1 – Palm Springs (2020)
Nyles (Andy Samberg, de Brooklyn Nine-Nine) está de férias em um resort em Palm Springs, no meio do deserto californiano. São férias perpétuas: ele está preso em um loop temporal – ao acordar, Nyles revive o mesmo dia, ininterruptamente.
A rotina previsível muda quando Sarah (Cristin Milioti, a Mãe de How I Met Your Mother), cuja família está no resort para o casamento de sua irmã, também entra no loop. A partir daí, os dois começam uma amizade que, como você deve imaginar, vai culminar em um romance.
Palm Springs é mais um na lista de obras que falam sobre loops temporais – uma das inspirações do filme, aliás, é Feitiço do Tempo, estrelado por Bill Murray). E, assim como o seu antecessor, faz um bom trabalho ao misturar comédia romântica, drama e sci-fi. O ponto alto é a química entre Samberg e Milioti, especialmente nos momentos em que os dois aproveitam o “lado bom” explorando o resort e suas redondezas.
O filme estreou no Festival de Sundance em janeiro de 2020, mas demorou mais de dois anos para chegar ao Brasil. É que, nos EUA, estreou no Hulu, plataforma de streaming que também pertence à Disney, mas que nunca chegou à América Latina. Várias produções do Hulu vão parar no Star+ – mas não há uma regra que defina exatamente o que vem para cá.
2 – Alta Fidelidade (2000)
No alto dos seus trinta e poucos anos, Rob Gordon (John Cusack) é um apaixonado por música que vive em Chicago e é dono de uma loja de discos. O negócio, porém, não anda lá muito movimentado. Mas mais complicada que sua vida profissional é sua vida amorosa: Laura, com quem Rob namorou por anos, acabou de terminar com ele.
A partir daí, Rob embarca numa jornada de autoconhecimento: ele vai atrás de antigos amores para entender por que as coisas deram errado. Rob é o narrador do filme e passa o tempo todo conversando com o espectador – espere por reflexões, piadas autodepreciativas e descrições por vezes não-confiáveis dos acontecimentos de sua vida.
Baseado no livro homônimo do britânico Nick Hornby, Alta Fidelidade é uma das dramédias mais legais dos anos 2000. Tem uma boa trilha sonora e Jack Black como Barry, um dos funcionários de Rob, o seu primeiro papel de destaque em Hollywood.
3 – O Urso (2022-)
Produções sobre o mundo da gastronomia existem aos milhares. Mas poucas conseguem transmitir com tanto realismo e intensidade o dia a dia de uma cozinha profissional quanto The Bear (O Urso), série do FX lançada no ano passado e que, no boca a boca, foi ganhando popularidade.
A série acompanha Carmy (Jeremy Allen White), um chef que já trabalhou em alguns dos melhores restaurantes do mundo e que, agora, assumiu o restaurante do irmão, que morreu. Só que o The Beef não é nada parecido com os lugares em que Carmy já cozinhou: afogado em dívidas, está caindo aos pedaços, e a equipe não é nem um pouco coesa.
Para além da cozinha, a série faz um mergulho na vida e nas relações entre os personagens, sobretudo entre Carmy e Jeri (Ebon Moss-Bachrach), o melhor amigo do seu irmão – ambos estão de luto e têm ideias diferentes sobre como tocar o negócio. Com boas atuações e técnicas de filmagem (há um episódio inteiro gravado em plano sequência, sem cortes), O Urso dosa drama e humor em episódios de meia hora. Bom para maratonar.
4 – Os Descendentes (2011)
George Clooney interpreta Matt King, um advogado que mora no Havaí – onde sua família possui há gerações grandes porções de terra. Dentre seus vários primos, ele é o responsável por gerir esse patrimônio e por intermediar um possível acordo milionário de venda. Mas sua vida muda de rumo quando sua esposa entra em coma após um acidente de barco.
A partir daí, Matt, que nunca foi um pai muito presente, vai tentar se conectar com suas duas filhas. No caminho, vai descobrir vários problemas do seu casamento – e mesmo a questão da herança da família, que parecia resolvida, vai se revelar mais complexa do que se imaginava.
É uma jornada sensível, mas guiada com leveza (e pelo carisma de Clooney). Dirigido por Alexander Payne, o filme foi indicado a cinco Oscars em 2012, incluindo Melhor Filme – levou um, de Roteiro Adaptado.
5 – A Arte de Ser Adulto (2020)
O comediante Pete Davidson é mais conhecido pela sua passagem no programa Saturday Night Live, entre 2014 e 2022. Mas talvez o seu melhor trabalho até agora seja este filme, um projeto 100% autoral, inspirado na sua própria vida.
Davidson interpreta Scott, um homem de 24 anos que vive em Staten Island, o menos famoso dos distritos de Nova York (os outros são Bronx, Brooklyn, Queens e Manhattan; o título original do filme, aliás, é The King of Staten Island). Desempregado, passa os dias fumando maconha e testando suas habilidades como tatuador com os amigos.
Scott se recusa a amadurecer e encontra diversas explicações para os seus problemas, do déficit de atenção ao trauma com seu pai, um bombeiro que morreu no ataque às Torres Gêmeas. Todos à sua volta, porém, estão seguindo em frente (a mãe arranja um namorado, a irmã caçula vai para a faculdade) – e insistem para que ele faça o mesmo.
