A polarização de ideias, opiniões e interesses que vem demarcando estes tempos pandêmicos respinga até nos pedidos e nos comentários dos nossos leitores e assinantes. Enquanto uns não aguentam mais ver o coronavírus na revista e no site, outros cobram conteúdos e recortes extras, sob novos ângulos.
Nossa árdua tarefa, portanto, é agradar gregos e troianos, sem deixar de trazer à luz fatos e descobertas capazes de repercutir na saúde pública e individual. Ora, é impossível ignorar a Covid-19, não só porque representa uma nova doença que enjaulou o mundo mas também por ela reverberar, de forma direta ou indireta, em praticamente todos os outros problemas de saúde.
Uma das áreas mais (res)sentidas com a pandemia é o combate ao câncer. Projeções no Brasil e lá fora alertam para o aumento no número de casos e mortes em razão da queda nos cuidados preventivos, no diagnóstico precoce e nos próprios tratamentos durante a Covid-19. O drama é que o câncer não espera o vírus ir embora. Por isso não devemos ficar de braços cruzados.
Muito do que se pode fazer para reduzir o risco de um tumor aparecer ou se expandir depende de nós. Da mesma forma que precisamos nos amparar na ciência para enfrentar o coronavírus, os estudos iluminam o que está ao nosso alcance hoje para nos livrar desses males que, em comum, recebem o nome de câncer.
Baseados nas novas recomendações da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) e em outras entidades de respeito, elaboramos um guia com propostas para minimizar nossa propensão a essa chaga, que disputa com as doenças cardiovasculares o título de maior causa de óbito no planeta. Essas atitudes, como ensina a reportagem da jornalista Thaís Manarini, passam pela comida, pela frequência dos exercícios, pela vacinação e pelos checkups médicos — afinal, quanto antes um tumor for detectado, maiores são as chances de cura.
Outro paralelo me vem à cabeça quando penso em Covid-19 e câncer. Ambas são doenças que se originam de um inimigo microscópico que tenta avançar pelo corpo. Só que um vem de fora; o outro aparece ali dentro. Enquanto o primeiro é barrado com máscara, higiene, distanciamento e, oxalá, uma vacina, o outro pode ser afastado com uma rotina equilibrada.
A editora de arte Letícia Raposo propôs para nossa capa a metáfora do labirinto. A ideia é que, se conhecermos as rotas certas, chegaremos à saída. A saída, não importa em que lado você está nesta era tão dividida, é manter a saúde. Até porque, convenhamos, a saúde é uma só!
A saída é uma só. A saúde também Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário