Com 4 metros de comprimento e pintada em 1906, Dance on the Beach ficou escondida dentro de um celeiro em uma floresta norueguesa desde 1940. Depois de sobreviver à Segunda Guerra Mundial, o quadro de Edvard Munch será disponibilizado para leilão em março – com um valor estimado entre US$ 15 e US$ 25 milhões.
A pintura foi inicialmente comissionada pelo diretor de teatro Max Reinhardt, para seu teatro de vanguarda em Berlim, onde seria parte de um conjunto de 12 grandes painéis. Mas passou por mais algumas mãos até chegar aos dias de hoje.
Com a reforma do teatro de Reinhardt, em 1912, o quadro foi retirado e adquirido por Curt Glaser, um crítico de arte, colecionador, historiador e amigo pessoal de Munch. Glaser e sua esposa, Elsa, acumularam uma extensa coleção particular de arte. Ele também foi diretor da Biblioteca Estadual de Arte de Berlim, e publicou a primeira monografia alemã sobre Munch.
Com o início do regime nazista em 1933, Glaser, que tinha origem judaica, perdeu o emprego e teve o apartamento confiscado. Obrigado a vender sua coleção, ele fugiu para a Suíça e depois foi rumo aos Estados Unidos, onde morreu em 1943.
Poucos meses depois da fuga de Glaser, outro amigo de Munch pôs as mãos nas peças. Thomas Olsen, um magnata norueguês da navegação que era vizinho do artista, comprou Dance on the Beach e outros quadros em um leilão em Oslo.
Olsen juntou uma impressionante coleção de Munch, com cerca de 30 obras, incluindo uma das quatro versões do famoso O Grito. Quando o Reino Unido declarou guerra à Alemanha, em 1939, Olsen temeu pela sua coleção e a escondeu em um celeiro remoto na floresta norueguesa – o estilo de arte de Munch era considerado pelos nazistas uma “arte degenerada”, que deveria ser reprimida.
A obra apresenta uma colorida paisagem norueguesa com várias figuras dançantes. As duas mulheres no primeiro plano representam dois casos amorosos de Munch – Tulla Larsen e Millie Thaulow – que terminaram ambos em desgosto.
Da série de pinturas do teatro, Dance on the Beach é a única que está em posse privada – as outras estão em museus pela Alemanha. Em 1º de março, a peça será vendida em um leilão em Londres.
Antes, será exposta ao público pela primeira vez desde 1979, com uma exposição em na capital inglesa, além de instalações digitais em Hong Kong e Nova York. Como parte de um acordo, os lucros do leilão serão divididos entre os descendentes das famílias Olsen e Glaser, as principais patrocinadoras de Munch.
Pintura de Munch que foi escondida dos nazistas em uma floresta vai à leilão pela primeira vez em 90 anos Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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