

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Foi nesse momento que percebi a importância disso – as risadas, os sorrisos e a conexão que compartilhamos não teriam sido os mesmos se eu estivesse distraída por pensamentos e mensagens.

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A sociedade muitas vezes nos faz acreditar que demonstrar amor envolve presentes materiais. No entanto, ser um amor presente não se trata de embrulhar algo bonito em papel colorido.

Trata-se de investir tempo de qualidade, construir laços emocionais que resistirão ao teste do tempo. São essas as memórias que permanecem em nossos corações, proporcionando conforto nos momentos difíceis e alegria nos momentos felizes.

Ao observar meu filho crescer, percebo que as lembranças mais preciosas não serão necessariamente ligadas a presentes caros, mas sim aos momentos em que estivemos ali um para o outro. São os abraços apertados, as histórias contadas na hora de dormir e as aventuras compartilhadas que fazem o coração dele se transbordar amor e segurança.

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Além de impactar a vida do meu filho, descobri que ser um amor presente também tem um efeito profundo em mim. Encontrar tempo para estar totalmente entregue nas interações diárias não só fortaleceu os laços familiares, mas também trouxe uma sensação renovada de felicidade e realização à minha vida.

Resgatar a magia das conexões reais é um ato de resistência. É uma escolha consciente de desacelerar e de valorizar as relações. É um lembrete para todos nós.

+Leia também: Diálogo é tudo na relação entre pais e filhos

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Da próxima vez que estiver com alguém que ama, seja presente, abra seu coração e permita-se vivenciar esse encanto. Faça essa imersão emocional. “É hora de despertar para o amor verdadeiro”.

“Seja Um Amor Presente” não é só movimento de Natal; é um convite para repensarmos sobre como estamos nos conectando, trazendo de volta a magia do verdadeiro amor em tempos de “Intimidade Artificial”.

*Bruna Buás é diretora de marketing do Grupo Boticário, mãe e admiradora da magia do Natal

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Na Alemanha, a maior tradição de Ano-Novo é uma comédia dos anos 1960

Passei a virada de 2022 para 2023 em Ober-Mörlen, uma cidade com menos de seis mil habitantes no interior da Alemanha. Casas com telhado inclinado, carrões da Mercedes pelas ruas, uma floresta nas redondezas… Parecia um episódio de Dark.

Não caí ali de paraquedas. Estava num acampamento com crianças e adultos de vários países. E, no dia 31, todos deram uma palhinha das suas tradições de fim de ano. 

Os brasileiros, por exemplo, vestiram camisetas e bermudas brancas no meio do inverno do Hemisfério Norte (obrigado, sistema de calefação). Os espanhóis, por sua vez, enfiaram 12 uvas verdes na boca de todo mundo, 12 segundos antes da meia-noite. A ideia é que, no momento exato da virada, você pareça um esquilo, com as bochechas cheias de comida. Legal.

Os alemães, anfitriões do rolê, esperaram o fim da queima de fogos para apresentar a tradição local. Mas esqueça cores de roupa e superstições com comida: eles nos colocaram em frente à TV para assistir a um vídeo de humor em preto e branco, de quase 18 minutos.

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Eis a esquete Dinner for One (“jantar para um”), de 1963:

A história: Miss Sophie (May Warden) é uma aristocrata britânica que organiza um jantar em sua mansão para celebrar o seu aniversário de 90 anos. E convida seus amigos de longa data: Sir Toby, Almirante von Schneider, Sr. Pommeroy e Sr. Winterbottom. O responsável pela festa é o mordomo da casa, James (Freddie Frinton).

Só tem um problema: todos os amigos de Sophie já morreram. Cabe a James o trabalho de beber por cada um deles toda vez que a anfitriã decide fazer um brinde. E haja brinde: o mordomo precisa tomar vinho branco, champanhe, xerez, vinho do porto… 

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James vai ficando cada vez mais bêbado – e atrapalhado. O mordomo também incorpora trejeitos de cada um dos convidados. Com von Scheider, por exemplo, ele saúda dizendo skål (o “tim-tim” dos países nórdicos; é daí que vem o nome da cerveja Skol). Ao humor pastelão de Frinton se junta o bordão da esquete, repetido à exaustão:

“- Same procedure as last year, Miss Sophie?

