Uma mitologia é uma coleção de histórias – mais especificamente, de mitos – que uma cultura usa como base para explicar fenômenos naturais ou justificar seus costumes.
Não faz sentido classificar os mitos como ficção ou não: eles são verdades para as pessoas que, numa dada época e lugar, ficam satisfeitas com essas explicações para o mundo e as usam de bússola para guiar suas ações. A arca de Noé é um mito, Cronos castrando seu pai Urano é um mito, a visita do anjo Gabriel a Maomé é um mito.
Mitos têm laços fortes com o local de onde vêm, mesmo que alguns se espalhem muito além dos domínios originais. Por exemplo: um grupo de nativos do noroeste da Austrália acredita que fósseis de folhas de palmeira encontrados em suas praias eram as asas de um lendário legislador-pássaro que teria fundado aquela civilização. Pegadas de dinossauro, que também aparecem com frequência na região, seriam as pegadas desse sábio patriarca.
As religiões, por sua vez, são algo mais amplo e prático: um conjunto de rituais, templos, roupas, normas etc. que organizam um grupo de pessoas em torno de figuras ou forças que são objeto de devoção. Essas figuras e forças, em geral, são descritas por uma mitologia – transmitida oralmente ou por escrito.
Ou seja: a mitologia é o conjunto de histórias que está no cerne de uma religião. Pode-se dizer que praticamente toda religião gira em torno de um conjunto de mitos. Por outro lado, existem mitologias (como a do Egito Antigo) que não têm mais uma religião organizada em torno de si. As histórias sobrevivem, a tradição morreu.
Pergunta de @bolinho_descolado, via Instagram.
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