Começou a campanha anual de vacinação contra a gripe – agora já com a cepa atualizada, a H3N2 Darwin, que pegou o Brasil de surpresa no fim do ano passado. A vacina está recomendada para idosos, crianças, profissionais de saúde e outros grupos, mas a imunização será feita em etapas.
Quem está fora do público-alvo ou quer se adiantar pode recorrer ainda ao sistema privado. Há uma diferença nos imunizantes, no entanto. O Sistema Único de Saúde (SUS) aplica a versão trivalente, enquanto algumas farmácias e clínicas têm a opção da tetravalente.
Especialistas defendem que o mais importante é se proteger, independentemente de qual a vacina a escolhida. Entenda.
Quem pode tomar a vacina da gripe no SUS?
Entre 4 de abril e 2 de maio, o calendário dará prioridade aos idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde. De 3 de maio a 3 de junho, as doses serão liberadas para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias, grávidas, pessoas com comorbidades, como o diabetes, entre outros grupos prioritários.
Entram na lista ainda indígenas, indivíduos com deficiência permanente, policiais, bombeiros e militares, trabalhadores do sistema rodoviário, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade.
“Essa parcela atendida pelo sistema público alcança 77 milhões de pessoas, incluindo as que podem desenvolver formas graves de gripe e também os trabalhadores dos quais alguns serviços dependem para funcionar plenamente”, afirma Mônica Levi, médica e presidente da comissão de revisão de calendários vacinais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Algumas faixas etárias ficam de fora do plano federal, como adolescentes e adultos, mas parte deles acaba se vacinando de graça por meio de campanhas empresariais, ou no segundo semestre, com as doses excedentes do SUS.
Quais são as diferenças entre a vacina da gripe particular e a gratuita?
Todos os anos, os imunizantes contra o influenza têm a sua composição definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulga ao Brasil e outros países quais cepas circularam mais no inverno do hemisfério norte, que chega antes.
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“Sempre há cepas das linhagens H1N1, H3N2 e influenza B. Como o tipo B tem duas sublinhagens predominantes, Victoria e Yamagata, criou-se uma versão com as duas mutações na composição, a opção tetravalente”, explica Mônica.
O sistema público, no entanto, compra as doses do Instituto Butantan com os vírus influenza H1N1, H3N2 Darwin e B Victoria, que é o subtipo mais comum.
- Trivalente: Tipo A (H1N1 Victoria e H3N2 Darwin) e tipo B Victoria
- Tetravalente: Tipo A (H1N1 Victoria e H3N2 Darwin), tipo B (Victoria e Yamagata)
Qual devo escolher?
“Em termos de saúde pública, a trivalente tem uma eficácia muito boa porque contempla as variantes mais prevalentes”, avalia Gustavo Cabral, imunologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).
No âmbito individual, é possível obter proteção extra investindo na dose com quatro cepas. A opção é interessante principalmente para quem está no grupo de risco ou convive com pessoas que fazem parte dele.
Tomar a vacina tetravalente tem suas vantagens, mas a principal recomendação da SBIm é que todas as pessoas com mais de seis meses de vida recebam a dose contra o influenza, não importa com qual composição.
“Não consideramos a disponibilidade da vacina, mas a importância de ter uma alta taxa de imunização para evitar a transmissão da doença e proteger ainda mais as pessoas vulneráveis”, afirma a médica.
Ela só dá a dica de atenção ao preço, pois alguns locais vendem a trivalente com preço de tetra. Os valores variam entre R$80 e R$150.
Quem tomou a vacina da gripe no fim do ano precisa tomar de novo?
Sim. Primeiro, porque esta fórmula está atualizada com a cepa H3N2 Darwin, que protagonizou a epidemia fora de época. A campanha do final do ano foi realizada com a dose antiga, que continha a cepa H3N2 Hong Kong e oferecia proteção parcial contra a nova mutante.
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Como o intervalo de doses é de apenas um mês, já dá tempo de receber o imunizante reformulado. “Além disso, é importante que as pessoas tirem proveito das campanhas para garantir que a proteção fique em dia”, alerta Monica.
Três campanhas ao mesmo tempo
Além da vacina da gripe, as entidades de saúde incentivam a participação da população em outras duas campanhas: contra o sarampo, para crianças de seis meses a menores de 5 anos, e a da Covid-19. Até agora, menos da metade da população adulta tomou a terceira dose e já tem gente que deve tomar a quarta.
“Maiores de 12 anos podem tomar a vacina de Covid e da gripe ao mesmo tempo”, esclarece a médica. As crianças com mais de cinco anos que tomarem a injeção contra o coronavírus, no entanto, precisam fazer um intervalo de 15 dias para tomar outras doses.
Vacina da gripe 2022: qual a diferença entre a particular e a do SUS Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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