Entenda o mecanismo que leva ao tipo mais comum de desmaio, a chamada síncope vasovagal:
1. Piloto automático
Respiração, fluxo sanguíneo e batimentos cardíacos são funções comandadas pelo sistema nervoso autônomo, uma rede que comanda tudo que é automático no corpo. Grande parte dessa organização é feita pelo nervo vago, estrutura que se conecta com os órgãos. Seu nome vem justamente da característica de ficar vagando pelo organismo.
2. O desequilíbrio
Nos casos de desmaio mais comuns — e sem relação com doenças sérias —, o que ocorre é um problema nesse nervo. Diante de algumas situações, como um evento emocional ou fisicamente estressante ou um problema circulatório, o nervo vago sofre um desequilíbrio em seu funcionamento e orquestra reações em cadeia, que afetam o fluxo de oxigênio ao cérebro. É esse desbalanço temporário a síncope vasovagal.
3. Efeito cascata
Essa pane no nervo vagal ativa o sistema parassimpático, uma resposta natural do corpo a essa situação altamente estressante. Isso inclui a liberação de substâncias como o neurotransmissor acetilcolina, uma descarga que faz reduzir os batimentos cardíacos e relaxar os vasos sanguíneos.
4. Deu tilt
O cérebro é um grande consumidor de oxigênio. A cada minuto, 750 ml de sangue chegam para abastecê-lo. Qualquer alteração nesse fluxo é prontamente percebida pelo órgão, que ordena um “desligamento” temporário para se proteger. Cientistas acreditam que a resposta ocorra para facilitar o tráfego do sangue à cabeça.
5. Os gatilhos
Desidratação, pressão baixa, altas temperaturas, hormônios… Muitas coisas podem desencadear a síncope vasovagal e, de fato, algumas pessoas estão mais suscetíveis a ela — como as que vivem com a pressão arterial naturalmente baixa. O quadro mais comum é benigno e dura poucos minutos. Mas, na primeira vez que ocorrer, e se a causa não for evidente, o ideal é procurar um médico.
Se o desmaio ocorre subitamente, sem sinais de alerta, e vem acompanhado de dores no peito, nas costas ou demora para acordar, busque ajuda!
Problemas que levam ao desmaio
Harmonia delicada
Como agir
Fontes: Paulo Camiz, geriatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Diogo Haddad, neurologista da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); Rogério Adas Ayres de Oliveira, neurologista do Hospital Santa Catarina (SP)
Por que desmaiamos? Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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