O Google Earth – programa que dá acesso a imagens de satélite da Terra – passou por uma nova atualização nesta quinta-feira (15). Agora, usuários que acessarem a plataforma poderão ter uma visão do passado, além de uma linha do tempo de como as regiões do planeta mudaram ao longo dos últimos 37 anos.
A ferramenta utiliza o recurso de time lapse, percorrendo imagens de satélite obtidas entre 1984 e 2020. Foram mais de 24 milhões de fotos para criar a nova atualização, que pode ser acessada clicando aqui.
Quem se interessar em navegar pela plataforma terá acesso a alguns pacotes prontos de exploração, que passam por diversos locais ao redor do mundo e explicam a história das alterações paisagísticas. Um desses passeios, por exemplo, aborda as mudanças nas florestas, como o desmatamento da floresta Amazônica para dar espaço às plantações de soja. São feitas ainda comparações visuais entre áreas protegidas por reservas indígenas e espaços abertos que acabam sendo degradados pela ação humana.
Além dos passeios pré-estabelecidos, é possível também observar as mudanças em qualquer lugar do mundo: basta digitar o destino desejado na barra de pesquisa. Dessa forma, você pode acompanhar desde o derretimento de geleiras na Antártida até a expansão de aeroportos no Japão, por exemplo.
O trabalho de captação das imagens não foi feito apenas pelo Google. As fotos foram cedidas pelo Landsat, projeto conjunto entre a Nasa e o Serviço Geológico dos Estados Unidos e também pelo programa Terra Copernicus, coordenado pela União Europeia e pela Agência Espacial Europeia. As equipes juntaram uma série de vídeos individuais para, no final, construir um enorme vídeo com todas as mudanças enfrentadas pelo planeta Terra. O CREATE Lab, da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, colaborou com o time contextualizando as mudanças globais.
O objetivo da nova atualização é claro: conscientizar o público sobre como as ações humanas estão contribuindo para as mudanças climáticas e outras questões ambientais. Análises indicam que a floresta Amazônica, por exemplo, está próxima de se tornar uma savana estéril, o que acontece quando cerca de 20% a 25% de uma área é desmatada – o valor atual da Amazônia está em 17%.
O Google planeja continuar alimentando a plataforma anualmente. Contudo, há uma grande questão envolvida. As imagens ocupam 20 milhões de gigabytes de espaço de armazenamento, além de o vídeo total equivaler a mais de meio milhão de vídeos de ultra-alta definição 4K. Só para processar os dados, computadores de um data center da empresa tiveram que trabalhar por mais de duas milhões de horas. Tanto o equipamento quanto o ar condicionado necessários nesses ambientes consomem muita energia – o que impacta o meio ambiente de forma significativa.
Em 2019, o Google se comprometeu a neutralizar as suas emissões de carbono até 2022, aumentando, por exemplo, o uso de plástico reciclado em seus produtos. Inclusive, a empresa explicou que os seus data centers já cumprem essa promessa, sendo todos neutros em carbono. Mas há um porém: a redução não parte diretamente do Google. Como foi explicado pela BBC, a neutralização de carbono é feita pela prática de compensação, o que significa que a empresa apenas financia projetos ambientais para “equilibrar” seu uso de energia.
Novo recurso do Google Earth permite que usuários “voltem no tempo” Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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