Não há critérios definidos de antemão – não existe um comitê internacional de linguistas que decide quando nasceu um novo idioma. Mas uma hipótetica separação dependeria de basicamente dois fatores: a falta de inteligibilidade entre as línguas e a motivação política por trás da cisão.
Como nós somos capazes de ler ou assistir a jornais portugueses e não temos picuinhas diplomáticas com nossa ex-metrópole, a chance de que nosso idioma declare independência e passe a se chamar “brasileiro” é baixíssima. Esse rio, inclusive, corre na direção oposta: há muitas iniciativas de integração entre os países lusófonos.
Mesmo que essa união seja algo artificial, fica claro que não há interesse do nosso país de legitimar o território e a cultura a ponto de diferenciar o idioma.
Em outros lugares do mundo, línguas são parte importante da autoafirmação de etnias minoritárias. Nesses casos, não importa o quanto a sua língua seja similar à dos vizinhos: o que interessa é a identidade.
Vide o caso do espanhol e o catalão, que são línguas consideravelmente parecidas. O catalão é autônomo porque funciona como afirmação da região da Catalunha, que quer ser independente da Espanha.
Pergunta de @tchello, via Instagram.
Fonte: Pâmela Teixeira Ribeiro, doutora em Filologia e Língua Portuguesa.
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