sexta-feira, 31 de março de 2023

Star Plus: 11 pérolas do streaming que você precisa assistir

1 – Palm Springs (2020)

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Nyles (Andy Samberg, de Brooklyn Nine-Nine) está de férias em um resort em Palm Springs, no meio do deserto californiano. São férias perpétuas: ele está preso em um loop temporal – ao acordar, Nyles revive o mesmo dia, ininterruptamente.

A rotina previsível muda quando Sarah (Cristin Milioti, a Mãe de How I Met Your Mother), cuja família está no resort para o casamento de sua irmã, também entra no loop. A partir daí, os dois começam uma amizade que, como você deve imaginar, vai culminar em um romance.

Palm Springs é mais um na lista de obras que falam sobre loops temporais – uma das inspirações do filme, aliás, é Feitiço do Tempo, estrelado por Bill Murray). E, assim como o seu antecessor, faz um bom trabalho ao misturar comédia romântica, drama e sci-fi. O ponto alto é a química entre Samberg e Milioti, especialmente nos momentos em que os dois aproveitam o “lado bom” explorando o resort e suas redondezas.

O filme estreou no Festival de Sundance em janeiro de 2020, mas demorou mais de dois anos para chegar ao Brasil. É que, nos EUA, estreou no Hulu, plataforma de streaming que também pertence à Disney, mas que nunca chegou à América Latina. Várias produções do Hulu vão parar no Star+ – mas não há uma regra que defina exatamente o que vem para cá.

2 – Alta Fidelidade (2000)

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No alto dos seus trinta e poucos anos, Rob Gordon (John Cusack) é um apaixonado por música que vive em Chicago e é dono de uma loja de discos. O negócio, porém, não anda lá muito movimentado. Mas mais complicada que sua vida profissional é sua vida amorosa: Laura, com quem Rob namorou por anos, acabou de terminar com ele.

A partir daí, Rob embarca numa jornada de autoconhecimento: ele vai atrás de antigos amores para entender por que as coisas deram errado. Rob é o narrador do filme e passa o tempo todo conversando com o espectador – espere por reflexões, piadas autodepreciativas e descrições por vezes não-confiáveis dos acontecimentos de sua vida.

Baseado no livro homônimo do britânico Nick Hornby, Alta Fidelidade é uma das dramédias mais legais dos anos 2000. Tem uma boa trilha sonora e Jack Black como Barry, um dos funcionários de Rob, o seu primeiro papel de destaque em Hollywood.

3 – O Urso (2022-)

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Produções sobre o mundo da gastronomia existem aos milhares. Mas poucas conseguem transmitir com tanto realismo e intensidade o dia a dia de uma cozinha profissional quanto The Bear (O Urso), série do FX lançada no ano passado e que, no boca a boca, foi ganhando popularidade.

A série acompanha Carmy (Jeremy Allen White), um chef que já trabalhou em alguns dos melhores restaurantes do mundo e que, agora, assumiu o restaurante do irmão, que morreu. Só que o The Beef não é nada parecido com os lugares em que Carmy já cozinhou: afogado em dívidas, está caindo aos pedaços, e a equipe não é nem um pouco coesa. 

Para além da cozinha, a série faz um mergulho na vida e nas relações entre os personagens, sobretudo entre Carmy e Jeri (Ebon Moss-Bachrach), o melhor amigo do seu irmão – ambos estão de luto e têm ideias diferentes sobre como tocar o negócio. Com boas atuações e técnicas de filmagem (há um episódio inteiro gravado em plano sequência, sem cortes), O Urso dosa drama e humor em episódios de meia hora. Bom para maratonar.

4 – Os Descendentes (2011)

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George Clooney interpreta Matt King, um advogado que mora no Havaí – onde sua família possui há gerações grandes porções de terra. Dentre seus vários primos, ele é o responsável por gerir esse patrimônio e por intermediar um possível acordo milionário de venda. Mas sua vida muda de rumo quando sua esposa entra em coma após um acidente de barco.

A partir daí, Matt, que nunca foi um pai muito presente, vai tentar se conectar com suas duas filhas. No caminho, vai descobrir vários problemas do seu casamento – e mesmo a questão da herança da família, que parecia resolvida, vai se revelar mais complexa do que se imaginava. 

É uma jornada sensível, mas guiada com leveza (e pelo carisma de Clooney). Dirigido por Alexander Payne, o filme foi indicado a cinco Oscars em 2012, incluindo Melhor Filme – levou um, de Roteiro Adaptado.

5 – A Arte de Ser Adulto (2020)

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O comediante Pete Davidson é mais conhecido pela sua passagem no programa Saturday Night Live, entre 2014 e 2022. Mas talvez o seu melhor trabalho até agora seja este filme, um projeto 100% autoral, inspirado na sua própria vida.

Davidson interpreta Scott, um homem de 24 anos que vive em Staten Island, o menos famoso dos distritos de Nova York (os outros são Bronx, Brooklyn, Queens e Manhattan; o título original do filme, aliás, é The King of Staten Island). Desempregado, passa os dias fumando maconha e testando suas habilidades como tatuador com os amigos.

Scott se recusa a amadurecer e encontra diversas explicações para os seus problemas, do déficit de atenção ao trauma com seu pai, um bombeiro que morreu no ataque às Torres Gêmeas. Todos à sua volta, porém, estão seguindo em frente (a mãe arranja um namorado, a irmã caçula vai para a faculdade) – e insistem para que ele faça o mesmo. 

Dirigido por Judd Apatow (de comédias como O Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos), o filme é uma divertida história sobre amadurecimento – e uma bonita homenagem de Davidson ao seu pai, que também era bombeiro e morreu no 11 de Setembro.

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6 – McCartney 3,2,1 (2021)

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No final de 2021, o documentário Beatles: Get Back, dirigido por Peter Jackson, estreou no Disney Plus e ganhou fama graças às imagens inéditas (e restauradas) da gravação do último álbum lançado pela banda, Let It Be. Mas poucas pessoas sabem que, alguns meses antes, entrou no catálogo do Star Plus outra produção sobre a banda – igualmente interessante.

Paul McCartney e o produtor musical Rick Rubin engatam um papo de três horas (dividido em seis episódios) sobre as composições dos Beatles (e da carreira solo de Paul após o fim da banda). É uma conversa recheada de histórias de bastidores. Com ajuda de uma mesa de som, Rubin disseca as músicas conforme Paul vai falando, para que seja possível analisar faixa por faixa, instrumento por instrumento. Prato cheio para os fãs.

7 – Summer of Soul (2021)

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Nina Simone. B.B. King. Stevie Wonder. Estes são alguns dos nomes que tocaram no Harlem Cultural Festival, um festival de música que aconteceu no subúrbio de Nova York em 1969, reuniu grandes nomes da música negra americana – mas cuja importância (ao contrário de Woodstock, que rolou na mesma época) nunca havia sido devidamente reconhecida até então.

O responsável por contar essa história foi o produtor musical Questlove, que transformou 40 horas de gravação neste filme, vencedor do Oscar de Melhor Documentário de 2022.

Abbott Elementary (2021-)

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Junte The Office com o ambiente de uma escola primária. Eis Abbott Elementary, uma comédia em formato de mockumentary (falso documentário), em que os professores de uma escola da Filadélfia contam sobre o seu dia a dia: a falta de verba, os alunos complicados – e uma diretora lunática.

Abbott Elementary é criação da atriz e roteirista Quinta Brunson, que estrela como a simpática professora Janine – e mãe de Brunson, veja só, foi professora de jardim da infância. A série tem boas piadas e brinca com os estereótipos do mundo escolar (destaque para o professor substituto interpretado por Tyler James Williams, o Chris de Todo Mundo Odeia o Chris). A segunda temporada estreou em 2023. 

9 – Quase Famosos (2000)

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Qual a sua profissão dos sonhos? Na década de 1970, o jovem William deseja trabalhar como jornalista musical. E consegue o improvável: passa a escrever para a revista Rolling Stone. O seu primeiro trabalho? Acompanhar a turnê da banda Stillwater pelos EUA.

O filme é um passeio pela cena cultural da virada dos anos 1960 e 1970. William observa (e experimenta) o glamour da vida de um rockstar; mas também assiste de camarote quando as coisas degringolam.

É uma produção com ares autobiográficos. O diretor, Cameron Crowe, inspirou-se em histórias da sua juventude, quando escrevia sobre música e chegou a entrevistar diversas lendas do rock, como David Bowie, Eric Clapton e a banda Led Zepellin. Quase Famosos fracassou nas bilheterias, mas venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e, hoje, ganhou status cult: é frequentemente incluído em listas dos melhores filmes dos anos 2000.

10 – Sideways – Entre Umas e Outras (2004)

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Frustrado com o seu emprego de professor (e por não conseguir publicar o seu livro), Miles (Paul Giamatti) detesta sua vida pessoal, profissional – e financeira. O seu refúgio são os vinhos: não há nada que o tranquilize mais do que apreciar a bebida, detectar aromas e sabores, conhecer novos rótulos e produtores…

Miles viaja até o Nappa Valley (região vinícola da Califórnia) com o amigo de longa data Jack (Thomas Haden Church), que está prestes a se casar. Mas o que seria uma tranquila viagem vai, pouco a pouco, tomando rumos inesperados. Longe de suas rotinas habituais, Miles e Jack começam a se questionar sobre suas decisões de vida – em várias ocasiões, com muito álcool na veia.

O filme dirigido por Alexander Payne (o mesmo de Os Descendentes), tem ótimos (e divertidos) diálogos – a química entre Giamatti e Thomas é tão harmônica quanto queijo e vinho. Foi indicado a cinco Oscars, incluindo Melhor Filme – venceu um, de Roteiro Adaptado.

11 – História do Mundo – Parte 2 (2023)

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Em 1981, a lenda da comédia Mel Brooks lançou o filme História do Mundo – Parte 1, uma releitura cômica da Bíblia e de vários momentos da História, do Império Romano à Revolução Francesa. O “parte 1” era só uma brincadeira. Nunca houve intenção de continuar o projeto.

Em 2023, 42 anos depois, o Hulu preparou uma sequência – desta vez, em oito episódios. A fórmula é a mesma: esquetes cômicas, repletas de personagens históricos (Shakespeare, Lincoln, os Romanov…) e participações especiais: Seth Rogen, Nick Kroll, Jason Alexander e Danny DeVito são alguns dos nomes que compõem o especial – um tributo à carreira de Brooks que, aos 96 anos, é o narrador da produção.

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Pesquisadores revelam rabiscos secretos em manuscritos de mil anos

No século 9, um anônimo desenhou a cena de caça que você vê acima e escreveu “RODA” na borda de um manuscrito. Normal: nada mais familiar que a arte atemporal dos rabiscos. Mas estes estavam invisíveis – e foram revelados com uma tecnologia especial na Biblioteca Bodleiana, da Universidade de Oxford (Inglaterra).

Trata-se do projeto Archiox (sigla em inglês para “Análise e Registro do Patrimônio Cultural em Oxford”), em que uma equipe de pesquisadores cria representações digitais de páginas e objetos históricos da universidade.

Eles utilizam dois aparelhos: Selene e Lucida (confira como eles são aqui e aqui). O primeiro tem quatro câmeras capazes de capturar diferenças de relevo das superfícies analisadas de até 25 micrômetros (0,025 mm). O segundo cria varreduras 3D com raios laser e duas câmeras minúsculas. São instrumentos de medição e de geração de imagens.

À medida que os pesquisadores analisam o patrimônio cultural de Oxford com este nível de detalhamento, eles encontram uma série de coisas que, a princípio, estavam ocultas. A cena de caça e a palavra “RODA”, por exemplo, estavam invisíveis no manuscrito porque não foram riscadas a tinta – alguém só arranhou o papel.

A palavra “RODA”, ressaltada digitalmente em verde, provavelmente está relacionada ao antigo dono do manuscrito.Archiox/Bodleian Library/Divulgação

Há outros casos assim, como o de uma cópia dos Atos dos Apóstolos, parte do Novo Testamento, que data do século 8. Em 2022, a pesquisadora Jessica Hodgkinson, da Universidade de Leicester (Inglaterra), encontrou um rabisco invisível em uma das páginas. 

O projeto Archiox investigou estes rabiscos e revelou as seguintes letras: ✝ EaDBURG BIREð CǷ…N. O que seria isso? Hodgkinson e sua equipe têm quase certeza que Eadburg seria o nome da proprietária do livro – provavelmente uma freira da comunidade religiosa de Minster-in-Thanet, no condado de Kent (Inglaterra).

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As letras seguintes poderiam significar “está na cwærtern” – ou “está na prisão”, em inglês arcaico. Esta passagem é mais enigmática, e a última palavra está incompleta. O trecho em latim acima descreve a prisão dos apóstolos, e Eadburg poderia ter relacionado essa cena com sua própria situação.

Outras análises mostraram que o livro foi arranhado em pelo menos outras quatro páginas. Selena e Lucida revelaram desenhos de pessoas, cujo significado é um mistério. Confira abaixo.

O que seriam os desenhos ressaltados digitalmente na cor azul? É um mistério. O primeiro poderia ser uma freira, por exemplo.Archiox/Bodleian Library/Divulgação

O projeto não fica apenas nos manuscritos. Ele está revelando detalhes ocultos de muitos objetos, de partituras escondidas em placas de cobre de 300 anos a texturas misteriosas em impressões japonesas feitas em blocos de madeira.

Mapas antigos também têm seus segredos: os pesquisadores analisaram o mapa mais antigo reconhecível das ilhas britânicas, do século 14, e descobriram que ele tem mais de 2 mil furos de alfinete em pontos como catedrais e rios (veja abaixo).

Os fabricantes teriam usado alfinetes para ajudar na reprodução de mapas, colocando o original sobre a réplica e marcando pontos estratégicos. A tecnologia do Archiox revelou que os buracos não perfuram totalmente o mapa – e, portanto, ele seria uma réplica de um mapa mais antigo.

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O mapa visto de pertinho é assim: mal dá para ver os furos de alfinete.Archiox/Bodleian Library/Divulgação
A varredura revelou a textura do mapa, e os milhares de furos de alfinete que ele contém.Archiox/Bodleian Library/Divulgação
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“Após 45 ressonâncias e outros exames, me sinto torturado e sem respostas”

Foram 45 ressonâncias magnéticas. Não só! Tomei agulhadas e levei choque no corpo inteiro cinco vezes. Em outras duas, enfiaram uma agulha enorme na minha coluna para extrair um líquido para análise.

Arrancaram também um pedaço do meu músculo para biópsia, dilataram minha pupila várias vezes, pingaram colírios dolorosos, fiz duas colonoscopias e inúmeros exames de sangue.

Tudo isso durante três anos e meio em que peregrinei em consultas, clínicas e laboratórios de um plano privado popular para saber qual era a causa dos meus sintomas. Eles começaram com uma ardência nos olhos e dor crônica na perna direita. Evoluíram para alterações neurológicas e dores em várias articulações.

A ressonância faz barulhos que até hoje invadem meu sono: você fica uma hora na mesma posição desconfortável ouvindo um barulho de maquinário alto. No meu caso, desenvolvi uma sensibilidade aos sons e ruídos para piorar a situação.

Como fiz esse tipo de exame de quase o corpo todo, as posições e preparos foram bem desconfortáveis. Eu vivi isso 45 vezes, em três anos e meio, o que dá mais do que uma vez por mês. Houve ocasiões em que fiz uma ressonância por semana.

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Quando eu chegava na sala dos médicos com quatro ressonâncias recentes de crânio, por exemplo, eles mandavam eu fazer novamente a mesma ressonância. O problema não é só repetir exames. O problema está nessas consultas sem fim.

Eu ainda não sei o que tenho. Mesmo depois de uma centena de exames, alguns muito invasivos e que me deixaram sequelas, eu não sei qual é a causa das dores que me impedem de andar, ficar em pé, trabalhar, e principalmente, de ser feliz.

Já fui diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica por causa de uma eletroneuromiografia que estava errada. Fui também quase operado de um joelho devido a um laudo mal feito de uma ressonância. Fiquei um ano e meio em um departamento do meu plano para casos complexos – e nada.

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Nesse setor para casos complexos, o reumatologista e o psiquiatra me diagnosticaram com transtorno somatoforme, um distúrbio mental presente em pessoas que não encontram um diagnóstico, como eu, mas que têm sintomas agravados pela crença de que estão doentes.

Ou seja, para eles, minhas dores, fraqueza muscular, úlceras anais, lesão intranasal e doenças de pele são de origem emocional.

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Sem respostas, vasculhei artigos na internet para ver o que batia com o que eu sinto. A hipótese diagnóstica que mais faz sentido é uma doença grave autoimune chamada síndrome de Behçet.

Tive um exame positivo para o HLA B57, um marcador genético associado a essa condição. Mas os médicos que me atenderam nesse programa não concordavam com o diagnóstico.

A última reumato disse que não era possível me diagnosticar e que meu tratamento só poderia ser o controle da dor. Virei dependente de um opioide.

Tive de ir para o SUS. Sim, largar o plano e ir para o SUS. Na rede pública, os médicos estão investigando a síndrome de Behçet, vasculites e até câncer.

Por que é tão difícil descobrir a causa dos meus problemas? Por que tantos exames? Por que não prestam atenção nos meus sintomas? Ainda busco uma resposta.

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*Lucas Santos tem 29 anos e é morador de Carapicuíba (SP)

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Entenda as novas recomendações da OMS sobre as vacinas da Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas orientações sobre as vacinas da Covid-19. A entidade afirma que, na fase atual da pandemia, não é necessário que doses adicionais de reforço (quarta dose em diante) sejam aplicadas rotineiramente à população em geral. 

A OMS segue recomendando os reforços para grupos em alto risco de ter formas graves da doença.

São os idosos, adultos com condições que afetam a imunidade, crianças com 6 meses ou menos e profissionais de saúde que atuam na linha de frente do atendimento. 

“A atualização levou em conta que a maioria da população já está vacinada ou foi infectada, ou os dois juntos. Mas a revisão re-enfatiza a importância de seguir vacinando aqueles em maior risco”, declarou a médica Hanna Nohyek, diretora do SAGE, grupo da OMS focado em vacinas. 

Vale destacar que a OMS continua recomendando as duas doses do esquema de vacinação e a primeira dose de reforço para todos. 

“E que a mudança nada tem a ver com a segurança da vacina, mas, sim, com o custo-benefício de doses adicionais de reforço para a população”, afirma o infectologista Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“Vacinas não são mais necessárias”? Não é bem assim

A afirmação foi deturpada em redes de desinformação antivacina, dando a ideia de que não era necessário ter usado vacinas desde o início. Mas a OMS não diz isso em nenhum momento. O texto afirma: 

“A prioridade do SAGE segue sendo proteger as populações em maior risco de quadros graves ou morte por Covid, e o foco também é manter a resiliência dos sistemas de saúde”. 

Apesar da polêmica e da distorção criada pelos desinformadores, a mudança não quer dizer que as vacinas não funcionam. Graças a elas superamos o pior da pandemia, então é esperado que essas recomendações mudem. 

“É natural que uma hora a gente pare de vacinar todo mundo, como também paramos de usar máscaras a todo momento, voltamos a nos aglomerar…”, comenta o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que faz parte do SAGE. 

+ Leia tambémOs números não mentem: entenda a matemática das vacinas

Kfouri explica que a combinação da vacinação em massa e de infecções naturais, que ocorreram aos montes na era da variante Ômicron, gerou um status de imunidade coletiva na maioria da população. Tanto que praticamente não vemos mais casos graves de Covid, salvo naqueles indivíduos mais vulneráveis. 

“A lógica é ir adequando as recomendações de acordo com a situação epidemiológica de cada local”, explica Kfouri. 

Essa decisão é tomada pensando no direcionamento de recursos onde eles são realmente necessários. As evidências confirmam que três doses da vacina são o suficiente para proteger crianças e adultos saudáveis. E não mostram benefícios adicionais dos reforços. Daí não vale a pena investir nisso do ponto de vista de saúde pública. 

“Porém, deve-se sempre enfatizar a necessidade do esquema básico de vacinação com três doses para todos”, afirma Weissmann.

Já para os idosos e indivíduos imunocomprometidos é diferente, pois eles respondem pior às vacinas. As gestantes também estão em maior risco de ter formas graves. Além disso, a imunização delas garante anticorpos para os bebês, que não podem ser vacinados antes dos 6 meses.  

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Quem deve tomar os reforços agora?  

A nova recomendação da OMS divide os grupos de acordo com a prioridade para receber as vacinas. Ficou assim: 

  • Alta prioridade: Idosos, adultos e crianças com comorbidades (por exemplo, diabetes e doenças cardíacas). Devem tomar um reforço adicional a cada seis ou 12 meses depois da última dose.
  • Média prioridade: Adultos entre 17 e 60 anos, crianças e adolescentes com o sistema imunológico enfraquecido. Para eles, esquema básico de três doses, sem a necessidade de reforço.
  • Baixa prioridade: Crianças e adolescentes saudáveis. Cada país decide seu calendário de acordo com o contexto local específico.