– The same procedure as every year, James.” 

(“- O mesmo procedimento do ano passado, Sra. Sophie?/ – O mesmo procedimento de todos os anos, James.”)

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Pobre James. Mas, afinal: como essa esquete se tornou uma tradição de Réveillon na Alemanha?

Especial de fim de ano

Dinner For One nasceu como uma peça de teatro, escrita nos anos 1920 pelo dramaturgo britânico Lauri Wylie – mas que só ganhou os palcos em 1934. Nos anos seguintes, a comédia foi interpretada em diversos lugares, por diversos atores.

Os britânicos Warden e Frinton passaram a interpretá-la em 1945. Em 1951, Frinton ganhou os direitos da peça após a morte de Wylie. Em 1962, dois produtores alemães assistiram à performance da dupla – e decidiram levá-la para a televisão.

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Vista do estúdio com Freddie Frinton como Butler James e May Warden como Miss Sophie no esquete
<span class="hidden">–</span>Foto: Siegfried Pilz / United Archives / Getty Images/Reprodução

Warden e Frinton, então, apresentaram-se para uma plateia em Hamburgo, na Alemanha. Tudo em inglês – com exceção de uma breve introdução em alemão. A gravação da esquete foi exibida em 1963 na NDR, emissora pública do país.

Mas não foi um sucesso imediato, e Dinner For One teve poucas reprises na NDR. Até que, no Ano-Novo de 1972, resolveram colocá-la na grade para tapar um buraco na programação. A partir daí, a esquete deslanchou – e se tornou um sucesso. Ganhou um status cult e é exibida toda virada de ano em canais de TV alemães. Ela é popular também na Áustria e Suíça (onde se fala alemão) e em países escandinavos (os dinamarqueses do acampamento podem confirmar).

Ao longo das décadas, a esquete ganhou novas versões e paródias (incluindo uma de 2016 na Netflix, com direito a um retrato de Wagner Moura, estrela de Narcos, na sala de jantar de Miss Sophie). Em 2022, o estúdio alemão UFA anunciou a produção de uma prequel dividida em seis episódios, que se passará 50 anos antes da história original. 

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Não se sabe exatamente o que fez com que Dinner For One virasse o fenômeno que virou. A qualidade da comédia, claro, é um ponto. E talvez o bordão “same procedure as every year, James” combine com o espírito de renovação-mas-nem-tanto-assim do Réveillon.

Mas é preciso considerar também o fator aleatoriedade – essencial para qualquer meme. Seja como for, a esquete está gravada no imaginário popular de milhões de europeus, da mesma forma que o especial do Roberto Carlos e a vinheta de fim de ano da Globo estão gravadas no nosso. 

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Armas inusitadas contra o colesterol: probiótico e injeção semestral

Umas das doenças mais letais e ao mesmo tempo mais silenciosas que temos de enfrentar hoje é o aumento do colesterol-LDL, ou colesterol ruim. Sorrateiro, o aumento crônico das concentrações do LDL na corrente sanguínea promove um acúmulo lento e gradual nas artérias – o que, junto com um processo inflamatório na parede dos vasos sanguíneos, favorece entupimentos.

Este entupimento é conhecido como infarto do coração, quando acomete as artérias coronárias, ou derrame cerebral (ou AVC), se atinge as artérias cerebrais. E ainda pode ocorrer entupimento nas artérias das pernas (por trás de amputações) e entupimento das artérias dos rins.

O ponto crucial é que ninguém costuma sentir nada até ter um desses problemas graves…. Nada mesmo. E é aí que mora o perigo.

+ Leia também: Maioria das pessoas não controla direito o colesterol e desconhece o risco

Por isso os exames de check-up são necessários para detecção e tratamento precoces. Aliás, você sabe a quantas anda seu colesterol? Qual a última vez que você consultou o médico?

Pasme: a Academia Americana de Pediatria recomenda o rastreamento de alterações de colesterol e triglicérides em todas as crianças de 9 a 11 anos. E esse exame deve ser feito a partir dos 2 anos (isso mesmo!) em crianças de famílias com forte histórico de problemas de colesterol e infarto do coração.

