quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Um remédio para prevenir AVC: reduzir o sódio no sal de cozinha

O comércio internacional ganhou outro patamar com as viagens marítimas dos séculos 15 ao 19. No rol dos produtos mais aclamados estavam as especiarias e temperos, entre eles o sal. Desde então, esse ingrediente se dispersou pelo planeta.

Estudos indicam que praticamente não existia pressão alta entre os índios brasileiros antes da chegada dos europeus. Com eles também veio o sal.

Hoje, a ingestão média de sal em nossa população fica em torno de 10 ou 11 gramas ao dia, sendo que a recomendação de entidades como a Sociedade Europeia de Cardiologia é comer menos do que 5 gramas diariamente.

O sal mais consumido no mundo hoje, aquele convencional sal branco de cozinha, é composto de 100% de cloreto de sódio. E é o excesso de sódio na dieta que eleva o risco de hipertensão. Também não é de hoje que sabemos que a redução do sal no dia a dia ajuda a controlar a pressão arterial.

Pois uma pesquisa recente realizada com mais de 20 mil pessoas de 600 vilas no norte da China avaliou o efeito de um substituto do sal contendo 75% cloreto de sódio e 25% de cloreto de potássio em comparação com o sal convencional (100% cloreto de sódio). A proporção para a receita foi escolhida porque dessa forma o sabor ficaria parecido com o da versão tradicional.

Fora isso, os cientistas estimularam entre todos os voluntários a moderação na ingestão de sal. Os dois grupos foram acompanhados por cinco anos. Entre os participantes havia pessoas que já tinham pressão alta ou histórico de AVC (acidente vascular cerebral) – 11% apresentavam diabetes.

E qual foi o resultado? Impressionante: 14% menos AVC e 12% menos mortes no grupo do sal com menos sódio. Tudo isso em paralelo com a redução da pressão arterial.

Mas é bom deixar claro para não confundir: o estudo chinês não testou o sal do Himalaia ou o sal light, comumente vendidos por aí.

Apesar desses achados valiosos, que abrem caminho a produtos com menos sódio, sabemos que algumas perguntas e desafios continuam em aberto. E a quantidade de sal nos alimentos ultraprocessados? E quanto se utiliza para conservar alimentos em comunidades rurais? O que os governos podem fazer com constatações como essa? Devem regulamentar a indústria e taxar alimentos salgados?

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Mais: será que pessoas sem problemas de saúde conseguiriam prevenir a hipertensão e desfechos graves como o AVC ao utilizar soluções como esse sal com menos sódio?

Independentemente do tipo de sal, é preciso destacar que a moderação é a alma do negócio e uma palavra-chave para a saúde. E a escolha do que compramos e comemos em casa é a alma da nossa dieta.

Trocar o sal por outros temperos naturais é uma grande sacada para levar à sua cozinha. Reduzir a cota de industrializados é outra boa conduta. E o ideal é minimizar a exposição ao sal desde a infância! Essas são mudanças cruciais para termos adultos mais saudáveis e uma sociedade menos doente.


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