Vale dizer que o documento é um guia para os gestores públicos no mundo, mas cada país adapta as orientações à sua realidade. No Brasil, já temos uma campanha em andamento, que até o momento não sofreu alterações com a nova diretriz (clique para ver como está o calendário).

E a vacinação das crianças? 

Esse é outro ponto que gerou confusão e desinformação. A OMS considera crianças e adolescentes como um grupo de baixo risco para a Covid grave. Portanto, elas não são prioridade para receber as vacinas na visão da entidade. 

Há que se fazer, contudo, algumas ponderações. Primeiro, isso não quer dizer que as vacinas não são boas para elas. A OMS diz o seguinte sobre isso: 

O esquema primário e os reforços são seguros e efetivos em crianças e adolescentes. Entretanto, considerando a baixa carga da doença nesse público, o SAGE pede que os países considerem a vacinação desse público com base em fatores contextuais”. 

Isso nos leva ao segundo ponto. No Brasil, a carga da Covid nas crianças é maior do que a de todas as outras doenças imunopreveníveis, como sarampo e meningite, somadas.

“Em 2022 tivemos uma morte por Covid a cada dois dias em crianças menores de 5 anos, e 40% delas eram saudáveis”, lamenta Kfouri. 

+ Leia também: Covid: como funcionam as vacinas de RNA que serão usadas nas crianças

O infectologista destaca que o risco de uma criança brasileira morrer de Covid chega a ser 15 vezes maior do que o perigo que uma criança corre no Reino Unido.

Isso acontece principalmente por conta das dificuldades no acesso aos serviços de saúde e pela desigualdade social. 

Portanto, é normal que um país rico decida não vacinar as crianças, por exemplo, enquanto aqui isso continue fazendo sentido. “Nos países nórdicos não se vacina contra o rotavírus porque ninguém morre de diarreia, mas aqui esse imunizante já salvou centenas de milhares de vidas”, pontua Kfouri.

Para crianças e adolescentes segue a recomendação de tomar três doses, sem necessidade de reforço. O ponto é que as coberturas estão muito baixas entre eles, em especial nos menores de 5 anos: 25% na primeira dose e 2,5% na segunda

A vacinação nessa faixa etária foi uma das mais atacadas pelas campanhas de desinformação antivacina. Por conta disso, hoje, os pequenos são o grupo mais vulnerável à Covid grave no país, perdendo apenas para os idosos. 

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O que está por trás das nossas escolhas alimentares?

Muitas pessoas estão acostumadas a escolher o que comer com base em uma dieta específica – e pensam que, se não for assim, não conseguirão se controlar ou ficarão muito perdidas em meio a tantas opções.

Mas, para ter mais autonomia e leveza na hora de se alimentar, é preciso mudar essa mentalidade, entendendo a dinâmica das nossas decisões.

Segundo alguns estudos, um adulto faz mais de 35 mil escolhas ao longo de um dia, sendo que a maioria acontece em algum nível do subconsciente, ou seja, não é percebida de forma realmente atenta.

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E o cérebro vai criando hábitos a partir das tarefas executadas com frequência para, assim, poupar energia. Isso vale, por exemplo, para a hora de dirigir ou…comer.

O problema é que essa “falta de atenção” pode trazer algumas consequências, como culpa, arrependimento, sensação de fracasso e frustração.

Um estudo feito na Alemanha demonstrou que as pessoas que ponderam as consequências antes de agir têm maiores chances de fazer escolhas mais assertivas.

+ Leia também: Alimente-se sem perder o controle

Isso significa que é preciso realizar uma pausa antes de tomar decisões, principalmente se existe um desejo de mudança.

Todas as vezes que um caminho é definido, várias outras opções são deixadas de lado.

Por exemplo: quem decide seguir uma dieta, abre mão de comer alguns alimentos por determinado período.

Porém, além de poupar a energia através dos hábitos, nosso cérebro está programado para focar naquilo que perdemos – e não no que ganhamos.

Por esse motivo, toda vez que algo é considerado proibido, o desejo e a probabilidade de descontrole diante desse item aumentam.

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É que essa sensação de estar perdendo algo muito prazeroso faz com que fique mais fácil se render à recompensa imediata em vez de optar por algo que seja melhor no futuro.

Afinal, o futuro está distante e dá tempo de resolver depois, não é verdade?

Nem sempre!

O que fazemos hoje é resultado de uma série de escolhas que aconteceram ao longo do tempo. Sendo assim, o que você define a partir de agora, vai pautar sua experiência lá na frente.

Deixar para decidir depois é garantia de insucesso para o que se deseja. É que vamos vivendo na expectativa do milagre imediato ou da solução de uma urgência.

+ Leia também: Nem muito nem pouco: o papel da vitamina D

Veja o caso do efeito-sanfona: ele é resultado de dietas restritivas que foram colocadas em prática várias vezes para resolver uma questão de curto prazo.

Para ganhar autonomia, fazer melhores escolhas e tomar decisões mais acertadas, comece entendendo onde realmente deseja chegar.

Nesse sentido, aproveito para dar uma dica de livro legal: Comece pelo Porquê, do Simon Sinek, da Editora Sextante (clique aqui para comprar).

É olhando para esse lugar de desejo que recebemos o estímulo para adiar a gratificação imediata e tomar decisões que estarão mais conectadas com esse objetivo futuro.

Além disso, o autoconhecimento contribui para se ganhar força ao escolher aquilo que vai resultar no que faz mais sentido para a vida. Se esse é o desejo real, é para ele que precisamos olhar.

* Renata G. Cabral é nutricionista comportamental e coach na área de bem-estar e estilo de vida

Comece pelo Porquê

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quinta-feira, 30 de março de 2023

Cigarros eletrônicos são um perigo para a saúde bucal

Consumido principalmente entre os jovens, o cigarro eletrônico, além de ter sua venda proibida, é um perigo anunciado e traz mais malefícios à saúde quando comparado aos cigarros comuns. Para se ter ideia, alguns podem chegar a ter 90 mg de nicotina, o equivalente a 4,5 maços de cigarros tradicionais.

Todo tipo de cigarro é nocivo ao organismo, mas o que começamos a ver é que a versão eletrônica envolve desafios extras, tanto do ponto de vista da saúde física como mental.

Especula-se, por exemplo, que a absorção de nicotina e outros componentes aconteça de forma ainda mais rápida, já que ocorre na mucosa da boca.

À nicotina do cigarro convencional costuma ser adicionada amônia, permitindo ele seja mais “palatável”. Já no eletrônico, além da amônia, há a inserção de ácido benzoico. Tudo isso tende a aumentar a sensação de prazer do fumante e, consequentemente, causar maior dependência.

Nesse contexto, a nicotina não só chega mais rápido ao cérebro como se estimula a maior formação, entre os neurônios, de receptores nicotínicos. Chamamos isso de up regulation, um dos processos fisiológicos ligados ao vício.

