quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Réveillon em tempos de pandemia e quarentena

A ideia de engajar as pessoas em um momento de reflexão sobre o ciclo que se encerra e para o novo momento que se inicia tem sua força na palavra réveillon. Ela vem do verbo francês réveiller e significa “acordar” ou “reanimar”. Assim, o réveillon metaforicamente nos convida ao despertar do novo ano.

Essa passagem, vista como uma chance de recomeçar, é geralmente festejada e brindada na virada do ano, um período de alegria e união. É tempo de promessas, diversão, celebração, expectativas e rituais, simbolizados na canção: “Adeus ano velho, feliz ano novo…”. Entre espetáculos de fogos de artifício por Londres, Sidney, Nova York e Rio de Janeiro, reencontramos superstições e renovamos nossas esperanças.

Mas a virada de 2020 para 2021 virá num misto de insegurança e fé, nos obrigando a repensar promessas a serem feitas, mantidas ou restabelecidas.

Até poucos meses atrás, a celebração de fim de ano parecia despontar com otimismo para as festas em família e amigos, ainda que com todos os cuidados exigidos pela pandemia. Porém, com o aumento nas taxas de infecção pela Covid-19 e as discussões no âmbito público e privado, tivemos de reajustar e cancelar alguns planos para o Ano-Novo.

Diante dos sinais de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), teremos à frente a decisão de não ter ou restringir reuniões e celebrações familiares nestes tempos. E, em tais circunstâncias, torna-se inevitável aumentar o nível de tolerância para aguentar a pressão e as cobranças que a pandemia tem provocado. É natural surgir uma mistura de insegurança, reatividade e necessidade de autoproteção.

É comum perceber que muitas pessoas se fragilizam e adoecem nas proximidades das datas comemorativas de fim de ano. Da mesma forma, vemos muitos pacientes buscarem tratamento psicoterápico exatamente por não suportarem a pressão, interna e externa, que aponta forçosamente para a conquista da felicidade, do sucesso e das realizações.

A virada do ano ainda será particularmente difícil para aqueles que estão lidando com conflitos familiares, perda, rompimento, divórcio, solidão e problemas de saúde física e mental.

Para um bom número de pessoas, o final de ano será marcado pela frustração em diversas metas estabelecidas. Geralmente, é nesse momento que fazemos uma revisão de como foram os doze meses anteriores e, quando ficam marcados os insucessos e as dificuldades (na vida pessoal, profissional ou relacional), vêm a sensação de fardo pesado, o impacto no humor e, em alguns casos, a depressão.

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O isolamento social, necessário com a pandemia, também está associado à depressão, especialmente no fim de ano. Pessoas que estão sozinhas ou têm sentimentos de desconexão muitas vezes evitam interações sociais nessa época, agravando as dificuldades já existentes. No contexto atual, sintomas não muito diferentes daqueles observados no estresse pós-traumático podem incidir à medida que a população se isola para evitar o contágio. Medo do vírus, frustração, tédio, perda financeira, estigma e desinformação são os fatores mais citados como causadores do estresse.

Manter os vínculos sociais, apesar da distância física, é fundamental. Ao usar a tecnologia para ficarmos conectados, devemos priorizar a manutenção de conexões mais profundas e significativas com os outros.

Para muitas pessoas, a época de fim de ano será uma lembrança dolorosa do que um dia já foi. Isso é especialmente verdade para quem teve uma perda significativa e sente um vazio. E, se apesar dos esforços, você se sentir deprimido, ansioso, irritado ou com sintomas como dificuldade para dormir e aperto no peito, é preciso procurar ajuda especializada.

Diante de cenários controversos, é possível pensar em algumas ações humanitárias que reflitam sentimentos de otimismo em um ano marcado pelo impacto de um vírus. Isso tudo nos faz refletir sobre as lições que virão após a Covid-19 e a perspectiva de um salto quântico para uma nova realidade global.

Por isso, com sensibilidade e resiliência, podemos manter um propósito que seguirá para o próximo ano e nos auxiliará a preservar a saúde psicológica. Devemos pensar na própria vida e ter clareza do caminho que percorremos, onde estamos e para onde vamos.

Esse planejamento é a chave para reconstruir a ideia do novo normal e seguir com esperança nos novos tempos. A vida é um bem extremamente precioso, que precisa ser cuidadosamente planejada em busca de sonhos, objetivos, desejos e novas perspectivas. Essa é a maneira de construir alavancas de sustentação emocional para o momento presente.

E os efeitos psíquicos negativos, principalmente aqueles associados à pandemia, devem ser trabalhados e elaborados na medida em que a pessoa “desperta e se reanima” simbolicamente para o fechamento do ano e o início de um novo ciclo.

* Nádia Terezinha Zimmermann Wulf é psicóloga, especialista em psicologia clínica e educação, e atua em Joinville (SC)

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Entenda a polêmica do novo dinossauro brasileiro – descoberto por gringos

No dia 13 de dezembro, o Ubirajara jubatus se tornou o mais novo integrante da lista de dinossauros brasileiros. Seu fóssil foi encontrado na Bacia do Araripe, no interior do Ceará. Ele foi descrito como uma nova espécie este ano, em um artigo publicado no periódico Cretaceous Research.

Uma baita espécie, diga-se de passagem. O dinossauro era do tamanho de uma galinha, com uma longa cauda peluda e estruturas rígidas nos ombros, que são observadas pela primeira vez em dinossauros. Segundo os pesquisadores, essa extravagância era usada para atrair parceiros sexuais ou intimidar inimigos. Eles sugerem que animais como pavões, por exemplo, possam ter herdado essa característica.

<span class="hidden">–</span>Artwork © Bob Nicholls / Paleocreations.com 2020/Reprodução

A espécie viveu no atual território do Ceará há 110 milhões de anos. O Ubirajara é o primeiro dinossauro não aviário descrito na região, além de ser o primeiro não aviário de Gondwana (um antigo supercontinente que abarca território brasileiro atual) encontrado com a pele preservada.

Acontece que não há um único brasileiro no grupo que fez a descoberta. O estudo foi liderado por pesquisadores da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra. Já o fóssil encontra-se no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, na Alemanha, desde 1995.

A descoberta chamou a atenção da comunidade científica brasileira – afinal, é como se um vizinho tivesse encontrado um baú de tesouros enterrado no seu quintal. Um decreto assinado por Getúlio Vargas em 1942 afirma que fósseis encontrados em território nacional pertencem ao Brasil, e qualquer movimentação para o exterior deve ser autorizada pelo governo.

Além disso, uma outra portaria, sancionada em 1990, regulamenta a coleta de material científico brasileiro para estudo no exterior. Ela afirma que ao menos uma instituição brasileira deve participar do estudo, o que não ocorreu no caso do Ubirajara. Assim que a pesquisa for concluída, o material emprestado também deve retornar ao Brasil.

Pesquisadores e internautas se manifestaram no Twitter com a hashtag #UbirajaraBelongsToBR (Ubirajara pertence ao Brasil), questionando a legalidade da exportação e estudo do fóssil no exterior. 

O artigo publicado cita uma autorização para a exportação concedida em 1995, por um agente do Departamento Nacional de Produção Mineral na época. O agente em questão já foi condenado por assinar laudos fraudulentos de pedras preciosas.

A autorização foi divulgada pelo paleontólogo Eberhard Frey, coautor do estudo, a pedido da revista Galileu. O documento consiste em apenas um parágrafo, que autoriza o cientista alemão a “transportar duas caixas contendo amostras calcárias com fósseis”, mas sem mencionar o tamanho ou o que haveria dentro delas. Segundo a portaria de 1990, a autorização também deveria ser concedida pelo Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq).

Para completar, dois pesquisadores que participam descoberta já trabalharam com outros fósseis brasileiros cuja origem e legalidade são questionadas. Em entrevistas à imprensa, David Martill, da Universidade de Portsmouth, ainda ironizou o Brasil: “Eu ficaria muito feliz de ver todos os fósseis brasileiros ao redor do mundo devolvidos ao país. Felizmente, isso não aconteceu dois anos atrás, pois agora todos eles estariam reduzidos a cinzas após o trágico fogo que destruiu Museu Nacional do Rio”.   

A Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP) entrou em contato com o periódico Cretaceous Research alegando a exportação ilegal do fóssil. O periódico decidiu retirar o artigo do ar até que o caso seja resolvido. A SBP também entrou em contato com o Ministério da Ciência e Tecnologia e CNPq para verificar a existência de documentos que comprovem a saída do fóssil.

Sem a co-participação de uma instituição brasileira no estudo, a retirada do Ubirajara não se enquadra nas normas exigidas pela legislação do Brasil. A SBP está negociando o processo de repatriação do fóssil com o museu alemão. Em uma declaração divulgada no dia 28, o presidente da Sociedade, Renato Pirani Ghilardi, afirma que a instituição se mostrou aberta e solícita a repatriar o fóssil por meios legais. O museu deve se reunir com as autoridades governamentais em janeiro de 2021 para tratar da devolução.