E mais…. Você sabia que as metas de colesterol dependem do risco que cada pessoa tem de apresentar doenças cardíacas? Por exemplo: pessoas que já tiveram um infarto possuem metas de colesterol mais baixas (mais rígidas).

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O mesmo vale para aqueles com outros fatores de risco como tabagismo, hipertensão… e o diabetes que eu tanto trato. Existem até calculadoras que nós, médicos, usamos para “classificar” o paciente de acordo com o risco cardiovascular. Uma estimativa geral é que tenhamos 4 em cada 10 adultos no Brasil com alterações de colesterol.

+ Leia também: Mais de um quarto das crianças e dos adolescentes têm colesterol alto

Durante o DIACORDIS, congresso anual que reúne médicos de todo o Brasil para discutir novidades no cardiometabolismo, foram discutidos dois importantes avanços no tratamento do colesterol: um probiótico oral e um medicamento injetável semestral.

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No início de 2023, tivemos a disponibilização no Brasil do primeiro suplemento alimentar considerado probiótico com capacidade de redução de colesterol e também triglicérides. São comprimidos contendo três cepas diferentes de Lactobacillus Plantarum e que devem ser tomados diariamente.

O mecanismo de ação é modificar a microbiota intestinal, o que diminui a absorção de colesterol pelo intestino. Os estudos apontam uma redução média em torno de 15% nos valores do colesterol ruim – esse probiótico pode ser usado junto com outros tratamentos consagrados, como as estatinas.

Outra novidade que chegou até nós em novembro é a injeção subcutânea semestral do medicamento inclisirana. A inclisirana atua aumentando os receptores que retiram o LDL-colesterol localizados no fígado. Com isso, o colesterol ruim é absorvido pelos seus receptores no fígado e tem seu nível reduzido na corrente sanguínea.

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+ Leia também: Como funciona o novo medicamento contra o colesterol aprovado pela Anvisa

A redução média do colesterol ruim com a inclisirana é de cerca de 50% – e ele também pode ser usado junto com as estatinas e outros medicamentos. Vale destacar que, no início do tratamento com inclisirana, a segunda injeção deve ser aplicada num intervalo de três meses, e, a partir de então, a cada seis meses, sem interrupção.

Ponto semelhante entre o probiótico e a inclisirana é que ambos possuem raros efeitos colaterais e contraindicações.

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Por isso, em pleno ano de 2023, o que não faltam são armas para o controle do colesterol, um dos maiores vilões da saúde cardiovascular. Só uns parênteses aqui: as estatinas são, e continuarão sendo, a principal arma para controle do colesterol em todo o mundo, quer seja pela sua eficácia ou pela sua segurança confirmada por décadas de estudos.

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Aberta consulta pública para medicamento contra câncer de pulmão no SUS

Apesar de o câncer de pulmão não ser o mais incidente, as estimativas são de 32.560 novos casos por ano no triênio 2023-2025¹, sendo o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres². Entretanto, sem considerarmos o câncer de pele não melanoma, o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no Brasil e no mundo³.

Provocado pelo tabagismo em 85% dos casos e pelo tabagismo passivo em quase metade dos casos em não fumantes², a falta de investimento no diagnóstico precoce do câncer de pulmão é muito perigosa.

No início, o câncer de pulmão é assintomático, o que faz com que quase 80% dos casos sejam diagnosticados quando a enfermidade já está avançada, com metástase e sem possibilidade de cura².

Quando os sinais da enfermidade aparecem, eles englobam:

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● tosse seca com sangue
● falta de ar
● dor torácica
● em alguns casos perda de peso intensa em pouco tempo
● falta de apetite
● Fadiga

Atualmente, apenas 16% dos casos são descobertos em estágio inicial. Sendo que pacientes com estágio III, historicamente, apresentam uma sobrevida que varia de 36% a 13% em 5 anos².