+ LEIA TAMBÉM: Quase metade da população mundial tem problemas na boca

Como cirurgiã-dentista, meu papel de alertar sobre os riscos do vaper vai além. Isso porque o cigarro eletrônico também ameaça a saúde bucal.

Já existem indícios de que seu uso contribua para a periodontite e lesões que podem evoluir para um câncer. Acredita-se que, num futuro próximo, teremos mais ocorrências dessas doenças em função da popularização desses produtos.

Portanto, nós, dentistas, precisamos estar preparados para orientar e atender pacientes que fazem uso do cigarro eletrônico na rede pública e no consultório particular.

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Apesar da existência de políticas públicas no Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), sabemos que o índice de jovens que fumam cigarros eletrônicos é preocupante.

O relatório do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) aponta que 1 em cada 5 brasileiros de 18 a 24 anos faz uso deles. O hábito é mais comum entre homens e tem, no Centro-Oeste, a região com o maior percentual de usuários.

Segundo uma revisão sistemática publicada no periódico Oral Surgery, Oral Medicine and Oral Radiology, que avaliou o perfil de usuários de cigarros eletrônicos no mundo, identificou-se que, entre as 1 238 392 de pessoas contempladas, mais de 132 mil usavam cigarro eletrônico (destes, 30,86% são homens, 26,26% são mulheres e 33,6% são fumantes ativos).

Os autores dizem que o cigarro eletrônico está associado a diversos problemas respiratórios e já se sabe que pode causar mutações no DNA de células humanas.

+ LEIA TAMBÉM: A ameaça da periodontite

Vale ressaltar que o cigarro eletrônico não faz mal somente a quem está fumando, mas aos fumantes passivos, aqueles que estão presentes no mesmo ambiente em que o usuário dos dispositivos eletrônicos. No longo prazo, os fumantes passivos podem desenvolver as mesmas doenças que os fumantes ativos.

É importante reforçar, ainda, que, para a saúde bucal, o uso de cigarros eletrônicos pode provocar perda dentária, câncer bucal, xerostomia e modificar a microbiota da boca. E isso de forma mais rápida do que o cigarro convencional.

Como profissionais de saúde e sociedade civil, precisamos ampliar a disseminação de informações sobre os malefícios desses produtos e cobrar a fiscalização desse mercado. Ele cresceu após a pandemia, e não podemos assistir a isso de braços cruzados.

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* Sandra Silva Marques é cirurgiã-dentista e presidente da Comissão Temática de Políticas Públicas do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)

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Museu reúne mais de 50 obras sobre cachorros em evento

A Wallace Collection, uma instituição cultural britânica, inaugurou uma nova exposição temática em torno de nossos adoráveis companheiros. A Portraits of Dogs reúne mais de 50 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e peças de taxidermia, que mostram o laço único entre as pessoas e os cães.

As peças foram deliberadamente selecionadas para conterem só cachorros – os humanos ficam completamente de lado. Mesmo com a exclusividade canina, os retratos ainda revelam muito tanto dos próprios cães quanto de seus donos, com suas personalidades refletidas em seus pets e suas representações.

O curador da exibição, Xavier Bray, diz que a ideia de uma exposição de retratos caninos já estava em andamento há um tempo, e a Wallace Collection seria o lugar ideal para sua realização: dois de seus quadros mais famosos são de cachorros – e também vão integrar a exposição.

À esquerda: Edwin Landseer, Doubtful Crumbs, 1858-59; à direita: Rosa Bonheur, Brizo, A Shepherd’s Dog, 1864;The Trustees of The Wallace Collection/Divulgação

Segundo Bray, as duas obras são abordagens contrastantes na tarefa de representar cães. Enquanto o quadro de Rosa Bonheur é “um retrato realista e íntimo” de seu cãozinho Brizo, o de Edwin Landseer tenta introduzir uma parábola ao colocar um pequeno cão de rua esperando pelas migalhas de um grande São Bernardo, que dorme aconchegado. “Uma moral vitoriana das recompensas que aguardam no céu para os mansos entre nós”, afirma em um comunicado.

A peça mais antiga exibida será uma escultura de mármore romana do final do século I de dois galgos ingleses – raça atualmente conhecida pela sua velocidade.

O estudo de Da Vinci da anatomia da pata de um cachorro.Private Treaty Sale with the aid of the Art Fund 1991 © National Galleries of Scotland/Divulgação

Também estará exposto um desenho feito pelo renascentista Leonardo da Vinci. Usando os dois lados da folha, da Vinci estudava a pata dianteira esquerda do que possivelmente seria um cão de caça.

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Cachorros de realeza também estarão expostos. Os mascotes da rainha Vitória, Tilco, Hector, Nero e Dash, todos pintados também por Landseer em 1838, vão estar ao lado de rascunhos feitos em aquarela pela própria monarca.

À esquerda, Hector, Nero e Dash com o papagaio Lory; à direita, ‘Tilco’, o spaniel da rainha Vitória, ambos de Edwin Landseer, 1838.Royal Collection Trust; His Majesty King Charles III 2023 / Anglesey Abbey © National Trust/Divulgação

A rainha Vitória não era a única que pintava os próprios bichinhos. O artista árcade Thomas Gainsborough retrata seus fiéis companheiros Tristram e Fox. Já James Ward ficou foi comissionado pelo arquiteto John Soane para pintar sua amada cadela Fanny, depois que ela faleceu em 1820. 

O quadro de James Ward, entitulado Fanny, A Favourite Dog, 1822, (Fanny, O Cachorro Favorito).courtesy of the Trustees of Sir John Soane’s Museum, London/Divulgação

Entre algumas das obras mais recentes estão um conjunto de pinturas de 1995, feitas por David Hockney. Criar as afetuosas imagens de seus ​​dachshunds, Stanley e Boodgie, o ajudou a superar a morte de um amigo próximo.

“Eu queria desesperadamente pintar algo amoroso. Senti uma perda tão grande de amor que queria lidar com isso de alguma forma”, disse Hockney em 1995. “Um amigo diz que eram pinturas muito delicadas. Mas o que mais elas poderiam ser? Eles são meus cachorros. Percebi que estava pintando meus melhores amigos.”

 

Duas pinturas de David Hockney de seus cachorros, feitas em 1995.Richard Schmidt Collection The David Hockney Foundation/Divulgação
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James Webb detecta o buraco negro mais antigo já observado

Cientistas descobriram o buraco negro mais antigo já visto, usando dados do telescópio espacial James Webb. Ele surgiu apenas 570 milhões de anos após o início do Universo, ou há 13,2 bilhões de anos, e sua massa é 10 milhões de vezes a do Sol – característica que o coloca na categoria peso-pesado de buracos negros supermassivos.

O buraco negro recém-descoberto está na CEERS_1019, uma galáxia que o telescópio espacial Hubble identificou anteriormente como a mais brilhante conhecida nessa parte inicial do Universo. Quem o encontrou foi uma equipe de 50 cientistas liderada pela astrofísica Rebeca Larson, da University of Texas at Austin (Estados Unidos).

Até então, o buraco negro supermassivo mais antigo conhecido era o J0313-1806, descoberto em 2021, que surgiu 670 milhões de anos após o Big Bang. O terceiro colocado do ranking é o J1342+0928, que foi descoberto em 2017 e existia quando o Universo tinha apenas 690 milhões de anos.

