A temporada outono-inverno é marcada pelo aumento significativo da disseminação dos vírus respiratórios. Em tempos de pandemia da Covid-19, a estação traz ainda mais preocupações, pois, além do coronavírus, temos que pensar em resfriados, gripes, pneumonias bacterianas, otites, sinusites, entre outros males.
No Brasil, cerca de 25% da população sofre com problemas respiratórios, e eles atingem especialmente crianças e idosos, sendo que, de março a agosto, observamos o pico de complicações.
A prevenção para as enfermidades de fundo infeccioso é sempre o melhor remédio. Com a queda da temperatura, as pessoas tendem a permanecer em locais mais fechados e com pouca ventilação, o que facilita a propagação de vírus e bactérias. Por isso, uma das primeiras medidas de proteção, ainda mais durante a pandemia, é evitar lugares pouco ventilados e sujeitos a aglomerações.
Outras orientações, mais famosas após a Covid-19, fazem parte do pacote, como lavar as mãos, zelar pela higiene e utilizar a máscara. Sim, essas atitudes não só nos protegem do coronavírus como das demais doenças respiratórias infecciosas. Mais uma forma indiscutivelmente eficiente de prevenir problemas é a vacinação: hoje, além da Covid-19, temos na rede pública imunizantes contra a gripe e as doenças pneumocócicas, por exemplo.
É importante diferenciar os sintomas respiratórios para saber se é necessário procurar um posto de saúde. Manifestações mais brandas costumam ser resolvidas com orientação e cuidados em casa, ao passo que complicações como falta de ar exigem a ida ao hospital. Ter esse conhecimento ajuda inclusive a evitar a sobrecarga do sistema de saúde, que pode privilegiar quem de fato precisa.
Diante de uma infecção respiratória, é sempre recomendável buscar, ainda que virtualmente, o profissional de saúde para que ele possa indicar o melhor tratamento. Atenção, portanto, à automedicação. Como as alergias também se manifestam mais nesse período, o profissional pode ajudar a diferenciá-las de um quadro infeccioso e propor as soluções adequadas.
A fisioterapia também pode atuar na prevenção e no controle de doenças respiratórias. Ao examinar cada caso, o profissional especializado poderá indicar técnicas de higiene brônquica, expansão pulmonar, alongamento e fortalecimento da musculatura envolvida na respiração. Além disso, exercícios cardiorrespiratórios também podem ser empregados para estimular a recuperação ou reduzir a reincidência e complicações.
Então, além das medidas para se ver livre dos micro-organismos e manter a imunidade em dia, lembre-se de fazer sua parte e contar com o apoio profissional na suspeita de uma infecção. Aliás, em matéria de doenças infecciosas, tenha a consciência de que, ao se cuidar, você também está cuidando de quem está próximo a você.
* Márcio Renzo é fisioterapeuta e capitão do Corpo de Bombeiros de São Paulo
Doenças de inverno: como se preparar e se proteger delas Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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