REALIDADE DISCREPANTE ENTRE SISTEMA PÚBLICO x PRIVADO
Assim como em muitas enfermidades, o diagnóstico precoce pode ser a chave para a cura do câncer de pulmão. No entanto, é sabido que o acesso a esse recurso é diferenciado entre pacientes do sistema de saúde público e privado. Segundo o oncologista Luiz Henrique Araujo, do Rio de Janeiro, que é pesquisador do INCA e membro da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão, no que se trata do diagnóstico e tratamento, é essencial que haja uma equiparação entre os sistemas.

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“A diferença entre os dois pode ser percebida em relação a exames, como a tomografia computadorizada do tórax que é usada para realizar o diagnóstico da doença, que pode ser seguida por uma biópsia, se um nódulo maior do que 3 centímetros for detectado, e favorece a identificação precoce da doença”, conta.

Outra forma de obter o diagnóstico precoce que pode fazer a diferença no desenrolar do quadro dos pacientes do SUS é a tomografia de tórax de rastreamento, chamada de baixa dose, que está à disposição dos pacientes da saúde privada. “Ela é indicada para a população com alta taxa de tabagismo acima dos 55 anos mesmo sem sintomas e reduz bastante a mortalidade, segundo estudos clínicos”, diz Araújo.

IMPACTOS NO TRATAMENTO
Os números não deixam dúvidas da diferença entre as jornadas dos indivíduos com a doença nos sistemas público e privado de saúde. No SUS, 9,4% dos pacientes descobrem o câncer de pulmão em estágio III, fase limite para que haja intenção curativa, contra 11,4% para pacientes do setor privado de saúde. Para se ter uma ideia, pacientes da rede privada podem ter uma sobrevida até duas vezes maior que os da rede pública.

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O QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO NA CONSULTA PÚBLICA?
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, a CONITEC, abriu uma consulta pública para avaliar a possibilidade de integrar ao SUS um medicamento com intenção curativa para o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) em estágio III irressecável, ou seja, que não pode ser removido cirurgicamente*.

O tratamento em questão é recomendado por diretrizes nacionais e internacionais, como o da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) e da European Society for Medical Oncology (ESMO).

A incorporação do medicamento permitiria que pacientes da rede pública também pudessem ter essa opção de tratamento. “A diferença do atendimento oferecido aos pacientes em ambos os serviços é realmente desigual no que diz respeito ao tratamento e o gap vai ficando maior conforme eles vão ficando mais modernos, com imunoterapia e cirurgias minimamente invasivas feitas por vídeo ou robótica, por exemplo”, concorda Araujo.

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A consulta pública que avalia a incorporação no SUS de um medicamento com intenção curativa para tratamento de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) em estágio III irressecável já está disponível.

Para sociedade em geral, confira o link para contribuir clicando aqui: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-57-2023-opiniao-durvalumabe-para-pacientes-com-cancer-de-pulmao-de-celulas-nao-pequenas-cpcnp-estagio-iii-irressecavel-cuja-doenca-nao-progrediu-apos-terapia

Para sociedade médica e comunidade científica, confira o link para contribuir clicando aqui: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-57-2023-tecnico-cientifico-durvalumabe-para-pacientes-com-cancer-de-pulmao-de-celulas-nao-pequenas-cpcnp-estagio-iii-irressecavel-cuja-doenca-nao-progrediu2

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* Todas as opções de tratamento para câncer de pulmão de não pequenas células em estágio III tem intenção curativa.

Referências:
1- Ministério da Saúde Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2023 Incidência de Câncer no Brasil. Acesso em novembro de 2023. Link: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa- 2023.pdf
2- Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de Pulmão. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao. Acesso em 21 de setembro de 2023.
3- BRAY, F. et al. Global cancer statistics 2018: Globocan estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a cancer journal for clinicians, Wiley Online Library, v. 68, n. 6, p. 394–424, 2018.
4 – Coelho JC et al. Non-Small-Cell Lung Cancer with CNS Metastasis: Disparities From a Real-World Analysis. JCO Glob Oncol. 2022 Mar;8:e2100333
5 – Spigel, D. et al. Five-year survival outcomes with durvalumab after chemoradiotherapy in unresectable stage III NSCLC: An update from the PACIFIC trial. Presentation 8511, ASCO 2021
6 – Antonia Sj, Villegas A, Daniel D, Vicente D, Murakami S, Hui R, Et Al. Durvalumab After Chemoradiotherapy In Stage Iii Non–small-cell Lung Cancer. N Engl J Med. 2017;377:1919–29
7 – Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC. Diretrizes de tratamentos oncológicos – Pulmão não-pequenas células: doença localizada e localmente avançada. 2023.
8 – NCCN 5.2023
9 – Remon J, Soria JC, Peters S; ESMO Guidelines Committee. Early and locally advanced non-small-cell lung cancer: an update of the ESMO Clinical Practice Guidelines focusing on diagnosis, staging, systemic and local therapy. Ann Oncol. 2021 Dec;32(12):1637-1642

