Há alguns anos, praticamente ninguém conseguiria prever que milhões de pessoas comprariam um relógio ou outro dispositivo vestível (os wearables) para monitorar a prática de exercícios físicos e checar sinais de saúde. Mas o fenômeno já é realidade.
O advento desses equipamentos possibilita hoje que atletas amadores e profissionais acompanhem, em tempo real, diversos parâmetros fisiológicos de forma não invasiva − temperatura corporal, índice de massa corpórea (IMC), frequência cardíaca etc.
Além disso, permite o acesso rápido a informações sobre a rotina de treinos e marcadores de atividade física como quantidade de passos dados e degraus subidos no dia.
Esse avanço tecnológico vem proporcionando a utilização dos dispositivos em diversos setores, entre eles o de saúde, o de games e a indústria esportiva. Com a necessidade do distanciamento social em função da pandemia, a venda de wearables no segmento fitness aumentou consideravelmente, gerando um mercado de bilhões em 2021.
Dentro dessa área, os dispositivos visam principalmente três objetivos: monitoramento de performance, prevenção de lesões e acompanhamento de parâmetros biomédicos.
No monitoramento de performance, os sensores dos wearables fazem análises biomecânicas e auxiliam na execução e na intensidade dos movimentos e na melhora global do desempenho. Isso já é aplicado entre atletas que praticam golf, tênis e lançamento de discos, altamente relacionados aos movimentos projetados e realizados. A tecnologia ajuda a reduzir gradualmente os erros de execução.
Pensando nas lesões esportivas como torções de tornozelo e nas lesões por esforço repetitivo, ambas responsáveis por dores, os wearables podem ser utilizados para monitorar os movimentos em tempo real e auxiliar na detecção da fadiga muscular. Na academia, por exemplo, o aparelho sinaliza que um músculo está fadigado e sugere um intervalo de descanso.
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No acompanhamento de parâmetros biomédicos, os dispositivos rastrearão cada vez mais dados de saúde durante os exercícios. Além do ritmo cardíaco, podem avaliar perda de suor e oxigenação do sangue a fim de tomar ações preventivas e evitar problemas. A medida da frequência cardíaca ainda ajuda o atleta a analisar o progresso do treinamento e se houve, ou não, ganho de performance.
Nesse cenário, apostamos que o avanço tecnológico não para por aqui e, em breve, novas características poderão ser monitoradas e funcionalidades inovadoras irão surgir. E elas estarão ao alcance do seu pulso.
* Thiago Rocha é doutor em ciência da computação pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e coordenador técnico do HDL, laboratório do Sidia Instituto de Tecnologia, em Manaus
A performance dos atletas na era dos wearables Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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