Quando o Hubble avistou a CEERS_1019, não conseguiu discernir o que havia lá dentro. Para investigá-la, a equipe de Larson usou os quatro instrumentos de observações do James Webb, que é até cem vezes mais sensível do que o Hubble devido ao seu espelho de 25 metros quadrados e outras características.

Os cientistas geraram imagens, como as que você vê abaixo, e espectros, que permitem aos astrônomos analisar os materiais que compõem aquilo que estão observando – porque a luz de cada elemento químico tem um espectro único, como uma impressão digital. Foi assim que eles identificaram a presença do buraco negro por lá.

Os astrônomos sabem que no centro de quase todas as galáxias há um buraco negro supermassivo – o que está no centro da Via Láctea, por exemplo, chama-se Sagitário A* (pronuncia-se “A estrela”). Isso os faz pensar que estes gigantes estão relacionados à própria formação das galáxias, mas isso ainda é um mistério, assim como a origem desses buracos negros.

É que um buraco negro “clássico” surge quando uma estrela massiva entra em colapso no final de sua vida. Mas os supermassivos são muito grandes para surgirem dessa forma. Eles poderiam nascer de um aglomerado de buracos negros, por exemplo, ou terem nascido, cada um, a partir de um buraco negro faminto que foi aumentando exponencialmente de tamanho.

Acontece que encontrar supermassivos que se formaram tão cedo levanta ainda mais questões: talvez 570 milhões de anos após o Big Bang seja muito cedo para estrelas estarem velhas o suficiente para entrarem em colapso. Então é possível que haja outras receitas de buracos negros que ainda não conhecemos. 

“Este é um território não explorado e realmente importante [a formação e crescimento de buracos negros no início do Universo]”, disse Larson à New Scientist. “Sabemos onde temos que chegar, mas não sabemos bem como chegar lá. Então estamos começando agora, pela primeira vez, a realmente preencher as lacunas e montar uma imagem melhor de como essas coisas se formaram.”

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Zooterapia: o papel dos bichos em tratamentos de saúde

Foi a avó de Benjamin que incentivou os pais do menino a buscar informações sobre o transtorno do espectro autista. Ela reconhecia no neto gestos que via no filho de uma amiga, que já tinha o diagnóstico.

Depois de passar por diferentes médicos e encontrar apoio em outras famílias que vivenciaram situação parecida, os pais, Luiz Felipe e Aline Lummertz, de Porto Alegre, tiveram a confirmação: Benjamin, aos 3 anos, estava mesmo no espectro.

Consultando especialistas e lendo bastante a respeito, a família saiu em busca de tratamentos e recursos para estimular o desenvolvimento do pequeno.

Terapia ocupacional e sessões de fono e psicólogo começaram a fazer parte da rotina. Mas não só. Foi com terapeutas menos convencionais — e de quatro patas! — que Benjamin melhor se encaixou. Com quem? Os cavalos.

“Ele tem muita ligação com os bichos. Com cachorros, ele senta, olha, aproxima o nariz do focinho e começa a repetir os movimentos deles”, conta o pai, o bancário Luiz Felipe.

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A conexão mais imediata, porém, veio com os equinos. Sempre com o acompanhamento de profissionais que zelam pelo bem-estar tanto do animal quanto do paciente, Benjamin estabeleceu um vínculo logo nas primeiras aulas de equitação. “Pensamos que ele ia se afastar do cavalo, mas já subiu e nos deu tchau”, ri o pai.

O contato com o bicho proporciona um momento único de relaxamento e interação para o garoto de Porto Alegre. “Como pais, acabamos querendo que tudo que ele faça seja algo funcional, mas descobrimos que não precisa ser assim. Quando ele chega perto do cavalo, tudo acontece de forma mais natural”, avalia Luiz.

Para além dos estímulos motores e da melhora no equilíbrio, o vínculo com os cavalos incentivou Benjamin a se comunicar e socializar com outras pessoas.

“No começo, ele não falava muito, mas já passou a comentar sobre os cavalos, lembrar o nome deles”, conta o pai. “Hoje vai ser com o Atlas”, diz o menino, animado antes da sessão, recordando o nome de um dos cavalos terapeutas.

Cavalos e cães estão na linha de frente da terapia assistida por animais, também conhecida como zooterapia.

Mas outras espécies também podem ser treinadas e convocadas para essa vertente que ganhou adeptos, projetos e estudos nos últimos anos.

Mais do que o convívio próximo com os bichos, a abordagem terapêutica recruta os animais como aliados na superação de sintomas, sequelas e doenças com repercussões físicas ou mentais — e em qualquer faixa etária.

Os efeitos da equoterapialustração Catarina bessel @catarinabessell/SAÚDE é Vital

Apesar de ser uma metodologia que voltou a ficar sob holofote há poucas décadas, o uso de animais como coadjuvantes em tratamentos de saúde
tem ascendência milenar. Hipócrates, o pai da medicina ocidental, já recorria a uma prática similar à equoterapia na Grécia antiga.

O desenvolvimento da técnica em sua versão moderna começou nos Estados Unidos nos anos 1970, quando se criou um protocolo oficial. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a equoterapia desde 1997.

Animais como os cavalos dão apoio na frente física e na psicológica. Hoje se tornam companheiros e coterapeutas de pessoas com autismo, depressão, traumas, paralisia, sequelas de AVC... Dão um estímulo e tanto ao cérebro humano.

“O cavalo faz um movimento de vai e vem que não só melhora o equilíbrio e o tônus muscular do paciente como favorece a formação de sinapses, as conexões entre os neurônios”, explica Paulo Cezar de Mello, professor de educação física da Universidade de Passo Fundo (RS) e coordenador do projeto de extensão em equoterapia da instituição.

Criado em 2003, o projeto gaúcho atende crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista e paralisia cerebral. Além dos passeios a cavalo, os jovens pacientes trabalham em “ilhas” de desenvolvimento, orientadas por estudantes de diferentes cursos da universidade.

“Temos a ilha de psicomotricidade, onde eles participam de brincadeiras com bola; a ilha de fonoaudiologia, em que exercitam a fala. Não é só colocar as crianças em cima do cavalo. Tem todo um trabalho pedagógico”, descreve Mello.

+ Leia também: Quais são os principais tipos de psicoterapia?

Atendimento interdisciplinar mediado por humanos é um conceito importante na terapia assistida por animais. Exemplo disso se vê no tratamento de pessoas que sofreram algum trauma ou abuso.

“Muitas vezes, são crianças que tiveram experiências ruins com outro ser humano e possuem dificuldade de se abrir com um psicólogo ou psiquiatra. Os animais podem exercer o papel de ‘dissolver’ esse trauma em um primeiro momento, permitindo a intervenção com outros terapeutas depois”, ilustra a veterinária Daniela Gurgel, fundadora da ONG Natureza Conecta, em Itu (SP), que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Na entidade, 45 animais — cães, cavalos, cabras, porcos, patos e até galinhas — fazem parte do convívio e auxiliam no atendimento. “O importante é que seja um animal calmo, capaz de entender que um carinho ou um movimento brusco não são uma ameaça, para não ocorrer uma reação de ataque ou medo”, esclarece Daniela.