O avanço no processo de repatriação foi comemorado pela SBP. Ghilardi reforça que tudo só foi possível graças à pressão feita por meio das redes sociais e emails enviados ao museu. Agora, é continuar a luta contra o tráfico ilegal de fósseis – para que o patrimônio brasileiro seja estudado por pesquisadores brasileiros.

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Polipílula: uma saída barata e eficaz para as doenças do coração

Felizmente, estamos aumentando e muito e nossa expectativa de vida ao longo dos séculos. O ponto que muitos se esquecem de mencionar é que boa parte dos anos vividos a mais nos dias de hoje são acompanhados de doenças crônicas. Boa parte delas é silenciosa, mas também potencialmente fatal. Me refiro a diabetes, colesterol alto e hipertensão.

Essa característica de não dar sintomas por anos a fio é um convite para as pessoas acharem que está tudo bem e simplesmente ignorarem ou abandonarem os remédios de uso regular. A questão é que, em muitos casos, as doenças crônicas só são domadas com o apoio das medicações.

A falta de adesão e do uso adequado desses fármacos é um enorme problema de saúde pública — não só no Brasil, mas no mundo todo. Mortes e mais mortes ocorrem devido ao abandono do tratamento. E sabemos que a principal causa de óbitos no planeta são as doenças cardiovasculares.

Mas uma nova luz surgiu na última edição do congresso da Associação Americana do Coração. Um grupo internacional de pesquisadores publicou ali dados do estudo TIPS-3, focado na avaliação de uma polipílula, uma única pílula contendo quatro medicamentos: três para a pressão alta (atenolol, ramipril e hidroclorotiazida) e outro para o colesterol (sinvastatina).

Os cientistas recrutaram voluntários que nunca tinham tido doenças cardiovasculares prévias e os dividiram em grupos. Metade tomou a polipílula. Houve um grupo que, além dela, recebeu aspirina, remédio que impede a formação de coágulos capazes de entupir as artérias.

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Não havia compostos contra o diabetes na polipílula. Caso o paciente tivesse necessidade, poderia usar isoladamente um medicamento para controlar a glicose, separado dos demais.

Foram mais de 5 700 pessoas acompanhadas nesse estudo por cerca de cinco anos. Cerca de 40% tinham diabetes tipo 2 e 88%, hipertensão. No grupo que recebeu a polipílula, houve uma redução de 21% no índice de doenças cardiovasculares. Entre aqueles que, além da polipílula, tomaram a aspirina, a redução foi de 31%.

Vale destacar que os medicamentos usados nessa formulação nem de longe são de última geração. E o engraçado (para não dizer trágico) é que, ao fim dos cinco anos, 33% dos pacientes que utilizaram a polipílula haviam parado de tomar a medicação. Em outras palavras: mesmo facilitando ao máximo o uso do remédio com uma pílula 4 em 1, praticamente um terço dos cidadãos demonstrou baixa adesão à novidade.

Chegamos a algumas conclusões com essa história. Primeiro: quem tem uma doença crônica deve seguir também um tratamento crônico. Quanto mais engajados e sérios formos no uso dos medicamentos, mais ganhos teremos à nossa saúde. É claro que não gostamos de tomar remédios todo dia, mas eles podem ser uma necessidade.

Sob a ótica da saúde pública, a polipílula poderá representar uma solução mais barata e efetiva para o controle das doenças crônicas. Mas, de novo, ainda que a ciência avance para facilitar nossa vida, precisamos fazer nossa parte.

(Em tempo: não importa o motivo, se é pelo preço ou por efeitos colaterais, qualquer mudança em qualquer regime de tratamento deve ser discutida com o médico antes).

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Tireoide em equilíbrio

Ela está no centro de tudo. Ajuda a regular o peso, o humor, o trânsito intestinal e até os batimentos do coração. Localizada no pescoço, a tireoide produz hormônios que administram diversas engrenagens do organismo. Se trabalha lenta ou acelerada demais, podemos padecer literalmente das unhas dos pés aos fios da cabeça.

A diversidade e a inespecificidade dos sintomas não raro dificultam o diagnóstico, e mesmo acertar e seguir o tratamento não é algo tão simples. Até 40% dos brasileiros com hipotireoidismo, o distúrbio na glândula mais prevalente, não estão com um controle adequado, segundo dados apresentados no último Encontro Brasileiro de Tireoide.

Embora seu formato lembre uma borboleta, a estrutura deve seu nome à palavra grega thyreos, que quer dizer “escudo”. As metáforas e comparações não param aí. “No corpo, cada órgão funciona como um músico, mas em uma orquestra eles precisam tocar em conjunto. Quem faz os arranjos e dita o ritmo é o maestro. E é isso o que a tireoide faz”, resume o endocrinologista José Augusto Sgarbi, presidente do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

A regência é realizada por meio dos seus hormônios, que regulam a forma como o organismo usa e armazena energia: a tri-iodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Mas a tireoide também recebe comandos de outra glândula, a hipófise, que fica no cérebro e libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).

É com essa ordem que começa a sintetizar o T3 e o T4 dentro do pescoço. Uma vez na circulação, “os hormônios da tireoide entram nas células e fazem com que elas funcionem bem”, explica o endocrinologista Alexei Volaco, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Essas siglas não merecem ser conhecidas à toa. Em geral, se os níveis de TSH não batem com o que é esperado para os hormônios tireoidianos, se suspeita de algo errado — são exames de sangue que apuram isso. TSH alto com T3 e T4 baixos é sinal de hipotireoidismo, desequilíbrio que, pelas estimativas, afeta um em cada dez brasileiros. No hipertireoidismo, presente em 2% da população, acontece o contrário: há tanto T3 e T4 no sangue que o TSH, que instiga a tireoide a trabalhar, é menos necessário e acaba diminuindo.

As projeções sobre o número de pessoas acometidas por esses problemas não são superprecisas, pois os critérios utilizados nos estudos e as características do grupo examinado podem variar — pessoas com uma dieta deficiente em iodo, por exemplo, correm maior risco, tanto é que o mineral é adicionado ao sal de cozinha.

De todo modo, nas duas situações, o maestro não está na melhor forma e a orquestra pode tocar fora de ritmo. No dia a dia, devido aos sintomas pouco específicos, o hipotireoidismo em particular acaba sendo confundido com outras doenças e menos detectado.

Um exame de sangue tira a dúvida, mas, antes dos 40 anos, idade a partir da qual a encrenca se torna mais comum, é difícil fazer um check-up da tireoide. A solução passa por uma boa investigação médica, em que o paciente deve informar, entre outras coisas, se tem histórico familiar de disfunções e procedimentos na glândula.

O que destrambelha a tireoide

As principais situações que afetam a glândula (e o resto do corpo):

Hipotireoidismo

A glândula produz menos hormônio do que deveria. Como a tireoide regula o metabolismo, quando isso ocorre o organismo tende a ficar mais devagar. O tratamento é a reposição hormonal pelo resto da vida.

Hipertireoidismo

É o oposto: a tireoide libera hormônios demais, acelerando o metabolismo. A detecção é um pouco mais fácil, uma vez que os sintomas são mais específicos (caso da perda de peso). Remédios e outras terapias equilibram as coisas por aqui.

Nódulos

Costumam aparecer com o envelhecimento e, em geral, são benignos e pequenos, sem gerar risco nem exigir remoção. Pode ser necessário fazer acompanhamento caso aumentem de tamanho ou passem por transformações.

Câncer

Quando o nódulo é maligno, o caminho normalmente é extrair a tireoide. A maioria dos tumores ali é pouco agressiva e tem alta taxa de cura. Após a retirada da glândula, é preciso fazer reposição hormonal pela vida inteira também.

À caça do hipotireoidismo

Um dos sinais mais visíveis do hipotireoidismo é o ganho de peso, resultado de um metabolismo mais lento e da retenção de líquidos. Esse aumento, porém, não costuma ser tão acentuado. “É preciso deixar claro que o hipotireoidismo não é causa de obesidade”, ressalta Sgarbi. “Mas ele pode, sim, piorar a situação e dificultar a perda de peso”, complementa.

Quando há um décifit na produção de T3 e T4, ainda que o indivíduo coma menos, o corpo gasta menos energia. E os efeitos desse ritmo mais devagar são sentidos por vezes nos outros instrumentos da orquestra. A alteração nos hormônios é capaz de causar constipação, baixar a pressão e reduzir os batimentos cardíacos e a função renal. “Pacientes com a doença não controlada também relatam cansaço, desânimo, indisposição e sonolência excessiva”, conta o médico da Sbem.

Uma das principais causas do hipotireoidismo é a chamada tireoidite de Hashimoto, distúrbio autoimune que induz a produção de anticorpos contra as células da glândula. No geral, a carência dos hormônios é até dez vezes mais frequente nas mulheres.

A ciência ainda não conseguiu determinar 100% o motivo, mas se acredita que outras mudanças hormonais relacionadas ao ciclo reprodutivo estejam envolvidas. Os desarranjos podem aparecer com a gestação ou principalmente com a menopausa — e, aí, sintomas parecidos podem embolar as coisas e retardar o diagnóstico. Por falar nelas, cabe acrescentar que problemas tireoidianos também atrapalham a fertilidade.

Embora as pessoas tenham pavor de radiação por relacioná-la a danos na tireoide, o fato é que ela não é um dos elementos mais decisivos na maioria das situações. “Quando falamos de radiação como fator de risco, isso se refere geralmente a casos em que houve uma grande exposição, sobretudo na infância”, elucida a radiologista Ana Christina Melichar, coordenadora de ultrassonografia do Laboratório Richet, no Rio de Janeiro.

Pelas pesquisas, fatores como idade, gênero e genética têm uma influência bem maior. O DNA, aliás, mexe tanto com o risco de desenvolver uma disfunção ou tumor ao longo da vida quanto com o aparecimento de uma doença específica de bebês, o hipotireoidismo congênito, detectado já no nascimento. Ele afeta uma em cada 3 mil crianças e é uma das condições identificadas (e tratadas) graças ao teste do pezinho, feito na maternidade.

Em busca do ritmo perdido

Uma vez diagnosticado, o hipotireoidismo tem tratamento relativamente simples e inclusive disponível na rede básica de saúde: basta repor os hormônios, em especial o T4, também conhecido pelo nome genérico de levotiroxina. Por que ele é o preferido? “O T4 é mais seguro e mais estável, e vai sendo convertido em T3 pelo corpo conforme a necessidade”, esclarece Sgarbi.

É uma forma de resguardar o organismo, fazendo com que a versão ativa em si (o T3) só entre na equação quando for realmente preciso. Mas o “relativamente simples” pode ser mais complicado na prática.

O índice de adesão ao tratamento e controle do quadro, como mostram novos levantamentos, está longe do ideal. Para começo de conversa, a recomendação é fazer o acompanhamento com um endocrinologista. Já o acesso à levotiroxina em si é fácil e o desafio não é tanto iniciar o tratamento, mas garantir sua manutenção anos a fio.

Além de ser algo para a vida toda, a dosagem varia não só de pessoa para pessoa mas ao longo do tempo. O monitoramento com exames deve ocorrer periodicamente e os níveis hormonais precisam ser ajustados no mínimo a cada seis meses com o médico. Tais cuidados evitam que o concerto todo desafine e afastam incômodos típicos do hipotireoidismo, como a fadiga e a retenção de líquido.

Convém aproveitar o momento para soar um alerta dos próprios profissionais de saúde: tem gente que, mesmo sem problemas na tireoide, vai atrás de comprimidos de T3 para emagrecer ou até ficar “mais ligado”. O fenômeno é corriqueiro nas redes sociais e em outros sites. Além dos riscos para o corpo de um uso fora de contexto, a procedência do produto é questionável: esses remédios costumam ser manipulados e nem sempre passam por controle de qualidade.

“Quem toma até pode se sentir mais ativo e ter a impressão de um bem-estar momentâneo, mas, no futuro, isso vai cobrar uma fatura”, avisa o endocrinologista da Sbem. A conta inclui problemas cardíacos graves, que podem levar à morte.

Para tratar direito

Como não tropeçar no tratamento do hipotireoidismo:

Uso em jejum

A reposição do hormônio deve ser feita de estômago vazio para que o remédio seja mais bem aproveitado pelo organismo.

Melhor horário

Médicos recomendam tomar pela manhã logo ao acordar, no mínimo 30 minutos antes de se alimentar.

Ingestão isolada

Se tomados em conjunto, alguns fármacos, como amiodarona e lítio, podem interferir no funcionamento da glândula.

Prefira o pronto

Especialistas não orientam o uso de hormônios manipulados. Equívocos na dosagem comprometem o tratamento.

Exames de rotina

A avaliação médica e os exames de sangue de tempos em tempos conferem se a terapia está surtindo efeito.

No rastro do hipertireoidismo

Embora seja menos frequente que o distúrbio por trás da queda nos hormônios, o hipertireoidismo também demanda atenção e cuidado. Como o nome sugere, suas características são opostas às do hipotireoidismo: a glândula fica ativa demais e, como consequência da explosão hormonal, o metabolismo pisa no acelerador.

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“Quando isso acontece, a pessoa fica ligada no 220. Pode ter palpitações, irritabilidade, insônia, tremor e sentir muito calor”, descreve Volaco. Com o motor a todo vapor e a temperatura interna lá no alto, vem a transpiração excessiva. Tudo isso ainda leva a um dos sintomas mais evidentes do hipertireoidismo, a perda de peso.

Para quem convive com a condição, o apetite até aumenta, e com frequência se come mais do que antes, mas a alimentação não parece suficiente para compensar a velocidade com que o metabolismo começou a operar. Até o peito sente. “O gasto energético é maior. O coração começa a trabalhar muito e vai sofrendo um desgaste que, com os anos, pode resultar em uma insuficiência cardíaca”, diz Sgarbi, que também é professor da Faculdade de Medicina de Marília, no interior paulista.

Aliás, em meio às tantas consequências do hipo e do hipertireoidismo, os problemas relacionados ao coração são um dos grandes pontos em comum: por razões distintas, tanto um quanto o outro podem levar a um descompasso no músculo cardíaco. Com a enxurrada de hormônios, porém, os perigos tendem a ser mais imediatos e graves, com o surgimento de arritmias potencialmente fatais.

Menos mal que, no comparativo com o seu contrário, o hipertireoidismo costuma ser mais fácil de diagnosticar. “Os sintomas geralmente são aparentes. Não é como no hipotireoidismo, que acaba sendo uma doença mais mascarada”, afirma o endocrinologista.

Além disso, em torno de sete a cada dez casos são decorrentes da doença de Graves, uma enfermidade autoimune que faz a tireoide trabalhar mais e normalmente aparece em outros membros da mesma família — ou seja, se algum parente foi diagnosticado, vale ficar de olho.

O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade do quadro, mas existem três caminhos principais: medicamentos para frear a tireoide acelerada, iodoterapia (uso de iodo radioativo, que é absorvido pela tireoide e a destrói) ou remoção da glândula por meio de cirurgia.

Como a ideia é inibir o funcionamento exagerado da tireoide, com frequência o resultado será o oposto do problema inicial: o hipotireoidismo. “Mas é muito melhor ter hipotireoidismo do que continuar com hipertireoidismo não tratado”, argumenta Sgarbi, lembrando que tanto o tratamento quanto as consequências, nesse cenário, são mais simples de lidar.

Nos quatro cantos do corpo

Se a tireoide produz hormônios de mais ou de menos, vários órgãos sentem o baque:

Pele e cabelo

Enquanto o hipotireoidismo causa queda de cabelo, pele ressecada e unhas quebradiças, o hiper causa o efeito oposto, aumentando a transpiração e deixando a pele mais oleosa.

Coração

Os opostos também acontecem aqui: o hipo baixa a frequência cardíaca, reduz a resistência ao esforço e eleva o risco de infarto. No hiper, os batimentos aceleram e pode haver arritmia e palpitação.

Intestino

Um dos indícios da queda nos hormônios em decorrência do hipotireoidismo é a constipação. O intestino costuma ficar mais preso, diminuindo a frequência de evacuação.

Gordura 

Por causa da desaceleração do metabolismo e da retenção líquida, o hipotireoidismo leva a ganho de peso. No hiper, é usual perder peso mesmo comendo bastante, já que o organismo fica acelerado.

Olhos

O hipertireoidismo é mais associado a encrencas ali, como na doença de Graves: os globos oculares se dilatam e se deslocam para a frente, causando dores, vista dupla e redução na visão.

Cérebro

Nem os neurônios escapam da influência da tireoide. No hipo, a concentração pode ficar comprometida. Enquanto
isso, no hiper, a pessoa tende a ficar mais agitada, irritada e com insônia.

Tem algo estranho aqui

Outra preocupação envolvendo essa estrutura alojada no pescoço são os nódulos, massas que aparecem na região e, em alguns casos, podem ser apalpadas. O médico vai examinar a área e, se necessário, pedir um ultrassom. A maioria não representa nenhum susto. “Só 5 a 10% dos nódulos são malignos. E mesmo o câncer de tireoide tem uma taxa de cura muito alta”, tranquiliza Ana Christina.

