sexta-feira, 16 de abril de 2021

Ao leitor: os números não mentem

Assim como as estatísticas da Covid-19 provam que ela é a maior emergência social e sanitária desde a gripe espanhola, o balanço do consumo de alimentos nos últimos anos demonstra as tendências do comer que, nos parecem, vieram para ficar. Ainda somos uma nação que ingere poucas frutas e verduras — pelo menos diante do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) —, exagera na carne vermelha e em alguns itens industrializados e se limita a uma baixa variedade alimentar, considerando a riqueza e a diversidade do país.

Mas é inegável a vontade de boa parcela dos brasileiros de se engajar num padrão de dieta mais saudável. Tarefa nem sempre fácil de cumprir, sobretudo depois dessa catástrofe viral e pandêmica, que nos botou de quarentena e fez decolar o preço até do arroz e do feijão. Nesse movimento por um cardápio mais equilibrado, alguns fenômenos vêm se destacando: a valorização dos alimentos de origem vegetal, a redução no volume do que vem dos animais, o olhar para a sustentabilidade, a busca pelo orgânico e a procura por aquilo que, ainda que passe pela indústria, seja o mais próximo possível do natural.

Tudo isso converge para o tema da nossa reportagem de capa: o universo do leite muito além do produto da vaca (e da versão de soja). Ali a jornalista Thaís Manarini mostra — embalada pela criação visual de Letícia Raposo e Ricardo Davino — que as vaquinhas e os grãozinhos não estão mais sozinhos. Muito pelo contrário!

Tem leite e derivados de cabra, búfala e ovelha de um lado. E uma explosão de bebidas vegetais do outro. Essa tendência, aliás, a dos extratos feitos com plantas, é global, abrangendo fontes tão diversas como arroz, coco, amêndoa e a brasileiríssima castanha-de-caju. Nestas páginas, você vai entender os critérios para escolher no mercado e, no mínimo, se sentirá tentado a experimentar novos sabores.

Números também não mentem quando falamos em vacinação. Felizmente, a taxa de imunizados contra a Covid-19 sobe à medida que o país adquire e disponibiliza as injeções. Só que o índice de vacinação de outras doenças — sarampo e HPV, para citar só duas delas — está deixando a desejar. Isso é extremamente preocupante: podemos vivenciar, num futuro não tão distante, o retorno de males que até pareciam extintos.

Em cima de pesquisas, cifras e infográficos, a repórter Chloé Pinheiro e o designer André Moscatelli nos explicam por A + B por que vacinar é preciso — hoje e sempre! Duvida? Então terá de questionar os números.

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