Velocidade prometida chega a 4 gigabits por segundo; tecnologia ainda é incipiente, mesmo nos EUA, e sua performance real será menor; entenda o motivo
Num vídeo gravado, editado (procedimento que tem sido adotado ao longo da pandemia) e transmitido pela internet agora há pouco, a Apple mostrou seus novos lançamentos – com destaque para a nova geração de iPhones.
Mas o evento começou com a caixa de som inteligente HomePod Mini: uma versão menor e mais barata da HomePod. A Apple destacou a qualidade de som da caixinha, que tem um sistema de equalização digital e usa a assistente Siri. Nos últimos anos, a Amazon Alexa e o Google Assistente foram avançando enquanto a Siri permanecia relativamente estagnada – algo que a Apple promete resolver agora (a empresa mostrou várias funções de “casa inteligente” acionáveis via comando de voz). A HomePod Mini vai custar US$ 99.
Em seguida, vieram os novos iPhones, cujo destaque é a internet 5G. Eles são compatíveis com o sinal 5G “milimeter wave” (mmWave), que usa frequências de transmissão altíssimas, acima de 20 gigahertz – e comprimento de onda extremamente curto, daí o nome. Esse é o tipo mais rápido de internet 5G: a operadora americana Verizon, que participou da apresentação da Apple, falou em 4 Gbps de velocidade de download (um engenheiro da Apple, logo em seguida, foi menos ousado: 1 Gbps).
Isso é a velocidade máxima teórica, claro. Na prática, ela provavelmente será menor. E há outra questão. Como são muito pequenas, as ondas mmWave têm dificuldade em atravessar paredes e outros obstáculos. Isso compromete seu alcance, exigindo que as operadoras instalem uma quantidade muito maior de antenas para cobrir as cidades – com custos altíssimos. Por isso, os novos iPhones também irão operar no 5G de banda baixa ou média, que usa frequências menores – e tem maior alcance, mas velocidade menor, entre 100 e 900 Mbps. O iOS será capaz de mudar para a conexão 4G para economizar bateria, e só acionar o 5G quando isso for realmente necessário.
E aí chegamos a um ponto interessante: em que situações 900 Mbps, ou mesmo 100 Mbps, são realmente necessários num smartphone? A maior promessa das redes 5G não está exatamente na velocidade, mas em outras coisas: a baixíssima latência, que pode eliminar a diferença entre armazenamento local e na nuvem, a possibilidade de substituir as conexões domésticas via cabo, e até abolir as franquias de dados móveis.
A microlatência vai se tornar realidade; o fim das conexões cabeadas também. Mas as operadoras dificilmente acabarão com os limites de tráfego: por motivos econômicos, não tecnológicos. Seja como for, os novos iPhones devem acelerar bastante a difusão da tecnologia 5G, ao menos nos países ricos. Eles terão quatro versões:
– iPhone 12 (US$ 799), com tela OLED de 6,1 polegadas.
– iPhone 12 mini (US$ 699), com tela de 5,4″.
– iPhone 12 Pro (US$ 999), com tela de 6,1″ e três câmeras traseiras.
– iPhone 12 Pro Max (US$ 1.099), com tela de 6,7″e três câmeras traseiras.
Todos vêm com o novo processador A14 Bionic, fabricado com a tecnologia de 5 nanômetros (veja qual a importância disso), conector magnético MagSafe, e um novo design – com bordas mais finas e laterais marcadas que lembram o iPhone 4 (até hoje considerado, por muita gente, o iPhone mais elegante de todos). Preços e datas de lançamento no Brasil, a confirmar. Mas com o dólar no patamar atual, não serão baixos – é bem possível que os modelos Pro e Pro Max ultrapassem R$ 10 mil.
Apple mostra novos iPhones com internet 5G Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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