Para saber se essa formação significa algo mais sério, os médicos pedem uma biópsia: é realizada uma punção com agulha fina na tireoide para analisar o material extraído de lá.

Se o nódulo for benigno, muitas vezes nenhuma intervenção será necessária. É só acompanhar. Mas, mesmo sem risco de virar um câncer, a massa pode ser volumosa e causar desconforto para engolir ou respirar. E aí vale a pena removê-la ou restringi-la.

Uma técnica pouco invasiva disponível hoje é a ablação térmica percutânea, em que uma agulha é introduzida com anestesia local e queima os nódulos. O procedimento nem sequer deixa cicatriz e é alternativa para alguns casos de câncer, quando um paciente de alto risco não pode fazer a operação de remoção da tireoide, a mais recomendada.

Por terem uma evolução lenta e serem detectáveis precocemente, os tipos mais comuns de câncer de tireoide apresentam taxas de sobrevivência superiores a 95%. “O diagnóstico tem aumentado nas últimas décadas, mas isso não significa que a mortalidade está mais alta”, diz a radiologista.

“Ao ouvir falar em câncer, pensamos que se trata de uma doença agressiva, só que, neste caso, não é assim”, afirma Ana Christina. A glândula costuma ser retirada e a reposição hormonal é convocada para a rotina. Mais um exemplo de que, com ou sem tireoide, o acompanhamento médico coloca o corpo em equilíbrio de novo.

Quem deve ficar mais atento

Embora problemas na tireoide não dependam de sexo nem idade, alguns grupos são mais suscetíveis:

Mulheres

São dez vezes mais reféns de disfunções na glândula — o que pode prejudicar o sonho de ser mãe. As alterações costumam pintar na gestação e aumentam em incidência com a menopausa.

Idosos

Pessoas a partir de 65 anos devem ficar atentas, mas nem todos os casos de hipotireoidismo necessitam de tratamento, uma vez que o organismo tende a ficar mais lento com o envelhecimento.

Bebês

O teste do pezinho, feito em recém-nascidos, detecta o hipotireoidismo congênito. Se confirmada, a disfunção deve ser tratada o mais rápido possível para evitar sequelas e impactos no desenvolvimento.

Casos na família

Quem tem histórico familiar de problemas na tireoide e outras doenças autoimunes (psoríase, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 etc.) precisa acompanhar mais de perto a situação da glândula.

Expostos à radiação

Ela eleva o risco de câncer e distúrbios na tireoide caso o indivíduo sofra muita exposição durante a infância. Os raios ionizantes utilizados em diagnósticos de imagem não são nocivos.

Profissões de risco

A preocupação rondaria pessoas que trabalham expostas cronicamente à radiação. Mas, com os devidos cuidados, médicos apontam que isso representa menos perigo que outros fatores.

Alerta: se não tem problema, para que tomar?

O uso indevido de hormônios da tireoide, visando à perda de peso ou a um suposto ganho de energia, pode desregular o funcionamento do corpo todo. Uma das maiores preocupações dos especialistas é a utilização de cápsulas de T3 para se livrar dos quilos extras.

O excesso do hormônio acelera o metabolismo a ponto de beirar os efeitos de um hipertireoidismo. Como todo medicamento usado sem orientação, há sérios riscos envolvidos: picos de pressão alta, arritmia cardíaca e até morte.

“Nossa mensagem é: não utilize hormônio tireoidiano para tentar emagrecer ou melhorar o bem-estar e o cansaço sem passar por um médico antes”, reforça o endocrinologista José Augusto Sgarbi.

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Povoamento do Caribe se deu em duas ondas migratórias, indica análise de DNA

As ilhas do Caribe não foram colonizadas uma, mas duas vezes. É o que aponta a maior análise de genoma antigo já realizada na região. A pesquisa publicada na revista Nature sequenciou o genoma de 174 indivíduos que viveram no Caribe entre 3,2 mil e 400 anos atrás – e revelou novas informações sobre o povoamento da região.

As amostras foram coletadas em sítios arqueológicos nas Bahamas, Haiti, República Dominicana, Porto Rico, Curaçao e Venezuela. Pesquisadores da Universidade de Harvard extraíram amostras de DNA das ossadas que estavam preservadas para sequenciá-las. 

Antes de chegar às conclusões, vale lembrar no que consiste esse sequenciamento. O nosso DNA é formado pelas bases nitrogenadas adenina, timina, citosina e guanina, abreviadas pelas letras A, T, C e G. Elas estão repetidas 3 bilhões de vezes no genoma de cada indivíduo, formando uma configuração única que determina as diferenças entre as pessoas. Pessoas que pertencem ao mesmo grupo étnico possuem porções do genoma mais semelhantes, sendo possível determinar o grau de parentesco entre os indivíduos.

O novo estudo mapeou o genoma dessas 174 ossadas e comparou o resultado com genomas de outros 89 indígenas que habitaram as ilhas antes da chegada de Cristóvão Colombo. Esses já haviam sido sequenciados anteriormente.

A principal conclusão do estudo é que a migração para o Caribe ocorreu em duas etapas. Os primeiros habitantes da região chegaram há cerca de 6 mil anos. Vestígios arqueológicos mostram que eles utilizavam instrumentos de pedra e ainda não dominavam a cerâmica. 

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Acontece que as características genéticas desse primeiro povo não foram observadas no genoma dos povos que habitavam o Caribe quando os marinheiros espanhóis chegaram, em 1492. O estudo indica que 98% do povo “original” foi substituído por uma outra linhagem, que chegou na região há 2,5 mil anos.

Os povos desta segunda migração saíram da América do Sul e foram navegando de ilha em ilha pelo Caribe. Eles já dominavam a cerâmica e eram próximos geneticamente dos falantes de línguas Aruaque – como a etnia palicure, que habita o norte do Amapá, e os piapocos, presentes na Venezuela e Colômbia. As análises indicam a proximidade genética entre os caribenhos da segunda onda e esses grupos indígenas. 

Os povos de língua aruaque utilizavam rios para transportes de longas distâncias, o que logo pode ter evoluído para o transporte marítimo entre as ilhas. Foi observada uma diminuição drástica da população arcaica após a chegada da população cerâmica – o que indica uma colonização violenta ou a introdução de uma nova doença. Um outro estudo publicado na Science em julho deste ano também corrobora a teoria de duas migrações.

A única exceção observada é a ilha de Cuba. Lá, os indígenas presentes antes da chegada de Colombo descendiam majoritariamente da primeira linhagem de caribenhos. A maior parte dos indígenas do Caribe, seja da primeira ou da segunda onda migratória, foram dizimados após a colonização espanhola. 

No entanto, ainda é possível encontrar parte de seu DNA nas populações atuais, o que significa que alguns deles deixaram descendentes. O grupo de pesquisadores calcula que 14% do genoma dos habitantes de Porto Rico descende dos povos da segunda onda migratória. Nos atuais cubanos, esse valor cai para 4%. 

Outra novidade do estudo é apontar que provavelmente existiam menos indivíduos no Caribe do que o indicado nos registros europeus. Os relatos da época de Colombo apontavam 3,5 milhões de indígenas na ilha onde hoje ficam o Haiti e a República Dominicana. No entanto, os modelos matemáticos baseados no novo sequenciamento estimam a presença de alguns milhares de habitantes.

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Povoamento do Caribe se deu em duas ondas migratórias, indica análise de DNA Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed

30 Dicas Para Aumentar as Vendas Online em Tempos de Crise

como aumentar s vendas da sua empresa

Se você quer saber como aumentar as vendas, não se sinta único.

Não faltam marcas e empresas nesse universo correndo atrás de uma receita de sucesso.

Só que, talvez, ela não exista. Ao menos não como mágica, mas sim como trabalho, estratégia e dedicação.

Vendas, muitas vezes, estão mais próximas de ser uma ciência do que uma arte.

Já falei muito sobre psicologia de consumo antes, tanto no meu blog, quanto em outros lugares.

Isso porque eu amo a ideia de o cérebro ter um papel tão importante em vender (e comprar).

Por exemplo, a cor do seu botão de CTA ou as imagens que você usa em suas landing pages podem impactar as taxas de conversão.

O cérebro é essencialmente feito para processar certas informações de formas específicas, e ele vai reagir de acordo com determinados estímulos.

Se conseguir otimizar seu site para incluir esses estímulos, pode alavancar suas vendas.

Mas nem sempre é tão simples quanto usar determinadas cores.

A psicologia, assim como as pessoas, pode ser complicada.

Ao mesmo tempo em que nunca temos 100% de garantia de que certas técnicas para aumentar vendas psicológicas vão funcionar, existem algumas técnicas para vendas baseadas no funcionamento do cérebro que você pode usar.

Neste artigo, falo mais sobre elas e trago dicas valiosas para você aprender como aumentar as vendas de verdade.

