domingo, 12 de março de 2023

A evolução dos wearables como ferramentas de inclusão e acessibilidade

Quantas vezes já tivemos a curiosidade de saber a distância que percorremos durante um dia, ou quantos degraus de escada subimos no trabalho e quanto tempo ficamos em atividade ou em descanso?

Essas informações, além de satisfazer nossa curiosidade, são muito importantes para acompanhar nossa saúde.

A preocupação no monitoramento desses hábitos existe há muito tempo e aumentou durante o período de pandemia. Projeções atuais estimam um crescimento de aproximadamente 8,26% anuais até 2027.

Os smartwatches vêm se tornando protagonistas nesse tipo de monitoramento pelas suas características não invasivas e por apresentarem funcionalidades que permitem identificar automaticamente as atividades físicas executadas pelos usuários ao longo do dia.

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Isso é possível a partir de informações coletadas pelos diversos sensores presentes nesses equipamentos, como os de movimento e cardíacos, que disponibilizam dados para modelos de aprendizado de máquina. Assim, conseguem identificar e classificar atividades do cotidiano.

Um exemplo prático é o reconhecimento de tempo ocioso e também de atividades como corrida e caminhada, considerando inclusive métricas como velocidade, cadência, distância e tempo decorrido.

Todos esses dados podem ser muito úteis no monitoramento da saúde e de performance do usuário, ajudando na tomada de decisão de um médico ou treinador, por exemplo.

A simplicidade e eficiência dos smartwatches na realização de diversas tarefas de monitoramento impulsionou as vendas desse tipo de dispositivo com uma previsão de taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,5%, entre 2023 e 2030, em um mercado que pode alcançar cerca de 70 milhões de dólares.

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Com o sucesso estrondoso desse mercado, cada vez mais empresas e desenvolvedores voltam seus olhos para novas aplicações. Por exemplo: uso de gestos específicos para controlar outros dispositivos e acionar funcionalidades do próprio relógio.

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Atualmente, essa forma de interação ainda está engatinhando, utilizando-se, em sua maioria, de gestos fixos e mais simples, como o balançar da mão ou do braço do usuário para realizar uma tarefa específica.

Porém, em um futuro não muito distante, modelos de inteligência artificial poderão ser utilizados para detectar automaticamente gestos com um ajuste mais fino, como o movimento de um dedo específico ou uma sequência de movimentos que envolvem diferentes posições da mão e dos dedos.

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Isso representa um passo muito importante para a inclusão social e acessibilidade.

No caso da linguagem de sinais, os smartwatches facilitariam a comunicação por meio da detecção e transcrição automática dos gestos, dispensando a necessidade de que as pessoas saibam linguagem de sinais.

Outra possibilidade seria o controle total de uma casa inteligente por meio de gestos, apenas utilizando o relógio.

Essas duas aplicações já nos mostram que existe um potencial enorme do uso desse tipo de tecnologia para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas.

É a tecnologia facilitando cada vez mais a vida das pessoas e proporcionando grandes avanços na nossa sociedade.

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*Marcos Negreiros Rylo é mestre em engenharia elétrica com foco em aprendizagem de máquina e reconhecimento de padrões pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e atua como pesquisador de inteligência artificial no Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia.

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A evolução dos wearables como ferramentas de inclusão e acessibilidade Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

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