Um dos maiores desafios no tratamento de longo prazo das doenças crônicas é o engajamento (ou adesão) do paciente. Em outras palavras, é muito difícil uma pessoa usar os medicamentos regularmente, sem falhar, conforme a orientação médica – especialmente quando falamos de condições silenciosas, como diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol e triglicérides alterados, insuficiência renal, etc.
Quanto mais informações o indivíduo tem em relação à sua condição de saúde, e quanto melhor é a relação médico-paciente, maior o engajamento. Outros fatores também facilitam o seguimento do tratamento, como custo acessível, uso via oral, menor número de comprimidos ao dia e poucos efeitos colaterais.
E por que é tão importante falar disso? Simples: a falta de engajamento mata. O uso irregular dos medicamentos promove descontrole das doenças, causando complicações graves com o tempo.
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A questão da semaglutida
A semaglutida injetável semanal é um medicamento de destaque no tratamento do diabetes tipo 2 devido a várias características. Dá para citar, por exemplo, a potência no controle da glicose, a expressiva redução do peso corporal, a redução do risco de doenças cardiovasculares e o baixíssimo risco de hipoglicemia, entre outras.
Agora em janeiro, a farmacêutica Novo Nordisk fez um alerta à Anvisa, à sociedade civil e aos médicos sobre o risco de desabastecimento do medicamento na caneta de 1 mg (reforço: apenas a caneta de 1 mg).
Segundo a farmacêutica, isso se deve à grande demanda (além da prevista) da medicação no Brasil e no mundo. A empresa destaca que em momento algum houve problema na qualidade do produto, vendido comercialmente como Ozempic – a questão é o excesso de procura.
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Estima-se que, a partir de hoje, haverá um estoque intermitente, e o esperado é que tudo se normalize no segundo semestre de 2023. Na tentativa de trazer o menor transtorno possível, as fábricas aumentaram substancialmente a produção mundial, mas, mesmo assim, muitas pessoas procurarão a medicação nas farmácias e não encontrarão.
E, aí, como fica o tratamento do diabetes tipo 2 entre esses indivíduos? Lembra da importância do engajamento no tratamento? Então…
É claro que essa situação de desabastecimento não é nada bem-vinda. Mas, diante dela, é fundamental que quem usa 1 mg semanal de semaglutida injetável entre em contato com seu médico para discutir uma alternativa ao tratamento.
Felizmente, não faltam alternativas dentro da mesma classe de medicamentos – via subcutânea ou via oral, em esquema diário ou semanal. E também há opções entre outras classes de medicamentos antidiabéticos. Converse com seu médico!
Vai faltar semaglutida injetável nas farmácias. O que fazer? Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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