Já estamos há mais de dois anos lutando contra um inimigo invisível, mas potencialmente letal, que é o coronavírus – patógeno que, inclusive, tem um impacto mais grave naqueles com diabetes. Não bastasse isso, agora nos deparamos com essa catástrofe que é o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Já parou para pensar nas pessoas com diabetes (muitas delas usuárias de insulina) em meio a bombas, tiros, rasantes de aviões e racionamento de alimentos e água? Como falar em engajamento ao tratamento, com mudança de estilo de vida e tratamento medicamentoso? Como considerar manter a glicose na meta? Como contar carboidratos? Como ter uma alimentação balanceada?
E as “mamães e papais pâncreas”, que cuidam de seus filhos com diabetes tipo 1 em insulinoterapia? Será que as insulinas estão em temperatura adequada? Será que elas estão dentro da validade? Imagine agora uma pessoa com obesidade e diabetes tipo 2 que estava aguardando a cirurgia bariátrica.
Lutamos anos e anos para vencer o risco de sequelas em longo prazo, reduzir o perigo da hipoglicemia, alertar sobre a relação entre diabetes e doenças cardiovasculares e melhorar tantas outras questões… Aí, de repente, vem uma guerra! É demais!
E as pessoas com outras doenças crônicas, como dislipidemia e hipertensão? Como pensar em alimentação saudável se, muitas vezes, não há nem comida durante uma guerra? Como dar continuidade ao tratamento?
As doenças não escolhem classe social, país, partido político nem religião. E já temos desafios demais a superar (dentro e fora do Brasil).
Fica aqui o desabafo deste colunista que vivencia diariamente a guerra silenciosa contra o diabetes e outras doenças crônicas e quer se manter focado no que importa: a vida!
Guerra entre Ucrânia e Rússia: e quem tem diabetes ou outras doenças? Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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