segunda-feira, 17 de maio de 2021

China se torna segundo país a pousar um rover em Marte. Confira os próximos passos da missão

Você pode estar acostumado com o trânsito da cidade grande aqui na Terra, mas não deve imaginar que em Marte acontece algo semelhante. Recentemente, a CNSA (agência espacial chinesa) e a Nasa trocaram dados para evitar colisões de suas naves, e, em fevereiro, três missões chegaram ao planeta vermelho. Em meio à “intensa movimentação”, a China pousou com sucesso seu primeiro rover em Marte, tornando-se a segunda nação a realizar o feito, depois dos EUA.

Tianwen-1 é a primeira missão interplanetária da China. Ela atingiu a superfície do planeta vermelho na última sexta-feira (14). A sonda, cujo nome significa “perguntas ao céu”, em homenagem a um poema chinês milenar, contém um orbitador, módulo de pouso e rover. Ela foi lançada da Terra a bordo de um foguete em julho de 2020 e, depois de viajar 470 milhões de quilômetros, entrou em órbita com sucesso ao redor do planeta em fevereiro de 2021.

Após orbitar Marte por mais de três meses, uma parte da Tianwen-1 separou-se do orbitador e iniciou seu mergulho à superfície do planeta. A sonda liberou um paraquedas e efetuou a descida protegida por um escudo térmico. Pequenos motores localizados na plataforma de pouso diminuíram a velocidade da descida, e a sonda pousou na região conhecida como Utopia Planitia – uma vasta planície no hemisfério norte de Marte.

O módulo de pouso abriu uma rampa para o rover Zhurong – cujo nome homenageia um deus do fogo na mitologia chinesa –, que vai começar suas aventuras no planeta vermelho. O rover deve passar pelo menos 90 dias vagando em Marte para estudar a composição da superfície do planeta e as características do clima e do ambiente marciano, além de procurar sinais de gelo e de água.

O rover de seis rodas carrega instrumentos científicos: duas câmeras panorâmicas, um radar de penetração no solo e um detector de campo magnético. Ele também tem um instrumento meteorológico e um laser para cortar rochas marcianas, com o objetivo de estudar sua composição. 

Enquanto Zhurong passeia pelo planeta vermelho, o orbitador da missão continua lá em cima. Seus objetivos incluem mapear a morfologia e geologia de Marte, avaliar características do solo e distribuição de água e gelo. Ele também coleta dados sobre a atmosfera e os campos eletromagnéticos e gravitacionais ao redor do planeta. O orbitador vai servir como uma estação para transmitir dados entre Zhurong e a Terra.

O “engarrafamento”

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Tianwen-1 chegou ao planeta vermelho alguns dias depois do satélite Hope, dos Emirados Árabes Unidos, e o rover Perseverance, da Nasa. Todas as missões aproveitaram uma “janela de lançamento” favorável, que só ocorre a cada 26 meses. Esse é o momento em que os planetas estão posicionados para que as naves sigam a rota mais simples, rápida e barata possível.

Missões espaciais anteriores encontraram possíveis evidências de água na superfície do planeta ou sob ela. Isso indica que algumas áreas de Marte provavelmente já hospedaram água no estado líquido, e que talvez o planeta já tenha sido capaz de sustentar vida no passado. Tianwen-1 e o rover Zhurong prometem estudar o planeta para procurar mais evidências concretas da existência de bolsões de água em Marte.

Além disso, há mais seis orbitadores em operação no planeta vermelho: Mars Odyssey, MAVEN e Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa; Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter, da ESA (a agência espacial europeia); e Mars Orbiter Mission, da ISRO (Índia). 

Os esforços chineses

Além de ser a primeira missão interplanetária da China, Tianwen-1 também é a primeira missão do mundo a levar de uma só vez um orbitador, um módulo de pouso e um rover a Marte. Com Tianwen-1, a China se tornou o sexto país a orbitar o planeta vermelho — depois da Nasa, União Soviética, Agência Espacial Européia (ESA), Índia e Emirados Árabes Unidos. Além disso, agora a China é a segunda nação a pousar com sucesso um rover em Marte, depois dos Estados Unidos. A União Soviética chegou a colocar um rover na superfície do planeta, mas ele falhou segundos após aterrissar.

Até então, a CNSA (Administração Espacial Nacional da China) havia se aventurado na Lua, onde pousou dois rovers e trouxe rochas lunares para a Terra, em dezembro. Mas Tianwen-1 não é a primeira tentativa chinesa de chegar ao planeta vermelho. Em 2011, a missão Yinghuo-1 foi lançada em um foguete russo junto com a missão Phobos-Grunt da Rússia, mas o lançamento falhou e as espaçonaves caíram de volta à Terra.

Agora, a China planeja uma missão para coletar amostras de Marte e trazê-las para a Terra em 2028. A agência também trabalha na construção de sua nova estação espacial e colabora com a Rússia em uma missão de coleta de amostra de asteroides programada para ser lançada em 2024.

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