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Os benefícios da cinoterapialustração Catarina bessel @catarinabessell/SAÚDE é Vital

Se o primeiro atributo para colocar um animal no time da zooterapia é ele estar acostumado ao convívio humano, é difícil encontrar algum mais qualificado que os cachorros.

Pode não ser lá muito ético que seu analista seja seu amigo, mas a exceção a esse limite parece ser a cinoterapia, como se chama a intervenção que envolve os cães. Conhecidos popularmente como os “melhores amigos” da nossa espécie, a relação entre eles e nós remonta a mais de 10 mil anos.

“O cão é extremamente domesticado para ser nosso companheiro incondicional”, afirma Silvana Prado, presidente da ONG Patas Therapeutas, em São Paulo. A organização promove visitas e intervenções com cachorros e outros animais em hospitais, residenciais de idosos e abrigos para crianças.

A presença dos animais incentiva a socialização e a autoestima, além de funcionar como uma espécie de “resgate” do mundo externo para quem está internado, reduzindo o estresse que pode atrapalhar a recuperação.

“Trabalhamos com hospitais infantis e costumamos receber o retorno de que, no dia da visita, as crianças tomam até menos medicação para dor”, relata Silvana.

A terapia com animais ainda não dispõe de uma regulamentação para entrar no SUS, embora um projeto de lei sobre o tema tramite em Brasília desde 2012.

Hoje o acesso se dá por meio de ONGs e centros privados, e as regras variam de acordo com a cidade, o estabelecimento ou o hospital apto a receber os bichos. E olha que os benefícios da convivência com outras espécies não se restringem à área da saúde.

+ Leia também: Uma nova forma de tratar doenças graves: vêm aí as terapias de RNA

Ambientes ligados ao ensino podem tirar proveito dela. Em um experimento da Mars Petcare realizado durante a pandemia, 79% dos professores sentiram seus alunos menos estressados na sala de aula virtual quando estavam perto de um animal de estimação.

Agora, os especialistas gostam de ressaltar: seja para fins pedagógicos, seja para fins terapêuticos, o bicho é um agente a mais no cuidado. “O cão não é um remédio”, frisa Hélio Rovay, cinotécnico e presidente da ONG Medicão, em São Paulo.

“A função dele é ajudar a estabilizar o paciente para que o remédio e o tratamento todo funcionem de forma mais eficaz”, pontua. E isso não é pouca coisa numa reabilitação, longe disso, como prova uma das cadelinhas da Medicão.

A “cã-terapeuta” Hanna foi peça-chave na história do pequeno Pedro Henrique, à época com 5 anos e recuperando-se de um acidente que lhe perfurou diversos órgãos.

Ela devolveu o ânimo ao menino para sair da cama e completar as sessões de fisioterapia. “Foi como um passe de mágica”, comparou a mãe do garoto à imprensa.

Não à toa, Hanna chegou a ser homenageada pela Câmara de Vereadores de Campinas (SP) por seu trabalho.

O conceito da zooterapia

Para a interação com os bichos se enquadrar como uma terapia assistida por animais (TAA), é preciso ter sempre o acompanhamento de um profissional de saúde — médico, fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional etc.

Quando não há esse direcionamento e trabalho em conjunto, apenas o contato mais próximo com cães ou cavalos, fala-se em atividade assistida por animais (AAA) — e ela já pode promover benefícios, como melhora da socialização e da ansiedade.

Não há restrição de espécie para a terapia, mas o animal precisa ser cuidado e treinado para aceitar os imprevistos do convívio humano (como um puxão no rabo, por exemplo) sem reagir de forma violenta.

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Ter um pet já faz bem

Dezenas de pesquisas indicam vantagens da convivência diária

  • Alergia
    Ter contato com animais desde cedo torna o sistema imunológico mais preparado e menos ultrassensível e propenso a disparar reações alérgicas no futuro.
  • Sedentarismo
    Levar o bicho para passear conta como atividade física. Um estudo britânico calculou uma chance até quatro vezes maior de caminhar 150 minutos por semana se você tem um cão.
  • Ânimo e humor
    A parceria está associada a menos sintomas de ansiedade e depressão, pois tende a ocorrer uma maior produção de serotonina e outras moléculas boas para o humor.
  • Estresse
    Além de afastarem a solidão, os pets teriam um “efeito calmante”. Pesquisas estimam níveis de estresse menores na companhia deles do
    que junto a outros seres humanos.

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Zelando pelo bem-estar animal

Não é só o estado do paciente que deve ser levado em consideração na zooterapia. O próprio bicho e coterapeuta requer acompanhamento para não ser exposto a situações estressantes ou arriscadas durante o convívio com os seres humanos.

E cuidados básicos como vacinas em dia, vermifugação e alimentação adequada são, claro, indispensáveis. Entidades como a ONG Natureza Conecta seguem padrões definidos pela Associação Internacional de Organizações de Interação Humano-Animal.

“Um deles é o tempo de sessão da terapia: o animal só pode ficar de 45 a 50 minutos por dia. Mais do que isso, mesmo se bem acostumado, ele começa a se estressar”, explica a veterinária Daniela Gurgel, responsável pela ONG. No período livre, os animais são incentivados a manter seu comportamento natural, gastar energia e descansar.

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Asma protegeria contra o agravamento da Covid-19, sugere estudo

Desde o início da pandemia, em 2020, especula-se que a asma poderia contribuir para o agravamento e a letalidade da Covid-19. Divulgados recentemente na revista Frontiers in Medicine, os resultados do maior estudo feito até agora com pacientes que foram hospitalizados no Sistema Único de Saúde (SUS) por causa dos sintomas clínicos mais graves da Covid-19 sugerem exatamente o contrário.

Além de não piorar o quadro, a asma pode ter um papel protetor na infecção pelo SARS-CoV-2.

“Apesar de desenvolverem mais sintomas clínicos, os pacientes com asma foram menos propensos a morrer da Covid-19 em comparação com indivíduos sem asma”, afirma um dos autores do trabalho, o biólogo e doutor em ciências da saúde Fernando Augusto Lima Marson, da Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista (SP).

Para chegar a essa conclusão, o grupo formado por cinco pesquisadores avaliou os registros clínicos e demográficos de 1.129.838 pacientes hospitalizados com Covid-19. Desse total, 43.245 (3,8%) eram pacientes com asma, uma prevalência baixa que já tinha sido apontada por estudos anteriores.

Entre os doentes que precisaram de suporte ventilatório invasivo, por exemplo, 74,7% dos pacientes com asma morreram, enquanto o percentual de mortes entre os pacientes sem asma foi de 78%.

+ Leia também: Crianças com asma não têm maior risco de desenvolver Covid-19

No grupo que recebeu suporte ventilatório não invasivo, 20% dos pacientes com asma foram a óbito versus 23,5% entre os pacientes sem asma.

Entre os que não precisaram de suporte ventilatório, 11,2% dos pacientes com asma morreram. Já o percentual de baixas dos pacientes sem asma na mesma situação foi de 15,8%. Todas as informações foram obtidas no banco de dados OpenDataSUS.