**Material destinado a todos os públicos. BR-26999. Dezembro de 2023. **

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Aberta consulta pública para medicamento contra câncer de pulmão no SUS Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Consulta pública avalia medicamento da Hemoglobinúria Paroxística Noturna

Pouco conhecida e com um nome difícil de pronunciar, a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), é uma doença ultra rara, crônica, grave e progressiva, que provoca a deterioração da qualidade de vida e pode ser fatal³-⁶ ao paciente. 

Segundo o hematologista Marco Salvino, trata-se de uma doença hemolítica crônica, ou seja, ela faz com que os glóbulos vermelhos do sangue sejam destruídos. 

“Ocorre uma agressão do sistema complemento, que é responsável pela defesa do organismo, ou seja, por atacar bactérias e outros agentes. No paciente de HPN ele passa a atacar e destruir a própria hemácia, o que gera anemia e outras inflamações. Um ponto importante é que a causa dessa agressão está em uma falha adquirida ao longo da vida, a pessoa não nasce com a doença. É um defeito genético que ela pode desenvolver ao longo da vida, que incapacita a hemácia de criar uma barreira natural contra o sistema complemento”, explica o médico. 

De acordo com a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e leucemia), na maioria das vezes, a HPN acontece em indivíduos com idade entre 30 e 50 anos, atingindo homens e mulheres na mesma proporção⁷.  “No mundo, estima-se que tenhamos 15 casos da doença por milhão de habitantes. No Brasil devemos ter cerca 3 mil casos, lembrando que infelizmente ainda temos muitas subnotificações no país”, conta Salvino. 

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Sintomas e complicações

Apesar de não afetar um grande número de pessoas, aqueles que sofrem com a condição, assim como os seus familiares e amigos, vivem sob tensão, já que a evolução da HPN é bastante imprevisível. “Os sintomas vão de anemia, muita fraqueza, que não ocorrem de forma contínua, ou seja, os sinais podem melhorar e piorar ao longo dos dias. O mais grave, no entanto, é a possibilidade de trombose – essa é a doença com maior risco trombótico. E a trombose não avisa quando e nem onde vai acontecer e muitas vezes esses eventos são bastante graves. Pode haver, por exemplo, trombose no sistema nervoso central, hepática ou abdominal”, diz Salvino. O paciente pode apresentar, ainda, fadiga, falta de ar, urina escura ou avermelhada, dor no abdômen ou no peito até disfunção erétil e dificuldade para engolir, além de danos a órgãos-alvo.³-⁶

O médico acrescenta que a HPN apresenta, progressivamente, aumento dos riscos de complicação. “Ao longo dos anos é muito difícil que o paciente não apresente algum tipo de agravamento. No início ele pode ser assintomático, mas ao longo do tempo esse cenário tende a mudar, apresenta uma trombose, que gera uma comorbidade grave ou um dano fatal”. 

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Diagnóstico precoce é fundamental

Como os sintomas podem ser comuns a outras doenças, diagnosticar a HPN pode ser desafiador. O especialista responsável é o hematologista e o diagnóstico é feito com base em uma avaliação clínica e exames, como o hemograma e a citometria de fluxo, que podem apontar alterações nas células do sangue.-¹⁰

“O diagnóstico precoce, ou seja, realizado antes de uma complicação grave, é fundamental para aumentar as chances de controle da doença e ajudar a evitar o agravamento do quadro. Hoje o tratamento é muito eficaz, temos boas opções que controlam os riscos da doença”, alerta o hematologista.  