As 3 Principais Estratégias de Alavancar as Vendas

estratégias para alavancar vendas na empresa

O que vou dizer agora não é nenhuma novidade, e é até difícil entender por que tantas empresas insistem em ignorar etapas tão importantes para deslanchar as vendas.

Talvez o problema esteja em juntar esforços demais em um único pilar desse tripé, enquanto o segredo está no equilíbrio entre as três estratégias que vou detalhar para você agora.

Está pronto para começar?

Vender para novos clientes

Antes de mais nada, deixa eu te fazer uma pergunta.

A sua empresa tem um plano de prospecção de clientes?

Pergunto isso porque uma estratégia de prospecção bem estruturada é o primeiro passo para quem pretende alavancar as vendas com novos clientes.

É quando você ou sua equipe fará o primeiro contato com o cliente. Porém, em vez de fazer isso no impulso e no improviso, organize o processo.

Em primeiro lugar, é importante buscar clientes que têm a ver com a proposta da empresa.

Isso porque você quer vender para quem realmente tem a ganhar com seu negócio, e não para qualquer um, sem nenhum tipo de critério.

Ao investir nos clientes certos, você mostra, sobretudo, que o seu produto ou serviço tem valor.

Não deixe de segmentar esse processo de vendas em diferentes etapas para que ele seja bem-sucedido.

Além disso, procure sempre:

  • Se colocar no lugar do cliente
  • Dividir sua equipe de vendas para funções diferentes
  • Pedir indicações de clientes atuais
  • Usar as redes sociais para captar leads.

Vender mais vezes para os clientes atuais

Não que a etapa anterior não seja super importante.

Mas a verdade é que muitas empresas investem toda a energia tentando prospectar novos clientes e se esquecem do grande potencial que os clientes atuais carregam.

E não é só isso.

Você já deve ter ouvido falar que conquistar um novo cliente custa de 5 a 7 vezes a maior do que manter um atual.

O mestre Philip Kotler foi quem primeiro fez essa observação – e ela é verdadeira.

Então, por que não investir na retenção dos clientes que você já tem?

Para isso, procure:

Vender valores mais elevados (aumentar o ticket médio) para os clientes atuais

Quão bem você conhece os seus clientes?

Será que está na hora de começar a oferecer a eles produtos ou serviços complementares às suas compras?

Quando entendemos a fundo a realidade e as necessidades dos nossos clientes, aumentar o ticket médio da empresa fica muito mais simples – e todo mundo sai ganhando.

E técnicas como upsell e cross sell são bons caminhos para isso.

Por isso, levante um histórico de compras de cada um e mãos à obra.

30 Dicas Práticas Para Vender Mais

dicas para aumentar vendas

Muita teoria até agora? Não se preocupe.

Chegou a hora de explicar de que maneira você pode, de fato, aplicar todos esses conceitos para vender mais.

Se liga nestas 10 dicas práticas que separei para você!

1. Estruture o conteúdo usando princípios de neuromarketing

Enquanto a psicologia de consumo está presente há muito tempo, o neuromarketing é um campo relativamente novo.

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O neuromarketing utiliza a tecnologia para rastrear o fluxo de sangue no cérebro enquanto as pessoas respondem a sinais auditivos e visuais.

Isso permite aos pesquisadores examinar a parte do cérebro conhecida como “centro do prazer.”

Não se preocupe.

Você não precisa investir em equipamentos caros para tirar vantagem do neuromarketing. É possível usar as pesquisas que já foram feitas.

Nós sabemos que nosso cérebro está dividido em três “sub-cérebros” únicos.

neuromarketing how to detect consumers gspot kivilcim kayabali salesbrain 6 638

O cérebro novo – também conhecido como o cérebro racional – inclui o neocórtex (a camada mais externa do cérebro) que é responsável pelo processamento de fatos, lógica de linguagem e outras habilidades.

O cérebro mediano – também chamado de cérebro emocional – inclui estruturas como os bulbos olfativos (cheiro), hipocampo e amígdala, que governam as emoções e a memória.

O cérebro reptiliano – também chamado de cérebro instintivo – é composto pelo tronco cerebral e pelo cerebelo, responsável pelo equilíbrio motor, segurança, evasão e instintos de sobrevivência.

Cada parte do cérebro libera químicos diferentes com base em certos estímulos.

O cérebro mediano, por exemplo, libera endorfinas se uma pessoa vê algo belo.

Se alguém está preocupado, o cérebro instintivo, reptiliano, pode despertar um comportamento de ficar-ou-correr.

Cada um deles tem seu próprio papel para fazer com que você funcione e sobreviva da forma correta.

Mas o que isso oferece para a sua estratégia de marketing?

Dê uma olhada em como isso pode ser influenciar a estrutura de um blog post, por exemplo:

  1. Imagem inicial ou elementos de design: o cérebro processa o design geral da landing page e determina o quão chamativo ele é (dopamina é liberada). Esse é o cérebro mediano em ação.
  2. Intro ou título: provocar a audiência com um tópico gera antecipação e envolve o cérebro reptiliano (dopamina e adrenalina são liberadas).
  3. Problema ou preocupação: um título ou uma introdução negativos estimula o medo e novamente o cérebro reptiliano se envolve (cortisol, o hormônio do estresse, é liberado).
  4. Soluções para o problema ou preocupação: o conteúdo aborda o tópico e fornece uma resolução que engaja o cérebro novo (endorfinas e dopamina são liberadas para reduzir o nível de cortisol e adrenalina).
  5. Call to action para resolver o problema: serotonina e oxitocina são liberados.

Então, você ficaria com um blog post assim:

gatilho instintivo no título

Com uma resolução da seguinte maneira:

gerar soluções nos arigos de site

Cada parte do post libera certos químicos no cérebro do leitor.

Usar um título “assustador” (como 7 Erros de Marketing que Você Está Cometendo) pode estimular uma resposta diferente versus um título “feliz”.

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Ou um título mais orientado à solução, como “Como Corrigir Esses 10 Erros Comuns de Marketing.”

Ou este:

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Cada um deles vai estimular diferentes emoções e diferentes reações no cérebro.

Isso é neuromarketing.

Você usa a forma como o cérebro responde à estímulos naturalmente para criar um conteúdo que estimula essas reações.

Aqui, estão mais alguns jeitos como você pode usar o neuromarketing.

2. Promova benefícios para aliviar medos

Neuromarketing não serve apenas para criar títulos.

Você também pode usar os princípios do neuromarketing nas suas landing pages.

Dê uma olhada na página inicial do Crazy Egg:

crazyegg1

Você nota imediatamente um estímulo psicológico: “o que está fazendo seus visitantes irem embora?”

Essa pergunta não necessariamente me faz entrar em pânico, mas, com certeza, eu tenho uma resposta emocional a ela.

“Ei, por que meus visitantes estão indo embora? O que eu estou fazendo de errado? Como eu conserto isso?”

Ele estimula um pouco de medo. Eu não quero que meus visitantes vão embora. Eu preciso de respostas.

Mas o Crazy Egg faz algo inteligente. Ele me diz imediatamente que ação posso tomar para resolver meus medos.

Eu só tenho que inserir a URL do meu site para ver meu mapa de calor. Ok. Fácil o suficiente.

Se eu quiser saber mais sobre como isso pode me ajudar, posso clicar em “Tell me more” no final da página, e ele me traz até aqui:

crazyegg2 1

Isso lista os exatos benefícios que terei se usar esse site para ver meu mapa de calor.

É uma solução para as minhas preocupações iniciais.

O título era um estímulo. O subtítulo era minha resposta. Os benefícios sobre os quais a página me informou me disseram que tudo ficaria certo.

E tudo foi simples o suficiente para que eu processasse rapidamente.

Fazer uso de benefícios em suas landing pages tem sido promovido há muito tempo como uma estratégia de conversões.

Listar os benefícios do seu produto ou serviço ou incluir uma proposta de valor não só estimula respostas químicas no cérebro, como também age sobre outro princípio psicológico: o egoísmo.

Quando falamos de fazer uma compra, as pessoas perguntam, “O que eu ganho com isso?”

É por isso que você deve usar o que o HubSpot chama de venda de solução – onde a ênfase é colocada sobre a necessidade do cliente, não sobre o que você precisa que o cliente faça por você.

Eles usam essa tática na página inicial deles, também.

hubspot1

Eles têm uma proposta que resolve uma pergunta que parece que sequer foi feita (não se preocupe, você pode crescer como uma empresa que tem duas vezes o seu tamanho).

Mas eles também aliviam outras preocupações que podem estar rolando no seu cérebro instintivo, como “Quanto isso vai me custar?”

Isso funciona porque não apenas diz o que eu ganho, como também usa minhas emoções.

Frequentemente, usamos nossos instintos e emoções primários para tomar decisões antes que nosso cérebro racional possa agir.

