Ao longo da pandemia de Covid-19, na busca por vacinas e outros tratamentos, instituições, pesquisadores e a própria imprensa evidenciaram a importância dos estudos clínicos e sua realização fundamental para encontrar os melhores tratamentos contra a doença. Assim, muitas vezes vimos a forma de atuação dos médicos mudar, já que passavam a seguir novos protocolos para um tratamento mais adequado.
Inclusive, nesse delicado período, a Bayer participou de três estudos científicos com anticoagulante (a rivaroxabana) para pacientes com Covid-19, com resultados que beneficiaram milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
Mas, para além da corrida da ciência pelo controle da epidemia, o cenário de estudos clínicos no Brasil vem ganhando outras áreas da medicina, especialmente na oncologia.
A qualidade dos nossos centros de pesquisa e, sobretudo, o bom trabalho na inclusão e retenção de pacientes explicam porque o nosso país tem atraído grandes investimentos.
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No caso do câncer de próstata, segunda doença que mais mata homens no mundo, temos um bom exemplo nesse cenário das pesquisas clínicas. O país contou com a participação de 53 pacientes do país no estudo ARASENS, apresentado em 2022 no Congresso Americano de Oncologia, a ASCO, maior da área no mundo.
A pesquisa de fase 3 investigou o uso da substância darolutamida nos pacientes com câncer de próstata metastático, com resultado muito significativo para os homens que sofrem com esse tipo de tumor.
Os resultados positivos, inclusive, culminaram na recente aprovação da Anvisa para o tratamento combinado com a darolutamida, sendo essa, agora, uma opção terapêutica disponível que estava sendo aguardada por médicos oncologistas e urologistas.
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a participação de pacientes brasileiros em estudos clínicos vem crescendo ao longo dos anos.
Em 2018, considerando pesquisas de fases I, II e III, foram registrados 163 estudos no país. Em 2021, o número saltou para 231.
Ao mesmo tempo, o percentual de estudos de primeira fase evoluiu de 27% em 2018, para 34% em 2021.
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Atualmente, a Bayer conduz 12 estudos na área de oncologia. Com mais de 2 mil centros de pesquisa espalhados pelos países, com alto padrão de qualidade, como já dito, os estudos provenientes dessa estrutura são reconhecidos pela comunidade internacional.
Apesar de a Covid-19 ter colocado a saúde no foco das discussões, é indiscutível a necessidade de seguirmos mobilizando indústria, associações médicas, pacientes, governo e sociedade, a fim de ampliar os investimentos na ciência de qualidade, pois esse tipo de investimento traz resultados rápidos e duradouros – e o Brasil tem grande potencial de ser protagonista mundial para a realização de estudos clínicos.
*Eli Lakryc é diretor médico da divisão farmacêutica da Bayer
Brasil está na rota para estudos de novos tratamentos contra o câncer Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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