O produto, que contém duas cepas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), levou sete anos para ser desenvolvido. Ele já foi autorizado pelo Ministério da Agricultura e será produzido, com o nome de Acera, por uma empresa brasileira chamada Ballagro. Defende plantações de soja, milho, algodão, café, feijão e tomate contra duas espécies de lagarta (S. frugiperda e C. includens), dispensando o uso de agrotóxicos convencionais. A Super conversou com Fernando Hercos Valicente, geneticista da Embrapa responsável pelo projeto.
Por que escolheram a bactéria Bt? E por que duas cepas? Porque dentro dela se forma um cristal que tem propriedade inseticida. Um processo molecular faz com que esse cristal seja quebrado em vários fragmentos menores, que se juntam a receptores no intestino da lagarta e matam o inseto. Usamos duas cepas diferentes porque elas se complementam [aumentando a eficácia], e também porque o processo duplo evita a biopirataria [cópia não autorizada do produto por outras empresas].
Qual a vantagem do bioinseticida em relação a um pesticida químico? Ele não vai causar problemas de intoxicação, não vai contaminar rios e riachos e nem prejudicar as famílias que vivem em fazendas. É totalmente inócuo, não faz mal para o ser humano e não desequilibra o ecossistema, já que não atinge os inimigos naturais das lagartas, como joaninhas e tesourinhas.
Mas as pragas não vão acabar criando resistência? Se abusar da aplicação, pode acontecer. É igual antibiótico, se o médico recomenda tomar por sete dias, você não pode transformar isso em cinco ou dez. Quando as lagartas começarem a atacar, entra-se com o produto biológico. Elas afetam culturas diferentes em épocas diferentes, então o aplicador deve pegar a data de ataque em cada cultura e ter esse controle.
Bioinseticida usa bactérias para combater praga agrícola Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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