Em muitos lugares, as máscaras já não são mais obrigatórias. O comércio retomou suas atividades, a população está de volta às ruas e a vida parece, aos poucos, voltando a ser mais parecida com o que era antes.
Quando se instaurou, a pandemia do coronavírus trouxe mortes, sequelas e, sobretudo, medo. A insegurança e a ansiedade de não saber como seriam os próximos dias, o temor de ser contaminado, o receito de contaminar ou perder alguém próximo… Tudo isso passou a ser uma sensação diária.
E como esse combo emocional se reflete (ainda) em nossa saúde? Antes de mais nada, é importante compreendermos os mecanismos do que chamamos de medo. Como diria o filósofo francês Jean-Paul Sartre: “Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal, isso nada tem a ver com coragem”.
Existencialismo à parte, o fato é que o medo é uma reação natural, caracterizada por um estado de alerta ocasionado quando o indivíduo se sente ameaçado, física ou psicologicamente. Esse estado gera uma resposta fisiológica, provocando a liberação de substâncias como cortisol, adrenalina e noradrenalina.
Com isso, o indivíduo pode ficar ofegante, sentir palpitações, taquicardia, sudorese e até alterações gastrointestinais, como diarreia. Mas, infelizmente, não para por aí. Quando crônico, o medo leva a estresse, depressão, ansiedade e outros distúrbios psíquicos.
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Podemos sentir medo das mais várias coisas. Há pessoas que têm medo de altura. Outras, de insetos. Tem até gente com nomofobia, o medo de ficar sem celular, e nosofobia, o medo de ficar doente.
Porém, desde 2020, uma nova fobia emergiu: a coronofobia. O medo do vírus e da pandemia fez com que muitas pessoas transformassem radicalmente suas vidas, passando a higienizar compras e superfícies diversas vezes, se isolando a ponto de deixar de procurar ajuda médica mesmo quando necessário e desenvolvendo sintomas de ordem física e psicológica.
Mesmo hoje, com menos restrições, imunização e até medicamentos aprovados para o combate da Covid-19, muitas pessoas não se sentem prontas para “voltar ao mundo real”, preferindo manter-se isoladas, consumindo apenas notícias sobre o vírus (muitas vezes fake news) e vislumbrando um futuro sombrio.
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Veja, esse medo é legítimo. A pandemia foi um dos acontecimentos mais desafiadores e terríveis deste século. Mas precisamos seguir em frente. Contamos, atualmente, com armas que não tínhamos antes, como informação confiável sobre o vírus, vacinas e novos remédios.
Precisamos, agora, respirar fundo, identificar as sequelas que o medo causou em nossa sociedade e tratá-las. Diálogo e compaixão se fazem necessários neste momento. Lembre-se: sentir medo é normal, mas viver constantemente com medo, não.
O medo da pandemia e seus efeitos na saúde Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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