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Cenário da HPN no Brasil

Segundo Salvino, a HPN é uma das doenças que mais avançaram no conhecimento nos últimos 20 anos. “De uma doença rara, desconhecida e que ninguém entendia nem mesmo o mecanismo de ação, hoje dominamos todo o conhecimento a respeito, e as opções de tratamentos são cada vez mais eficazes e cômodas e menos agressivas ao paciente. O único tratamento disponível até pouco tempo atrás, o transplante de medula óssea, era de altíssimos índices de mortalidade e risco. Esse cenário mudou, e muito”. 

A importância da Consulta Pública

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Existe, inclusive, uma nova opção de tratamento para HPN, já aprovado pela ANVISA¹, que oferece mais qualidade de vida aos pacientes, pois reduz a fadiga, o risco de trombose e necessita de menos infusões do que a geração anterior de medicamento.,Para se ter uma ideia, o aumento de intervalo de infusões com esse medicamento passa para a cada 8 semanas, em um total de 7 infusões por ano, ao invés de infusões a cada 2 semanas (26 ao ano). ¹,²

Porém, para que o medicamento seja disponibilizado gratuitamente aos pacientes, foi aberta uma Consulta Pública que avalia a incorporação do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com HPN.  A Consulta Pública visa a contribuição da sociedade a respeito da incorporação da nova opção de tratamento para HPN no SUS.

Salvino destaca que a Consulta Pública é um dos mecanismos mais importantes para incorporar a inovação à saúde brasileira. “O movimento da comunidade, principalmente a científica, é essencial para que o governo entenda a necessidade da nova terapia. Sem a participação social e da área técnica nós não temos inovação. É através da participação na consulta popular que poderemos trazer novas tecnologias, capazes de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente e uma gestão de saúde mais eficiente”, ele conclui. 

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A Consulta Pública fica aberta pelo período de 20 dias. 

Para sociedade em geral, confira o link para contribuir clicando aqui: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-62-2023-opiniao-ravulizumabe-para-o-tratamento-da-hemoglobinuria-paroxistica-noturna

Para sociedade médica e comunidade científica, confira o link para contribuir clicando aqui: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-62-2023-tecnico-cientifico-ravulizumabe-para-o-tratamento-da-hemoglobinuria-paroxistica-noturna1

Referências:

  1. Ultomiris® (ravulizumabe) Bula do Profissional da Saúde. Bulário Eletrônico. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?numeroRegistro=198110004. Acesso em 13/12/2023.
  2. Lee J.W et al. Blood 2019 Feb 7;133(6):530-539.
  3. Hillmen P, Muus P, Roth A, et ai. Long-term safety and efficacy of sustained eculizumab treatment in patients with paroxysmal nocturnal haemoglobinuria. Br J Haematol. 2013;162(1):62-73.
  4. Nishimura J-1, Kanakura Y, Ware RE, et ai. Clinica! course and flow cytometric analysis of paroxysmal nocturnal hemoglobinuria in the United States and Japan. Medicine. 2004;83:193-207.
  5. Sharma VR. Paroxysmal nocturnal hemoglobinuria: pathogenesis, testing, and diagnosis. Clin Adv Hematol Oncol. 2013;ll(suppl 13):1-11.
  6. Hillmen P, Elebute M, Kelly R, et al. Long-term effect of the complement inhibitor eculizumab on kidney function in patients with paroxysmal nocturnal hemoglobinuria. Am J Hematol. 2010;85(8):553-559.
  7. ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. O que é Hemoglobinúria Paroxística Noturna – HPN. Disponível em: https://www.abrale.org.br/doencas/hpn/o-que-e/. Acesso em 13/12/2023.
  8. Schrezenmeier H, Muus P, Sacie G, et ai. Haematologica. 2014;99:922-929.
  9. Parker C, Omine M, Richards S, et ai. Blood. 2005;106:3699-3709.
  10. Barcellini W, Fattizzo B. Dis Markers. 2015;2015:635-70.
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Exercício altera o microbioma da boca

Fazer exercício é bom para o coração, o pulmão, diversos órgãos e tecidos. E, como um novo estudo revelou, também pode afetar o microbioma: o conjunto de microrganismos que vivem no corpo humano.

Isso foi descoberto por cientistas do Pacific Northwest National Lab, do governo americano, que submeteram 11 bombeiros a um teste (1). Os voluntários vestiram seus equipamentos de combate a incêndio, bem pesados, e fizeram 45 minutos de exercício intenso.

Logo em seguida, os cientistas coletaram amostras de saliva e sangue – elas foram comparadas a outras, colhidas logo antes da atividade física. O estudo encontrou diferenças. Na saliva, por exemplo, houve redução em 4 espécies de bactérias causadoras de cáries – e isso mesmo com uma desaceleração do sistema imunológico (também houve queda de moléculas inflamatórias no sangue).

Outros estudos já haviam apontado que a prática regular de exercícios pode alterar a população de bactérias no intestino (2), aumentando a diversidade de espécies – o que é considerado benéfico. 

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Fontes 1. Elucidating regulatory processes of intense physical activity by multi-omics analysis. E Nakayasu e outros, 2023. 2. Exercise Modifies the Gut Microbiota with Positive Health Effects. V Monda e outros, 2017.

 

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Foliculite na barba: o que fazer para evitar?

Homens com o hábito de se barbear têm um problema em comum: a foliculite na barba. Inicialmente, surgem pequenas bolinhas vermelhas, que podem até passar despercebidas. Mas, quando persiste sem tratamento, o quadro pode evoluir para espinhas inflamadas e dolorosas. 

Antes de mais nada, precisamos entender que o que é conhecido como foliculite na barba na verdade é uma pseudofoliculite. Isso porque a foliculite é um processo infeccioso na raiz dos nossos pelos (na maioria das vezes, por uma bactéria). 

Nesses casos, é comum observar intensa vermelhidão local e pontos amarelos, onde há acúmulo de pus. Como você já sabe, o tratamento de um processo infeccioso bacteriano é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico. 

Mas e essas bolinhas vermelhas que aparecem bem na saída dos pelos? Isso é uma pseudofoliculite que, se não tratada, pode evoluir para uma foliculite propriamente dita. 

O que acontece nesses casos é uma dificuldade do pelo recém cortado em perfurar a pele: nessa tentativa, ele acaba agredindo a superfície, o que forma as bolinhas. Isso é muito mais comum em fios crespos ou cacheados, que têm ainda menos força para vencer essa resistência.

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Então nosso trabalho para prevenir a pseudofoliculite e, por consequência, a foliculite, é facilitar o crescimento natural dos pelos sobre a pele. Para isso, existem algumas dicas para você se atentar na hora de se barbear:

  1. Lave o rosto com água morna para abrir os poros e amolecer os fios. Isso facilita o deslizamento da lâmina e diminui a irritação local.
  2. Sempre use creme de barbear. Eles ajudam a formar uma camada protetora, preparando a pele e facilitando o deslizamento da lâmina. Mas evite produtos que contenham álcool, pois podem causar ressecamento e irritação.
  3. Utilize uma lâmina afiada e limpa: as cegas ou sujas aumentam o risco de pelos encravados. Troque-a regularmente para garantir que ela esteja afiada.
  4. Ao se barbear, siga a direção natural do crescimento dos pelos. Isso reduz a probabilidade de os pelos se curvarem para dentro da pele, causando pelos encravados.
  5. Pressionar a lâmina com muita força contra a pele aumenta o risco de irritação e pelos encravados. Mantenha uma pressão suave e deixe a lâmina fazer o trabalho.
  6. Após o barbear, hidrate a pele. Utilize um hidratante suave com ação calmante.
  7. Fazer a barba diariamente aumenta o risco de pelos encravados. Se possível, dê à sua pele um descanso entre as sessões de barbear para permitir uma melhor recuperação.

Pode parecer muita coisa, mas eu garanto que dá para incluir tudo isso no seu dia a dia com facilidade. E se mesmo assim você continuar sofrendo com foliculite, não deixe de procurar um dermatologista para avaliar o seu caso. 

*Aline Erthal é dermatologista graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora médica da área de dermatologia da Omens, plataforma que trata da saúde masculina.

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