A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma ação global para mostrar o cotidiano de pesquisadores por meio de uma ferramenta inusitada: o TikTok. A plataforma de vídeos curtos é a favorita dos adolescentes, e geralmente mostra danças, músicas e desafios virais – mas também pode ser usada para divulgar os bastidores da ciência.
A #EquipeHalo conta com cientistas de várias partes do mundo, desde profissionais da Universidade de São Paulo (USP) até professores de Harvard (EUA) e do Imperial College London (Inglaterra). Muitos desses pesquisadores trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. Você pode conhecer a equipe completa no site oficial.
A ideia é que eles informem e atualizem o público sobre seus estudos a partir de vídeos curtos e descontraídos. Gustavo Cabral de Miranda, pesquisador do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, é um dos membros brasileiros da equipe. “Estamos vivendo um momento histórico. É a possibilidade dos cientistas chegarem à sociedade”.
Visto que as redes sociais estão entre as principais fontes de desinformação sobre a pandemia de Covid-19, é importante garantir informações confiáveis por meio delas. O projeto busca quebrar com a concepção de que os pesquisadores vivem em um mundo à parte, mostrando o dia a dia dentro dos laboratórios.
“As fake news têm prosperado nos últimos anos graças às redes sociais. É de extrema importância que a gente tente fazer o mesmo do lado oposto, levando informações cuidadosas, simples, mas que sejam cruciais para as pessoas”, explica Miranda. O cientista reforça a importância de ouvir o público especializado: “Isso não é opinião, é informação”, completa.
A #EquipeHalo começou seus trabalhos há cerca de uma semana, mas já está colhendo os frutos. Um dos vídeos de Miranda mostra o trabalho com a vacina dentro do laboratório e já conta com mais de 80 mil visualizações. Veja abaixo:
@gustavocienciacabralVAI TER VACINA SIM SINHÔ ##teamhalo##projetohalo♬ Airplane Mode – Limbo
O imunologista diz que nunca imaginou dar aulas sobre o tema para pessoas que estão fora da área de ciências biológicas. No entanto, devido ao novo coronavírus, ele já foi convidado a ensinar sobre o assunto para jornalistas. O cientista explica que o público também está buscando entender mais sobre ciência. “Essa pandemia veio para chacoalhar a humanidade, para mostrar que a falta de uma vacina causa um prejuízo humano e financeiro incalculável”, diz ele.
A escolha pelo Tiktok, além da praticidade, tem relação com o público alvo do aplicativo. Os usuários são, em sua maioria, jovens. Eles podem se atualizar sobre as vacinas por meio da plataforma e levar o conhecimento para outros membros da família.
Miranda lidera a pesquisa de desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, assim como vacinas para chikungunya e zika vírus, no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Além dele, Natália Pasternak e Rômulo Neris completam o time de brasileiros na equipe. Pasternak é pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV), e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência. Já Neris é pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele estuda a forma como o sistema imune reage ao novo coronavírus. Mais nomes devem se juntar ao time nas próximas semanas.
Cientistas ao redor do mundo mostram bastidores de pesquisas no TikTok Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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