A hipótese dos pesquisadores é que as especificidades da resposta imune dada pelo organismo à asma criam um cenário desfavorável à escalada inflamatória associada à forma mais grave da Covid-19.

A pessoa com asma apresenta uma baixa produção de citocinas inflamatórias, um grupo de proteínas que aumenta a capacidade do corpo de destruir células tumorais, vírus e bactérias (os interferons, por exemplo). Isso estimula uma resposta imune mediada por células de defesa (linfócitos) TCD4+Th2, em detrimento do subtipo Th1.

“A predominância da resposta Th2 é benéfica porque pode regular e diminuir o impacto da fase tardia da hiperinflamação, que é um ponto crítico em infecções respiratórias graves”, explica Marson, que coordena o Laboratório de Biologia Celular e Molecular da USF. Ele também é responsável pelos trabalhos de conclusão de curso na USF, onde 100% dos alunos de pós-graduação são bolsistas integrais.

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De acordo com a pesquisa, que recebeu financiamento da FAPESP, a asma causaria ainda outras dificuldades ao SARS-CoV-2.

A inflamação crônica dos alvéolos pulmonares das pessoas com asma diminui a quantidade de receptores ACE-2 (em português ECA-2, enzima conversora de angiotensina 2), uma proteína encontrada na superfície de diversas células do corpo, inclusive nas do epitélio do sistema respiratório. Ela é usada pelo vírus da COVID-19 para penetrar no interior das células, onde se multiplica.

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“A menor produção de citocinas inflamatórias e a menor quantidade de receptores para o vírus resultam em menos chance de infecção grave”, afirma Marson.

Quantidades maiores de eosinófilos [glóbulos brancos] presentes no sangue de pessoas com asma igualmente desfavoreceriam a Covid-19 grave.

Para os pesquisadores, o impacto de todas essas circunstâncias ajuda a entender por que embora a asma afete 10% da população, apenas 3,8% dos pacientes diagnosticados com COVID-19 e tratados pelo SUS tinham a doença.

+ Leia também: Nova era no tratamento da asma grave

Mais pesquisas são necessárias

Na avaliação de Marson, o tamanho da amostra avaliada faz diferença e pode diluir alguns vieses.

“Para se ter ideia, na mesma época em que o nosso estudo foi feito, um trabalho nos Estados Unidos que acompanhou entre 300 e 400 pacientes concluiu que a asma era um fator de risco”, conta.

Ele afirma ainda que o estudo da USF pode conter alguns dados equivocados por causa da natureza das informações analisadas.

“Nosso estudo se baseou em dados coletados por uma agência de governo. Ainda que tenhamos nos aproximado do cenário real do Brasil no que concerne à resposta da COVID-19 em relação à asma, com a inclusão de muitos pacientes, o banco de dados ainda possui limitações. Não há, por exemplo, a descrição de testes laboratoriais que poderiam confirmar o diagnóstico de asma”, diz Marson.

Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

Nova análise e coleta de dados serão feitas pelo grupo da USF a partir deste mês, provavelmente com um universo de 4 milhões de pessoas hospitalizadas após a infecção pelo SARS-CoV-2. “Vamos trabalhar com um banco mais robusto e focar novamente no desfecho, mas também na influência da vacina contra o vírus”, adianta o pesquisador.

O estudo publicado na revista Frontiers in Medicine provocou desdobramentos. Um grupo de cientistas de dados pretende verificar as taxas de incidência da Covid-19 em pessoas com asma em nove municípios da região onde está situada a USF, no interior paulista.

De Portugal, veio o convite da Universidade de Lisboa para uma parceria destinada a verificar a incidência da infecção em pessoas com fibrose cística.

“Essa doença provoca alterações fisiológicas parecidas com as da asma e muito muco no pulmão, o que poderia dificultar a entrada do vírus na célula”, observa Marson.

O artigo Profile of coronavirus disease enlightened asthma as a protective factor against death: An epidemiology study from Brazil during the pandemic pode ser acessado aqui.

*Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Fapesp.

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Considerando os riscos da obesidade, nascer menor seria bom para o bebê?

O tamanho de cada criança é definido não só pela sua carga genética, mas também pelo ambiente que a envolve.

Nesse sentido, as influências do meio se iniciam já dentro do útero, possibilitando que o bebê nasça grande, adequado ou pequeno em relação ao esperado para a idade gestacional que se encontra no momento do parto.

Essa informação pode ser encontrada no resumo de alta da maternidade, pois é muito importante para o acompanhamento pediátrico.

Aqueles nascidos PIG (ou seja, pequenos para a idade gestacional) equivalem a 2,5% da população – para se enquadrar aqui, o peso e/ou o comprimento da criança podem estar abaixo da média logo após o parto.

Há diversas razões para uma criança ser PIG. Desde sua própria constituição (padrão da família), até uma síndrome genética, passando por motivos causadores de restrição do crescimento dentro do útero.

+ Leia também: Engasgo infantil? Saiba o que fazer

Ou seja, uma realidade muito similar à da criança que nasce grande!

Esse risco seria independente do momento da gestação em que a criança nasceu. Mas novos estudos de acompanhamento longitudinal por longos períodos ainda são necessários.

O assunto ganha maior importância quando dados apontam que gestações que chegam a termo (isto é, completam os nove meses) nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, geram o dobro de crianças PIG em relação a países desenvolvidos.

Após o nascimento, a recuperação de peso e tamanho também merece atenção. Em geral, o peso já está recuperado nos primeiros 6 meses de vida.

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Mas, considerando os riscos citados, é preciso evitar a “hipercorreção”, que levaria ao excesso de peso. Como aliado nessa tarefa, temos o leite materno como melhor opção!

+ Leia também: Como saber se a criança está apresentando o desenvolvimento adequado?

Já a altura pode ser recuperada até os 2 anos de vida, com o limite de 4 anos para bebês prematuros.

Aproximadamente 10 a 15% das crianças não apresentam essa recuperação espontânea, desperdiçando o potencial de crescimento que seus pais lhe transmitiram. Essa parcela precisa ser avaliada.

Eventualmente, precisamos realizar uma investigação clínica associada a exames. Em alguns casos, descobriremos doenças subjacentes que demandam cuidados – até mesmo o uso de hormônios para crescer pode ser opção.

Outro momento clínico de atenção é a puberdade. O adolescente que foi PIG não apenas pode ter início puberal adiantado, como o estirão de crescimento pode ser menor, impactando sua altura final.

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Isso ocorre mais comumente em meninas que foram PIG e tiveram recuperação de crescimento de forma espontânea. Ou seja, quando parecia estar tudo bem, novos centímetros são perdidos.

Fique de olho nessas situações, e lembre-se: consultas mais frequentes e exame físico completo são cruciais nesse momento da vida para todos os pacientes.

Os efeitos da condição PIG podem perdurar para toda a vida. A atenção a suas peculiaridades associada ao acompanhamento pediátrico adequado – com suporte especializado sempre que necessário – podem fazer grande diferença na saúde dessa expressiva parcela da nossa população.

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