Segundo uma pesquisa da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, a deficiência auditiva está entre os principais problemas em recém-nascidos no mundo todo.
A entidade aponta o nascimento de uma criança surda ou com algum grau severo de perda auditiva a cada mil.
A surdez congênita pode ser causada por inúmeros fatores, ente eles a genética, o uso de drogas ou doenças adquiridas pela mãe na gestação, como meningite, toxoplasmose e rubéola.
Esse é um assunto importante, uma vez que a audição desempenha um papel fundamental no crescimento infantil. Pela escuta se dá o aprendizado da linguagem e da fala, habilidades básicas para o andamento escolar e para o próprio desenvolvimento neuropsicológico.
Exames para detectar a surdez na infância
O teste da orelhinha, como é popularmente conhecida a triagem auditiva neonatal, deve ser feito ainda na maternidade a partir de 48 horas do nascimento.
É rápido, indolor e detecta qualquer perda auditiva no recém-nascido, proporcionando aos pais uma conduta orientada de tratamento, que ajudará no desenvolvimento cognitivo da criança.
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Já o Exame do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico, conhecido como BERA, é indicado quando já há alguma suspeita de perda auditiva. Ele pode ser realizado desde recém-nascido ou em qualquer idade em que o médico identifique dificuldade do bebê em ouvir sons.
Esse teste é importante para avaliar o desempenho auditivo e observar todo o sistema nervoso auditivo central. Também é muito aplicado em crianças com condições complexas, com alterações genéticas ou distúrbios neurológicos.
O BERA é um exame não invasivo e indolor, que usa eletrodos para avaliar a receptividade de estímulos auditivos, e pode ser realizado com ou sem sedação, de acordo com a condição clínica da criança.
Na nossa instituição, ele é realizado em crianças a partir dos seis meses. Durante o procedimento não pode haver nenhum movimento que interfira na resposta elétrica, prejudicando seu resultado.
Tratamento da surdez em crianças
Uma opção é o uso do implante coclear para crianças com perda auditiva bilateral, ou seja, nos dois ouvidos.
O procedimento, que exige uma avaliação criteriosa do médico, permite que os pacientes atinjam o mesmo desempenho auditivo e de linguagem que colegas ouvintes.
Ele envolve a introdução cirúrgica de um aparelho na parte interna do ouvido por meio de uma pequena incisão na parte posterior da orelha. A parte externa do dispositivo é acoplada à interna 30 dias após a colocação.
Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico da surdez, melhores são as chances de desenvolvimento cognitivo, da linguagem e da fala da criança, permitindo seu pleno aproveitamento escolar e sua integração social.
Por isso, devemos sempre levar o “teste da orelhinha” da maternidade para avaliação do pediatra na primeira consulta, e estar atentos às respostas da criança durante seu crescimento!
Uma a cada mil crianças nasce surda ou com perda auditiva severa Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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