Estímulos emocionais, como o que o HubSpot usa, podem ter um impacto positivo em nós quando falamos em tomar decisões de compra.

Então, se você quer ter mais vendas, liste os benefícios que alivie os medos – de preferência ao mesmo tempo.

3. Construa confiança através de storytelling

A confiança é outro componente psicológico para se ter sucesso com vendas.

Normalmente, nós compramos de pessoas em quem confiamos e ignoramos as que não confiamos.

Mas, muitas vezes, a confiança é construída ao longo do tempo. Então, como você cria confiança com um comprador que nunca conheceu antes?

A psicologia nos diz que incorporar storytelling na sua estratégia de vendas pode te ajudar a construir confiança em um nível mais profundo do que simplesmente realizar a venda com os benefícios.

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A professora da Stanford Business, Jennifer Aaker, diz:

“Nossos cérebros não estão programados para entender lógica ou reter fatos por muito tempo. Estão programados para entender e reter histórias.”

Então, como você usa storytelling para realizar vendas?

Um dos melhores jeitos de fazer isso é usando provas sociais, como testemunhos, para dar ênfase aos problemas dos consumidores e mostrar, através de histórias pessoais, como você pode resolver esses problemas.

Fácil, certo?

Bem, não tão rápido. Há uma pegadinha.

Ao que parece, nem todas as avaliações e testemunhos são criadas da mesma forma. Algumas não funcionam tão bem para vendas quanto outras.

De acordo com mais pesquisas, a forma como você retrata sua prova social importa mais do que a própria prova social.

Prova social baseada em ações – os testemunhos que mostram quantos consumidores compraram o seu produto – podem não ser tão eficientes quanto prova social com base em preferência.

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Prova social com base em preferência foca no porquê de os consumidores gostarem da sua marca, produto ou serviço, não em como eles o usaram.

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Para deixar claro, ambos funcionam.

Mas, dependendo da sua audiência e onde os testemunhos estão colocados (página de features, página inicial, etc.), um pode vir a ser mais eficiente que o outro.

Como explica Roger Dooley no Marketing de Neurosciência:

“Ao fazer comprar, os consumidores são mais influenciados pelo que as outras pessoas gostaria de ter, ao invés do que eles têm de verdade.”

Então, em muitos casos, usar testemunhos mais “calorosos” (aqueles que tocam nossas emoções e preferências) pode ser mais eficiente do que simplesmente listar números ou credenciais.

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Foque em incluir provas sociais que contam uma história sobre como você beneficiou os consumidores.

4. Torne as pessoas mais curiosas por aprender mais

Humanos são naturalmente inquisitivos.

Nós amamos descobrir como as coisas funcionam, e queremos saber a história inteira antes de realizarmos a compra.

Em termos psicológicos, isso é chamado de gap de curiosidade.

É por isso que títulos com isca de clique funcionam tão bem.

Eles propõem uma pergunta para a qual você quer uma resposta, mesmo que não soubesse que queria.

Você pode usar isso para tornar todos os aspectos do seu marketing de conteúdo e landing pages provocativas.

Veja esse exemplo de um título de artigo do Buzzfeed:

buzzfeed1

Normalmente, eu não passo o meu dia me perguntando quem quer ser Primeiro Ministro. Mas agora fui questionado e quero uma resposta.

Muito do marketing de conteúdo é criado dessa forma, e uma grande parte funciona muito bem para impulsionar tráfego.

O que o Buzzfeed faz é inteligente. Se você ler o artigo, eles te dão a resposta rapidinho.

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Enquanto o gap de curiosidade funciona para conseguir engajamento, o empecilho é que as pessoas não gostam de ser trapaceadas.

Se você prometer informação, é preciso cumprir.

Se o artigo do Buzzfeed nunca respondesse à pergunta, ou se a ligasse a um conteúdo não relacionado, eu ficaria incomodado. Me sentiria enganado.

Aqui está um exemplo do gap de curiosidade que uso na minha página inicial:

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Não tem nenhuma enganação aqui. Se você quiser aprender como obter mais tráfego, tem um passo a ser realizado logo ali esperando para saciar a sua curiosidade.

O exemplo do Crazy Egg de antes (“O que está fazendo seus visitantes irem embora?”) é outro muito bom.

Usar o gap de curiosidade é um ótimo jeito de levar alguém através do funil de vendas.

Só garanta com que você realmente responda as perguntas, ao invés de fazê-los andar em círculos.

Ninguém gosta de se sentir enganado.

5. Mantenha sua mensagem consistente

Uma forma de impulsionar as vendas é através da retenção de consumidores.

Você já ouviu falar das estatísticas. Custa cinco vezes mais para conseguir novos consumidores do que para manter um.

Mas, muitas vezes, não é esse o nosso foco. Sempre preferimos o novo.

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Vamos mudar isso e focar em reter clientes.

Muitas coisas podem influenciar a retenção de clientes, mas um dos maiores motivos (quando falamos em psicologia) pelos quais eles não vão embora é uma experiência positiva.

Eles veem os resultados do que você faz. Eles amam seus produtos. Eles amam sua marca.

Mas se tem algo que os humanos não gostam é mudança.

Todos temos nossos costumes.

Marcas frequentemente crescem e se modificam ao longo do tempo. Isso é normal. Eu mudei minha mensagem e minha marca ao longo do tempo também.

Mas algo que sempre se manteve firme é a minha reputação.

Eu falo sobre marketing. O marketing é meu mundo.

Se você voltasse aqui amanhã e eu mudasse minhas cores de laranja para verde, poderia estranhar um pouco.

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Ok, talvez nem tanto.

Mas o que eu quero dizer é que você ainda estaria recebendo os mesmos conselhos de marketing.

Não foi mudado nada sobre quem eu sou enquanto marca.

Quando falamos em criar uma base sólida de clientes, você deve se manter consistente.

Isso não quer dizer que você não possa mudar um pouco de vez em quando, mas tente manter tudo o mais familiar possível.

Escolha um design simples que seja fácil de navegar. Use duas ou três cores e umas duas fontes para o seu branding.

Quando a aparência geral do seu site se torna parte da sua identidade, a sua audiência vai te reconhecer facilmente quando aparecer em outros lugares da web.

E isso pode ajudar quando você estiver fazendo retargeting ou usando anúncios PPC.

Dê uma olhada nesse anúncio do Facebook da StartApp:

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Os esquemas de cores, fontes e tom geral combinam com a landing page para a qual o anúncio te direciona.

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Também combina com o tema da página inicial deles.

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Mesmo que eles tenham abordagens diferentes de marketing, você sabe que cada um desses componentes é do StartApp.

É esse tipo de consistência que você quer ver em todos os canais por aí.

Quando os consumidores passam a reconhecer a sua marca (e começam a ouvir os testemunhos e outras coisas dessa lista que você está fazendo), eles vão juntar os pontos.

Consistência é uma ótima forma de construir relacionamentos com pessoas a longo prazo.

Você não vai só alavancar suas vendas uma vez, como também vai alavancar muitas vendas ao longo da vida desse relacionamento.

6. O que fazer para aumentar o ticket médio? Upsell e cross sell

cross sell e upsell no processo de venda

Quando se trata de aumentar o ticket médio, técnicas como upsell e cross sell devem ter toda a nossa atenção.

Enquanto o upsell trabalha oferecendo um upgrade ao produto ou serviço que o cliente já compra (ou iria comprar), o cross sell entra sugerindo algo complementar.

Por exemplo: alguém chega à sua loja procurando um determinado celular. Mas você sabe que, por apenas alguns reais a mais, ele consegue comprar um celular turbinado, com ainda mais funções.

Com isso, você também aproveita para oferecer a esse cliente uma capinha ou uma película de vidro para proteger aquela nova aquisição.

Assim funcionam as técnicas de upsell e cross sell, respectivamente.

Perceba que, em ambos os casos, as ofertas eram relacionadas ao desejo inicial do cliente.

Então, nada de sair empurrando um monte de produtos que não têm nada a ver com a situação, ok?

7. Ofereça a seus clientes um cartão-presente

Ideias assim são sempre um bom negócio para todas as partes, sejam as empresas físicas ou online.

Sabe aquele cliente que gastou uma boa quantia na sua loja, que nem você esperava? Aproveite para recompensá-lo com um cartão-presente.

Assim, você o incentiva a voltar na sua loja para usar o cupom. Provavelmente, ele vai precisar contribuir com o valor do cartão-presente para adquirir um novo produto.

Essa é também uma técnica de upsell que costuma funcionar muito bem não só para elevar o ticket médio, como para fidelizar os clientes.

8. Treine sua equipe de vendas (capacitação contínua)

Atualmente, um bom atendimento já não é suficiente para que sua empresa se destaque entre as concorrentes.

O grande desafio é fazer com que os clientes se sintam nada menos do que encantados com o tratamento que recebem durante toda a sua jornada.

