segunda-feira, 14 de março de 2022

Flechas de 1,7 mil anos são reveladas por derretimento de geleira na Noruega

A área coberta por gelo na Noruega diminuiu em 14% nos últimos dezesseis anos, e essa consequência das mudanças climáticas está rendendo várias descobertas aos arqueólogos: conforme as geleiras derretem, surgem objetos deixados por pessoas que viveram nas redondezas há milhares de anos.

A região montanhosa de Sandgrovskardet é um exemplo. Os primeiros achados aconteceram por lá em 2013, mas uma grande expedição de pesquisa só aconteceu em 2018 – porque a equipe envolvida teve de priorizar outros locais com derretimento de geleira, segundo o arqueólogo Lars Pilø.

A missão acaba de ter seu relatório publicado, e os achados da vez foram cinco flechas e 40 esconderijos construídos por caçadores de renas. Três flechas datam de 300 a 600 d.C. e ainda possuem uma ponta de ferro preservada. Das outras, que datam de 800 a.C., restaram apenas as hastes de madeira.

Os esconderijos são formados por uma parede de rocha em forma de semicírculo, atrás da qual os caçadores se escondiam. Eles provavelmente não moravam nesse local, a cerca de 1,8 mil metros acima do nível do mar: os assentamentos ficavam nos vales, e as “estações de caça” nas montanhas.

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Os arqueólogos também encontraram 77 ossos e chifres de rena, além de 32 pedaços de madeira chamados de scaring sticks (“gravetos para assustar”), que tinham um papel importante na caça às renas.

Eles são comumente encontrados por arqueólogos glaciais na Noruega junto a flechas. Trata-se de varas de madeira com cerca de um metro de comprimento, que geralmente possuem um objeto leve e móvel preso ao topo, como uma bandeira fina de madeira, que balança com o vento. 

Antes da caça, os caçadores colocavam estes objetos na vertical no gelo, formando uma trilha – da qual as renas se afastariam. Assim, os animais eram conduzidos até o local de esconderijo dos caçadores, de onde estes atiravam as flechas.

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