Dirigido por Judd Apatow (de comédias como O Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos), o filme é uma divertida história sobre amadurecimento – e uma bonita homenagem de Davidson ao seu pai, que também era bombeiro e morreu no 11 de Setembro.
6 – McCartney 3,2,1 (2021)
No final de 2021, o documentário Beatles: Get Back, dirigido por Peter Jackson, estreou no Disney Plus e ganhou fama graças às imagens inéditas (e restauradas) da gravação do último álbum lançado pela banda, Let It Be. Mas poucas pessoas sabem que, alguns meses antes, entrou no catálogo do Star Plus outra produção sobre a banda – igualmente interessante.
Paul McCartney e o produtor musical Rick Rubin engatam um papo de três horas (dividido em seis episódios) sobre as composições dos Beatles (e da carreira solo de Paul após o fim da banda). É uma conversa recheada de histórias de bastidores. Com ajuda de uma mesa de som, Rubin disseca as músicas conforme Paul vai falando, para que seja possível analisar faixa por faixa, instrumento por instrumento. Prato cheio para os fãs.
7 – Summer of Soul (2021)
Nina Simone. B.B. King. Stevie Wonder. Estes são alguns dos nomes que tocaram no Harlem Cultural Festival, um festival de música que aconteceu no subúrbio de Nova York em 1969, reuniu grandes nomes da música negra americana – mas cuja importância (ao contrário de Woodstock, que rolou na mesma época) nunca havia sido devidamente reconhecida até então.
O responsável por contar essa história foi o produtor musical Questlove, que transformou 40 horas de gravação neste filme, vencedor do Oscar de Melhor Documentário de 2022.
Abbott Elementary (2021-)
Junte The Office com o ambiente de uma escola primária. Eis Abbott Elementary, uma comédia em formato de mockumentary (falso documentário), em que os professores de uma escola da Filadélfia contam sobre o seu dia a dia: a falta de verba, os alunos complicados – e uma diretora lunática.
Abbott Elementary é criação da atriz e roteirista Quinta Brunson, que estrela como a simpática professora Janine – e mãe de Brunson, veja só, foi professora de jardim da infância. A série tem boas piadas e brinca com os estereótipos do mundo escolar (destaque para o professor substituto interpretado por Tyler James Williams, o Chris de Todo Mundo Odeia o Chris). A segunda temporada estreou em 2023.
9 – Quase Famosos (2000)
Qual a sua profissão dos sonhos? Na década de 1970, o jovem William deseja trabalhar como jornalista musical. E consegue o improvável: passa a escrever para a revista Rolling Stone. O seu primeiro trabalho? Acompanhar a turnê da banda Stillwater pelos EUA.
O filme é um passeio pela cena cultural da virada dos anos 1960 e 1970. William observa (e experimenta) o glamour da vida de um rockstar; mas também assiste de camarote quando as coisas degringolam.
É uma produção com ares autobiográficos. O diretor, Cameron Crowe, inspirou-se em histórias da sua juventude, quando escrevia sobre música e chegou a entrevistar diversas lendas do rock, como David Bowie, Eric Clapton e a banda Led Zepellin. Quase Famosos fracassou nas bilheterias, mas venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e, hoje, ganhou status cult: é frequentemente incluído em listas dos melhores filmes dos anos 2000.
10 – Sideways – Entre Umas e Outras (2004)
Frustrado com o seu emprego de professor (e por não conseguir publicar o seu livro), Miles (Paul Giamatti) detesta sua vida pessoal, profissional – e financeira. O seu refúgio são os vinhos: não há nada que o tranquilize mais do que apreciar a bebida, detectar aromas e sabores, conhecer novos rótulos e produtores…
Miles viaja até o Nappa Valley (região vinícola da Califórnia) com o amigo de longa data Jack (Thomas Haden Church), que está prestes a se casar. Mas o que seria uma tranquila viagem vai, pouco a pouco, tomando rumos inesperados. Longe de suas rotinas habituais, Miles e Jack começam a se questionar sobre suas decisões de vida – em várias ocasiões, com muito álcool na veia.
O filme dirigido por Alexander Payne (o mesmo de Os Descendentes), tem ótimos (e divertidos) diálogos – a química entre Giamatti e Thomas é tão harmônica quanto queijo e vinho. Foi indicado a cinco Oscars, incluindo Melhor Filme – venceu um, de Roteiro Adaptado.
11 – História do Mundo – Parte 2 (2023)
Em 1981, a lenda da comédia Mel Brooks lançou o filme História do Mundo – Parte 1, uma releitura cômica da Bíblia e de vários momentos da História, do Império Romano à Revolução Francesa. O “parte 1” era só uma brincadeira. Nunca houve intenção de continuar o projeto.
Em 2023, 42 anos depois, o Hulu preparou uma sequência – desta vez, em oito episódios. A fórmula é a mesma: esquetes cômicas, repletas de personagens históricos (Shakespeare, Lincoln, os Romanov…) e participações especiais: Seth Rogen, Nick Kroll, Jason Alexander e Danny DeVito são alguns dos nomes que compõem o especial – um tributo à carreira de Brooks que, aos 96 anos, é o narrador da produção.
Star Plus: 11 pérolas do streaming que você precisa assistir Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
Nenhum comentário:
Postar um comentário