Os vendedores, por sua vez, devem conhecer os produtos como ninguém. Afinal, como se consegue vender aquilo cujo benefício é desconhecido?

E chegar nesse nível não é nada fácil.

É por isso que a capacitação contínua da equipe não é mais uma opção, mas uma questão de sobrevivência.

Só que nada disso precisa ser maçante para a equipe ou oneroso para a empresa.

Apenas algumas horas na semana com dinâmicas variadas, como workshops, cursos, palestras ou até uma sessão de filme podem ajudar a equipe a se capacitar cada vez mais em suas funções.

Seja qual for o método adotado, o mais importante é que ele seja contínuo.

Em um mercado tão dinâmico, sempre haverá ajustes a fazer e lições novas para aprender.

9. Motive sua equipe de vendas (competitividade e prêmios)

motivação da equipe de vendas

Muitas vezes, a competitividade é vista como algo negativo para as empresas. Mas a verdade é que ela não precisa ser assim, predatória.

A competitividade, quando estimulada de forma saudável, pode aumentar a produtividade da empresa e servir como inspiração para os membros de uma equipe de vendas.

Por isso, encontre formas de estimulá-los a se desenvolverem profissionalmente.

Criar metas e recompensas é uma delas.

Você pode, por exemplo, traçar objetivos bem definidos e valorizar as conquistas através de bonificações, que pode ser desde um brinde, dinheiro ou até uma viagem.

Esse tipo de iniciativa, acima de tudo, ajuda a tirar o funcionário da zona de conforto.

Além disso, nesta etapa, procure valorizar as diferenças de cada um para mantê-los motivados.

Todo mundo é melhor em alguma coisa e pior em outra.

Então, saber identificar as habilidades individuais vai ajudar a empresa a alcançar resultados de forma muito mais eficaz.

10. Crie um bom clima de relacionamento entre os vendedores

O que você tem feito para estimular um clima colaborativo e amistoso entre os seus funcionários?

Um bom relacionamento entre os vendedores da sua equipe influencia diretamente no faturamento da sua empresa.

Afinal, trabalhar com quem a gente não gosta parece sempre um sacrifício, concorda?

Para isso, você pode criar atividades de interação entre os vendedores, para que todos se conheçam melhor e se unam em nome de um mesmo objetivo.

Além disso, que tal estimular o convívio social também fora da empresa?

Pode ser um happy hour, um churrasco no fim de semana, ou o que mais couber para criar laços e gerar identificação entre eles.

Resumindo: integração também deve ser uma preocupação da gestão de vendas.

11. Faça social selling

Já se tornou lugar-comum dizer que o Facebook, WhatsApp, Instagram e outras mídias sociais agregam bilhões de consumidores.

Eu mesmo já destaquei aqui as redes mais acessadas entre os brasileiros.

Na liderança, claro, está o Facebook, seguido pelo WhatsApp, que por sinal também pertence à holding de Mark Zuckerberg.

Essas duas redes contam, respectivamente, com 127 e 120 milhões de usuários só no Brasil.

Esse é um ótimo motivo para você investir em social selling, ou seja, vendas pelas mídias sociais.

Um exemplo de bom uso das redes sociais é da TT Burger.

Veja como eles vendem bem o “peixe” deles usando o Instagram.

A receita traz um combo com imagem caprichada, linguagem simples e que vai direto ao assunto.

Não é uma ótima ideia?

12. Tenha uma estratégia de preços

Se tem uma coisa que eu aprendi nesses anos trabalhando com marketing é que as pessoas são bastante sensíveis às mudanças nos preços.

Acredite, um centavo a mais que você cobre vai gerar impacto nas vendas.

Por isso, é preciso precificar com critério e sabedoria, até porque o cliente omnichannel não brinca em serviço.

Nesse quesito, concordo totalmente com o que diz o especialista em precificação Leigh Caldwell, segundo o qual:

  • Preços devem ser tangíveis para que seus clientes sintam que recebem exatamente aquilo pelo que pagaram
  • Precisam ser baseados no valor para o consumidor, não no que ele custa para você (importante!)
  • Ao alterá-los, é necessário reformular o produto/serviço
  • A forma como são comunicados influencia a percepção de valor por parte do cliente
  • Sua diferenciação (em relação à concorrência) pode aumentar o lucro
  • Esteja preparado para perder algumas vendas para gerar receitas.

13. Crie um programa de recuperação de clientes

Todo relacionamento está sujeito a altos e baixos, seja na parte pessoal, profissional ou comercial.

Em alguns momentos, clientes recorrentes podem dar uma sumida, o que não chega a ser um problema, desde que não seja por períodos muito longos.

O que fazer, então, quando isso acontece?

O método mais utilizado é a boa e velha promoção – pague 2 leve 3, descontos, sorteios e brindes são as mais recorrentes.

Mas, antes, as promoções devem ser acompanhadas de um programa de recuperação organizado para reconquistar clientes.

Ele pode ser estruturado tomando como referência os passos abaixo:

Este é um bom exemplo de programa de recuperação, no caso, de clientes inadimplentes:

14. Crie (ou revise) processos internos e comerciais

Um erro que costumo ver com relativa frequência em empresas é a falta de definição em seus processos de vendas, especialmente em PMEs.

É comum, por exemplo, que a etapa de prospecção seja mesclada com a de decisão, o que leva o time de vendas a buscar o fechamento do negócio logo no primeiro contato.

Nesse caso, não tem jeito: é necessário mapear a jornada do cliente para saber o que o leva a decidir pela negociação com a sua marca.

Uma vez que você entenda os fatores envolvidos no processo de compra, terá o que precisa para montar o seu funil de vendas.

Nele, o cliente recebe tratamento compatível com o seu grau de amadurecimento em relação às soluções que você oferece.

16. Faça marketing de conteúdo

Para empresas do tipo Company Generated Content (CGC), as vendas dependem muito mais da criação de conteúdo do que aquelas que focam no inventário de produtos.

Nesse caso, é preciso investir em marketing de conteúdo, sempre valorizando a estratégia antes de partir para a ação.

Eu mesmo contei em um artigo por que essa modalidade funciona para mim.

Basicamente, você conquista clientes oferecendo a eles conteúdo de valor, de forma que faça a sua marca ou empresa ser percebida como referência no segmento em que atua.

Você pode fazer marketing de conteúdo criando um blog próprio, mas também explorando outros canais.

17. Mergulhe nas redes sociais

Um dos “segredos” para ter bons resultados no marketing digital é a constância.

Voltemos ao exemplo destacado acima, da TT Burger.

Imagine se eles só publicassem imagens de hambúrgueres apetitosos uma vez ao mês ou quando o social media tivesse vontade?

As pessoas certamente não se sentiriam seguras, já que a empresa não expõe seus produtos regularmente.

Por essa razão, o marketing pelas redes sociais precisa ser levado muito a sério, com publicações regulares e campanhas pagas pelo menos uma vez por mês.

A vantagem é que, mesmo com orçamentos mais modestos, é possível investir para começar já a gerar leads e clientes.

18. Crie ou aumente sua lista de e-mail marketing

Não é por acaso que o e-mail marketing gera um retorno 38 vezes superior ao investimento, segundo uma pesquisa da Campaign Monitor.

Afinal, as chances de um e-mail ser lido são muito maiores do que uma notícia no feed de uma rede social, e por uma razão simples: mensagens de e-mail são estáticas.

Depois que elas chegam, não há como o destinatário ignorar sua presença.

No entanto, para esse canal funcionar, é preciso conjugar dois verbos, automatizar e segmentar.

Para isso, há uma série de ferramentas úteis, como o MailChimp, solução líder de mercado em automação de e-mail marketing e bastante completa até na versão gratuita.

Outra opção para pequenas empresas é o Streak, recurso de CRM que pode ser incorporado ao Gmail e que conta com disparo de e-mails em massa.

19. Conheça bem a concorrência (e sua persona)

A vantagem do marketing digital é que ele permite conhecer não só de onde vem a audiência como também a dos concorrentes.

Nesse caso, indico a leitura do artigo em que avalio 17 ferramentas para análise da concorrência.

Uma delas é a solução que desenvolvi com minha equipe de especialistas em SEO, a Ubersuggest, com a qual você pesquisa keywords de interesse e, de quebra, descobre o que funciona junto aos seus concorrentes.

Uma etapa muito importante desse processo é a definição das personas da sua marca.

Afinal, ao identificar um perfil de cliente ideal, você descobre não apenas como se comunicar com ele, mas também aprende muito sobre seus hábitos.

20. Faça parcerias estratégicas

Ninguém vence sozinho, nem mesmo os “self made man” dos quais ouvimos falar em livros de história e no cinema.

Nos negócios, é igualmente difícil prosperar apenas por conta própria, por isso, desde o começo, procure estabelecer parcerias que agreguem valor.

