Um asteroide recém-descoberto vai passar a aproximadamente 3,6 mil quilômetros da América do Sul na noite desta quinta-feira (26). Segundo a Nasa, a expectativa é que ele se aproxime logo após as 21h, no horário de Brasília, e atinja sua altitude mais baixa às 21h27.
Essa é uma das maiores aproximações que um objeto espacial já fez com a Terra, entre aquelas de que se tem registro. Para se ter uma ideia, os satélites de telecomunicações e outros geossíncronos – isto é, que acompanham a rotação do planeta – ficam a 36 mil quilômetros acima de nós (é a faixa em verde na imagem acima). A trajetória do pedregulho espacial, portanto, será 10 vezes mais próxima (a faixa vermelha na imagem).
O asteroide, batizado de 2023 BU, é relativamente pequeno: tem entre 3,5 e 8,5 metros de diâmetro. Esse é um dos motivos pelos quais os astrônomos da Nasa estão afirmando que não há com o que se preocupar: não há chance de que ele atinja o planeta, mesmo se chegar mais perto do que o previsto.
Se o 2023 BU passar por aqui a menos de 3,6 mil quilômetros de distância, entrará em contato com camadas mais baixas e densas da atmosfera terrestre. Ele certamente se desintegrará, e o máximo que pode acontecer seria uma chuva dos detritos restantes – que apareceriam por aqui como pequenos meteoritos.
Descoberta e futuro do asteroide
O asteroide foi descoberto neste sábado (21) por um astrônomo amador, chamado Gennady Borisov, a partir do observatório Margo, na Crimeia (península ucraniana anexada pela Rússia em 2014). Em alguns dias, a descoberta foi anunciada pela Minor Planet Center – uma organização internacionalmente reconhecida por observar e relatar asteroides e outros pequenos objetos espaciais no Sistema Solar. Em seguida, astrônomos de outras partes do mundo fizeram dezenas de observações para definir melhor a trajetória do 2023 BU.
Não é a primeira vez que Borisov faz uma descoberta notável. Em agosto de 2019 ele avistou, também da Crimeia, um cometa que acabou recebendo seu nome. O C/2019 Q4 (Borisov) parece ter se originado fora do Sistema Solar e viaja no espaço a uma distância maior da Terra – não se aproximando mais do que 300 milhões de quilômetros.
O 2023 BU, por outro lado, vai chegar tão perto que seu caminho deve ser alterado drasticamente pela gravidade terrestre. Acredita-se que, antes de encontrar nosso planeta, o asteroide estava orbitando o Sol de tal maneira que completaria uma volta ao redor do astro-rei em 359 dias. Depois desta noite, sua órbita deve ficar mais alongada. Passando entre as órbitas de Terra e Marte, ele deve completar uma volta no Sol em 425 dias.
Asteroide vai passar a distância recorde da América do Sul nesta quinta (26) Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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