terça-feira, 6 de julho de 2021

Israel usou enxame de drones autônomos para atacar alvos em Gaza

Ação mirou alvos do grupo Hamas – e é o primeiro uso da inteligência artificial em combate contra soldados humanos; controversa, prática pode redefinir o futuro das guerras

O ataque foi noticiado pela mídia local e confirmado pelo Israel Defense Forces (IDF), o exército israelense, à revista inglesa New Scientist. Na ação, um enxame de drones autônomos usou inteligência artificial para localizar, identificar e atacar militantes do grupo palestino Hamas – que, segundo o IDF, estavam disparando foguetes contra Israel. O número de militantes, o local do ataque, as armas utilizadas e outros pormenores da ação não foram divulgados.

Os drones foram fornecidos pela empresa israelense Elbit Systems. Acredita-se que o enxame tenha incluído o modelo Thor, que pesa 9 kg e é capaz de voo praticamente silencioso, e drones carregadores de explosivos. Segundo o relato de um comandante do IDF, citado na imprensa israelense, Israel já teria realizado mais de 30 operações com drones autônomos em Gaza.  

Eles são capazes de tomar decisões sozinhos, mas sua ação é monitorada por um operador (que, por sua vez, é supervisionado por um comandante militar). Ou seja: a mão humana sempre pode cancelar ou alterar as ações do enxame. 

O uso de robôs autônomos é uma das tendências que podem redefinir a guerra nas próximas décadas. Outros países, como EUA, China e Rússia, também estão desenvolvendo enxames de drones com inteligência artificial – mas Israel foi o primeiro a utilizá-los em combate. 

A inteligência artificial torna possível operar grandes enxames de drones, que seriam difíceis ou impossíveis de controlar manualmente. Os enxames deverão se tornar um instrumento militar valioso, já que são muito difíceis de driblar ou destruir – simplesmente porque são muitos.

As armas autônomas são controversas, pois teme-se que possam banalizar os ataques contra inimigos humanos, levando a um salto no número de mortes em combate. Nos últimos anos, 30 países defenderam a proibição delas – incluindo a China, que está desenvolvendo tecnologias do tipo e adota uma argumentação curiosamente dual: propõe que o uso de armas autônomas seja banido, mas a fabricação não.  


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