Esse é um assunto de que gosto muito e que também já abordei por aqui em um artigo mostrando em 8 dicas como convidar uma empresa para uma parceria de sucesso.

Outro texto que vale conferir é o que eu mostro em 5 passos como conseguir parcerias no Instagram.

21. Expanda seu mercado de atuação

Em certos casos, só há como aumentar as vendas fazendo aquilo que toda empresa em crescimento faz: expandir.

Você pode ampliar o seu mercado, primeiramente, oferecendo produtos ou serviços que sejam complementares aos que já são vendidos.

Por exemplo: se você tem uma gráfica, por que não ter também um fotógrafo?

Isso, claro, vale para quem tem prática ou pode contratar um profissional comissionado.

E se você quer se aprofundar nessa ideia, fica mais uma vez a dica para acessar o artigo em que ensino como crescer um negócio expandindo para novos mercados.

22. Invista em ferramentas de qualidade

“Casa de ferreiro, espeto de pau”.

Esse ditado define bem casos de empresas que acham que estão investindo em marketing digital quando, na verdade, nem as ferramentas certas elas têm.

Nesse sentido, o primeiro ponto é saber se as pessoas (ou agência) que cuidam do marketing estão capacitadas para isso.

Se sim, então, vale dedicar algum tempo para fazer um brainstorming para avaliar em que as soluções usadas estão falhando e quais podem substituí-las.

Ou, se você preferir, pode seguir a lista de algumas das ferramentas indispensáveis para os bons profissionais conforme a sua utilidade, todas elas com versões gratuitas e pagas:

  • E-mail marketing: MailChimp
  • SEO: Ubersuggest
  • Gestão de redes sociais: Hootsuite
  • Analytics: Google Analytics e SEMrush
  • Testes A/B: Google Optimize
  • Mapa de Calor: Crazy Egg
  • Atração de Leads: Hello Bar.

23. Aposte na experiência do usuário

Já destaquei por aqui uma pesquisa da Kissmetrics em que comprovou-se que, nas páginas que demoram mais de três segundos para carregar, a taxa de abandono é de 40%.

Nela, também se constatou que cada segundo gasto no carregamento do site diminui em 7% as conversões.

Não dá para brincar em serviço quando se trata de experiência do usuário (UX), elemento fundamental para o sucesso de um negócio online.

Para isso, minha dica é recorrer ao Hotjar, uma das mais completas ferramentas de análise de site, tanto na parte de SEO quanto de UX.

24. Esteja disponível para sanar qualquer dúvida

Nada mais frustrante para um cliente do que ter uma dúvida e não saber com quem tirá-la ou, ainda pior, não ter a quem recorrer.

Esse é um sinal claro de descaso na parte mais importante de um negócio, principalmente no setor de serviços: o atendimento.

Claro que não é possível ficar 24 horas por dia ligado e online.

Sendo assim, uma solução simples e eficaz é utilizar chatbots de atendimento, que podem ser programados para responder perguntas frequentes.

25. Tenha um software CRM para tornar a rotina mais eficiente

Junto ao atendimento, o relacionamento com o cliente é outra parte do negócio que precisa de atenção.

Aqui, vale investir em profissionais qualificados, mas, principalmente, em ferramentas que forneçam dados a partir das interações dos consumidores com a sua empresa.

Uma das melhores é o Zoho CRM, que inclusive destaquei em um post exclusivo sobre recursos de Customer Relationship Management.

26. Faça o planejamento comercial com antecedência

Muitas das vezes em que sou procurado para prestar consultoria, acabo descobrindo que o cliente negligenciou uma etapa muito importante em seu negócio: o planejamento comercial.

Para não cair nesse erro, é preciso seguir 5 passos básicos:

  1. Defina seus objetivos (pode ser expandir, aumentar as vendas em 15% ou melhorar a retenção de clientes, por exemplo)
  2. A partir disso, determine as metas para o setor de vendas
  3. Analise a necessidade de contratações e treinamentos
  4. Invista em promoção, ou seja, em divulgar sua marca e seus produtos e serviços
  5. Monitore os resultados e melhore ou corrija o que precisar.

27. Alinhe as metas de vendas com o time de marketing

Outro erro frequente é não ter equipes ou profissionais de vendas e de marketing atuando em sinergia.

Em algumas empresas, as funções ou são desempenhadas por um único profissional ou, via de regra, os papéis se confundem.

Por isso, vale relembrar que o time de marketing é responsável por gerar leads qualificados, enquanto o de vendas tem a missão de convertê-los em clientes.

28. Personalize sua comunicação

Todo material que publico é sempre na primeira pessoa, e não é apenas porque é a minha voz, mas porque acredito muito mais na comunicação direta e personalizada.

Nesse sentido, é desconcertante ser atendido em uma empresa ou fazer uma reclamação e ouvir ou ler um “estaremos avaliando a sua solicitação”, não é verdade?

Assim como acontece com a identidade visual, a sua marca precisa ter uma voz e personalizar a comunicação com o público para aumentar as vendas.

29. Facilite o pagamento

O avanço dos meios de pagamento eletrônicos já chegou até mesmo aos empreendimentos individuais.

Hoje, todo MEI tem acesso a uma maquininha de pagamento com cartão.

Além disso, o sistema Pix, no Banco Central, surge como alternativa aos demorados TEDs e DOCs, sendo hoje uma opção de pagamento gratuita e instantânea.

Então, não tem mais desculpa para não facilitar a vida dos seus clientes, certo?

30. Não se esqueça dos gatilhos mentais

Falei sobre neuromarketing no começo deste artigo, então, vale indicar alguns dos chamados gatilhos mentais para vendas.

O primeiro que quero destacar é o da escassez.

Ele cumpre com o objetivo de demonstrar ao potencial cliente que aquela oferta está acabando.

Assim, se ele não tomar logo uma decisão de compra, vai acabar perdendo uma excelente oportunidade.

Em geral, o gatilho da escassez é utilizado para anunciar que há poucas unidades de um produto.

É o que faz o tradicional site Booking.com ao apresentar ofertas de hospedagem.

Já no gatilho mental da urgência, o recado ao cliente é o seguinte: se você não comprar agora mesmo, a promoção vai acabar.

É utilizado nos casos de oferta por tempo limitado.

Um exemplo são as chamadas “ofertas relâmpago”, algo que a Amazon utiliza muito bem, inclusive com contagem regressiva para o seu término.

Outro ótimo exemplo é o do gatilho de prova social.

Depoimentos e comentários de quem experimentou e gostou dos seus produtos ou serviços funcionam muito bem para incentivar novos consumidores a fazerem o mesmo.

Mais uma vez, mostra como o Booking.com utiliza esse recurso ao trazer avaliações de clientes:

Como aumentar as vendas de uma loja física?

Por tudo que vimos até aqui, fica claro que as vendas não aumentam sem trabalho, certo?

Então, se você tem uma loja física e quer bombar nos negócios, não deixe de observar os seguintes pontos:

  • Invista em um portfólio diversificado de produtos
  • Tenha um pós-venda para os itens de maior valor agregado
  • Distribua os vendedores pela loja, evitando aglomerações
  • Faça uma abordagem amigável e cordial
  • Capriche na apresentação da loja, não apenas na vitrine
  • Evite falar em excesso. Ouça o que o seu cliente tem a dizer
  • Conheça a fundo o seu produto e dê ideias de uso quando tiver oportunidade.

Como aumentar as vendas da loja virtual?

E se sua loja é online, sem problemas.

Também destaco os pontos de atenção em que você deverá focar para vender mais.

Confira:

  • Utilize as redes sociais para promoção e vendas
  • Marque presença nos marketplaces sempre que possível
  • Invista em um sistema de gestão
  • Desenvolva uma experiência omnichannel
  • Direcione seus esforços para os dispositivos móveis
  • Monitore constantemente o abandono de carrinho.

Conclusão

A psicologia pode ser uma ótima ferramenta para compreender as motivações que levam as pessoas a comprar algo.

Ela pode te mostrar o que os seus consumidores realmente querem, por que eles tomam decisões de tal maneira, qual emoções os estimula e como eles veem a sua marca.

Tem muita pesquisa que pode confirmar certos elementos nessa lista, mas uma coisa para manter em mente é que as pessoas são únicas e, muitas vezes, imprevisíveis.

É por isso que é importante compreender a sua audiência antes de implementar essas táticas.

O que funciona para uma marca, ou um comprador, pode não funcionar para outro.

Mas, em geral, você ainda pode usar esses princípios da psicologia para impulsionar suas vendas e construir relacionamentos.

Se conseguir convencer o cérebro, você consegue convencer o comprador.

Agora, antes de ir embora, conte nos comentários: quais princípios psicológicos dessa lista você já viu funcionar para o seu marketing?

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